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16/04/2018 / Em: Clipping

 

Unicamp 2018: Matriculados com renda familiar de até 2 salários sobem 38% e total de mulheres é o mais baixo em 11 anos (G1 – Campinas e Região – 16/04/2018)

Perfil socioeconômico foi elaborado por comissão responsável por organizar exame. Coordenador diz que dados são influenciados por alta em isenções e mudanças em provas dos últimos anos.

 

O vestibular 2018 da Unicamp registrou alta de 38,8% na quantidade de matriculados com renda familiar de até dois salários mínimos e menor número de mulheres em 11 anos, segundo a comissão organizadora do exame (Comvest). Além disso, o levantamento indica aumento de aprovados com idade superior a 24 anos e diminuição de ingressantes que já trabalham. Os dados mostram que, entre os novos alunos, 379 têm renda familiar de até dois salários mínimos (R$ 1.908), enquanto foram 273 no ano anterior. Além disso, o total é o maior pelo menos desde 2013, quando o modelo de divulgação do perfil socioeconômico pela universidade foi padronizado. A faixa de dois a três salários mínimos (até R$ 2.862) também teve aumento: o total de estudantes subiu de 358 para 416 – alta de 16,2%. O resultado, explica o coordenador executivo da Comvest, José Alves de Freitas Neto, reflete as 8,6 mil isenções na taxa de inscrição (fixada em R$ 165) concedidas pela Unicamp, alta de 15,6% sobre a quantidade de benefícios em 2017. Leia mais

 

 


Filosofia e sociologia obrigatórias derrubam notas em matemática (Folha de São Paulo – Educação – 16/04/2018)

Segundo pesquisa, exigência no ensino médio prejudica desempenho de alunos

 

A inclusão de filosofia e sociologia como disciplinas obrigatórias no ensino médio em 2009 prejudicou a aprendizagem de matemática dos jovens brasileiros, principalmente os de baixa renda. A conclusão é dos pesquisadores Thais Waideman Niquito e Adolfo Sachsida, em estudo inédito que será publicado pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada). Segundo eles, a mudança levou as notas de jovens residentes em municípios com muito baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), que engloba aspectos de renda, escolaridade e saúde, a cair 11,8%, 8,8% e 7,7% em redação, matemática e linguagens (que inclui português, língua estrangeira e outras), respectivamente. Esses declínios foram verificados nas provas do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) de 2012, três anos após a aprovação de lei que estabeleceu que filosofia e sociologia deveriam ser ensinadas ao longo de todo o ensino médio obrigatoriamente. Desde 2006, a legislação previa a inclusão das duas disciplinas no currículo, mas não necessariamente nos três anos do ciclo. Foram avaliados os resultados de jovens de 16 a 25 anos em vários recortes e cruzamentos de dados, como renda, porte do município, região e tipo de escola. Os pesquisadores analisaram as notas de dois grupos de participantes do Enem de 2012: os que concluíram o ensino médio a partir de 2009 —e portanto foram afetados pela nova lei— e os que haviam se formado três anos antes do início da obrigatoriedade de inclusão das duas disciplinas.

TENDÊNCIA

Os dados do Enem de 2009, tanto dos que se formaram nos três anos imediatamente anteriores quanto daqueles que haviam terminado a escola há mais tempo, também foram considerados. O objetivo era identificar se havia uma tendência de desempenho dependendo da distância entre a data da conclusão do ensino médio e da realização do exame. Os resultados indicaram que havia, de fato, um padrão que se alterou após a nova lei. A mudança não gerou apenas efeitos negativos. Em alguns casos, as notas de português e ciências humanas, por exemplo, melhoraram. Houve também situações em que a medida não afetou, nem para melhor nem para pior, a aprendizagem nas demais disciplinas. Mas chamou a atenção dos pesquisadores o fato de que, na maioria dos cenários avaliados, o desempenho em matemática caiu. Leia mais