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14/05/2009 / Em: Clipping

 


Novo Enem deve unificar vestibulares das federais em três anos (UOL – Vestibular – 14/05/09)

O comitê de governança do novo Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) estabeleceu, nesta quarta-feira (13), um prazo para unificar os vestibulares das universidades federais. “Em três anos esperamos que a maioria das vagas [do ensino superior federal] sejam alocadas a partir de um processo unificado”, afirmou Amaro Lins, presidente da Andifes (Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior). “Reconhecemos também que mesmo após três anos alguns modelos diferenciados possam continuar sendo adotados”, pondera o integrante do comitê de governança do novo Enem. Eventuais vagas que exijam seleção diferenciada poderão ficar de fora do processo seletivo único. A matriz de referência para as questões que farão parte do novo Enem foi aprovada por unanimidade nesta quarta-feira (13). O princípio fundamental é que não serão cobrados detalhes muito específicos ou fórmulas. “É inadmissível cobrar uma data na prova. O que interessa saber é se o aluno consegue compreender o que se passa na história”, disse o ministro da Educação Fernando Haddad. “Se o aluno sabe do que se trata, mas esqueceu a fórmula, vai conseguir, por outros meios, chegar às respostas certas, porque compreende o fenômeno em questão”, disse. As habilidades da prova serão divulgadas na tarde desta quinta-feira (14), quando o Consed (Conselho Nacional de Secretários de Educação) integrará o comitê de governança do novo Enem. “Com o Consed, vamos poder discutir a reestruturação do ensino médio com vistas ao novo Enem”, afirmou o ministro. O conteúdo da prova é o mesmo do ensinado no ensino médio. No entanto, no exame deste ano, não será cobrada língua estrangeira. A partir de 2010, o Enem terá questões de inglês ou espanhol. Segundo Haddad, é preciso ter cuidado para que as provas de idiomas tenham o mesmo nível, evitando, assim, “injustiças” no processo.



Reitores já definiram conteúdo do novo Enem, diz ministro da Educação  (Globo.Com – G1 Vestibular – 13/05/09)

O ministro da Educação, Fernando Haddad, anunciou na noite desta quarta-feira (13) que os reitores da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) aprovaram por unanimidade a matriz de habilidades que serão incluídas no novo Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). A matriz é uma espécie de guia que orienta a elaboração dos itens da prova. De acordo com o ministro, também ficou definido entre o MEC e os reitores que um modelo de prova do novo Enem será divulgado “o quanto antes” para que os estudantes possam se preparar. Ele não soube precisar quantas universidades devem aderir ao novo vestibular, mas antecipou que a ideia é aplicar pelo menos duas provas por ano, apesar da questão orçamentária. Segundo Haddad, ficou definido que haverá provas de língua estrangeira já em 2010. O ministro também informou ter oficiado o Ministério da Justiça para que a segurança seja reforçada. Haddad afirmou que a Polícia Federal vai reforçar a segurança nos locais de prova. Segundo Haddad, “a partir deste momento, se inicia um processo de reforma curricular do ensino médio.” O documento que vai especificar o conteúdo do vestibular unificado deverá ser divulgado nesta quinta-feira (14), após ser apresentado ao Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed). “Amanhã [quinta-feira] à tarde, o documento estará disponível no portal do MEC”, prometeu o ministro.  “É uma matriz de habilidades com conteúdos tradicionais do ensino médio. Não se está reinventando nada, até em respeito aos alunos que estão concluindo o ensino médio”, disse Haddad. “Não se trata de esvaziar o ensino médio dos conteúdos, mas abordá-los de forma a privilegiar a capacidade de raciocínio, de integração das áreas”, completou. O ministro disse que o novo modelo de prova privilegia a capacidade de interdisciplinaridade e a compreensão de conteúdos e não o mais o chamado “decoreba”. “Se um aluno compreende um fenomeno da natureza, sabe do que se trata, mas se esqueceu a fórmula que é geralmente decorada, ele vai conseguir por outros meios chegar à resposta correta. A ênfase deixa de ser a memorização para a capcidade de compreensão dos fenômenos da natureza, ou da história, ou da geografia”, explicou. Haddad fez mais críticas ao “decoreba.” “É inadmissível perguntar sobre data, não vai se perguntar se ele sabe uma data. Num momento de tensão extrema, o aluno pode não tem equilíbrio emocional para responder. Precisa saber se ele compreende os processos históricos”, completou Haddad.



Enem terá ao menos duas edições por ano  (Folha de S.Paulo – Cotidiano – 14/05/09)

O novo Enem, criado para substituir o vestibular nas universidades federais, terá pelo menos duas edições por ano, disse ontem o ministro Fernando Haddad (Educação).
A ideia é se adaptar ao calendário das universidades -algumas fazem mais de um vestibular por ano. A prova deste ano ocorrerá em outubro; a primeira de 2010, em março ou abril.
Há a possibilidade de o MEC promover mais de duas edições por ano, mas isso depende de orçamento, afirmou o ministro. Até agora, 21 das 55 universidades federais anunciaram que vão aderir ao exame como única forma de seleção; sete não vão usar a prova neste ano.

Razões da mudança

O antigo Enem foi criado para o aluno se autoavaliar. Depois, passou a fazer parte do vestibular de faculdades e foi utilizado para comparar os desempenhos das escolas. O ministério tem dois objetivos com a mudança: unificar a seleção de calouros para as federais e reestruturar o currículo do ensino médio. O governo federal também entende que o modelo atual, em que cada universidade tem o seu vestibular, prejudica os estudantes com menor renda, que precisam se deslocar para diversas cidades. Na nova modalidade, o número de questões passa de 63 para 200, mais a redação. Serão dois dias de prova. As notas do Enem não terão validade limitada, já que o nível de dificuldade será sempre o mesmo. Um aluno pode, por exemplo, usar a nota de 2009 em uma seleção de 2011. O novo exame é inspirado no modelo americano de seleção (SAT), que acontece sete vezes por ano. Ontem, o ministro apresentou a reitores das universidades a lista de conteúdos e habilidades exigidos na prova. A ideia é que o novo Enem mantenha a maneira como as perguntas hoje são formuladas, privilegiando a capacidade de raciocínio em detrimento da memorização. A prova deverá ainda exigir um pouco mais de conteúdo informativo, mas sem decoreba. A lista desses conteúdos será divulgada hoje no site do MEC. Segundo o ministro, ela corresponderá àquilo que já é ensinado hoje no ensino médio, até para que os estudantes não sejam prejudicados. “O aluno que se saía bem no vestibular tradicional vai se sair igualmente bem no novo Enem”, afirmou. Amaro Lins, presidente da Andifes (associação dos reitores das universidades federais), diz que na prova de matemática, por exemplo, será avaliada a capacidade de interpretação de gráficos e a ligação de disciplina com fenômenos do dia a dia. Um simulado será divulgado pelo MEC nas próximas semanas. No exame, as 200 questões terão diferentes níveis de dificuldade. As mais complexas são fundamentais para permitir uma melhor seleção de alunos em carreiras mais concorridas, como medicina.

Em 400 anos, provas quase não mudaram  (Folha de S.Paulo – Cotidiano – 14/05/09)

Apesar da revolução científica e de avanços na pedagogia, a noção de prova escolar sofreu muito poucas alterações desde sua criação pelos jesuítas quatro séculos atrás.
Tamanha estabilidade se justifica: o conceito funciona. Não é preciso mais do que fazer algumas perguntas aos alunos para distinguir aqueles que dominam a matéria dos que aprenderam pouco. Embora muitos tentem, é difícil enganar uma prova. Mesmo testes de múltipla escolha, criticados por nove entre dez pedagogos, são bastante eficientes na hora de separar bons de maus alunos. Estudo da Fuvest divulgado em 2005 mostrou que, se a segunda fase do exame (da qual constam as questões dissertativas) fosse eliminada, a relação final dos aprovados mudaria pouco, de 3% a 6%. Ou seja, em um curso com 50 vagas oferecidas, no máximo três vestibulandos que não estivessem entre os 50 mais bem posicionados nos testes da primeira etapa seriam aprovados por conta de seu desempenho nas respostas escritas. Isso não significa que não haja vantagens em substituir os vestibulares pelo Enem. Elas existem e são muitas. As mais palpáveis são de ordem logística. O candidato a uma vaga no ensino superior não precisaria mais submeter-se a uma maratona de provas. Também seria poupado das múltiplas taxas de exame cobradas pelas universidades. Igualmente interessante, o sistema de ensino superior ganharia mobilidade. Um aluno formado no Nordeste, por exemplo, munido de sua nota nacional teria melhores condições de pleitear vagas em instituições do Sudeste. Outro efeito positivo tende a dar-se sobre a organização dos “curricula”. Atualmente, são os principais vestibulares que, numa inversão de papéis, acabam definindo o que as escolas ensinam. Um colégio pode até querer ensinar linguística em vez de gramática prescritiva ou mecânica quântica no lugar de física newtoniana -posições em princípio justificáveis-, mas dificilmente o fará porque precisa responder à demanda de preparar seus alunos para o vestibular. Se o novo Enem de fato ganhar aceitação e firmar-se como uma prova que valorize mais a capacidade de raciocínio do que a memorização de conteúdos, as escolas não precisariam desdobrar-se para cobrir toda a matéria exigida nos vestibulares. Reencontrariam, então, espaço para trabalhar melhor o que consideram ser suas prioridades e até para experimentar um pouco mais.



Enem não vai ter ‘pegadinha’   (Jornal da Tarde – Cidade – 14/05/09)

Praga dos exames e “terror” dos estudantes, as pegadinhas devem ser banidas do novo Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), que substituirá parte dos vestibulares das universidades federais. “Não pode ter pegadinhas”, disse ontem o ministro da Educação, Fernando Haddad. O novo Enem usará os mesmos conteúdos hoje ensinados no ensino médio e que já são cobrados nas atuais seleções universitárias. A diferença, definida em uma reunião, ontem, entre reitores e o Ministério da Educação, será na quantidade, menor, e na forma de desenhar as questões. “O que a matriz de conteúdos e habilidades vai dizer é ‘o conteúdo é esse e vamos abordá-lo assim’”, afirmou o ministro Fernando Haddad. “Mas vai deixar claro que o conteúdo é o atual, que está na estrutura curricular da maior parte dos Estados hoje.” Apesar da intenção do MEC de substituir o vestibular justamente para mudar o ensino médio, o ministro explica que esse não é um resultado imediato. Especialmente porque os atuais candidatos à universidade foram preparados com uma certa quantidade de conteúdo. “Mas vamos mudar a forma de abordagem”, explicou. Além disso, a nova matriz do Enem deverá produzir um enxugamento na imensa quantidade de conteúdos abordados nos atuais vestibulares e que as escolas de ensino médio tentam, de qualquer jeito, também ensinar. “Hoje se tem um ‘empilhamento’ de programas de vestibular no currículo do ensino médio. Agora, vamos ter um programa e uma forma de abordagem”, disse. “Isso já vai direcionar as escolas para reduzirem seus conteúdos.” A maneira de desenhar as questões é uma das maiores apostas do MEC para a melhoria do ensino médio. Em vez do uso automático de fórmulas, o ministério prega questões que integrem conteúdos e usem mais raciocínio.

Pedido de adiamento

As mudanças não agradaram a todos. Em Pernambuco, o partido Democratas (DEM) decidiu entrar com um mandado de segurança coletivo para impedir que o novo Enem seja aplicado já em outubro deste ano, como está previsto. No Estado, a Universidade Federal Rural de Pernambuco já decidiu aderir ao sistema como seu único processo seletivo e a Universidade Federal de Pernambuco vai usá-lo como primeira fase da sua seleção. O DEM, no entanto, alega que a mudança já em 2009 prejudicaria os estudantes que se preparam para outro tipo de vestibular. “Todo o cuidado foi tomado para que se respeite a situação. Temos segurança que os alunos que se saírem bem no vestibular vão também se sair bem no novo Enem”, afirmou o ministro.  Outra decisão do ministério é a data já da segunda prova do novo Enem: será em março ou abril do próximo ano. Dessa vez, já incluindo uma prova de espanhol e inglês, que ficaram de fora na versão deste ano.

PRINCIPAIS MUDANÇAS

A prova terá redação e 200 questões objetivas, 50 em cada área: linguagens, códigos e suas tecnologias, ciências humanas e suas tecnologias, ciências da natureza e suas tecnologias e matemática e suas tecnologias

O estudante poderá fazer a prova em qualquer parte do País e se candidatar a qualquer instituição participante, pública ou privada

O Enem será feito mais de uma vez por ano e os resultados serão comparáveis, o que permitirá ao aluno usar a mesma prova para se inscrever em vários vestibulares

As instituições que aderirem ao sistema de seleção terão de colocar as vagas no sistema do MEC e terão a seleção feita por ele

As que aderirem só ao Enem poderão usá-lo como parte da seleção, mas terão de inscrever os seus alunos e criar um vestibular