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10/11/2010 / Em: Clipping

 


Várias provas por ano seria solução  (O Estado de S.Paulo – Vida& – 10/11/10)

Para não correr o risco de passar por novos problemas em uma próxima edição e acabar caindo em total descrédito, o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) poderia ser descentralizado, feito em varias edições por ano –como ocorre nos Estados Unidos– ou ser aplicado em menos lugares, sugerem especialistas em educação. O professor Mozart Ramos Neves, membro do Conselho Nacional de Educação (CNE) e ex reitor da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), defende o Enem como um importante instrumento para melhorar o ensino médio e a forma de ingresso nas faculdades. “Não se pode misturar a dificuldade no processo de logística com a validade da forma de avaliação”, afirmou o educador. “A gente não pode voltar atrás, para o modelo arcaico dos vestibulares. ”Segundo Neves, o caminho para o Enem e a descentralização da prova, ou seja, cada região ou Estado passaria a aplicar a prova de forma independente, podendo ser em datas diferentes. “Não da para fazer isso hoje, porque faltam questões testadas na Teoria de Resposta ao Item (TRI).Mas, quando tivermos um banco de dados maior, poderemos fazer essa transição”, disse. “Seria uma evolução da prova.” A TRI garante que todas as provas aplicadas, apesar de serem diferentes, tenham o mesmo nível de dificuldade. Modelo americano. Eduardo Andrade, professor de economia e educação do instituto de ensino Insper, concorda que a redução do tamanho do Enem diminuiria as dificuldades. “Uma prova com essa dimensão, aplicada em um único dia em todo o país, comum a organização militar, e um processo muito complicado. Fica difícil que nada de errado”, avalia. Andrade recomenda que o país tente replicar o modelo americano, que aplica uma prova que serve para seleção em faculdades diversas vezes ao ano. “O aluno se inscreve para prestar na data e instituição que quiser. E todos os exames são comparáveis”, explica. “O cuidado tem de ser na escolha das instituições que teriam autorização para aplicar o Enem. Mas essas várias edições minorariam a complexidade do quadro atual.” Ex-coordenador do vestibular da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), o professor Leandro Tessler também acredita na possibilidade de um exame nacional feitos em percalços. “Nos Estados Unidos se faz isso ha tempos; são exames aplicados a milhões, todos os anos”,lembra. Tessler cita a limitação aos locais de aplicação de prova como uma solução. “Quanto maior, mais difícil controlar todo o processo”, afirma. O professor diz  ainda que um dos fatores que atrapalham o Brasil e a intervenção  do  judiciário. “ A Justiça passa a intervir em uma questão acadêmica. Você vê que juízes e ministério não falam a mesma língua. Mas isso faz parte da nossa cultura.”



Unesp é a universidade estadual com maior aprovação de alunos da rede pública   (Folha Online – Educação – 10/11/10)

A Unesp (Universidade Estadual Paulista) realiza no domingo (14) a primeira etapa do seu vestibular, que teve 83.319 inscritos. Entre as estaduais, é a universidade com maior percentual de alunos oriundos da rede pública. Neste ano, 36% de seus calouros saíram de escolas estaduais, municipais ou federais. Na USP o percentual foi de 25%, e na Unicamp, 29%. Com oferta de 6.484 vagas, a instituição está presente em 23 cidades de São Paulo –de São José dos Campos, com 615 mil habitantes, a Rosana, com cerca de 20 mil. Para Tânia Macedo de Azevedo, diretora acadêmica da Vunesp (responsável pelo vestibular da Unesp), os números são resultado do esforço da faculdade em ser uma instituição que atende todo o Estado de São Paulo. “Estamos bem distribuídos em São Paulo, com boas alternativas de cursos. Com isso, o aluno não precisa sair da sua região para fazer uma faculdade”, diz Tânia. É o que ocorre com o Thiago Inácio Caretta, 18.