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05/01/2015 / Em: Clipping

 


Enem: Cotuca é a melhor escola pública do Estado  (Correio Popular – Cidades – 24/12/14)

O Colégio Técnico de Campinas (Cotuca), da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), está entre as 120 escolas do Brasil com as melhores notas no Enem de 2013, de acordo com lista do Ministério da Educação (MEC) e divulgada anteontem pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). O colégio é a melhor escola pública do Estado de São Paulo e aparece na lista geral nacional na 116ª posição. Teve média de 654,90 na parte objetiva do Enem. Comisso, a instituição ficou no oitavo lugar entre as escolas públicas nacionais. Outro dado que evidenciou destaque do colégio técnico é que foi a única da rede pública a aparecer dentre as20 melhores colocadas no ranking de Campinas — em segundo lugar. Entre as 20 melhores escolas campineiras, só o Cotuca é público. Na média, as escolas públicas de Campinas ficaram na 23ª colocação no Estado e na 73ª posição no País. A segunda pública do quadro geral em Campinas foi a Escola Técnica Estadual Conselheiro Antonio Prado (Etecap), na 21ª colocação geral. Como em todas as edições do exame nacional as instituições particulares aparecem no topo da lista em Campinas. Como o Instituto Educacional Imaculada, que pelo quarto ano consecutivo está com as melhores notas no ranking. Dentre as dez instituições mais bem colocadas em Campinas, o Imaculada teve o maior número de participantes em 97) e nota (661,45). A Região Metropolitana de Campinas (RMC) tem apenas três escolas entre as 100 melhores do País—e todas particulares. São elas: Etapa, que ficou em 52º lugar, com677,78 pontos; Colégio Visconde de Porto Seguro, em 80º, com 664,62 de nota e o Instituto Educacional Imaculada, em 90º. Neste ano, todas as dez escolas com as maiores médias nas provas objetivas do Enem são privadas e cinco colégios têm menos de 45 alunos por sala. A melhor média no País foi registrada pelo Colégio Objetivo Integrado, na capital paulista, com média de 741,94.Os dados trazem as médias dos alunos de cada escola em cada uma das quatro provas objetivas (ciências da natureza, ciências humanas, linguagens e matemática), e na redação. Para ter a nota divulgada, a escola precisava ter ao menos dez alunos concluintes do ensino médio matriculados e 50% participando do Enem. Para o especialista em análises de dados do Enem, Frederico Luis De Oliveira Vilela, as escolas particulares continuam com um desempenho superior. “Um dos fatores importantes que considero nessa edição do exame foi a separação por nível socioeconômico dos alunos, e o quanto isso influencia no resultado final”, avalia. De acordo com as análises das tabelas elaboradas pelo especialista, as 100 primeiras escolas do ranking possuem níveis socioeconômicos “alto” ou “muito alto”.

Cotuca
O diretor do Colégio Técnico de Campinas, professor Alan César Yamamoto, atribui o bom desempenho da instituição à conjunção de três fatores. “Temos um corpo docente qualificado, integração entre a parte técnica e ensino médio e também o perfil do aluno do colégio, que passa por um vestibulinho  muito concorrido”, destacou. O diretor destacou que em matemática o Cotuca foi a terceira escola pública no ranking brasileiro—é primeiro em Campinas (na frente do Imaculada) e no Estado. A boa classificação do Cotuca ao longo dos anos tem atraído estudantes de diversas cidades da Região Metropolitana de Campinas e até de outros Estados. Morador de Americana, Alexandre Cucatti dos Santos, de 17 anos, cursa o 2º ano de mecatrônica. Ele conta que chegou a cursar um ano do Ensino Médio em uma escola particular e, após ser aprovado no Cotuca, precisou cursar o primeiro ano novamente. Mas ele diz que não se arrepende, já que só ganhou ao ingressar na escola técnica. “Vou levar mais um ano para terminar o Ensino Médio, mas sei que estou num lugar muito bom. Ou a gente aprende ou reprova. Vou aprender o suficiente para passar numa faculdade ou para seguir carreira como técnico”, diz. Atualmente, o Cotuca funciona temporariamente em um imóvel na Chácaras Primavera, enquanto a sede original, no Botafogo, passa por reformas — deve se transformarem um centro cultural. Futuramente, o objetivo é construir uma sede no próprio campus da Unicamp, com investimento de R$ 36,7 milhões. Ainda não há prazo para a mudança.

Imaculada
A diretora geral do Instituto Educacional Imaculada, Maria Lúcia Lins, também avalia como um excelente retorno da dos pelos os alunos ao trabalho desenvolvido pela escola. “O nosso objetivo é a formação dos alunos, mas não descuidamos da parte acadêmica”,disse. A nota da redação do Imaculada aumentou 12,95 pontos se comparada a edição 2012 do exame. “A redação é trabalhada com metade da turma, para que o professor possa acompanhar de perto e individualizar o atendimento. As aulas de oratória também permitem que o aluno pesquise alguns temas, prepare textos argumentativos expondo os em debates realizados em sala de aula”, detalhou a diretora. As escolas Colégio Progresso e Comunitária aparecem na 2ª e 3ª colocações, respectivamente, dentre as mais bem colocadas do município.



‘Camarotização’ social é o tema da redação da Fuvest  (Folha Online – Educação – 04/01/15)

O tema da redação no início da segunda fase do vestibular da Fuvest foi a “camarotização”, termo usado pelos examinadores para descrever o fato de as pessoas poderem pagar para terem privilégios em jogos ou shows.  Para desenvolverem o tema, o vestibular ofereceu aos candidatos quatro textos de apoio.  A redação e o exame do português e literatura abriram a segunda etapa da seleção de vagas para 2015 na USP. Não foi a primeira vez que a Fuvest partiu de uma palavra nova para definir o tema da redação na segunda fase do vestibular.

Hélio Schwartsman

O ranking do Enem   (Folha de S.Paulo – Opinião – 24/12/14)

Saiu mais um ranking de colégios baseado no Enem. Não tenho nada contra a cultura da avaliação, muito pelo contrário. Acredito naquele mantra da física que diz que só conhecemos aquilo que podemos medir. Antes da introdução de exames como Enem, Enade, Saresp, Prova Brasil, Pisa, vivíamos numa espécie de caverna platônica, na qual, sem acesso a dados empíricos sobre a educação, tomávamos sombras por realidade.  Feita a defesa da avaliação, é preciso evitar o risco de fazer uma interpretação fundamentalista dos rankings. O mundo é melhor com eles, mas isso não significa que sejam perfeitos e não carreguem distorções. É preciso compreendê-las para não comprar gato por lebre.  Uma vantagem do Enem é que, por ser um exame que assegura vaga em universidade, é a prova em que os alunos mais se esforçam para ir bem. A desvantagem é que, por ser um teste não obrigatório, ele vem com vieses de seleção que o tornam pouco adequado para avaliar escolas.  Esse efeito pode ter prejudicado o desempenho de colégios de elite paulistas. Alunos tão bons que estejam confiantes de que conseguirão entrar em instituições que não usam o Enem em seu processo seletivo, como a USP e o ITA, não têm incentivo para fazer a prova, o que puxa para baixo a média de suas escolas. Analogamente, dado que a disputa pelas posições mais altas é apertada –o 70º colocado tem nota apenas 10% menor que a do primeiro–, não é difícil para um colégio galgar alguns pontinhos manobrando para que só os melhores estudantes façam a prova. Valem truques como expulsar alunos repetentes ou oferecer prêmios para que aqueles que costumam gabaritar se inscrevam.  Eu costumo até brincar afirmando que, como é forte a correlação entre renda dos pais e desempenho escolar, o modo mais eficiente de uma escola melhorar sua posição no Enem é aumentar o valor da mensalidade.

A educação e os novos governantes  (Folha de S.Paulo – Opinião – 01/01/15)

O Brasil vive um momento importante com o início dos trabalhos dos novos gestores públicos nos Estados e na esfera federal. É, portanto, um período oportuno para dialogar com a sociedade sobre qual nação almejamos construir. O Brasil que queremos não se faz em quatro anos, mas em um processo de longo prazo. Nesse ponto, a educação tem uma dimensão crucial para fomentar um processo de desenvolvimento com qualidade, e o ensino médio, um papel fundamental na efetiva redução de desigualdades e ampliação de oportunidades. Maior desafio aos governantes, o ensino médio tem problemas graves a serem resolvidos, que passam pelo acesso dos jovens até sua permanência e conclusão com sucesso. Vamos aos números: 20% dos meninos e meninas de 15 a 17 anos estão fora da escola e somente 50% deles estão na série esperada para suas idades. Dentre os jovens de 18 e 19 anos que concluíram o ensino fundamental, 47,7% não conseguiram concluir o ensino médio. A evasão é enorme. E esse quadro está diretamente relacionado à baixa qualidade do ensino e à falta de atratividade aos jovens, que se sentem desconectados da escola, do que é ensinado e dos professores.  Para enfrentarmos essa situação, quatro elementos-chave deveriam ser prioridade e constar da agenda dos novos líderes que assumirão suas cadeiras a partir desta quinta-feira (1º): a) mudanças no currículo escolar, b) formação dos professores, c) aumento da jornada escolar e d) implementação de uma gestão escolar estratégica.  A conjunção desses fatores, hoje inadequados, gera mais desigualdades de resultados e leva grande parte dos nossos jovens a abandonar a sala de aula.  O currículo escolar hoje contém excesso de conteúdos enciclopédicos, sem aprofundamento de conceitos, não estimula a capacidade e a prática de pesquisa científica e não proporciona autonomia de escolha dos jovens frente aos seus projetos de vida.  Definir uma base nacional comum que oriente o currículo, diminuir o número de disciplinas obrigatórias e oferecer ao aluno opções de matérias pautadas na ciência, tecnologia, comunicação e informação podem promover uma grande transformação no ensino médio.  A formação dos professores, totalmente aquém dos desafios da sociedade do conhecimento e da informação e com pouca atenção para a didática, provoca enorme dificuldade para lidar com a complexidade dos desafios da sala de aula.  O aumento da jornada escolar, questão quase indiscutível hoje, deve acompanhar a mudança em direção a um ensino que proporcione o desenvolvimento cognitivo e socioemocional dos estudantes.  Por último, destaco a gestão escolar que, a partir de um diagnóstico contextualizado de cada ambiente escolar e da definição de metas, pode revolucionar a vida nas escolas e o desempenho dos alunos. É no cotidiano da escola, em cada decisão tomada pelos gestores das diversas esferas, que se concretiza o direito à aprendizagem.  Àqueles que assumirão governos a partir desta quinta-feira, seria importante não cair na armadilha do imediatismo dissociando o presente do futuro. Hoje precisamos pensar e projetar a sociedade do amanhã e fazer mudanças estruturais que somente a educação pode gerar, garantindo ensino de qualidade que promova o desenvolvimento das atuais e novas gerações.

RICARDO HENRIQUES, 54, economista, é superintendente-executivo do Instituto Unibanco



97,6% das 500 escolas com nota mais alta no Enem 2013 têm alunos ricos   (Globo.com – G1 Vestibular – 22/12/14)

As notas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) mostram que o rendimento acadêmico está diretamente relacionado ao nível socioeconômico dos estudantes. Segundo as notas do Enem 2013 por escola, divulgadas pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) segunda-feira (22), 97,6% das 500 maiores médias nas provas objetivas do Enem estão nas escolas com nível socioeconômico alto ou muito alto (veja no gráfico ao lado). Para se ter uma ideia, a escola com maior média entre as de nível socioeconômico muito baixo ficou na posição de número 11.004, de um total de 14.715 escolas listadas. Os dados trazem as médias dos alunos de cada escola em cada uma das quatro provas objetivas (ciências da natureza, ciências humanas, linguagens e matemática), e também na redação.Só foram consideradas na lista do Inep as escolas em que pelo menos 50% de seus alunos do terceiro ano do ensino médio participaram do Enem 2013. Neste ano, o Inep incluiu na divulgação, pela primeira vez, do índice que mede o nível socioeconômico das famílias dos alunos de cada escola. O governo federal divide os alunos e as escolas de acordo com sete níveis socioeconômicos diferentes. No Enem 2013, 1.471 escolas estavam no nível muito alto e 71 ficaram no nível muito baixo – são as das comunidades mais empobrecidades do país.

Só 9,3% dos alunos do ensino médio sabem o esperado em matemática   (Globo.Com – G1 Vestibular – 23/12/14)

Um estudo feito pelo Todos Pela Educação com base no desempenho dos alunos nas avaliações da Prova Brasil e do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica (Saeb) de 2013 mostra que somente 9,3% dos estudantes do 3º ano do ensino médio aprenderam o considerado adequado em matemática. No caso de português, o índice foi de 27,2%. Para chegar a esta meta é preciso ter tirado ao menos 350 pontos em matemática e 300 em português. O índice considera o resultado de alunos de escolas públicas e particulares. Considerando as três últimas edições da Prova Brasil, o índice para o ensino médio vem apresentando uma queda. Em 2009, 11% dos alunos tinham o aprendizado adequado. Em 2011, caiu para 10,3%. E, dois anos depois, 9,3%. A meta do Todos pela Educação é que todo aluno tenha o aprendizado adequado em matemática até 2022. Nesta escalada, a previsão para 2013 era que o índice fosse acima de 28%. Mas o aprendizado dos jovens, incluindo nas escolas particulares, patina.



Cid promete implantar reforma do ensino médio em 2 anos   (O Estado de S.Paulo – Educação – 02/01/15)

O novo ministro da Educação, Cid Gomes (Pros), prometeu nesta sexta-feira, 2, implantar a reforma do ensino médio em um prazo de dois anos. O compromisso foi uma das principais bandeiras da campanha pela reeleição da presidente Dilma Rousseff, que anunciou nesta quinta, 1º, como o slogan do novo governo, a frase “Brasil, pátria educadora”. “Esse é um processo que demandará muito diálogo, porque os sistemas (de educação) no Brasil são autônomos. Queremos abrir um processo de discussão para examinar alternativas de aprofundamento por áreas e currículos que tenham identificação com as realidades regionais. Esse processo não se fará do dia pra noite, imagino que começando agora, a gente possa pensar no prazo de dois anos ter a sua implantação”, disse Cid a jornalistas, logo após participar da cerimônia de transmissão de cargo.



Maioria dos que estão fora das salas de aula é de pobres    (Veja – Educação – 01/01/15)

O maior desafio de acesso que o Brasil enfrenta atualmente é o de conseguir incluir os mais desfavorecidos, como a população mais pobre, negros e deficientes físicos. Apesar de avanços nos últimos anos, também persistem diferenças regionais de acesso. A maioria das crianças e jovens que está fora da escola é das famílias mais pobres do País. No Brasil dos 25% mais ricos, 98,1% dos jovens de 4 a 17 anos estão na escola. Já entre os brasileiros 25% mais pobres, esse porcentual é de 92,6%, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) 2013 tabulados pelo Movimento Todos Pela Educação para o Estado. A diferença é de mais de cinco pontos porcentuais. Na Região Sul, entretanto, esse abismo é ainda maior: 98,4% dos mais ricos de 4 a 17 anos estão na escola, enquanto somente 89,7% dos mais pobres têm a mesma oportunidade – uma distância de quase nove pontos porcentuais. Mais de 61% das crianças de 4 e 5 anos fora da escola estão entre os 25% mais pobres. No ensino médio, mais de 50% dos excluídos são mais pobres. A diferença socioeconômica de atendimento também se reflete quando se compara regiões e populações urbana e rural. “Para ampliar o atendimento do País, é necessário olhar especificamente para essas populações. Precisamos atender as especificidades”, diz Ricardo Falzetta, do Todos Pela Educação. “Essa é a luta, não podemos aceitar essas deficiências.”