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07/07/2017 / Em: Clipping

 

A USP se rende às cotas (Estadão – Opinião – 07/07/2017)

Para permitir que os cotistas possam se manter ao longo do curso, a USP precisará transferir bolsas de pesquisa para programas de assistência estudantil

Depois de ter adotado, em 2007, nos vestibulares da Fuvest o sistema de bônus para os candidatos oriundos de escolas públicas e tê-lo estendido em 2013 para os candidatos pretos, pardos e índios, a Universidade de São Paulo (USP) implantará a partir de 2018 o sistema de cotas sociais e raciais nos cursos de graduação de todas as suas faculdades. A meta é ter 50% de calouros vindos da rede pública até 2021 e, dentro desse grupo, ter 37% de estudantes pretos, pardos e índios. A inclusão de alunos de escola pública será feita de modo escalonado. Apesar de ter mantido o processo seletivo tradicional, por meio da Fuvest, o Conselho Universitário – que é o órgão máximo da instituição – decidiu que o ingresso nos cursos de graduação da USP também poderá continuar sendo feito com base nos resultados do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Essa inovação foi introduzida em 2016, sob a justificativa de que ela ajuda a atrair talentos de outras partes do País, que não teriam condições de vir até São Paulo para prestar a Fuvest. Com as notas do Enem, os candidatos utilizam o Sistema de Seleção Unificada (Sisu), plataforma do Ministério da Educação que reúne as vagas oferecidas pelas universidades públicas. O Conselho Universitário determinou que cada faculdade poderá reservar, no máximo, 30% de suas vagas para o ingresso de calouros por meio do Sisu. Entre as universidades públicas paulistas, a USP foi a última a aderir ao sistema de cotas sociais e raciais. A Unesp o adotou em 2013 e a Unicamp decidiu implantá-lo em maio deste ano. Já as 63 universidades federais optaram pelas cotas em 2012 e hoje oferecem mais vagas em seus cursos de graduação pelo sistema de políticas de ação afirmativa do que pela forma tradicional de concorrência, com base no princípio do mérito. No vestibular de 2016, as federais ofereceram 114,5 mil vagas pelo sistema de cotas (51,7%) – ante 113 mil ofertadas pelo sistema de disputa livre (48,3%). O que levou a maior e mais importante instituição de ensino superior do País a retardar a implantação da política de cotas foi a preocupação de seus órgãos colegiados com o impacto que ela poderia causar nas atividades de ensino e de pesquisa. Isso porque, para permitir que os cotistas possam se manter ao longo do curso, a USP precisará transferir bolsas de pesquisa para programas de assistência estudantil. Só em 2017 já foram transferidas cerca de mil bolsas de natureza acadêmica para financiar auxílio-moradia e restaurantes universitários. Nas universidades públicas paulistas, o temor de muitos docentes é que isso acabe comprometendo a qualidade das pesquisas. Ex-reitor da USP e presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), o professor José Goldemberg há anos vem afirmando que “as cotas não são nenhuma receita para fazer uma universidade de excelência”. Na mesma linha, outros docentes alegam que as cotas mascaram a má qualidade da educação básica. Segundo eles, o sistema de cotas faz de conta que esse problema estaria resolvido só com a garantia de acesso ao ensino superior. “A cota não é solução. Nossas universidades estão tomando iniciativas para responder a demandas muito mais políticas do que acadêmicas. As melhores universidades do mundo consomem enorme energia para selecionar os melhores e, com as cotas, viola-se isso”, afirmou o professor Leandro Tessler, ex-coordenador do vestibular da Unicamp, em artigo publicado no Estado. A verdade é que, após anos de pressões dentro e fora da comunidade acadêmica, a USP acabou cedendo. Mesmo assim, o Conselho Universitário teve o bom senso de estabelecer que a política de cotas aprovada terá a duração de dez anos e de condicionar sua renovação a uma avaliação de resultados, com especial atenção à inclusão social, por comissão de acompanhamento. A USP pode ter cedido num ponto vital para a manutenção de sua qualidade acadêmica.

 


 

Entenda o novo sistema de cotas da Fuvest (USP) (Via Carreira – Vestibulares – 06/07/2017)

A USP aprovou a implantação de cotas sociais e raciais na Fuvest e no Sisu.

Um novo sistema de cotas da Fuvest foi aprovado pelo Conselho da Universidade de São Paulo (USP) na última terça-feira (4). Trata-se de uma mudança histórica na instituição, que adota pela primeira vez uma política de cotas sociais e raciais. A cada ano, aumenta a quantidade de alunos oriundos de escolas públicas que ingressam na USP. No processo seletivo de 2017, 4.036 estudantes (equivalente a 34,6%) que cursaram o ensino médio na rede pública garantiram suas vagas na universidade. O número foi considerado um verdadeiro recorde, já que superou a quantidade de ingressantes registrada em 2016, que foi de 3.763 (34,6%).

Como funcionará o novo sistema de cotas da Fuvest?

A partir do próximo ano, a USP reservará vagas para estudantes oriundos da rede pública de ensino e também aos alunos autodeclarados pretos, pardos e indígenas (PPI). Esse sistema de cotas valerá para todos os cursos de graduação da universidade, inclusive Medicina, considerado um dos mais concorrido do país. A implantação de cotas na USP acontecerá de forma progressiva. Até 2021, metade das vagas na universidade serão preenchidas com calouros oriundos de escolas públicas, pretos, pardos e indígenas. Vale lembrar que, as cotas para estudantes autodeclarados PPIs, dependerá da proporção desses grupos no estado de São Paulo. Portanto, a reserva de vagas dependerá dos índices do IBGE.

Reserva de vagas no vestibular

A reserva de vagas para cotistas na Fuvest funcionará de forma escalonada a partir de 2018. Veja só como fica:

Na Fuvest 2018, 37% das vagas de cada unidade de ensino serão reservadas para o sistema de cotas.

Na Fuvest 2019, a reserva de vagas para cotistas será um pouco maior, alcançando a porcentagem de 40%.

Na Fuvest 2020, cada curso de graduação terá 45% vagas reservadas para cotas raciais e sociais.

Na Fuvest 2021, a reserva de vagas para cotas chegará a 50%. Esse percentual será mantido nos anos subsequentes.

O novo sistema de cotas da Fuvest será implantado gradualmente.

Reserva de vagas no Sisu

O Conselho Universitário da USP também anunciou a ampliação no número de vagas reservadas para o Sistema de Seleção Unificada (Sisu). Vale lembrar que a universidade começou a selecionar alunos pela nota do Enem em 2015. Na época em que a USP adotou o Enem como forma de ingresso, apenas 13,5% de todas as vagas eram destinadas ao Sisu. O número de oportunidades também dependia da adesão de cada unidade. A Faculdade de Medicina de São Paulo, por exemplo, se recusou a participar do Sisu. Em 2018, a USP quer marcar presença de forma mais ampla no Sisu. A universidade oferecerá 2.745 vagas através do Sistema de Seleção Unificada. Já a Fuvest, vestibular tradicional da instituição, será responsável por preencher 8.402 vagas. Do total de vagas reservadas para o Sisu, 1.312 são para candidatos que concluíram o ensino médio na rede pública e autodeclarados pretos, pardos e indígenas. O restante, 423 vagas, é voltado para ampla concorrência. Em comparação com o vestibular 2017, houve um aumento de 407 vagas destinadas ao Sisu.

 


 

Nova lei reserva 50% das vagas para cotistas na UEMG e na Unimontes (Estado de Minas – Gerais – 06/07/2017)

Norma sancionada pelo governador Fernando Pimentel ampliou percentual para sistema de cotas nas duas instituições e criou programa de assistência estudantil

A Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes) e a Universidade do Estado de Minas Gerais (Uemg), as duas mantidas pelo Tesouro Estadual, ampliarão de 45% para 50% o percentual de vagas reservadas para cotistas. Essa é uma das mudanças instituídas pela Lei 22.570, sancionada pelo governador Fernando Pimentel e publicada ontem no Minas Gerais. A nova norma, que “regulamenta políticas públicas voltadas para a democratização do acesso e para a promoção de condições de permanência dos estudantes”, autoriza as universidades a reservar vagas em cursos de pós-graduação para integrantes de comunidades quilombolas e indígenas e cria também o programa de assistência estudantil nas duas instituições. Até então, o percentual de vagas reservadas nos cursos das duas universidades era de 45%, previsto pela Lei Estadual 15.529, de julho de 2004. Com a nova legislação, a Uemg e a Unimontes deverão destinar pelo menos 45% das vagas de seus cursos para candidatos de baixa renda que sejam egressos de escolas públicas, sendo parte delas destinadas para negros e indígenas, mas terão ainda que destinar outro percentual mínimo de 5% das vagas para pessoas com deficiências, atingindo 50% do total. “Estamos institucionalizando, de forma legal, a possibilidade de acesso ao ensino superior pelas populações necessitadas e que sempre foram excluídas do ensino superior. Vamos priorizar o acesso para os oriundos de escolas públicas, pessoas de baixa renda e integrantes de etnias historicamente excluídas”, afirma Márcio Rosa Portes, subsecretário de Ensino Superior da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Sedectes). Portes salienta que a nova lei de cotas nas universidades também apresenta como avanço uma mudança no preenchimento das vagas destinadas aos negros e pardos – os percentuais serão definidos em editais dos processos seletivos das instituições superiores de forma proporcional à quantidade de pessoas que se declararem negras e pardas no estado pelo censo mais recente do IBGE.

Auxílio

Já o programa de assistência estudantil criado pela lei tem como objetivo contribuir para a permanência dos estudantes nos cursos – técnicos de nível médio, de graduação e pós-graduação – e apoiar o desenvolvimento acadêmico, social, cultural e profissional deles. Os auxílios do programa assistencial e os critérios para concessão serão estabelecidos por meio de decreto estadual. O subsecretário Márcio Portes adiantou que o decreto, que só deverá ter “efeito prático” no próximo ano, incluirá benefícios para transporte, moradia, alimentação, entre outras. Segundo o subsecretário, em um primeiro momento, deverão ser beneficiados com a assistência estudantil três mil alunos de baixa renda das duas universidades. A ideia é que, no futuro, o público atingido chegue a 9 mil. “Com a política de assistência estudantil, vamos criar condições para que o aluno de baixa renda seja mantido no sistema de ensino até o final do curso, reduzindo a evasão. Vamos criar uma mobilidade social, proporcionando ao aluno uma melhor qualidade de vida e contribuindo para que ele chegue ao mercado de trabalho mais preparado para o exercício profissional”, diz Portes.

 


 

Cresce número de alunos de escola pública na USP (Jornal do Campus – Notícias – 06/07/2017)

Também aumentaram em 2,2% os ingressantes autodeclarados pretos, pardos e indígenas

Em sessão do Conselho Universitário, no último dia 30 de Maio, o pró-reitor de graduação, Antonio Carlos Hernandes, apresentou uma boa notícia: aumentou o número de alunos oriundos da escola pública e os autodeclarados pretos, pardos ou indígenas (PPI) ingressantes em 2017. Os dados vão ao encontro da meta da Universidade de ter metade de seus ingressantes oriundos da escola pública até 2018. Dos 10.994 matriculados este ano na Universidade, 4.036 vieram de escola pública, o que corresponde a 36,9%, um aumento de 2,3% com relação a 2016. Já os ingressantes autodeclarados pretos, pardos ou indígenas saltaram de 17,1% para 19,3%, o que corresponde a 2.114 dos matriculados. Um dos principais motivos apontados para este aumento é a adesão de mais institutos à seleção pelo Sistema de Seleção Unificado (SiSU). Diferentemente do vestibular pela Fuvest, o SiSU permite a criação de cotas sociais e raciais, enquanto na Fuvest existe apenas o sistema de bonificação que é calculado em cima do número de acertos do candidato. Unidades como a Escola de Comunicações e Artes (ECA) e a Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU), que não tinham aderido ao SiSU em 2016 por causa da existência de provas de habilidades específicas durante o seu processo de seleção, decidiram participar este ano, utilizando de políticas afirmativas tanto para escola pública quanto para PPI. Para o professor Marcos Garcia Neira, presidente da Comissão de Graduação da Faculdade de Educação (FE) da USP, outro motivo que explica esses dados é o aumento da procura pelo ensino superior no país. Segundo ele, houve nos últimos anos um incentivo maior para que as pessoas busquem o ensino superior, e a USP é impactada diretamente por este cenário, já que é a maior universidade do país. Entretanto, ele ressalta que mais importante do que olhar esses números brutos de ingressantes, é analisar em quais carreiras que este aumento tem acontecido. “Às vezes eles estão se concentrando justamente naqueles cursos com menor concorrência. O ideal é que a gente alcance 50% oriundos da escola pública em todas as carreiras”. Alguns cursos muito concorridos, como a Faculdade de Medicina e a Escola de Engenharia de São Carlos não aderiram ao SiSU, outros, como a Escola Politécnica, não abriram vagas em ações afirmativas, apenas em ampla concorrência. O estudante Vitor Braz, calouro do curso de Letras da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, afirma que sua entrada na USP só foi possível graças à existência das cotas pelo SiSU. Tendo estudado a vida toda em uma escola pública de São José dos Campos, Vitor fez cursinho por meio de bolsa de estudo e mesmo assim não obteve a vaga pela Fuvest. “Quando eu decidi por fazer letras eu sabia que queria a USP por causa de toda a oferta de línguas que ela tinha, mas eu só consegui entrar porque a FFLCH ofereceu vagas tanto para escola pública quanto para PPI”. Será difícil para a USP atingir a meta de aumentar mais 13,1% de ingressantes de escola pública até o ano que vem, mas será possível chegar próximo de 50% se a Universidade adotar ações afirmativas de inclusão em seu vestibular tradicional, aponta o professor. Pensando desta forma, desde a primeira vez que a USP decidiu aderir ao SiSU, a Faculdade de Educação não abriu suas vagas para ampla concorrência. No primeiro ano todas as vagas foram destinadas para a escola pública. Em 2017 houve reservas tanto para escola pública quanto PPI e no próximo ano as vagas serão destinadas apenas para alunos de escola pública e PPI, ou seja, que se enquadrem nas duas condições. Porém, além de aumentar o incentivo a entrada de escola pública e PPI, o professor Garcia destaca que é importante a Universidade criar um ambiente que permita a manutenção destes alunos em seus cursos. Portanto, ampliar políticas de permanência estudantil e reformar as grades curriculares das carreiras também tem que estar em pauta. “Precisamos mudar três coisas: criar meios de ingresso das classes sociais mais humildes, garantir a sua permanência e garantir processos pedagógicos que sejam absolutamente inclusivos”, afirma. “Continuar com currículos que priorizam a cultura dominante, pontos de vistas de determinados grupos e que não dão abertura para conhecimentos de outros setores da sociedade, acaba produzindo a segregação”

Mudanças nas regras faz alunos perderem auxílio moradia

Se por um lado a USP comemora o aumento nos ingressantes de escola pública, por outro, cerca de 500 alunos que recebiam auxílio financeiro para permanência perderam suas bolsas sem aviso prévio. Mudanças nas regras de pontuação socioeconômica dos estudantes tornou mais rígida a obtenção de auxílios moradia. Estudantes relatam não ter como pagar aluguel pelos próximos meses. Erick Carvalho, estudante do segundo ano de História da FFLCH, é um dos ingressantes pelo SiSU de 2016. Ex-aluno de uma escola pública de Minas Gerais, a adesão da Universidade ao Sistema de Seleção Unificado lhe permitiu concorrer à vaga. A escolha pela USP aconteceu não só por ser a melhor universidade da América Latina, mas também pela existência do Programa de Apoio à Permanência e Formação Estudantil (Papfe). “O que me animou bastante a vir pra cá foi justamente o fato de ter auxílios, pois meus pais não queriam que eu viesse morar longe e sem conhecer ninguém aqui”. Logo após a matrícula dos calouros, a Superintendência de Assistência Social (SAS) abre inscrição para que alunos de baixa renda peçam as bolsas de permanência. Após entregar uma série de documentos que comprovem a situação do aluno e uma entrevista com as assistentes sociais, o estudante recebe uma pontuação que o classifica dentro de um perfil socioeconômico. P-1 é o aluno com grande necessidade de apoio, P-2 o aluno com necessidade média de apoio e o P-3, com pequeno grau de necessidade. Até 2016, alunos com pontuação acima de 95 eram classificados como P-1 e portanto receberiam ou auxílio financeiro para manter um aluguel ou a vaga em um apartamento do CRUSP (ou o conjunto residencial de seu Campus). Aparentemente, essa regra valeria para este ano, até a entrega dos resultados das bolsas, quando foi anunciado um aumento de 10 pontos nessa pontuação mínima, passando de 95 para 105. Centenas de alunos ficaram de fora do perfil de apoio. Erick foi um desses alunos. Ele obteve 103 pontos e agora ele não sabe como fará para se manter em São Paulo. A orientação passada por sua assistente social foi para que escrevesse um recurso pedindo a reavaliação de seu caso, porém ainda não há perspectiva de resposta do recurso. “Nesse mês eu consegui me virar e paguei o aluguel sem ajuda, mas já ficou pesado e espero que resolvam logo para o próximo mês, pelo menos.Se eu não conseguir vou ter que dar um jeito de trabalhar, de conseguir estágio ou alguma coisa, ainda não sei. Mas isso prejudicaria bastante meu curso, pois gasto todo meu tempo com os estudos e leituras”. Pedro Henrique Sena é aluno de arquitetura da FAU, também estudante de escola pública, fez cursinho popular e obteve bolsa em cursinho particular. O fato do curso ser em período integral quase o fez desistir do vestibular, mas a paixão pela FAU o motivou a passar. Já dentro, o estudante contava com o auxílio moradia para completar seu aluguel em São Paulo. Este ano sua pontuação caiu para menos de 95, o que o fez perder a bolsa. Sem poder pagar o aluguel, a única alternativa foi voltar para a casa dos pais, em Guarulhos, de onde vai e volta do curso todos os dias. “Se o curso não fosse período integral eu trabalharia sem problema algum, como sempre fiz. Estou procurando alternativas, como buffet infantil e freelas mas é difícil achar e o dinheiro não costuma ser muito”. Segundo os alunos, nem suas assistentes sociais estavam sabendo das mudanças até poucos dias antes da divulgação dos resultados. A orientação passada aos alunos era para que todos escrevessem recurso pedindo pela reavaliação. A intenção, segundo informações dos estudantes, é pressionar a Reitoria para que volte atrás nas mudanças. Procuradas pelo Jornal do Campus, nem a Reitoria nem a Superintendência de Assistência Social quiseram se pronunciar sobre o caso.

 


 

Provas do Enem em dois domingos permitem revisão e descanso (Portal Brasil – Educação – 06/07/2017)

Tempo de duração do exame também aumentou para 5 horas e meia, no primeiro domingo, e 4 horas e meia, no segundo

O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2017 será aplicado em dois domingos consecutivos, 5 e 12 de novembro, e não mais em um único fim de semana. A mudança beneficia alunos sabatistas, de religiões que guardam o sábado, e todos os demais candidatos, que ganham mais tempo para revisar o conteúdo e descansar. No primeiro domingo, serão aplicadas as provas de ciências humanas, linguagens e redação, em 5 horas e meia de duração. No segundo, as provas serão de matemática e ciências da natureza, em 4 horas e meia. O professor de redação João Lucas Dutra, do cursinho Vestibular Cidadão, orienta que os alunos não estudem com tanta intensidade entre os dois finais de semana. “A prova é muito conexa. Quem fez primeiro domingo, irá conhecer o estilo de prova e, durante essa semana, pode tirar informações até de um filme e pensar em como isso pode auxiliar na prova seguinte”, explica. No primeiro domingo, recomenda o professor, eles não devem iniciar a prova pelo texto: “No meio da prova, você pode encontrar um texto que possa usar na redação. O Enem pede sempre um texto dissertativo argumentativo, e ao deixar para fazer a redação no fim, o aluno busca informações que podem ser usadas de maneira intertextual, o que conta muito na hora da correção”. “Colocar um pensamento de história, sociologia, até de química e física, é positivo para o corretor porque ele vê que o aluno tem um pensamento crítico, além da receita de bolo”, afirma Dutra. Ele ressalta ainda a importância de se produzir um rascunho, antes do texto final, para correção de erros, e que os alunos destinem no mínimo uma hora para a escrita.

Consulta aberta

O novo formato de provas foi escolhido pela população em consulta aberta realizada pelo Ministério da Educação (MEC) em janeiro e fevereiro: 42% votaram por provas em dois domingos seguidos; 34% por domingo e segunda-feira e 23% pela manutenção das provas em apenas um fim de semana. Antes, os sabatistas entravam no local de prova junto com os outros estudantes, mas aguardavam até às 19h para começar a responder à prova. Em 2016, foram 76 mil inscritos com essa especificidade.