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10/04/2017 / Em: Clipping

 

Base Curricular para o ensino médio deve sair até o fim do ano (Estadão – Educação – 07/04/2017)

Estudantes oriundos de escolas públicas representam, pela primeira vez, metade dos matriculados na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). No vestibular de 2017, o percentual chegou a 50,3% dos aprovados, de um total de 3.248 ingressantes. A instituição adota um sistema de bonificação para alunos da rede pública por meio do Programa de Ação Afirmativa para Inclusão Social (Paais). A reitoria comemora ter atingido a meta de inclusão prevista para esse ano, mas grupos da universidade defensores do sistema de cotas destacam que a medida ainda não é suficiente. O coordenador-executivo da Comissão Permanente para os Vestibulares (Comvest), Edmundo Capelas de Oliveira, aponta que a mudança no Paais com a inclusão do bônus de pontuação desde a primeira fase (antes era computado apenas na segunda) contribuiu para o resultado. “Uma das vantagens do programa é que ele permite ajustes, sempre que necessário”, disse. Segundo o coordenador, a comissão produz simulações e estudos para subsidiar as discussões no Conselho Universitário, órgão máximo da Unicamp responsável por definir as políticas de acesso. Para o professor Mário Medeiros, do Departamento de Sociologia, o resultado representa um avanço, pois cumpre um aspecto da função social da universidade pública, “mas não contempla plenamente no que diz respeito à entrada de estudantes pretos, pardos e indígenas”. Ele destaca ainda que é preciso entender de quais escolas os alunos são oriundos. “Há uma crítica ao processo do Paais de que ele atende um perfil específico de escolas públicas [técnicas e militares], que são conhecidos como colégios de elite [entre os da rede pública]”, avaliou o professor, que integra o grupo de trabalho sobre cotas criado pela reitoria. De acordo com Oliveira, o percentual de pretos, pardos e indígenas está próximo da meta de 35% entre as vagas reservadas para alunos de escolas públicas. O patamar deste ano ficou em 32,4%, um leve recuo em relação ao ano passado, quando o índice ficou em 33,9%. “É importante ressaltar que, em alguns cursos, simplesmente não há demanda”, declarou. Este é um dos pontos criticados pela Frente Pró-cotas da Unicamp, formada por estudantes. Segundo comunicado do grupo, ao considerar o percentual de 35% das vagas já reservadas no Paais, a universidade estaria destinando 17,5% para este segmento. “É a metade da proporção das populações negra e indígena do estado”.


Jovens já estudam em projeto piloto de ensino médio (Exame – Revista – 08/04/2017)

O novo ensino médio começa a sair do papel numa modalidade em que o Brasil enfrenta as maiores carências: a formação profissional dos estudantes

São Paulo — Desde fevereiro, 80 jovens de Florianópolis estudam num projeto piloto de ensino médio que, se depender da vontade do Ministério da Educação, vai ser o padrão no Brasil daqui para a frente. Aberto por uma unidade do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), o curso une conhecimentos teóricos e práticos visando ao mercado de trabalho. A mudança começa pelo diploma: após três anos de estudos, os alunos recebem certificado de conclusão do ensino regular e de técnico em informática, uma formação disputada na capital catarinense, um dos melhores locais para negócios em tecnologia no Brasil. No curso, a serventia de disciplinas como português e matemática é imediatamente colocada em prática. As aulas de história e geografia, por sua vez, há algumas semanas se concentram na evolução da infraestrutura urbana desde a Antiguidade. O motivo: até dezembro os alunos deverão criar um jogo online sobre cidades inteligentes em que o conhecimento do tecido urbano é fundamental para a montagem de cenários do jogo. Em matemática, abstrações de geometria, como catetos e hipotenusas, servem de base para os estudantes manusearem melhor máquinas de corte de objetos que criam em aulas de impressão em 3D. O pensamento lógico do filósofo grego Aristóteles é inspiração para sessões de programação de software. O curso, embora recente, já chamou a atenção dos jovens da região. “Há filas de espera para a turma de 2018”, diz Leonardo de Oliveira, gerente de educação do Senai catarinense. O currículo seguido pelos estudantes  de Florianópolis foi criado com base nos parâmetros da reforma do ensino médio sancionada pelo presidente Michel Temer em fevereiro. O foco do texto é o retorno da vocação profissionalizante do ensino secundário. A ideia é que, a partir de 2019, os 7 milhões de secundaristas brasileiros possam escolher, num cardápio de cinco áreas do saber, o que desejam estudar. Uma das opções é a formação profissional, que deverá reunir os 227 currículos técnicos permitidos pelo MEC. É uma volta a um modelo de escola que se perdeu ao longo da década de 80, quando a formação prática foi separada da regular por causa da necessidade de aumentar a oferta de vagas numa época de muita restrição orçamentária. Atualmente, o usual para um aluno do ensino médio interessado em se tornar técnico é começar os estudos após a educação regular, um complemento que pode levar até seis anos. Ou, quando o aluno consegue frequentar o médio em paralelo com o técnico, raramente os conteúdos conversam entre si. “É comum o estudante chegar ao técnico sem uma base de aprendizado, e isso compro-mete a formação especializada”, diz a educadora Ana Inoue, consultora da Fundação Itaú BBA, que apoia projetos de educação profissional.


Base Curricular para o ensino médio deve sair até o fim do ano (Estadão – Educação – 07/04/2017)

Especialista critica o ‘fracionamento’ da base; com reforma, 40% da carga horária passará a ser de livre escolha
Adiada após a aprovação da medida provisória que reforma o ensino médio, a Base Nacional Comum Curricular para a última etapa do ensino básico deve ser apresentada e encaminhada ao Conselho Nacional de Educação (CNE) até o fim deste ano, segundo informou o Ministério da Educação (MEC). Com o novo modelo para o ensino médio, a previsão é de que os conteúdos da base ocupem 60% da carga horária total. Nos outros 40%, o aluno poderá escolher entre cinco áreas de aprofundamento: Ciências Humanas, Ciências da Natureza, Linguagens, Matemática e Educação Profissional. Para Daniel Cara, coordenador da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, a entrega parcial da base dificulta a análise das habilidades esperadas para os alunos até o fim do ensino fundamental. “Quando se faz política pública e, especialmente, quando se monta um currículo que se pretende ser a base para todo o ensino básico, não é possível fracioná-lo, como o MEC está fazendo. Não é possível verificar se há progressão de conteúdo, ligação entre as propostas, quando há essa separação por etapa”, disse. Cara também destaca que a ligação do ensino fundamental ao médio se faz ainda mais necessária, pois os alunos ali terão carga horária menor de algumas disciplinas. Isso ocorrerá porque eles escolherão apenas uma trajetória de aprofundamento. Já o MEC argumenta que os processos de reforma e construção da base continuam a correr de forma paralela, sem prejuízo à BNCC.


Como usar as notas do Enem 2017 (Universia – Notícias – 10/04/2017)

Saiba como usar as notas do Enem 2017; exame deixou de ser certificação do Ensino Médio

Ministério da Educação (MEC) divulgou nesta segunda-feira (10) o edital do Enem 2017 (Exame Nacional do Ensino Médio). A partir de 2017, de acordo com MEC, o exame deixa de ser um certificado de conclusão do Ensino Médio, porém, há outras utilidades para a prova. Provas acontecem nos dias 5 e 12 de novembro. Saiba como usar as notas do Enem 2017 corretamente:

O exame serve como porta de entrada para inúmeras universidades da rede pública, em especial federais. As instituições podem selecionar por meio do Sistema de Seleção Unificada (Sisu), que em 2017 se tornou mais flexível e permitiu que as instituições tenham mais autonomia na utilização da prova, ou combinar as notas do Enem com a de um vestibular próprio.