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08/06/2010 / Em: Clipping

 


Vestibular – Unicamp estimula vivência no Exterior  (Correio Popular – Cidades – 08/06/10)

Quando Guilherme Mariottini Alves, de 21 anos, estudante de engenharia química na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), foi estudar em Leipzig, no Leste da Alemanha, a família sofreu um pouco. “É difícil, ele sempre foi muito companheiro e sentimos a falta. Mas ele logo se entrosou lá fora e, sabendo que o filho está bem, a gente fica feliz”, afirma a mãe, Maria Flora Mariottini. Guilherme é um dos estudantes da Unicamp que se beneficiou da política de internacionalização que está em andamento na universidade. A instituição pretende aumentar de 10% para 30% o número de estudantes graduados com experiência fora do Brasil até 2013. “Faz parte da formação dos estudantes conhecer outras culturas e línguas. Conviver com modos de vida diferentes já é um aprendizado importante em qualquer área do conhecimento”, afirma o coordenador de relações institucionais e internacionais da Unicamp, Leandro Tessler. “Aprender com as diferenças é algo constante. Você conhece muitas pessoas diferentes, lugares novos, outras ideias. Passa a dar um outro valor às coisas. Sem contar o fato de sair do ciclo de faculdade, hobbies e toda a tecnologia que nos distrai, e ter um tempo para pensar em você, no que você realmente quer para a sua vida”, diz o estudante Guilherme. O intercâmbio entre as faculdades é feito durante o curso da graduação. Os alunos suspendem por um ano suas matrículas e só retomam as disciplinas obrigatórias da Unicamp depois que retornam ao Brasil. No Exterior, o aluno pode escolher quais disciplinas irá cursar.

Experiência

Regiane Akemi Ishi, de 24 anos, no último ano de midialogia, por exemplo, quando foi fazer um semestre na faculdade de Santiago, no Chile, usou a oportunidade para direcionar seus estudos. “Eu escolhi as disciplinas que não tinham na Unicamp. Me foquei em jornalismo, fiz aulas de redação. Me diferenciei, mas sem excluir as oportunidades do curso de midialogia”, explicou a estudante. Para Pedro Pagani Margarido, estudante de engenharia elétrica de 22 anos e que passou seis meses em 2009 na faculdade de Coimbra, em Portugal, a maior diferença é na autoconfiança. “O que eu sinto agora, depois que voltei, é que se me colocarem em qualquer lugar do mundo eu consigo me virar”, disse Pedro. Depois do intercâmbio em Paris, Rebeca Bulhões, de 22 anos, estudante do último ano de economia na Unicamp, já faz planos para o futuro. “O intercambio é importante para todos, mesmo que não queiram ficar no Exterior. Pretendo prestar algum concurso no futuro, quem sabe uma carreira diplomática. Com certeza, o intercâmbio vai me ajudar nisso, mais do que só em aprender uma língua”, disse a estudante. Só no primeiro semestre de 2010, dos 2,6 mil alunos da Unicamp, 300 fizeram parte de programas de intercâmbio. Para o próximo semestre, a expectativa é de que esse número aumente. O crescimento das oportunidades depende, principalmente, de uma aproximação da Unicamp com as universidades internacionais.

Visibilidade

Além de interessante para o currículo dos alunos, essa integração com universidades internacionais renomadas também beneficia a Unicamp. “A gente quer ser cada vez mais uma referência internacional. Uma forma de conseguir essa visibilidade é o intercâmbio de alunos”, afirmou Tessler. Outra medida tomada pela reitoria foi a de incentivar os professores a fazerem um ano de reciclagem, conhecido como “ano sabático”, fora do Brasil. “Já temos institutos em que 98% dos professores têm experiência mínima de seis meses no Exterior”, disse.

Ambiente cosmopolita no campus

Além de criar oportunidade para seus universitários fora do País, a Unicamp também está interessada em receber estrangeiros em seu Campus. “Receber alunos de fora dá trabalho, mas transforma a Unicamp em uma universidade muito mais cosmopolita”, afirmou o coordenador de relações institucionais e internacionais da Unicamp, Leandro Tessler. “O brasileiro é muito caipira. Achamos que só nós fazemos certo. Contato com outras culturas mostra que existem vários caminhos”, disse. “Tem muita gente que vai e vem. Isso ajuda um bom ambiente universitário. É bom para a gente conseguir experiências novas e conhecer novos caminhos”, disse o estudante de agronomia Pablo Moran, de 28 anos, que veio de Madri, na Espanha, ao Brasil especialmente para terminar seu trabalho de conclusão de curso (TCC). A estudante belga Nadja Mulhandi, de 25 anos, também gostou do Brasil. “Já tinha conhecido Portugal e gostei da língua. Vim para a Unicamp terminar o meu mestrado em agricultura familiar brasileira. A cultura aqui é bem diferente, mas não tive problema nenhum”, afirmou.

SAIBA MAIS

Se você é aluno da Unicamp e deseja fazer parte de um programa de intercâmbio deve se informar sobre as oportunidades na Coodenadoria de Relações Institucionais e Internacionais, que fica no prédio da reitoria, ou acessar o site www.cori.unicamp.br. Os quesitos de seleção dos candidatos são a fluência em língua estrangeira e o coeficiente de aproveitamento do aluno no curso. As inscrições são abertas durante todo o ano e é preciso ficar atento.



Primeiro grande estudo sobre o sistema de ações afirmativas da Uerj, pioneiro no país, mostra seus prós e contras (Globo On Line – Educação – 07/06/10)

Sete anos após o ingresso da primeira turma de estudantes beneficiados pela política de cotas, a Uerj divulgou um balanço do seu sistema de ações afirmativas, o primeiro adotado no país. Os números apresentados pela universidade mostram que os estudantes cotistas são menos reprovados, desistem menos do curso e se formam mais do que os colegas que não entraram pelas cotas. Por outro lado, o estudo destacou que os cotistas entram na universidade com notas bem menores que os não cotistas. No vestibular 2009, por exemplo, a menor nota do cotista aprovado para Jornalismo foi 21,8 pontos, menos da metade da do não cotista, 63,5. Apesar de entrarem na Estadual do Rio com mais facilidade, os cotistas parecem valorizar a vaga obtida. Um exemplo: dos alunos que ingressaram em 2003 e não foram beneficiados pelo sistema, 37,7% largaram a faculdade. Entre os cotistas, a taxa foi de 25,9%. Em 2004, a diferença entre os dois grupos aumentou ainda mais e ficou em 15,7 pontos percentuais. Os cotistas também obtiveram índices menores de reprovação de 2004 até 2008. Mas, em 2009, essa foi igual à conseguida pelos não cotistas.