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15/12/2017 / Em: Clipping

 

Segunda aplicação do Enem 2017 tem redação sobre ‘padrões de beleza’ e provas canceladas em 13 presídios (G1 – Educação – 14/12/2017)

Segundo o Inep, 74% dos candidatos privados de liberdade participaram das provas no 1º dia, e 70% fizeram o 2º dia; em quatro estados, provas foram canceladas.

Os candidatos privados de liberdade ou que ganharam o direito de refazer as provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2017 precisaram fazer uma redação com o tema “Consequências da busca por padrões de beleza idealizados”, segundo o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). As provas da segunda aplicação do exame, também conhecida como Enem PPL (pessoas privadas de liberdades), foram aplicadas nesta quarta e quinta (13 e 14) para 35 mil pessoas, a maioria delas atualmente detidas ou presas em presídios, unidades prisionais ou jovens cumprindo medida socioeducativa.  Além do tema da prova de redação, todas as perguntas das provas objetivas são diferentes da primeira aplicação. No total, 1.078 unidades prisionais em 577 municípios brasileiros receberiam as provas. Porém, por causa de greves de agentes penitenciários ou de rebeliões, o Enem 2017 foi cancelado em 13 unidades prisionais de cinco cidades diferentes. Neste ano, o Enem deixou de ser usado para a obtenção do certificado de conclusão do ensino médio. Mas pessoas presas que já têm o diploma do ensino médio têm o direito de realizar o exame e tentar concorrer a uma vaga no Sistema de Seleção Unificada (Sisu). No caso do Enem 2017, os resultados serão divulgados em 19 de janeiro tanto para quem fez a primeira aplicação, nos dias 5 e 12 de novembro, como para quem fez o exame nesta semana. As notas deste ano valem para as duas edições do Sisu em 2018 – a primeira delas terá inscrições abertas em 29 de janeiro. Questionado pelo G1, o Inep afirmou que não fará novas aplicações do Enem 2017.

Cidades com Enem PPL cancelado

O Enem deixou de ser aplicado nos dois dias dez unidades prisionais de Alagoas por causa da greve dos agentes penitenciários: nove delas ficam em Maceió e uma, em Girau do Ponciano. Já em uma unidade de Itaitinga (CE), e em outra, localizada em Cascavel (PR), os candidatos perderam os dois dias de prova por causa de rebeliões. Em Marabá (PA), os candidatos chegaram a fazer o primeiro dia, mas o segundo dia foi cancelado por causa de uma rebelião. Já em Paulo Afonso (BA), a prova do segundo dia em uma unidade foi interrompida temporariamente por falta de energia, “onde foi acionado um gerador para garantir que os participantes terminassem as provas”. Entre outras concorrências citadas pelo instituto estão a eliminação de um candidato, já que outro detento compareceu ao local do exame para fazer as provas no seu lugar.

Abstenções

De acordo com o balanço divulgado pelo Inep, nas unidades prisionais a abstenção foi de 26% dos candidatos no primeiro dia e 30% no segundo dia. A abstenção foi mais alta entre os candidatos inscritos para a primeira aplicação do Enem, mas que ganharam do Inep ou depois de pedido judicial o direito de refazer as provas. Isso acontece quando algum fator externo impede a aplicação da prova, como uma queda na energia, por exemplo. Foi o caso de uma faculdade particular de Teresina, onde pelo menos 700 candidatos deixaram de fazer a prova. Segundo o Inep, 3.886 pessoas estavam nessa situação. O número, porém, incluir pessoas que só poderiam refazer as provas no primeiro dia, as que ganharam o direito de refazer apenas o segundo dia de provas, e os candidatos que poderiam fazer os dois dias de prova, já que os casos são considerados de forma individual. O Inep diz que aplicou o primeiro dia de provas em 13 estados. Já o segundo dia foi aplicado apenas em 11 estados brasileiros.

Redação foi mais fácil, dizem candidatos

Entre os candidatos que puderam refazer o primeiro dia de provas em Teresina, o tema da prova de redação recebeu elogios. O auxiliar de serviços gerais Antônio Almeida Santos, tentou a prova pela oitava vez e estava confiante para conseguir a aprovação. “Achei um bom tema. Foi um tema para quem acompanha muito televisão e quem lê muito também tem conhecimento. A prova toda estava muito boa e foi no mesmo nível da primeira prova”, contou Antônio Almeida Santos que pretende tentar uma vaga em psicologia. Entre outros candidatos o novo tema foi considerado mais fácil que o primeiro. “O tema era mais fácil e deu espaço para a gente poder escrever melhor do que o da primeira prova que foi cancelada”, disse Daniele dos Santos.