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01/03/2016 / Em: Clipping

 


Correio Popular – Correio do Leitor – 01/03/16)

Unicamp 1
Fabio Biral
Jornalista,
Campinas

O ciclo era perverso. O público que podia bancar as escolas particulares se deleitava depois com as vagas nas universidades públicas, momento do aprendizado em que é o governo quem patrocina o melhor ensino. Os bônus para quem cursou o Ensino Médio integralmente em escolas públicas são um critério de desempate para alunos que já têm uma base forte. Agora, se o aluno só estudou em escola particular e não tem um diferencial, então não merece entrar em um curso concorrido do Estado. Leitora Maria Nazareth Borges: a senhora é uma pessoa muito pessimista em relação às escolas públicas. Por que tanto temor em relação ao fato de os menos favorecidos poderem se dar bem na vida? Provavelmente, sua experiência é apenas com as escolas particulares.

Unicamp 2
Caio Zink
Engenheiro, Campinas

Cara professora Patricia: o engenheiro a que se refere inicialmente gostaria de parabenizar toda a sua família, cujo esforço coletivo foi recompensado com a aprovação do seu filho na Unicamp! E de informar que também sempre estudou em escola pública, fez cursinho à noite e cursou engenharia mecânica em cinco anos. Lamento, no entanto, que a senhora apoie o sistema de pontos que concede privilégios a uma classe de candidatos! Se, no entanto, tal benefício não fosse aplicável a seu filho por ele ter cursado cursinho particular pago (por exemplo), estou certo de que sua posição seria muito parecida com a minha! A meritocracia sempre será o sistema menos injusto de seleção.

Unicamp 3
Ricardo dos Santos
Bacharel em ciências sociais,
Campinas

É chocante como ainda há pessoas que se indignam e desaprovam a política decotas. Existe um argumento lógico-matemático irrefutável para esclarecê-las! No último censo no Brasil, mais da metade da população declarou ser preta, parda ou afrodescendente (muito bom, finalmente o brasileiro tem tomado consciência da sua ancestralidade). Ora, se fizermos uma pesquisa pelas universidades públicas de qualidade do País, veremos que os alunos pretos, pardos ou afrodescendentes não correspondem nem a 50%do total dos matriculados, e esse mesmo raciocínio pode ser aplicado aos alunos oriundos do ensino público. Isso demonstra que o sistema de oportunidades opera em desequilíbrio. Por isso as cotas para os negros e o sistema de pontos para o ensino público funcionam muito mais do que um mecanismo de justiça social. São reparações históricas e garantias para que a sociedade possa caminhar em direção a um sistema mais humano e equilibrado!

Manual 1
Renato Rodrigues

Advogado, Campinas

Lamentável o comportamento de alguns alunos da Unicamp na divulgação do famigerado Manual do Bixo. No mínimo, inoportuno. É de conhecimento geral que os melhores estudantes frequentam essa universidade, porém, atitudes como estas nos fazem pensar qual de fato será o futuro do Brasil? Composto por profissionais sem ética, moral, escrúpulos… Se vê que nossos problemas atuais vêm de berço e a solução carece de uma drástica mudança no comportamento social.

Manual 2
Neusa Ming
Hallais

Aposentada,
Campinas

Sobre a matéria da cartilha distribuída aos calouros de Engenharia na Unicamp (Correio Popular de 26/2/2016), estou mais uma vez chocada com alguns  seres que habitam os campi das universidades. Chamo de seres porque não sei deque planeta eles são originários. Odeiam mulheres, as tratam como seres horríveis, inferiores, sem inteligência, uma desgraça desnecessária na vida de um homem. Homofóbicos declarados, eles têm horror a gays, dando instrução aos rapazes para gostar de flor, gentilezas e música, mas não muito para não parecer um boiola, apenas o suficiente para atrair a otária de uma mulher quando for preciso, por necessidades fisiológicas. Eles gostam deque então? Se é que gostam de alguma coisa. Um verdadeiro absurdo, um manual com esse teor na Unicamp há 8 anos.

Calourada recebe bixo com informação  (Correio Popular – Cidades – 01/03/16)

No primeiro dia de aula, ontem, os calouros da Universidade Estadual de Campinas(Unicamp) foram recepcionados com muita informação sobre o funcionamento do campus. Na segunda edição, o Programa de Recepção dos Calouros apresenta aos ingressantes formas para interagir com todos os serviços e atrações que a universidade oferece, facilitando aos alunos a rápida integração à comunidade universitária. A equipe do Sistema de Bibliotecas da Unicamp (SBU) distribuiu no saguão do Ciclo Básico II, brindes e folhetos informativos e deu apoio na configuração de rede sem fio, instalação e orientações para ouso de aplicativos, informações sobre ações artísticas e culturais nas bibliotecas e divulgação do curso de mandarim oferecido pelo Instituto Confúcio. O programa se estende hoje até as19h. O evento está sendo realizado também nos campi de Limeira e de Piracicaba. De acordo com a coordenadora do programa Maria Helena Segnorelli, o objetivo é passar informações estratégicas para os calouros, tanto de convivência, quanto à rotina da universidade e funcionamento das bibliotecas. “É um conjunto de produtos que nós oferecemos. São aplicativos, onde os alunos podem conhecer os serviços prestados pela Unicamp”, afirmou. A universidade oferece quatro aplicativos—Unicamp Serviços, Botão de Pânico, Unicamp Bibliotecas e Primeiras Impressões, em que os alunos podem interagir com os diversos serviços do cotidiano da universidade. Neles contêm várias informações, como atividades culturais nos campus, instruções sobre horários de ônibus, cardápio dos restaurantes, funcionamento das bibliotecas, entre outros. Na recepção cerca de 60funcionários foram treinados para informar e disponibilizaras informações aos calouros. “A Unicamp oferece a rede Wi-Fiem todo o campus, e isso permite que os alunos utilizemos aplicativos, pois é um canal que fala a linguagem deles, e isso faz com que eles se sintam super interados”, disse a coordenadora do SBU Regiane Alcântara Eliel. Os alunos estavam empolgados com a recepção e atenção da equipe do SBU. A caloura Beatriz Paires, de 17 anos, vai cursar dança e chegou na universidade com muitas dúvidas, e o que mais agradou a estudante foi a divulgação das atividades culturais. “O primeiro dia é sempre confuso, mas essa recepção irá ajudar muito”, disse. A veterana Amanda Negrão, de 19 anos, contou que participou no ano passado da recepção e acha importante essa interação que a universidade proporciona aos alunos novos. “A Unicamp é enorme. Os aplicativos têm diversos serviços como mapas, livros disponíveis nas bibliotecas, horário de ônibus que facilitam muito a vida dos universitários”, disse. O calouro Alexandre Luciano Barbosa, de 19 anos, diz que as informações fornecidas pelo aplicativo Unicamp Serviços são muito úteis. “Como a universidade oferece a internet gratuita, o uso do aplicativo facilita bastante, e tem muitas funcionalidades.



Estudo mostra que 1,3 milhão de jovens de 15 a 17 anos abandonam escola   (EPTV – Virando Bixo – 29/02/16)

A porcentagem de jovens que concluem o Ensino Médio na idade certa – até os 17 anos – aumentou em 10 anos, passando de 5%, em 2004, para 19%, em 2014. Os dados estão em um estudo do Instituto Unibanco, feito com base nos últimos dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Há, no entanto, 1,3 milhão de jovens entre 15 e 17 anos que deixaram a escola sem concluir os estudos, dos quais 52% não concluíram sequer o Ensino Fundamental. “Este é o subgrupo mais vulnerável, pois são brasileiros que, caso não voltem a estudar, terão altíssima probabilidade de inserção precária no mercado de trabalho, além de não terem tido seu direito à educação básica assegurado”, diz a publicação. O estudo Aprendizagem em Foco, divulgado na última semana, mostra que, quanto maior a renda, mais os estudantes avançam nos estudos. Entre aqueles que concluíram o Ensino Médio na idade correta, a média de renda familiar por pessoa é de R$ 885. Entre os que não terminaram o Ensino Fundamental, a média cai para R$ 436. O ingresso no mundo do trabalho e a gravidez na adolescência estão entre os fatores que levam os jovens a deixar a escola.



Senador propõe que alunos paguem anuidade nas universidades públicas brasileiras   (Gazeta do Povo – Vida e Cidadania – 29/02/16)

Nos Estados Unidos, não é incomum que bebês de classe média já nasçam com uma conta poupança reservada para os gastos com ensino superior no futuro. Depois de formados, a realidade para muitos é enfrentar grandes dívidas estudantis. Ainda que as anuidades sejam inferiores às de universidades privadas, as faculdades públicas no país são pagas. Quem não for contemplado com uma bolsa tira do próprio bolso para cursar a graduação. No Brasil, ricos e pobres podem conquistar um diploma universitário sem pagar mensalidade. O caminho? Estudar bastante para ficar entre os mais bem colocados em concorridos vestibulares para as universidades públicas. Em tese, é um modelo mais igualitário. Mas as estatísticas comprovam que o acesso não é tão universal. Em 2004, segundo dados do IBGE, os estudantes que pertenciam aos 20% da população com os maiores rendimentos familiares representavam 54,5% do total de alunos no ensino superior público. Os 20% dos brasileiros com menor renda familiar representavam apenas 1,2% de universitários. Políticas públicas – como as de cotas e as de financiamento – e a ascensão da classe C reduziram a discrepância.

Universidades públicas: quem paga acharia que tem mais direitos   (Gazeta do Povo – Vida e Cidadania – 29/02/16)

Pagar pelo ensino superior não agrada Daniel Cara, coordenador da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, que agrega uma rede de grupos e entidades. Ele cita os recentes debates sobre o tema no Chile e nos EUA como exemplos de um movimento que caminha no sentido contrário. No Chile, acaba de entrar em vigor a lei do ensino universitário gratuito, aprovada em dezembro de 2015. Nos EUA, uma geração de endividados está no cerne da discussão sobre o quão justo seria o sistema vigente. O valor total da dívida estudantil no país já ultrapassa US$ 1,3 trilhão. Para Daniel, implementar uma forma de cobrança de mensalidade ou matrícula para os mais ricos, por meio de mudança na lei, abriria precedentes para uma diminuição do limite estabelecido conforme a renda familiar no futuro. “A chance desse patamar descer para as classes mais baixas é grande.

Economistas enxergam benefícios na cobrança em universidades públicas   (Gazeta do Povo – Vida e Cidadania – 29/02/16)

Se um estudante pudesse escolher entre duas universidades de qualidade equivalente e uma fosse gratuita e a outra não, qual ele escolheria? A pergunta foi tema de artigo publicado em 2012 na Revista Brasileira de Economia por dois pesquisadores, Eduardo Azevedo, professor de economia na Wharton School of Business, e Pablo Salgado, doutor em Economia pela PUCRJ. Para eles, instituir uma cobrança para os mais ricos nas universidades públicas otimizaria os recursos investidos na área. “Ser admitido em uma universidade pública é uma espécie de prêmio do Estado. Mas se usa mal as poucas vagas da instituição. Quando você dá esse prêmio, a sociedade está pagando para uma pessoa que tem dinheiro para estudar, sendo que, se ela tivesse de pagar em ambas, talvez pudesse escolher a particular, abrindo vagas na pública. Não é incomum os pais mais ricos darem um carro para o filho que passa no vestibular.