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08/06/2017 / Em: Clipping

 

USP fica em 121º no ranking mundial de universidades (O Globo – Sociedade – 08/06/2017)

Nenhuma das brasileiras está entre as 400 melhores em pesquis

A Quacquarelli Symonds (QS), uma analista global de Educação, divulgou nesta quinta-feira o Ranking Mundial de Universidades 2018. Na lista, que analisou 959 instituições de todo mundo, a Universidade de São Paulo (USP), embora tenha caído uma colocação, teve o melhor desempenho do país, ficando na121ª posição. No entanto, mais uma vez, a instituição paulista perdeu o primeiro lugar entre as melhores da América Latina para a Universidade de Buenos Aires. Pesquisadores da QS apontam ainda para outro dado delicado: nenhuma das instituições de ensino brasileiras aparece entre as 400 melhores colocadas quando analisado somente o critério relativo ao impacto das pesquisas desenvolvidas. O ranking classificou o Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), nos Estados Unidos, como o melhor do mundo. O indicador “Citation per Faculty” mede o impacto e a produtividade da das pesquisas e representa 20% da pontuação total do ranking. Todas as universidades brasileiras ficaram de fora do Top 400 neste critério. O Brasil implementou iniciativas importantes para aumentar a sua proeza em pesquisa, no entanto, uma proporção significativa de seus pesquisadores publicam em Português, o que cria uma desvantagem— afirmou o diretor de pesquisa da QS, Ben Sowter, dizendo que, por outro lado, as universidades do Brasil têm destaque significativo no que diz respeito à reputação de seu corpo docente e reconhecimento pelo mercado de trabalho.

BAIXA INTERNACIONALIZAÇÃO

A nota da Universidade de São Paulo foi puxada para baixo em critérios que dizem respeito à internacionalização, outro ponto fraco das universidades brasileiras, segundo Sowter. Nos indicadores “International students” e “International faculty”, que avaliam a capacidade da universidade de atrair tanto estudantes quanto professores de outros países, a USP teve as média mais baixas: 4,8 e 8,4, respectivamente. Nos mesmos critérios, a Universidade de Buenos Aires registrou 70,6 e 50,3. Nos critérios “International students” e “International Faculty” as instituições brasileiras não são muito competitivas. O foco principal do país é aumentar o acesso e a inclusão de seus estudantes, de maneira que a internacionalização é menos prioritária do que para outros países— analisa Sowter. Por e-mail, a assessoria da USP afirmou que as médias da instituição continuam entre as mais altas do país: “. Em relação ao critério Reputação Acadêmica, a Universidade atingiu 94,8 pontos de um total de 100, mas teve desempenho fraco no que se refere ao número de alunos estrangeiros. Quando olhamos para a média brasileira, a da USP é a maior entre todos os critérios.” No que diz respeito à reputação acadêmica, a Universidade de Buenos Aires teve 94,5 pontos. Presidente da Academia Brasileira de Ciências, Luiz Davidovich diz que a evolução das instituições do país passa por maior investimento. Dependemos de financiamento adequado. Por exemplo, as universidades do exterior trabalham com equipamentos modernos que permitem realizar pesquisa na fronteira do conhecimento. Aqui, os eles estão cada vez mais obsoletos. O desafio também passa por criar uma carreira estimulante para o pesquisador. O pesquisador da QS também considera que o investimento é um fator importante na melhoria do indicador. Os rankings são um exercício dinâmico. A deterioração deste indicador (de pesquisa) não significa, necessariamente, que o Brasil está fazendo muito pior que outras nações. É mais provável que outros países estejam melhorando de maneira mais rápida — analisou Sowter. — A cultura de pesquisa do Brasil está evoluindo e com um nível adequado de investimento pode progredir significativamente.Como resultado disso, o país poderia atrair mais professores e pesquisadores internacionais do que agora. Depois da USP, as melhores instituições brasileiras são a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), que ficou na 182ª posição da lista geral, e Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), que ocupou o 311º lugar geral. Ambas as instituições ficaram entre as dez melhores da América Latina e subiram cerca de dez posições no ranking em relação ao balanço anterior. A pró-reitora de Pós-Graduação e Pesquisa da UFRJ, Leila Rodrigues, comemorou a ascensão da universidade no ranking. De acordo com ela, a instituição tem progredido no que diz respeito às publicações. A qualidade das pesquisas e as publicações acadêmicas produzidas na UFRJ são fatores importantes para compreendermos os resultados positivos no QS e em outros rankings, nos últimos anos. Os sistemas de classificação ainda nos põem em desvantagem em relação a Europa e Estados Unidos, por exemplo, por não darem conta do modo como se estruturam as universidades brasileiras ou da América Latina. Mas apesar das críticas que temos, os resultados indicam um reconhecimento cada vez maior da excelência acadêmica da UFRJ — disse.

 


USP cai em ranking de universidades e perde posto de melhor da América Latina (InfoMoney – Carreira – 08/06/2017)

Para elaborar o ranking, são avaliadas seis métricas: reputação acadêmica, reputação empregadora, número de citações em artigos, taxa de estudantes internacionais, taxa de internacionalidade e taxa de estudantes

A consultoria QS (Quacquarelli Symonds) divulgou nesta quarta-feira (7) a edição 2018 do ranking de melhores universidades do mundo, a lista mais que mais é levada em consideração. Pela sexta vez consecutiva, o MIT (Massachisetts Institute of Technology) ocupa a primeira posição do ranking, seguida pela universidade de Stanford e Harvard, completando o mesmo top 3 de 2017. Neste ano, a USP ainda detém o posto de melhor universidade do Brasil, mas perdeu o de melhor universidade da América Latina para a Universidade de Buenos Aires. A brasileira caiu para a 121ª posição do ranking global, enquanto a argentina subiu para a 75ª. Ainda sobre as universidades brasileiras do ranking, a Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) subiu da 191ª posição para a 182ª. A UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) também ascendeu no ranking, de 321ª para 311ª. Para elaborar o ranking, são avaliadas seis métricas: reputação acadêmica, reputação empregadora, número de citações em artigos, taxa de estudantes internacionais, taxa de internacionalidade e taxa de estudantes. A métrica que fez com que as universidades brasileiras ocupem melhores posições neste ano é o de reputação acadêmica, que mede o ambiente de cada universidade, o apoio acadêmico e as pesquisas realizadas na instituição.

 


O novo Ensino Médio avança (Isto é – Artigos – 07/06/2017)

Poucos meses após ter sido aprovado no Congresso Nacional, o novo Ensino Médio avança no País, ainda que num cenário repleto de dúvidas sobre sua implementação. De fato, ainda são muitos os desafios a serem cuidados para que as mudanças possam sair do papel. Mas é alentador saber que, apesar do grave cenário de crise política, há um grande esforço do Ministério da Educação, do Conselho Nacional de Educação, de secretários de Educação e de instituições e fundações do Terceiro Setor para aterrissar esse novo Ensino Médio no chão de escola. O caráter, afinal, é de urgência, já que os números são alarmantes: do total de estudantes brasileiros que concluem o Ensino Médio, apenas 7% aprenderam o que seria esperado em Matemática (o que inclui o universo de escolas públicas e particulares). A perda estimada com o abandono escolar alcança cifras de R$ 3,3 bilhões. O Brasil tem hoje cerca de 1 milhão de jovens entre 15 a 17 anos fora da escola e sem realizar nenhuma atividade laboral. Há várias razões que levam a estes resultados: um currículo engessado, que não dialoga com o mundo do jovem; a falta de professores preparados para os conteúdos que estão ensinando (por exemplo, dos que ensinam a disciplina de Física, 71% não foram formados em Física ou em outra área correlata); além de escolas sem a mínima infraestrutura adequada. A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) do Ensino Médio ainda está em construção no Ministério da Educação, ao contrário das etapas que a antecedem (Educação Infantil e Ensino Fundamental I e II), que já estão no Conselho Nacional de Educação (CNE). Afinal, uma das mais importantes e desafiadoras características do novo Ensino Médio é a flexibilização da oferta, caracterizada pelo que está sendo chamado de itinerários formativos. E, para colocá-los em prática, isso exigirá não só um novo modelo de gestão das escolas e das redes de ensino, como também uma modernização na infraestrutura, especialmente nas públicas. A tecnologia poderá ser um grande aliado nesse processo, mas é necessário provê-las de internet e de banda larga – algo absolutamente fundamental para aterrissar no chão de escola trabalhos de pesquisa e de análise de conteúdos, por exemplo. Em minha visão, o grande fio condutor dessa reforma passa pela oferta da Educação Integral, o que inclui o desenvolvimento de habilidades socioemocionais com intencionalidade no ambiente escolar. Não se trata aqui de uma nova disciplina, mas de colocar em prática no processo ensino-aprendizagem os quatro importantes pilares: aprender a ser, aprender a fazer, a prender a conviver e aprender a conhecer. Isso, por sua vez, passa pela formação do gestor da escola e dos professores. Felizmente, a versão da BNCC, que se encontra no CNE, já aponta nessa direção com dez diretrizes gerais que consagram a importância dessas competências socioemocionais no contexto de uma formação plena para o século 21.

 


Documentário “Nunca me Sonharam” debate ensino público no Brasil (Extra – TV e Lazer – 07/06/2017)

“Nunca me sonharam” é um documentário sobre um assunto sério e relevante. Entretanto, sua estética, sua trilha sonora onipresente, entre outras coisas, o fazem parecer uma espécie de reclame para ser exibido, em partes, no intervalo de algum telejornal do horário nobre. Em suas intenções e visual, lembra muito uma série institucional produzida pelo antigo banco Bamerindus veiculada nos intervalos do Jornal Nacional, aos sábados, chamado “Gente que faz”, sobre pessoas comuns e seus grandes feitos. Já este filme poderia ser chamado de “Gente que estuda” e é patrocinado pelo Instituto Unibanco. Dirigido por Cacau Rhoden, o documentário é nobre em suas intenções. Um grupo de jovens estudantes do ensino médio público do Brasil fala sobre seu presente, sonhos e expectativas para o futuro. O diagnóstico é que não é fácil ser jovem e estudante de escola pública no Brasil de hoje, sendo preciso superar as pressões da sociedade e as dificuldades de um país que não investe na educação. Até aí, nada de novo. O que o filme procura é dar voz a esses próprios adolescentes, que contarão suas vidas e o que esperam do que está por vir. Isso também, no cinema documental brasileiro recente, não é exatamente uma novidade. João Jardim, com “Pro Dia Nascer Feliz” (2006), e Eduardo Coutinho, com seu póstumo “Últimas Conversas” (2014), abordaram as mesmas questões com um pouco mais de profundidade e complexidade. Logo no começo do filme, a jovem poeta Mel Duarte, diz: “A gente tem direito de fala, a gente tem direito de escolha”. O documentário tenta materializar esses direitos, mas, estranhamente, a todo momento, entrevistas com adultos especialistas em diversos assuntos entram em cena para chancelar os depoimentos dos estudantes. Essas intervenções não deixam de soar como avalizadores das entrevistas daqueles que são, em tese, os protagonistas. Entre esses especialistas há alguns que certamente justificam sua aparição. Como o filósofo e professor Renato Janine Ribeiro, o psicanalista e professor Christian Dunker, a antropóloga Regina Novaes, além de uma série de educadores e educadoras do ensino público diretamente ligados ao tema do filme, vários deles envolvidos em projetos sociais. Os únicos que não fazem muito sentido ali são dois economistas – Ricardo Paes de Barros, do Instituto Ayrton Senna e professor do Insper, e Ricardo Henriques, do próprio Instituto Unibanco – cujas falas não vão além daquilo que todo mundo já sabe. De qualquer forma, mesmo não se sustentando muito como cinema, “Nunca Me Sonharam” cumpre a sua função de levantar um debate e deve funcionar como um elemento fomentador de discussão – especialmente dentro das próprias escolas públicas.