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09/12/2009 / Em: Clipping

 


Veja como as principais instituições estaduais e privadas vão usar o Enem  (Globo.Com – G1 Vestibular – 09/12/09)

Enquanto a maioria das universidades federais vai adotar o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) em seus vestibulares, algumas das principais instituições privadas e estaduais consultadas pelo G1 não vão utilizar o resultado deste ano do Enem. Principais estaduais de São Paulo, USP e Unicamp, por exemplo, inicialmente iam adotar o Enem no processo seletivo, mas mudaram de ideia após o adiamento das provas para dezembro por conta do vazamento das provas que seriam realizadas em outubro.



O triste saldo do Enem  (O Estado de S.Paulo – Opinião – 09/12/09

A abstenção de quase 40% dos participantes do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2009, a maior já registrada desde a criação da prova, há 11 anos, é o desdobramento natural da sucessão de equívocos que as autoridades educacionais cometeram a partir do momento em que tentaram converter esse importante mecanismo de avaliação em bandeira política com vistas às eleições de 2010. Dos 4,1 milhões de inscritos, apenas 2,5 milhões fizeram o teste no último fim de semana. Com 1 milhão de inscritos, São Paulo foi o Estado que registrou o maior número de ausentes, com um índice de abstenção de quase 46,9%.  Concebido como um teste optativo e aplicado pela primeira vez em 1998, o Enem sempre gozou de enorme credibilidade no meio estudantil, batendo recordes sucessivos de inscrições. Segundo o Censo Escolar da Educação Básica, o índice de inscrição no Enem atinge 80% dos estudantes da 3ª série do ensino médio.



Vestibular da Unicamp terá múltipla escolha e três redações em 2010  (Folha de S.Paulo – Fovest – 09/12/09)

A prova da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) vai mudar completamente a partir do ano que vem. Serão mais questões -120 na soma das duas fases, em vez de 108-, três redações, novas disciplinas e, pela primeira vez no vestibular da universidade, testes de múltipla escolha. A seguir, o Fovest faz um raio-X do que será diferente para o vestibular que começa no fim de 2010:

PRIMEIRA FASE

A primeira fase passa a ter 48 questões de múltipla escolha. Antes, eram 12, todas discursivas. Segundo Renato Pedrosa, coordenador da Comvest (comissão responsável pelo vestibular da Unicamp), o maior número de questões permitirá diferenciar melhor os candidatos e evitar, por exemplo, eventuais empates, especialmente nos cursos mais concorridos. “O aprofundamento da avaliação de conteúdo das disciplinas do ensino médio se dá na segunda fase, como sempre foi no modelo do vestibular na Unicamp”, informa a universidade.

REDAÇÃO
Continua na primeira fase, mas o número de textos aumenta para três. Hoje, o aluno faz uma única redação a partir de três propostas. Haverá ao menos um texto-fonte para cada texto a ser produzido. Não haverá limite mínimo ou máximo de linhas. Outra novidade: todas as redações serão corrigidas; hoje, isso só ocorre com os candidatos mais bem colocados na prova.

DURAÇÃO
A duração da primeira fase passará a ser de cinco horas, ante as quatro atuais. Para Pedrosa, da Comvest, o tempo médio para cada questão caiu de cinco para três minutos. O cálculo levou em conta três horas para os testes e duas para as redações. “Mas estimamos que um bom candidato consiga terminar em quatro horas.”

ENEM
O Enem passa a ser obrigatório e valerá 20% da nota na primeira fase. “Passamos a torná-lo obrigatório para que todos os candidatos fiquem em pé de igualdade”, disse o coordenador do vestibular da Unicamp, Renato Pedrosa. Neste ano, a universidade não levou em conta o Enem no vestibular -em razão do adiamento do exame, não haveria tempo hábil para usar o resultado do Enem como parte da nota.

SEGUNDA FASE

Terá três dias consecutivos, e não quatro. O número de questões por dia permanece o mesmo: 24, todas dissertativas. Os candidatos terão quatro horas para cada prova, a mesma duração do vestibular atual.

NOVO CONTEÚDO

O vestibular terá a inclusão de questões de filosofia, sociologia e artes, mas “somente se as disciplinas estiverem completamente incorporadas ao currículo do ensino médio”, diz a Unicamp.

DIVISÃO POR ÁREAS

Na segunda fase, a ideia é estimular a interdisciplinaridade nas questões. A prova será dividida em três grandes áreas: língua portuguesa (que inclui literatura) e matemática, ciências da natureza (física, química e ciências biológicas) e ciências humanas (história, geografia, filosofia, sociologia e artes), mais inglês.

MATEMÁTICA
Matemática ganhará força no próximo vestibular. Se hoje representa 11,7% da prova, a disciplina passará a valer 15,6% do total. Redação e língua portuguesa também valerão mais -de 10% para 12,5% do processo seletivo do final de 2010. Essas são as matérias com as quais os estudantes mais têm contato durante a vida estudantil, diz Renato Pedrosa, da Comvest. “São disciplinas basilares, fundamentais.”

OPINIÃO: MEDIDA É BOA, AFIRMA PROFESSOR DO ETAPA  (Folha de S.Paulo – Fovest – 09/12/09)

Com mais questões na primeira fase, a tendência do vestibular da Unicamp é ficar melhor, avalia Edmilson Motta, coordenador do cursinho Etapa. “O formato atual, com menos questões [hoje são 12, todas dissertativas], limita muito, na comparação com outros vestibulares. O aluno, às vezes, é punido por um erro bobo”, diz. “Agora, os candidatos têm mais chance de mostrar sua capacidade.” As três redações também aumentam a capacidade de diferenciação dos candidatos, diz Motta.

Concorrência no curso de medicina é a maior entre as federais do país   (Folha de S.Paulo – Fovest – 09/12/09)

A disputa por uma vaga em medicina na UFSCar é a maior do país entre as universidades federais brasileiras. Serão 6.903 candidatos para 40 vagas -ou 172,58 por vaga.
O levantamento foi feito pelo Fovest nas 55 federais do país. O número supera também a disputa para medicina de USP (41,73), Unicamp (89,7) e Unesp (129,2). A concorrência na Unifesp (federal) é de 116,67 candidatos por vaga. A universidade diz não saber exatamente a razão para a enorme concorrência. Para os alunos, há ao menos uma boa notícia: a lista de aprovados costuma rodar. Isso se explica graças a um fenômeno comum em vestibulares de medicina: quem presta UFSCar também faz o vestibular das demais públicas paulistas.
É exatamente o que ocorre com João Paulo Rodrigues Duarte, 19. Ele prestou USP, Unicamp, UFMG e fará UFSCar e Unifesp, esperançoso em conseguir uma vaga em uma delas. João Paulo quer estudar medicina e, depois, especializar-se em oncologia infantil. “E a lista dos primeiros colocados é sempre coincidente. Os mesmos que são aprovados aqui também passam em outras universidades, pois estão em um nível top”, diz Vitor Sordi, pró-reitor adjunto de graduação. No ano passado, por exemplo, o último convocado do curso de medicina estava na 128ª posição da lista de chamada. Neste ano, a lista deve continuar a rodar, mas com mudanças: nas universidades USP, Unesp e Unicamp, a relação de aprovados sai antes -entre o fim de janeiro e o início de fevereiro- do que na UFSCar.