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02/05/2013 / Em: Clipping

 


RJ: 10 anos após cotas, alunos pedem mais ajuda financeira   (Terra – Vestibular – 01/05/13)

Dez anos depois de a Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) passar a garantir uma parcela das vagas para estudantes afrodescendentes e de baixa renda em seu vestibular, cotistas matriculados na instituição relatam dificuldades para manter os estudos diante da bolsa-auxílio para variados custos e transporte que é paga. De acordo com alunos ouvidos pelo Terra, o valor de R$ 400, que foi reajustado recentemente, ainda é baixo e insuficiente para garantir a manutenção na universidade sem que que se tenha que recorrer a outra fonte de renda. “A bolsa não dá vazão. Temos que procurar estágio, ou outro trabalho. Muitos têm que fazer pesquisa num outro turno, mas não conseguem, porque têm que trabalhar”, afirma a estudante do sétimo período de ciências sociais, Vitória Lourenço Silva. Além dos R$ 400 de bolsa, os alunos têm R$ 110 para auxiliar na aquisição de material didático. Vitória aponta que tem ocorrido atrasos no pagamento da bolsa nos últimos meses. Em alguns momentos, relata, teve que pedir dinheiro emprestado para ter que ir para a universidade. Ela sustenta que, fora o auxílio financeiro, a Uerj dá pouco apoio aos estudantes mais carentes para que eles se mantenham estudando. “A defasagem é enorme. O ideal seria se equiparar o auxílio ao salário mínimo (R$ 678)”, sugere a estudante. Grávida de seis meses, a também estudante de ciências sociais, Ester da Silveira, tem que complementar a renda trabalhando por seis horas numa creche municipal. Ela também ressalta que não teria como estudar sem o auxílio financeiro dado pela Uerj. Antes de ingressar em 2011 pelo sistema de cotas, ela tentou chegar à universidade em 2006, mas não foi bem sucedida. Ficou um bom tempo sem estudar, até decidir tentar novamente. “Esse tempo que fiquei sem estudar dificultou minha entrada aqui. Senti dificuldade. Mas logo me readaptei, e tenho tido um bom desempenho”, comenta, que pede uma espécie de auxílio-creche da universidade, para que não tenha que ficar muito tempo sem estudar. “Vou ter que parar para ter meu filho. Se tivesse condição de deixá-lo numa creche, poderia voltar a estudar antes”, explica. Fernanda Mattos, estudante cotista do quarto período de economia, conta que teve problemas para se adequar ao ritmo de aulas na universidade. Ela diz ter entrado “bastante defasada”, depois de ter estudado em sua vida escolar em colégios públicos. “Tinha dificuldade para pegar as coisas. Mas felizmente, tive ajuda dos meus colegas, cotistas ou não. Ainda me acho um pouco atrás dos outros, mas essa diferença diminuiu”, afirma. Já Taiana da Silva, do sétimo período de ciências sociais, não precisa trabalhar para complementar a renda e seguir estudando. Por isso, consegue fazer o complemento acadêmico com trabalho de pesquisa em outro turno. Também cotista, ela reconhece ser uma espécie de privilegiada por ter a condição de poder não trabalhar. “A assistência estudantil precisa melhorar. Não preciso, necessariamente, trabalhar. Mas muitos não têm essa condição. O bandejão da Uerj custa R$ 2 para os cotistas, e R$ 3 para quem não é cotista. Na UFF, paga-se R$ 0,75 para comer”, ressalta. “Não adianta dar cota se não der a assistência devida. Os cotistas demoram mais a se formar porque têm que trabalhar, e por isso, precisam fazer menos matérias para ter tempo suficiente”, acrescenta.



Cursos de Engenharia de universidades paulistas ganham currículo novo   (O Estado de S.Paulo – Educação – 30/04/13)

Uma das mais tradicionais faculdades de Engenharia do País, a Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP) aprovou na semana passada uma grande reforma no currículo de seus cursos. A ideia é facilitar o trânsito dos alunos pelas diversas modalidades da Engenharia, formando profissionais mais generalistas. A mudança está sendo acompanhada de perto pelo Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), que também deve alterar sua grade de disciplinas da graduação neste ano.  As mudanças surgem na esteira de uma revolução no perfil do engenheiro. Também coincidem com o avanço do interesse dos estudantes pela carreira. O ano de 2011 foi o primeiro em que o número de ingressos em Engenharia superou o de Direito. A procura por Administração ainda é maior. Se tudo ocorrer como o esperado na USP, os calouros de 2014 já vão notar as diferenças: o ciclo básico, de disciplinas de Exatas, será diluído em cinco semestres (hoje se concentra nos quatro primeiros). Assim, haverá espaço para matérias de Engenharia no começo do curso – uma reivindicação antiga dos alunos, que se dizem desmotivados pelo “paredão” de Física e Matemática. Em outra frente, a escola criou módulos no quinto (e último) ano dos cursos. O aluno poderá fazer um pacote de disciplinas de outra modalidade da Engenharia e conseguir registro profissional para desenvolver algumas atividades da área. Ou então se especializar ainda mais na carreira e virar, por exemplo, um engenheiro eletrônico habilitado a trabalhar com processamento de sinais. A nova organização do currículo vai possibilitar que o aluno inicie disciplinas do mestrado antes mesmo de terminar a graduação. Também poderá cumprir os últimos créditos da formação em universidades estrangeiras. Cada calouro terá um professor tutor, que o ajudará a definir o percurso. “Os cursos serão mais parecidos, então o tutor será fundamental para orientar a escolha das disciplinas optativas”, diz o professor Paul Jean Jeszensky, que coordenou o projeto de mudança.



Unicamp lança site de aulas online grátis   (IG – Educação – 30/04/13)

A Unicamp lançou uma ferramenta de aulas online, gratuitas e acessíveis a qualquer pessoa sem exigência de senha. Trata-se do Portal e-Unicamp, que já está operando experimentalmente em seu endereço. O novo portal foi criado pelo Grupo Gestor de Tecnologias Educacionais (GGTE), em conjunto com as Pró-Reitorias de Graduação e de Pós-Graduação da instituição.



Boas-vindas aos calouros   (Correio Popular – Opinião – 02/05/13)

Pela primeira vez na história os calouros de Engenharia superam os de Direito, transformando-se na segunda carreira com mais matrículas nos cursos de graduação do Brasil, ficando apenas atrás da disciplina de Administração de empresas. Isso representa muito para um País que conta com um grande déficit de profissionais no setor de construção civil e tecnologia. Segundo os dados divulgados pelo Ministério da Educação (MEC), em 2006 ingressaram 95 mil estudantes de Engenharia em cursos superiores. Cinco anos depois, o número subiu para 227 mil, com aumento verificado tanto nas escolas privadas quanto públicas. A Engenharia costuma ser considerada a carreira do desenvolvimento. O crescimento econômico traz necessidades urgentes de investimentos em infraestrutura, o que alavanca sobremaneira setores da construção civil. E para uma nação que quer permanecer entre as maiores potências econômicas do planeta, essa é uma carreira estratégica. Ainda estamos longe, porém, de atingir o número ideal de profissionais. Em2011 formaram-se no Brasil 45 mil engenheiros para uma necessidade de, pelo menos, 70 mil profissionais, segundo estimativas de entidades de classe. Na Coreia do Sul, por exemplo, formam-se atualmente 80 mil engenheiros. Na China, são 300 mil. Apesar do crescimento positivo na procura pela carreira, especialistas advertem para o perigo de aumentar a evasão, já que um contingente grande de estudantes pode estar indo apenas atrás das promessas fáceis de pleno emprego e altas remunerações e não por vocação, o que pode se tornar um ciclo perigoso. Um bom engenheiro deve ter bom domínio de disciplinas como matemática e física, capacidade de decisão e planejamento, e gostar, sobretudo, de cálculos e pensamento lógico. Enquanto isso, as faculdades terão de se adaptar, com uma grade curricular que reforce os conteúdos básicos,já que são poucas as escolas de nível médio que trazem resultados satisfatórios em uma disciplina tão importante como a matemática. Fazendo a lição de casa direitinho, investindo em educação, desde o ensino básico até a graduação, o Brasil tem todo o potencial para se desenvolver e ser uma nação competitiva no mercado mundial. Os futuros engenheiros terão, portanto, um papel importante para colocar o País nos trilhos do crescimento.

Luiz Gonzaga Bertelli é
Presidente-executivo do Centro de
Integração Empresa-Escola (Ciee), da
Academia Paulista de História (APH) e diretor da Fiesp