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05/10/2017 / Em: Clipping

 

Saiba como o Enem contribui para a democratização do acesso ao ensino superior (Diário Catarinense – Universidade – 05/10/2017)

A preparação dos 121.897 estudantes catarinenses que devem prestar o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) chega à reta final. Falta um mês para a prova, que este ano será realizada pela primeira vez em dois domingos consecutivos, em 5 e 12 de novembro. Dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), mostram que o Enem foi a porta de entrada de mais de 9 mil estudantes em instituições de ensino públicas e privadas do Estado em 2015. Nas universidades privadas, o acesso por meio do exame cresceu 60% entre 2014 e 2015. Criada em 1998, a prova unificada para todo o Brasil ajudou a democratizar o acesso ao ensino superior nos últimos.Para Otavio Auler, coordenador pedagógico do Instituto Pró-Universidade, o Enem propiciou que mais municípios tivessem acesso a prova e que mais pessoas tivessem oportunidade de realizar o exame. — O Enem deu às pessoas o direito de fazer a prova e, além de ter a oportunidade de entrar na universidade pública, ter o acesso a outros programas como o ProUni e o Fies para obter bolsas em instituições privadas — destaca. No caso da Universidade do Vale do Itajaí (Univali), instituição privada com a melhor colocação do Estado no Índice Geral de Cursos (IGC), divulgado pelo Inep, foram concedidas 12.115 bolsas integrais desde 2006 por meio do ProUni. A instituição começou a utilizar notas do Enem em 2000 como processo seletivo. Em 2006, 619 estudantes tiveram acesso à universidade por meio do ProUni, com bolsas integrais. Onze anos depois, em 2017, foram 1.691 novos alunos bolsistas, 173% a mais. Já na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), o desempenho no Enem pode ser utilizado pela primeira vez no Vestibular 2010. Na época, o aluno poderia escolher utilizar a nota do exame para ganhar bônus sobre o resultado do processo seletivo tradicional. Já no segundo semestre de 2015, 134 estudantes conseguiram obter vagas pelo Sisu. A partir do Vestibular 2016, 30% do total de vagas disponíveis na universidade passaram a ser de ingresso exclusivo por meio da nota do Enem, modelo que permanece para o Vestibular 2018.

Trajetória do processo

1998 – É criado como forma de avaliação da qualidade do ensino médio no país. A prova tinha 63 questões e uma redação. O objetivo era auxiliar o governo na elaboração de políticas de melhoria na educação.

2001 – Prova ganha maior adesão, com 1,6 milhão de inscritos.

2004 – Com a criação do Programa Universidade para Todos (ProUni) pelo Ministério da Educação, o Enem passa a ter vínculo com a concessão de bolsas em universidades privadas.

2009 – O Enem passa a servir como “vestibular nacional” e a ter 180 perguntas distribuídas em quatro áreas de conhecimento: Ciências Humanas, Ciências da Natureza, Linguagens e Matemática, além de uma redação. A prova é dividida em dois dias de avaliação e começa a ser utilizada também como certificação de conclusão do ensino médio em cursos de Educação de Jovens e Adultos (EJA).Neste ano, o MEC decide cancelar a prova e adiá-la, após o caderno de provas ser roubado e vazar dois dias antes da aplicação do exame. Com o problema, muitas universidades desistem de utilizar a nota da prova no processo seletivo.

2010 – É criado o Sistema de Seleção Unificada (Sisu), ferramenta online que cruza os dados das vagas nas instituições de ensino com a nota dos alunos no exame, possibilitando que os estudantes busquem vagas em todo o país. Neste ano, dados pessoais de 12 milhões de participantes das três edições anteriores vazaram na internet. Também aconteceram falhas em gabaritos e na impressão de provas, 9,5 mil candidatos puderam realizar uma prova substitutiva.

2011 – Depois dos problemas de 2010, o Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro) e uma empresa especializada em gestão de risco acompanham o processo de elaboração da prova. Porém, três dias antes do exame estudantes relataram um erro no cartão de confirmação do local do exame. Após a aplicação do Enem, a Polícia Federal apurou o vazamento do conteúdo do exame em um colégio particular de Fortaleza (CE) e os alunos tiveram que refazer o teste.

2016 – A PF realiza duas operações (Embuste e Jogo Limpo) em oito Estados para desarticular organizações criminosas que vendiam o gabarito e o acesso antecipado à prova do Enem. Foram presas 11 pessoas em flagrante.

2017 – São anunciadas mudanças no exame, as provas passam a ser realizadas em dois domingos consecutivos, ao invés de um fim de semana. Outra novidade é o fim do fornecimento do certificado de conclusão do Ensino Médio.

Enem 2017

Número de inscritos

Brasil: 7.603.290

Região Sul: 667.550

Santa Catarina: 121.897

Nível de escolaridade dos candidatos:

59,3% – já concluiu o ensino médio

31,9% – vão concluir o ensino médio em 2017

7,8% – está cursando e deve terminar o ensino médio depois de 2017

0,9% – não está cursando e não concluiu o Ensino Médio

Sexo:

58,6% – mulheres

41,4% – homens

 


 

Falta um mês para o Enem 2017: veja cinco dicas de preparação (G1 – Educação – 05/10/2017)

Pela primeira vez, as provas acontecem em dois fins de semana diferentes, nos dias 5 e 12 de novembro; veja como se preparar até lá.

A contagem regressiva para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2017 começou. Faltam 30 dias para a primeira prova que será aplicada no dia 5 de novembro. O G1 ouviu especialistas que deram quatro dicas sobre o que fazer nesta reta final. Pela primeira vez na história, o exame será aplicado em dois domingos: 5 e 12 de novembro. Agora as disciplinas serão separadas basicamente entre a área de humanas e exatas. No dia 5, os candidatos respondem a questões de linguagens, ciências humanas e redação, com cinco horas e meia de duração. No dia 12, será a vez de matemática e ciências da natureza, com quatro horas e meia de duração. Confira as dicas:

1- Esqueça os conteúdos mais difíceis

Este é o momento de rever os assuntos fáceis, esquecer os difíceis e investir nos medianos, segundo o Tony Manzi, coordenador do cursinho Maximize. Como o Enem usa a metodologia da Teoria de Reposta ao Item (TRI), é fundamental que o candidato acerte as questões fáceis para garantir uma boa pontuação, caso tenha um bom volume de acertos, à medida que evolui o grau de dificuldade das perguntas. “O aluno não vai conseguir aprender em um mês os assuntos em que ele tem mais dificuldade. Agora é focar no mediano para melhorar e angariar mais pontos na prova, sem esquecer os assuntos mais fáceis.” – Tony Manzi

2- Foque nos temas que mais caem

Para facilitar a vida do aluno, o professor elenca abaixo os temas de cada disciplina que apareceram mais no Enem nos últimos anos:

Matemática: razão, regra de três, porcentagem e juros e probabilidade;

Linguagens: modernismo e um pouco de romantismo (em literatura), e figuras de linguagens (em português);

História: Era Vargas, Ditadura e movimentos sociais;

Geografia: cidadania, poder, urbanização, agricultura e os problemas ambientais;

Física: ondas, energia, consumo sustentável, cinemática;

Química: nomenclatura de hidrocarboneto e funções orgânicas, calculo estequiométrico;

Biologia: cadeia alimentar, ecossistema brasileiro (manguezal, caatinga, cerrado), poluição de água e solo, fisiologia humana (vacina e soro), genética e reprodução, e biotecnologia.

3- Faça simulados

Nestes 30 dias é possível fazer muitos simulados. Há opções digitais disponíveis na internet, em apostilas impressas e em algumas escolas que aplicam a prova como se fosse oficial, respeitando as mesmas regras. Ademar Celedônio, professor de matemática do Sistema Ari de Sá, lembra que o mais importante dos simulados é o exercício do treino, e não, o resultado em si. Andrea Ramal, especialista em educação e colunista do G1, recomenda que os candidatos façam pelo menos um simulado por semana, levando a questão a sério. “É para treinar como se fosse para valer: pegar uma prova de um Enem anterior e ficar lá quatro horas, cinco horas fazendo, preparar o seu lanchinho como se fosse no dia, só parar para ir no banheiro.” Segundo ela, o treino dá experiência aos estudantes. “Além de uma prova de conteúdo, o Enem é uma prova de resistência. Quanto mais preparado o candidato estiver, tanto fisicamente quanto psicologicamente, melhor.” Celedônio, do Ari de Sá, e Bruno Ramos, diretor do Colégio Pitágoras, também recomendam que os alunos refaçam as provas anteriores do Enem. Por mais que neste ano, pela primeira vez, ele será aplicado em dois domingos e houve mudança sobre a separação das disciplinas, o modelo deve ser mantido.”Fazer provas anteriores é bem interessante em qualquer tipo de exame. Mas é importante que o aluno resolva como se fosse real, até para medir o tempo que vai levar.” – Bruno Ramos. Ele lembra que, nesta reta, final é muito comum o aluno se sentir inseguro, por isso, ao responder as provas antigas, ele vai perceber que muitos conteúdos se repetem e vai adquirindo mais confiança. Ao fazer provas de edições passadas, Andrea recomenda que os alunos confiram as respostas nos gabaritos oficiais e busquem videoaulas e programas on-line que explicam a resolução das questões que eles erraram.

4- Pelo menos duas redações por semana

Andrea também recomenda que os candidatos não se esqueçam da prova de redação, e que façam pelo menos duas redações por semana até o dia 5 de novembro. “Redação também é prática: quanto mais vocês escreve, mais facilidade você tem.” – Andrea Ramal. Ela diz que outra dica importante é ficar de olho nos principais acontecimentos e as questões que atualmente têm mobilizado a sociedade, não só para saber os fatos mais recentes, mas também para desenvolver uma “visão crítica” sobre o assunto, entendo as causas e consequências deles. Daqui até o dia do Enem, a especialista recomenda que os estudantes desenvolvam uma ideia clara sobre qual é a proposta da redação, mas que evitem usar “receitas de redação”, para não cair em um lugar comum e acabar perdendo pontos na nota. “Um dos pontos que é analisado na redação é a própria criatividade, a originalidade, a autoria”, explica ela. “Se o candidato se sente confortável com citações, que escolha aquelas que realmente façam sentido para o tema que está sendo debatido.” Ela dá como exemplo usar uma frase de Simone de Beauvoir na redação com tema sobre violência contra a mulher. “Nesse caso, faz todo o sentido. Mas cair uma frase de paraquedas não vai trazer uma nota boa. Só se ela tiver realmente a ver com o tema.”

5- Cuide do emocional

A preparação para o Enem é um processo que começa junto com o ensino médio. É estressante, na maioria das vezes, por isso, é essencial que o candidato mescle os períodos de estudos com atividades de lazer, prática de esporte e descanso. A dica do professor Bruno Ramos é que a uma semana do Enem, o aluno diminua o ritmo dos estudos e cuide do lado emocional. “Por enquanto não, porque ainda faltam 30 dias, mas quando faltar uma semana é hora de desacelerar, fazer atividade física para controlar o estressar. É uma preparação de um ano todo, é preciso cuidar do emocional.” Ter confiança na preparação anterior também ajuda no lado emocional, segundo o professor Celedônio, incluindo para quem vai fazer a prova pela primeira vez. Ele reforça que o Enem é um exame que cobra habilidades e competência com questões que abordam o cotidiano. Por isso, para os estreantes, é fundamental ter contato com as provas já aplicadas para entender seu modelo e a forma como os conteúdos são cobrados.