×
10/05/2012 / Em: Clipping

 


Primeiro lugar em curso mais disputado da USP é de escola pública   (IG – Educação – 10/05/12)

Passar na Universidade de São Paulo (USP) tendo estudado em escola pública já é difícil – apenas 28% dos aprovados deste ano vieram do sistema público. No curso mais concorrido da instituição, as chances caem. O que dizer então de ser o primeiro colocado na carreira que tinha o maior número de concorrentes por vagas? Foi o que fez Matheus Fidélis da Cunha, um jovem mineiro de 18 anos que obteve que a primeira colocação no curso de Engenharia Civil do campus São Carlos, o mais disputado na última edição da Fuvest, com uma relação de 52,27 candidatos por vaga. Nascido na pequena Guiricema, de 8.700 habitantes, situada na Zona da Mata mineira, a 310 quilômetros de Belo Horizonte, Matheus da Cunha teve toda sua formação no ensino público. Na Fuvest, o vestibular da USP, ele contou com pontos de bonificação na nota proporcionados pelo Inclusp (Programa de Inclusão Social da USP). Criado em 2006, o Inclusp ainda não conseguiu elevar significativamente o percentual de calouros procedentes do ensino público na universidade. O aumento registrado neste ano veio depois de dois anos de queda e não foi suficiente para retomar o patamar de 30% alcançado em 2009. O índice de 2012 (28%) é pouco superior aos 26,7% registrados em 2005, quando o programa de inclusão ainda não existia. Dados divulgados pela USP mostram que a procedência escolar do aluno tem relação com a renda familiar: em geral, os estudantes vindos das escolas públicas tem renda mais baixa. No Inclusp, os alunos com renda familiar mensal na faixa de três a cinco salários mínimos representam 28% e formam o maior grupo entre os beneficiados. Na média geral dos calouros da USP, os que estão nessa faixa de renda representam somente 19%. A trajetória de Matheus mostra uma sequência de bons resultados fundamentados pela educação pública. Em sua cidade natal, ele estudou na escola estadual Galdino Leocádio, da 1ª até a 5ª série; e na escola estadual Prefeito Antonio Arruda, o restante do fundamental. Segundo o campeão da Fuvest, a escola Antonio Arruda é uma referência regional. “O colégio funciona como um polo da região. Lá, para conseguir estudar da manhã, tem que ter as melhores notas. Se você tirar nota pior, se bombar, cai para o turno da tarde. E quem é da tarde, com a melhor nota, vai para a manhã”.



STF volta a validar cotas e estende decisão a todas as ações sobre tema   (Globo.Com – G1 Vestibular – 09/05/12)

O Supremo Tribunal Federal repetiu pela terceira vez posição favorável a cotas raciais e sociais para o ingresso em instituições de ensino. Por dez votos a um, o STF negou nesta quarta-feira (9) recurso que contestava o sistema existente na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Em dois julgamentos realizados nas duas últimas semanas, o Supremo já havia confirmado a validade do sistema de cotas. Devido a um mecanismo chamado repercussão geral, o entendimento dos ministros sobre a constitucionalidade das cotas passa a ser aplicado a todos os processos semelhantes que ainda estão aguardando decisão da Justiça. Sem a repercussão, seriam necessárias sentenças individuais em cada um deles. Em 26 de abril, o tribunal considerou constitucional o sistema de reserva de vagas existente na Universidade de Brasília (UnB). A política de cotas raciais adotada pela UnB em 2004 prevê por dez anos a reserva de 20% das vagas do vestibular exclusivamente para negros e um número anual de vagas para índios independentemente de vestibular. Naquela decisão, o tribunal decidiu que as políticas de cotas raciais nas universidades estão de acordo com a Constituição e são necessárias para corrigir o histórico de discriminação racial no Brasil. Já no dia 3 de maio, decisão semelhante foi tomada sobre a existência de cotas sociais e raciais no Programa Universidade para Todos, o Prouni, ação do governo federal que concede bolsas de estudos em universidades particulares a estudantes egressos do ensino público. Os beneficiários do Prouni devem ter cursado o ensino médio completo em escola da rede pública ou em instituições privadas na condição de bolsista integral. Parte dessas bolsas deve ser concedida a negros, indígenas e pessoas portadoras de necessidades especiais. Além disso, a renda familiar não pode ultrapassar um salário mínimo e meio para a bolsa integral e três salários para a bolsa parcial.



Três em cada dez alunos entraram em universidades federais em 2010 pelo Enem   (UOL – Vestibular – 10/05/12)

Três em cada dez estudantes entraram em cursos presenciais de universidades federais em 2010 por meio do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio). A informação consta do Resumo Técnico do Censo da Educação Superior, divulgado pelo Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais). De acordo com o estudo, 79.506 (31,7%) dos 251.059 novos alunos dessas instituições ingressaram após fazer a prova. No país, 15,4% de todos os estudantes –de instituições públicas ou privadas de ensino superior- entraram por meio do Enem. A região Sul é campeã de acessos às universidades federais via Enem. Quase metade dos ingressantes (44,2%) prestou o exame (veja os números completos abaixo). Para especialistas ouvidos pelo UOL Educação, os números podem mostrar um sinal inicial rumo à democratização do acesso, mas o ideal seria aumentar o número de vagas nas universidades públicas ou estimular políticas como o Sisu (Sistema de Seleção Unificada).