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08/07/2010 / Em: Clipping

 


Vestibular 2011 da Unesp vai utilizar nota do Enem 2010; USP e Unicamp já descartaram uso do exame  (UOL – Vestibular – 07/07/10)

A Unesp (Universidade Estadual Paulista) vai aproveitar a nota do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) 2010 apenas como porcentagem da primeira fase do seu vestibular 2011. E apenas para os candidatos que forem para a segunda etapa do processo seletivo.  A nota do Enem 2009 também será válida nessa manobra. A instituição adotou esse mesmo critério para o uso das notas do Enem, nos vestibulares de 2010 – verão e inverno. A realização do Enem 2010, portanto, não é obrigatória para os vestibulandos que pretendem concorrer às vagas das universidades estaduais paulistas. USP (Universidade de São Paulo) e Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) já descartaram o uso do Enem no processo seletivo 2011.



Uma lei para dividir a nação (Folha de S.Paulo – Opinião – 08/07/10)

Acaba de ser aprovado no Senado Federal, por meio de acordo entre lideranças, o Estatuto da Igualdade Racial. O projeto original do senador Paulo Paim propunha, entre outros itens, cotas raciais para “negros”” nas universidades e políticas “racialmente” definidas nos sistemas de saúde e de educação.
A nova redação, elaborada pelo esforço do senador Demóstenes Torres, exclui as cotas raciais e substitui o termo raça pela expressão etnia. Retira também parte substancial dos itens referentes à saúde e ao estímulo à criação de uma identidade negra.
A aprovação do estatuto é a demonstração de que não há consenso no Brasil sobre a matéria: as ONGs, dirigidas por ativistas negros e que atuam no Congresso, reclamaram que a espinha dorsal do projeto havia sido quebrada.
O ministro-secretário da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir) declarou que o “estatuto guarda-chuva”, tendo aprovado as ações afirmativas, aprovou também a política de cotas raciais e estas poderão ser implantadas sem passar pelo Congresso Nacional.
Isso porque se configuram como um dos tipos de ação afirmativa -um golpe na pretensão dos senadores que não aprovaram as cotas raciais, mostrando que o governo não está de acordo com a solução proposta pelo Congresso.
Onde está o consenso necessário a esta mudança radical do nosso estatuto legal?
Se o estatuto for sancionado pelo presidente Lula, será a primeira lei racial do nosso país, pois carrega no seu nome e em seus princípios “raça” ou “etnia” como critério de distribuição de justiça.
Se o presidente Lula sancionar esse estatuto, gravará seu nome na história como aquele que dividiu o povo em raças e etnias. Não serão mais brasileiros ou trabalhadores lutando por direitos iguais, serão negros e brancos, afrodescendentes e eurodescendentes lutando entre si por direitos desiguais.
É espantoso ver um Congresso fraco diante da pressão de grupos organizados que falam em nome do povo sem mandato algum.
Os senadores, estes sim eleitos pelo povo, demonstraram pela aprovação do estatuto que estão preocupados com as desigualdades, inclusive entre os mais escuros e mais claros, mas não querem dividir o povo. Se a intenção desta lei é produzir um país mais igualitário, o resultado será o oposto.
Tratar desigualmente os mais pobres para que saiam da pobreza significa diminuir iniquidades. No entanto, criar etnias legalmente em um país que repudia divisões étnicas oficiais terá o efeito de nos levar em direção a cisões irreparáveis e perigosas.
Enquanto a pátria estava de chuteiras na Copa da África do Sul, terra de Nelson Mandela, o prêmio Nobel da Paz que tanto fez para abolir a divisão da sua pátria em etnias, o Senado brasileiro aprovava um estatuto da igualdade racial dividindo o povo em etnias.
O presidente Lula não deve sancionar esta lei. Deve, sim, ouvir o coração da grande maioria dos brasileiros, que repudia a separação oficial em “raças” ou “etnias” e quer ficar unida na luta contra desigualdades, injustiças e racismo.

YVONNE MAGGIE, doutora em antropologia social, é professora titular do Departamento de Antropologia Cultural do Instituto de Filosofia e Ciências Sociais da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro).

Unesp vai usar nota do Enem como porcentagem no vestibular 2011

(Folha Online – Educação – 07/07/10)

A Unesp (Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”) vai aproveitar a nota do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) deste ano somente como porcentagem na primeira fase do seu vestibular 2011. O peso do Enem será de 20%. Além disso, a nota só valerá para os candidatos que forem aprovados para a segunda fase do vestibular, tanto na edição do meio do ano quanto na do fim do ano. A nota do Enem de 2009 também será aceita. A realização do Enem neste ano, portanto, não será obrigatória para os estudantes que pretendem concorrer às vagas das universidades estaduais paulistas.