×
11/12/2014 / Em: Clipping

 


Aumenta número de jovens entre 16 e 24 anos que só estudam, aponta pesquisa   (IG – Educação – 10/12/14)

Um levantamento feito pela Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Fundação Seade) mostra que os jovens estão adiando a entrada no mercado de trabalho. A proporção de jovens com idade entre 16 e 24 anos que só estudam pulou de 6,8%, no biênio 1986-1987, para 15,4%, no período de 2012 e 2013. Já a taxa de participação no mercado de trabalho caiu de 79,6%, em 1986, para 74,2%, em 1999, e 72,9%, em 2013.  “Esse adiamento da entrada no mercado de trabalho está associada a uma maior frequência à escola e ao aumento do nível de escolaridade”, diz o estudo comemorativo dos 30 anos da Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED), na região metropolitana de São Paulo. Quase metade dos jovens de 16 a 24 anos (48,6%) só trabalhavam no período de 1986 a 1987, taxa que diminuiu para 39,1%, entre 2012 e 2013. A redução também é expressiva na faixa entre 16 e 18 anos (de 31,4% para 14,1%). Nesse grupo, os que conciliavam o estudo com o trabalho passou de 27,6% para 19,6% e a taxa dos que se dedicavam exclusivamente aos estudos dobrou ao atingir 35,9%. Outro indicador relevante é a queda da parcela de jovens de 16 a 24 anos que não estudam nem trabalham (de 14,9% para 11,5%). O estudo aponta ainda que o percentual de jovens que só estudavam, entre 1986 e 1987, era bem menor entre os que tinham renda familiar baixa (6,1%) comparado aos de renda mais elevada (11,3%). Atualmente, a diferença entre eles caiu – 17% entre os mais pobres e 19,8% entre os mais ricos.

Educação é a saída para o crescimento da economia latina, diz OCDE  (IG – Educação – 10/12/14)

O crescimento econômico da América Latina em 2014 foi o menor dos últimos cinco anos e a solução para essa desaceleração está no incentivo à educação e à formação de mão de obra. A conclusão é do relatório Perspectivas Econômicas para a América Latina 2015, divulgado hoje (9) pelo Centro de Desenvolvimento da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), em parceria com a Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal) e o Banco de Desenvolvimento da América Latina (CAF). De acordo com as previsões do relatório, a economia da região crescerá entre 1% e 1,5% em 2014, bem menos do que em 2013 (2,5%) e 2012 (2,9%). Para os especialistas da OCDE, a desaceleração aponta uma década de baixo crescimento na América Latina, que precisa ser revertida por meio da “melhoria do padrão de educação, ampliação da formação de mão de obra e do incentivo à inovação”. Para a secretária executiva da Cepal, Alicia Bárcena, é preciso fortalecer o link entre educação, produtividade e inovação, garantindo mais oportunidades de qualificação aos trabalhadores e promovendo mudanças estruturais, como a diversificação da economia, que garantirá um mercado mais qualitativo, com posições mais bem remuneradas. “Em troca, teremos menos informalidade, desemprego e menos desigualdade”, ressaltou. Presidente do CAF, Enrique Garcia declarou que, na falta de um ambiente externo excepcionalmente favorável, “a região precisa aprofundar a integração e enfrentar os desafios estruturais que se apresentam para o desenvolvimento”. “Para apoiar o potencial de crescimento, é preciso investir na inovação e melhoria dos padrões de produção, educação e capacitação técnica”, enfatizou.



1 em cada 4 alunos da rede pública está no pior nível em português   (Folha Online – Educação – 11/12/14)

Um em cada quatro alunos do 5º e do 9º anos do ensino fundamental público está no nível mais baixo na avaliação nacional de português.  Para os estudantes mais novos, na casa dos 10 anos de idade, significa que eles não conseguem identificar o personagem central de uma fábula ou reconhecer o assunto principal de uma reportagem. Eles tiraram nota abaixo de 150 –em uma escala que vai a 500. O mínimo esperado seria de 200, segundo análise de especialistas da área.  A situação refere-se a alunos em escolas estaduais e municipais, que concentram 85% das matrículas do país. A tabulação das notas, feita pela primeira vez pelo Ministério da Educação, tem como base a Prova Brasil, avaliação federal aplicada a cada dois anos. Os dados são de 2013 e foram divulgados na sexta-feira (6), por meio de boletins para escolas.

Brasil precisa de um currículo nacional para melhorar ensino, diz especialista  (Folha Online – Educação – 11/12/14)

A melhoria do ensino depende de ações tanto dos governantes quanto das próprias escolas, afirmam pesquisadores sobre os resultados da Prova Brasil. Coordenador da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, Daniel Cara diz que diretores de colégios e professores devem dar atenção aos estudantes com mais dificuldades. “A tradição brasileira é abandoná-los, culminado com a reprovação. Deveria ser o contrário. Eles que deveriam receber a maior atenção da escola, com boa recuperação”, disse. “Paralelamente, defendemos aumento do investimento para educação e mudanças estruturais. Mas a escola tem uma margem para melhoria imediata.” A coordenadora da ONG Todos pela Educação, Alejandra Meraz Velasco, afirma que o país precisa estabelecer um currículo nacional, “suficientemente específico, que defina o que o aluno deve saber por série”.

Mulheres são 19% dos engenheiros em SP  (Folha de S.Paulo – Mercado – 11/12/14)

A proporção de mulheres entre o total de engenheiros no Estado subiu de 15% para 19% de 2003 a 2013, segundo o Dieese. Elas ainda ganham 19% a menos do que os homens, mas o número é um avanço comparado a 2003, quando a diferença era de 25%. O salário médio de um engenheiro é de R$ 9.023,8.

Pasquale Cipro Neto

Lendo um trecho de um texto clássico  (Folha de S.Paulo – Cotidiano – 11/12/14)

Isso é bem representativo de um fato muito comum até pelo menos o meio do século passado: a ordem inversa
HÁ ONZE dias, a Fuvest incluiu em sua prova de português um fragmento do romance “Til” (de 1871), de José de Alencar (1829-1877). Do excerto escolhido, vou citar o trecho em que se apoiou uma das questões, voltada para a avaliação da competência de leitura a partir do reconhecimento de alguns elementos da sintaxe. Eis o trecho: “Tornando da malograda espera do tigre, alcançou o capanga um casal de velhinhos, que seguiam diante dele o mesmo caminho e conversavam acerca de seus negócios particulares. Das poucas palavras que apanhara, percebeu Jão Fera que destinavam eles uns cinquenta mil-réis (…) à compra de mantimentos, a fim de fazer…”. Vamos à questão: “Considere os seguintes comentários sobre diferentes elementos linguísticos presentes no texto: I. Em alcançou o capanga um casal de velhinhos’, o contexto permite identificar qual é o sujeito, mesmo este estando posposto; II. A forma verbal seguiam’ no trecho que seguiam diante dele o mesmo caminho’ poderia estar no singular sem prejuízo para a correção gramatical; III. No trecho que destinavam eles uns cinquenta mil-réis’, pode-se apontar um uso informal do pronome pessoal reto eles’, como na frase Você tem visto eles por aí?'”. A banca perguntou o que é verdadeiro e o que é falso. O primeiro item (volte a ele, por favor) é bem representativo de um fato muito comum até pelo menos o meio do século passado: a ordem inversa. Se você ler manchetes de edições antigas dos nossos jornais, verá que é muito comum o sujeito posposto, isto é, posto depois do verbo. Veja estes exemplos (da “Folha da Manhã”, de 8/05/1945): “Renderam-se incondicionalmente aos exércitos aliados as forças germânicas de terra, mar e ar”; “Recusa-se à rendição o comandante alemão em Praga”. O sujeito da primeira manchete (“as forças germânicas de terra, mar e ar”) é o último termo da oração. O sujeito da segunda também é posposto (“o comandante alemão em Praga”). Numa edição de hoje, esses títulos seriam impensáveis. O primeiro seria banido só pelo tamanho. Ainda que deixássemos de lado esse pormenor, teríamos os termos dispostos em outra ordem, não haveria artigo definido (pelo menos no sujeito), e os verbos estariam no presente. Teríamos isto: “Forças germânicas de terra, mar e ar se rendem (ou rendem-se’) incondicionalmente aos exércitos aliados”. A segunda ficaria assim: “Comandante alemão em Praga se recusa (ou recusa-se’) à rendição. Voltemos ao item I da questão da Fuvest, que é mais do que correto. De fato, o contexto permite identificar o sujeito de “alcançou o capanga um casal de velhinhos”. É “o capanga” (“o capanga alcançou um casal de velhinhos”). No item II, também correto, a flexão verbal “seguiam” concorda com “velhinhos”, especificador do núcleo do sujeito (“um casal de velhinhos”), mas poderia sim ser substituída por “seguia”, que concordaria com o núcleo do sujeito (“casal”). Por fim, no item III, que é incorreto, o pronome “eles” nem de longe representa o que ocorre no uso informal da língua. Esse “eles” é sujeito (posposto, de novo). Na ordem direta, teríamos isto: “…que eles destinavam uns cinquenta mil-réis (…) à compra de mantimentos…”.  No item III há outro sujeito posposto (“Jão Fera”). Na ordem direta, teríamos: “…que apanhara, Jão Fera percebeu que eles destinavam uns cinquenta mil-réis (…) à compra de mantimentos”. É isso.