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16/10/2017 / Em: Clipping

 

Como as redes sociais estão revolucionando a experiência na universidade (Universia – Notícias – 16/10/2017)

As ferramentas de social media estão transformando profundamente a forma como os estudantes aprendem e divulgam suas ações na fase acadêmica

Tente parar para pensar quando foi que você conheceu sua primeira rede social. Já faz um bom tempo, não é mesmo? Uma verdadeira revolução nas tecnologias de comunicação e internet, o entendimento atual que temos sobre rede social está amplamente relacionado com o advento e popularização do Facebook. Surgido nos corredores da Universidade de Harvard, o Facebook cresceu e se tornou, sem sombra de dúvidas, um dos gigantes da comunicação mundial. O fato de terem florescido, em grande parte, no ambiente universitário indica que as redes sociais possuem relações profundas com o ensino superior.

A rede social não é o inimigo

Fazer da rede social um problema no ambiente acadêmico certamente não é um caminho adequado. Por outro lado, utilizar as suas melhores características com intenções educacionais é a chave para uma boa experiência. Confira algumas maneiras de colocar a colaboração em prática.

Atualização e compartilhamento

Recursos básicos de social media podem ser utilizados pelas instituições para fins vantajosos. Por exemplo, a criação e alimentação de uma página do Facebook da instituição (ou de cada departamento/curso, se for o caso). Garantindo rápida transmissão e compartilhamento de informações relevantes aos alunos e à comunidade acadêmica no geral, a página pode se tornar uma interessante ferramenta educacional. O mesmo modelo pode ser aplicado a um perfil no Twitter ou um canal no YouTube. Além disso, este tipo de interação pode ser positiva para o relacionamento da instituição com a imprensa, oferecendo dados e contato oficiais.

Promover e divulgar

Uma finalidade bastante útil do emprego de redes sociais é a de divulgação da produção científica, acadêmica e mesmo cultural da universidade. Seja um trabalho interessante e elogiado de um aluno ou a linha de pesquisa de um docente, a divulgação fortalece a imagem da instituição (além de promover intercâmbio e contato entre os seus próprios membros que, de outra forma, talvez nem chegassem a conhecer o trabalho de seus colegas). A divulgação de eventos também pode ser largamente facilitada pela presença em rede social. O convite para um congresso ou palestra pode atingir uma faixa bem maior de público interessado.

Incentivo à produção e ao diálogo

Ao estabelecer conexão entre os próprios usuários/alunos da universidade, as redes sociais podem funcionar como incentivo à produção. Surgimento de parcerias, estabelecimento de acordos, entre outros, podem ser facilitados pelas redes. Também é importante destacar a maior possibilidade de diálogo entre alunos e funcionários ou docentes. Com a grande maioria dos alunos usando smartphones e tendo familiaridade com as redes sociais, as mesmas podem se tornar surpreendentes recursos no ensino e na experiência universitária no geral.

 


USP cai em ranking global; veja as melhores universidades do país (Exame – Carreira – 16/10/2017)

A USP continua sendo a número 1 do país em 2017, mas teve desempenho pior do que no ano passado. Veja as 18 melhores segundo novo ranking do CWUR

Um novo levantamento que acaba de ser divulgado pelo Center for World University Rankings (CWUR) indica quais são as melhores universidades do mundo e do Brasil em 2017. Das 1000 instituições que aparecem no seleto ranking, 18 são do Brasil. A USP (Universidade de São Paulo) ficou em 1º lugar no páreo nacional e na 145ª posição na lista global, com pontuação de 47,09 em uma escala que vai de 0 a 100. No ano passado, a instituição paulista teve uma pontuação um pouco mais alta (49,15), que lhe rendeu o 138º lugar na comparação com o resto do mundo. A queda da USP no ranking não é isolada: das 18 universidades brasileiras que entraram na lista, 11 tiveram um desempenho pior em 2017 do que em 2016. “Em comparação ao ano passado, a performance das universidades brasileiras no ranking decaiu em 2017 e será preciso mais investimento em pesquisa se o país quiser aumentar sua competitividade no cenário global”, afirma Nadim Mahassen, presidente do CWUR, em nota. O CWUR usa 8 critérios de avaliação: qualidade do ensino (responsável por 25% da nota), proporção de ex-alunos que chegaram a cargos de gestão nas empresas (25%), qualidade do corpo docente (25%), número de publicações em periódicos acadêmicos (5%), influência acadêmica (5%), citações (5%), índice de qualidade em pesquisa (5%) e número de patentes (5%).

 


Vestibular 2018: Unicamp aplica segunda etapa do THE para o curso de Música (Super Vestibular – Notícias – 15/10/2017)

O resultado dessa etapa deve ser publicado no dia 24 de outubro de 2017.

A Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) aplica neste domingo e na segunda-feira, dias 15 e 16 de outubro, as provas da 2ª etapa da Prova de Habilidades Específicas do Vestibular 2018. Participam deste exame os candidatos inscritos para o curso de Música que enviaram o material audiovisual entre os dias 11 e 18 de setembro. Segundo o Manual do Candidato, as provas serão aplicadas no Instituto de Artes, em Campinas. Os candidatos devem comparecer com antecedência, munidos de carteira de identidade, caneta de tinta preta ou azul, lápis e borracha. O resultado do THE deve ser publicado no dia 24 de outubro. Mesmo aprovado nesta etapa, os candidatos devem participar das provas teóricas do vestibular.

Unicamp 2018

O Vestibular da Unicamp é composto por duas etapas, sendo a primeira com questões objetivas e a segunda composta por questões discursivas e uma redação. Confira abaixo o cronograma de divulgação dos locais de provas e aplicação do exame:

Os inscritos responderão na primeira fase 90 questões objetivas de disciplinas do ensino médio. Já na segunda será a vez de uma redação e questões discursivas. Inscritos para os cursos de Arquitetura e Urbanismo, Artes Cênicas, Artes Visuais e Dança também deverão passar por testes de habilidades específicas.

Concorrência e vagas

Mais de 83 mil estudantes se inscreveram para o Vestibular 2018 da Unicamp, sendo 10 mil a mais que a última edição. Segundo a universidade, o aumento se deve à ampliação das provas para as cidades de Belo Horizonte, Fortaleza, Indaiatuba e Valinhos e ao crescimento do número de candidatos isentos do pagamento da taxa de inscrição (8.650 inscritos isentos). Medicina é o curso mais procurado, com 279 inscritos para cada uma das vagas oferecidas. Em seguida aparecem os cursos de Arquitetura e Urbanismo, Ciências Biológicas, Comunicação Social e Engenharia Química. Acesse a concorrência completa.

Resultado

O resultado final, com a lista de aprovados em primeira chamada, deve sair no dia 8 de fevereiro de 2018, com matrículas pela internet no dia 9 seguinte. A segunda chamada deve ser liberada no dia 15 de fevereiro e as matrículas presenciais das duas primeiras convocações serão realizadas no dia 19 do mesmo mês.

 


Dia dos Professores: eles ensinam alunos a sonhar (Gazeta On Line – Notícias – 15/10/2017)

A missão deles é mostrar a estudantes como fazer planos e vencer

Eles têm um desafio complexo: mais do que transformar qualquer assunto em conhecimento, é modificar a vida dos alunos. Essa é a missão de muitos professores, que levam com amor a profissão. Para celebrar o dia deles, comemorado hoje, fomos atrás de profissionais que se destacam com suas aulas criativas e fazem alunos sonharem com um futuro melhor. Sonho é a palavra que está mais presente na vida da professora de Educação Física Alixandra Dantas. E seu trabalho de vida é fazer os alunos da rede municipal da Serra sonharem. “É fazer com que os alunos tenham vontade de ter um plano de vida; com que quem não tem vontade de ser nada queira mudar a própria realidade, e ser alguma coisa”, conta. Alixandra usa um mundo lúdico, da contação de história. e da fantasia, acompanhada de seu companheiro, o violão. O projeto surgiu devido ao alto índice dos jovens do município no envolvimento com drogas e da gravidez precoce. “Eles escrevem um plano, pelo menos para um ano, e levam para casa para tentar realizar.” Para ela, trabalhar com os sonhos de outros dá mais vontade de viver. “Faz eu também ir atrás dos meus sonhos. Muitos já realizei, outros ainda estão por vir. Só tenho gratidão e desejo que eles entendam que sonho não tem prazo de validade.”

Autoestima

O professor Mario Sérgio Pereira de Melo, de 57 anos, atua há 29 anos na educação na área da História e Geografia. “Assim que terminei o ensino médio decidi entrar para sala de aula”, lembra. Para ele, ser professor na atual conjuntura é um desafio diário. “Não desanimo, mas é difícil. É uma geração que chega desmotivada na sala de aula, sem o mesmo interesse que a minha geração tinha, a gente deslumbrava com novos conhecimentos”, comenta. Além dos jovens, ele dá aula para adultos que resolveram voltar a estudar e tentam concluir o ensino médio. “Boa parte sexagenários, que resolveram estudar novamente. Geralmente chegam com medo e receio do que irão encontrar. Procuro cultivar neles a autoestima”, diz o professor. Mario Sérgio se sente gratificado ao exercer a profissão. “Ver que o aluno alcançou um objetivo não tem preço. Ajudá-lo é o meu papel.”

Uma viagem pelo mundo da fantasia para aprender inglês

Ela, que sonhava em ser médica, se apaixonou pela profissão de professora. “Tinha 18 anos quando fui substituir uma professora que tinha quebrado o braço. A profissão aconteceu por acaso e me apaixonei pela sala de aula. O jeito como as crianças pensam me encanta”, diz. Atuando há sete anos, suas aulas chamam a atenção dos pais e das crianças. Não é nada convencional e nem tradicional. “As crianças aprendem em inglês e não sobre inglês, o que é totalmente diferente. Aprendem as habilidades necessárias sobre a sobrevivência delas, como brincar, comer e se relacionar. A gente aprende a brincar em inglês”, diz Bianca, que tem alunos na faixa etária entre seis e 10 anos. Nas suas aulas, os alunos se vestem de veterinário para estudar os bichos e aprenderem sobre eles. Ou então, nas aulas de culinária, aprendem sobre os alimentos. Tudo, claro, em inglês. Recentemente, eles estudaram os cinco sentidos. “Numa parte vendamos os olhos e eles iam provando os alimentos e descrevendo se era doce ou salgado. Foi uma delícia”. As aulas de Bianca são vivências práticas. “Também criamos um cenários e assim eles vão aprendendo brincando”. Ela não se vê em outra profissão. “Não sei até onde toco na vida dessas crianças. Mas é um sentimento de esperança e de ter um mundo melhor”, diz a professora. “Meu trabalho é fazer com que os alunos tenham vontade de ter um plano de vida, de querer mudar a realidade, de querer ser alguma coisa” Alixandra Dantas, professora. “Não tenho noção de até onde toco na vida dessas crianças. Mas é um sentimento de esperança e uma vontade de ter um mundo melhor” Bianca Baptista, professora de inglês. “Não me arrependo da escolha de ser professor. Quero continuar estudando e ver a educação mudar a vida dos meus alunos” Fábio Leite, professor de química.

Ele tem a fórmula certa para ensinar jovens e adultos

Fábio Leite, 46 anos, conquista a quase unanimidade dos olhos grudados no quadro, onde resolve um exercício. É quase sempre assim quando ele está dentro da sala de aula. Professor de Química há 25 anos, ele largou a carreira numa indústria para se dedicar no ensino de jovens e adultos. “Quando o adulto vem para a sala de aula não é só o conteúdo pedagógico que acabo ensinado, vai muito além disso. Eles sempre trazem assuntos para a gente discutir. Você se sente útil ensinando uma pessoa”, conta ele, que dá aula em três escolas. Fábio se encanta com a profissão. Seus alunos chegam a ter 65 anos. “São pessoas que ficaram um tempo sem estudar e decidiram tentar de novo. Isso é lindo”. Para atrair atenção de seus alunos, ele traz temas da atualidade. “Gosto de associar os ensinamentos com os assuntos do cotidiano”, conta. Sobre essa recente crise entre Estados Unidos e Coreia do Norte, ele explicou sobre a bomba H. “Eles ficam de olhos bem atentos.” Atuando em três escolas de Vila Velha, ele diz se sentir realizado com a profissão, mesmo que, muitas vezes, ela não seja reconhecida (inclusive financeiramente). “Não me arrependo da minha escolha. Quero continuar estudando e também ver a educação mudar a vida deles. Como já mudou de alguns dos meus alunos.”

 


Vestibular Unicamp 2018: THE de Música começa neste domingo (Brasil Escola – Notícias – 14/10/2017)

Seleção será realizada no Instituto de Artes e contará com provas teórica e de conteúdo específico.

A Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) realiza amanhã e segunda-feira, dias 15 e 16 de outubro, a segunda etapa das provas de habilidades específicas do seu Vestibular 2018 para os candidatos ao curso de Música. A parte teórica será aplicada neste domingo, das 9h às 12h, enquanto a prova de conteúdo específico acontecerá das 14h às 17h, para o curso de licenciatura, e das 14h às 18h45, para os bacharelados. A prova de conteúdo específico segue no dia seguinte, das 9h às 17h, para todos os cursos. Os participantes deverão portar original da cédula de identidade, caneta de cor preta ou azul, lápis e borracha, além de providenciar os instrumentistas acompanhadores, se necessário, e seus próprios instrumentos, com exceção de piano, cravo, contrabaixo acústico, bateria e percussão.

THE

A etapa II valerá 48 pontos, sendo 16 para a prova teórica e 32 para a prova de conteúdos específicos. Serão considerados aprovados somente os candidatos que obtiverem nota superior ou igual a 24. O resultado será publicado no dia 24 de outubro. A primeira etapa, de caratér eliminatório, foi constituída pela análise de material audiovisual. Os candidatos que não enviaram o vídeo de 11 a 18 de setembro, não o fizeram corretamente ou não obtiveram nota igual ou superior a 5 pontos foram eliminados.  São 65 vagas para os cursos de bacharelado em Música Popular (Violão, Saxofone, Bateria, Contrabaixo, Voz, Guitarra e Piano) e Música Erudita (Flauta, Violino, Contrabaixo, Viola, Violoncelo, Violão, Trompete, Trombone, Piano, Voz, Percussão, Composição e Regência) e licenciatura em Música.

Vestibular

O processo seletivo será constituído por duas etapas. A primeira acontecerá em 19 de novembro e contará com questões objetivas sobre conhecimentos gerais. Já a segunda será realizada de 14 a 16 de janeiro de 2018 com redação e questões discursivas. Candidatos aos cursos de Arquitetura e Urbanismo, Artes Cênicas, Artes Visuais e Dança também passarão pelos Testes de Habilidades Específicas. A primeira chamada é esperada para 8 de fevereiro de 2018. No total, 3.340 vagas estão sendo ofertadas em 70 cursos de graduação.

 


Enem: um olhar mais contemporâneo (Folha Pernambuco – Educação – 14/10/2017)

Dinâmico como a própria língua, o Enem deve dialogar com uma linguagem mais atual, como apostam alunos e professores

Linguagens, códigos e suas tecnologias é a área que possui o maior número de competências, que representam a capacidade do candidato interpretar, raciocinar e conetar ideias para resolver problemas do cotidiano em vez de demonstrar conhecimentos específicos. Isso, na literatura e na própria língua portuguesa, representa um mundo que o estudante absorve ao longo da vida escolar e para o qual deve estar preparado na hora da prova do Exame Nacional do En­­sino Médio (Enem). Porém, professores e alunos afirmam que é possível focar em assuntos mais relevantes.

“É mais interpretação de texto, função de linguagem. Não é nada anormal, mas também não é nada batido. O Enem sempre inova nas questões e não tem como a gente decorar”, afirma Maria Eduarda Marinho, 18 anos, aluna do 3º ano do ensino médio do Colégio Marista São Luís. “A gente sabe que o Enem é o tipo da prova imprevisível, não há como apostar em conteúdo, mas pode sugerir algumas coisas, pela recorrência dos conteúdos”, concorda a professora de língua portuguesa Mônica Soares. Apesar de, em interpretação de texto, o Enem trabalhar com gêneros variados, a docente acredita que os gêneros digitais vão estar mais presentes. “A gente está vivendo uma era em que os textos digitais têm que ter um espaço muito especial”, conta. “Além disso, precisa pensar no cartum e na charge.” Na prova de literatura, a aluna Clara Furtado, 17, chama a atenção para os estilos literários mais contemporâneos, desde o modernismo até as vanguardas pós-1945 e os estilos e produções que surgiram a partir de então. “Esses movimentos têm muita força”, considera. Assuntos anteriores à fase modernista, segundo o professor de literatura brasileira Daniel Bandeira, também aparecem, mas sob outra perspectiva. “Assuntos como barroco, arcadismo e romantismo também estão no Enem, mas numa perspectiva da modernidade, das correlações, dos dialogismos que se estabelecem com a literatura contemporânea e os movimentos que antecederam a contemporaneidade, assim como charges, quadrinhos, obras de artes, relações dialógicas com os mais diversos autores das vanguardas europeias, o período impressionista e toda uma literatura associativa”, indica.

 


“Não temos mais o poder do conhecimento”, afirmam professores (Portal O Dia – Educação – 14/10/2017)

Com o avanço da tecnologia e modo de se portar socialmente, o professores assumem novos papeis e se consideram como mediadores

O formato geralmente é parecido: uma sala de aula, alunos enfileirados em carteiras, o professor a frente ministrando um conteúdo ou, no caso de alunos menores, proporcionando a troca de saberes através da ludicidade. O cenário que se perpetua ao longo dos anos, no entanto, não significa dizer que nada mudou. Com o avanço da tecnologia e modo de se portar socialmente, o professores assumem novos papeis e se consideram como mediadores dentro da sala de aula. Nesta edição, o Jornal O Dia ouviu professores de diferentes realidades para homenagear a profissão que é base para o desenvolvimento do mundo. Neste domingo, 15 de Outubro, é comemorado o Dia do Professor. Socorro Vieira, do Centro de Referência em Educação Infantil, CRAI Baby; Claube Moura, do Colégio Castro Alves; Mazé Soares, da Unidade de Mediação Tecnológica da Seduc e Mara Soares, da Escola Municipal Tio Bentes, analisaram o contexto atual da educação e o papel assumido pelos professores com a evolução dos tempos. Uma das constatações mais fáceis de se fazer é que a presença das tecnologias trouxe nova dinâmica à maneira de se comunicar, se informar e, sobretudo, aprender. É por isso que as salas de aula já não são as mesmas. Agora, o conhecimento é descentralizado e fluido acrescido das diversas linguagens e meios de comunicação. O papel do professor deixa de ser um transmissor de conhecimentos para se posicionar como um mediador de diversas linguagens e oportunidades educativas. “Trabalhamos com alunos a partir de quatro meses de vida e vemos crianças com dois anos de idade que o brinquedo preferido é o tablet. Nós, além de educadores, assumimos um pouco do papel de pais e mães e comprovamos diariamente que a tecnologia têm influenciado fortemente a formação desses alunos”, analisa Socorro. Mesmo nas séries menores, a interferência dos recursos digitais exige uma nova postura para o professor. É por isso que muda-se a relação deste poder do conhecimento. É fato que o aluno, muitas vezes, consegue antever uma informação dada pela facilidade com que o saber é compartilhado nas diferentes plataformas.

Tecnologias

“Direcionar o nosso aluno a fazer um bom uso dessa tecnologia, isso é a pedagogia da autonomia.  Quando o aluno se torna autônomo, onde o professor deixa de ser o detentor do conhecimento, e assume a função de mediador, onde vamos orientar o aluno intelectualmente, eticamente, emocionalmente. Nessa forma o aluno deixa de ser aquele ser passivo, onde só o professor é detentor do conhecimento, e assume seu papel fundamental dentro do processo de educação”, considera Mazé. Esse processo de dar autonomia para o aluno é transversal, porque acontece desde as séries iniciais até a finalização do seu processo de escolarização. Nesse caso, os professores assumem o compromisso de moldar o conhecimento através dos recursos disponíveis. “Sempre incentivo que eles possam pesquisar na internet, usamos notebook e data show para poder trazer mais elementos nesse processo e moldar o conhecimento que eles têm acesso através da sala de aula”, esclarece a professora Mara. Os professores intervém de forma direta em todo o processo de ensino, dando opções e orientações para além do que é disposto como conhecimento real nas diferentes plataformas. “Na internet, vem uma chuva de informações, boas e ruins, e muitos dos alunos não separam o que é real e o que não. Nós temos que orientar nossos alunos. No ensino médio, por exemplo, é comum que esses alunos utilizem aplicativos que potencializem seu conhecimento aprendendo com o celular. Esse é o lado interessante”, conclui Claube. Adaptar as linguagens tendo em vista a compreensão e fazer uso das tecnologias durante o processo de aprendizagem é, além de uma realidade, uma necessidade de cada professor.

 


A vez dos ‘memes’ no Enem: críticas bem-humoradas que viralizam na web devem ser cobradas nas provas (Hoje em Dia – Horizontes – 12/10/2017)

Eles são a aposta para os vestibulares deste ano. Populares na internet, os memes devem aparecer, inclusive, no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). De acordo com professores, as imagens, carregadas de humor, também trazem críticas e vêm para complementar outros gêneros textuais, como charges, cartuns, tirinhas e quadrinhos, que já aparecem nas provas. “Esse é um novo tipo de texto, atual, e está presente no dia a dia dos estudantes”, comenta o professor de redação e literatura Lucas Marquesini. Na profissão há 13 anos, em 2017 ele começou a utilizar a ferramenta em sala de aula no pré-vestibular Elite, na capital. Mas é preciso estar atento. Por ser uma prova nacional, e que traz questões da atualidade, o docente recomenda que os alunos acompanhem conteúdos políticos e sociais. “O vestibular não vai escolher uma questão boba. Os memes também vão exigir interpretação, contextualização”, frisa. Para Monika dos Santos, professora no Colégio Unimaster/Grupo SEB, o uso desse tipo de linguagem é interessante pois “mostra que a prova acompanha o contexto do aluno”. Por isso, para montar as aulas, a educadora conta com a colaboração e sugestões dos estudantes. Para começar a estudar e analisar o meme, o aluno deve entender alguns conceitos da língua portuguesa

Múltipla escolha

Apesar do caráter interpretativo, dificilmente as imagens vão aparecer em questões abertas. “É improvável que isso esteja, por exemplo, na redação, já que são temas mais sérios e universais”, explica Monika. Para não errar caso os memes apareçam nas questões dissertativas, a dica é prestar bem atenção. O aluno deve ter certeza que entendeu a mensagem, o momento em que está inserida e qual recurso foi utilizado na construção da imagem. Assim como nos outros gêneros textuais, é preciso perceber a linguagem utilizada. Porém, o mais provável é que apareçam aqueles que misturam a linguagem verbal com a não verbal. “A linguagem não verbal carrega muita simbologia e o meme é uma ferramenta para comunicar”, lembra a professora do Unimaster.

Por dentro

Para começar a estudar e analisar o meme, o aluno deve entender alguns conceitos da língua portuguesa. Além do duplo sentido, é preciso estar atento a palavras que têm a mesma grafia ou pronúncia, mas com significados diferentes e também aos diferentes sentidos de uma mesma palavra. Os memes podem, ainda, estar relacionados a outras áreas do conhecimento e não apenas aos conteúdos de linguagens, tais como matemática, ciências da natureza e ciências humanas. Professores acreditam que, apesar de possíveis, temas como corrupção podem aparecer de forma mais genérica e não com personagens específicos.

 


O que está em jogo em uma universidade pública paga? (Gazeta do Povo – Artigos – 11/10/2017)

Não se deve embarcar de ânimo leve em transformações paradigmáticas só porque elas parecem fazer sentido e funcionar em outros contextos

Em períodos de crise econômica, as pautas do debate político frequentemente se repetem. Fronteiras entre o público e o privado são questionadas. Estado e livre mercado são redimensionados. Direitos sociais, civis e políticos se confundem com privilégios. Direitos humanos são relativizados. Como fantasmas, encantadoras e pragmáticas teses ressurgem nos discursos, nas redes sociais, nas colunas de opinião, nos editoriais. É o caso da cobrança de mensalidades no ensino superior no Brasil, algo que se ouviu dos movimentos reformistas dos anos 60, se repetiu nos 80, mais fortemente nos 90 e que volta a aparecer agora. O pressuposto é de que a universidade pública brasileira é cara e elitista, e que isso promove a concentração de renda e a injustiça social. A solução, portanto, seria cobrar de quem pudesse pagar, oferecendo bolsas de estudo àqueles sem condições. Parece genial, mas tanto o problema quanto a solução carecem de coerência e lógica. O funcionamento dos institutos e universidades federais consumirá R$ 4,7 bilhões, em um total de aproximadamente R$ 13,8 bilhões destinados ao ensino superior em 2017. As despesas com pessoal ficam na casa de R$ 20 bilhões. É caro? Talvez! Mas quanto vale o funcionamento de 11 mil cursos de graduação, ou a matrícula de quase 2 milhões de estudantes, ou 80% da estrutura de pós-graduação do país, ou o retorno social e econômico de atividades de pesquisa e extensão das universidades públicas? É difícil pechinchar quando o que está em jogo é a inovação científica e tecnológica, a mobilidade social e a formação cultural do país e de seu povo. Ainda que o conceito de valor se encerre na aridez das cifras, não é tão simples apontar o que custa caro ao país. Não é interessante saber que o gasto médio por aluno do ensino superior no Brasil (US$ 11,7 mil/ano) é similar ao de Portugal e Espanha, maior que o da Itália ou Polônia, e não tão longe de Estados Unidos e Reino Unido? Não é incômodo lembrar que os nossos excelentíssimos 513 deputados federais custam ao país, em média, R$1 bilhão por ano, e que esse valor supera o orçamento da imensa maioria das universidades públicas brasileiras? Muitos outros dados merecem atenção nessa conta, como os quase R$ 21 bilhões do orçamento do Ministério da Educação destinados ao crédito estudantil. Mesmo com evidente mérito da rede privada no processo de expansão do ensino superior no país, trata-se de um mercado em que quase metade da receita provém de recursos públicos. Em um fenômeno exemplar, o maior grupo empresarial de ensino universitário no país cresceu mais de 2.000% durante o último governo. Hoje, 75% das matrículas do ensino superior estão na rede privada, mas a participação dessas instituições no desenvolvimento científico e social é ínfima. Ou seja, ainda que o conceito de valor se encerre na aridez das cifras, não é tão simples apontar o que custa caro ao país. A questão do elitismo também é frágil, já que ele acontece porque os estudantes mais abastados, que pagam por centros de treinamentos para exames seletivos durante o ensino médio, conseguem êxito no acesso às restritas vagas das universidades, que deveriam ser para todos. Famílias que poderiam pagar pelo ensino superior privado continuam buscando as malfadadas universidades públicas, principalmente nos cursos mais concorridos, ponto sobre o qual deixarei que o leitor conclua. O problema, talvez, não seja o elitismo, mas as carências que cercam a educação básica pública e inviabilizam que seus estudantes possam competir em igualdade com os egressos do imenso mercado de cursinhos. Diferentemente do ensino superior, aliás, a educação básica pública derrapa no investimento anual por aluno (que fica em US$ 3,8 mil) e passa a ser mais comparável com as vizinhas Argentina e Colômbia. As explicações não se sustentam, portanto, mas há, ainda, uma série de implicações do tal pagamento de mensalidades que convidam à reflexão. Primeiro, a lógica da desigualdade não será mitigada. Isso aconteceria, pelo contrário, se ampliássemos a estrutura das instituições a ponto de reduzir a concorrência pelas vagas e facilitássemos o acesso daqueles sujeitos historicamente alijados – como, em parte, vinha acontecendo. Outra questão arriscada seria o prolongamento da lógica de quase-mercado à administração universitária, que submeteria decisões sociais e pedagógicas ao retorno econômico no curto prazo. Um exemplo da possível repercussão disso seria que os cursos de baixa procura (não menos importantes socialmente), como os ligados às artes ou as licenciaturas, pereceriam frente aos de maior prestígio, como Medicina e as engenharias. No horizonte, caberia uma universidade que se autofinancia e desonera o Estado de sua responsabilidade humana, ética e constitucional, impondo um processo de competição entre as instituições e um provável sucateamento de muitas delas. No médio prazo, não se pode deixar de pensar em um panorama de menos vagas, maior concorrência e acesso limitado. E, se assim for, a pequena parcela da sociedade que puder pagar migrará para o privado, deixando a universidade pública à míngua para os desprovidos. A questão do financiamento da educação pública é importante, merece desvelo e debate, sim, mas não se deve embarcar de ânimo leve em transformações paradigmáticas só porque elas parecem fazer sentido e funcionar em outros contextos. Nas veredas agrestes da política educacional, sempre vale lembrar Guimarães Rosa: eu “não sei quase nada, mas desconfio de muita coisa”.

 


A falência da educação pública (Carta Educação – Artigo – 11/10/2017)

Educação não é gasto, é investimento, porque a educação pública significa inclusão social, democracia e soberania

Neste mês de outubro, em que se discute o papel do professor e, consequentemente, da educação, o Brasil, infelizmente, não tem nada a comemorar. Pelo contrário, o atual governo promove uma política deliberada de desmonte da educação pública e de promoção do obscurantismo, que começa pelos cortes orçamentários. Além de reduzir os recursos do Ministério da Educação para R$ 35,74 bilhões em 2017, Michel Temer ainda promoveu um corte adicional de verbas de R$ 3,6 bilhões, 12% do total. E para 2018, a perspectiva é de mais arrocho – o orçamento previsto no Projeto de Lei Orçamentária prevê R$ 38,6 bilhões para a Educação. Esse valor representa quase a metade do que a presidenta Dilma Rousseff destinou ao MEC em 2014, R$ 92,6 bilhões. Não por acaso, de 2003 a 2016, o país ganhou 18 universidades públicas e saltou de 3,4 milhões para 8,1 milhões de vagas. Com a redução das verbas, há reitores demitindo terceirizados e com medo de ter de fechar as portas até devido a cortes de luz, por falta de pagamento. Nos demais níveis da educação, o desmonte segue o mesmo ritmo. Nos governos de Lula e Dilma, entre 2003 e 2016, o país ganhou 500 escolas técnicas, com a construção dos Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia. Os governos do PT também investiram R$ 15 bilhões no Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec). Em 2016, o programa já contava com 9,4 milhões de matrículas. Com os cortes orçamentários nos institutos federais, o ensino técnico está ameaçado. E para 2018 o cenário torna-se ainda mais sombrio. A lei orçamentária prevê a destinação de R$ 2,86 bilhões para a educação profissional e tecnológica, contra os R$ 3,78 bilhões deste ano, valor que já coloca em risco o funcionamento das instituições. Para o ensino básico e a educação infantil se anuncia a paralisia total, pois a emenda constitucional 95/16, além de congelar os investimentos públicos, anula o piso constitucional de 10% da arrecadação com impostos a serem investidos em Educação pelos próximos 20 anos. O orçamento para a educação básica no ano que vem será de R$ 3,5 bilhões, contra R$ 6,1 bilhões em 2017, redução de 42%. Quanto à escolarização infantil, a construção de novas creches está suspensa por prazo indeterminado. Mas o ataque ao projeto de desenvolvimento nacional, que todos sabem depender da produção de conhecimentos e inovação, vem por todos os lados. O Ministério que cuida da Ciência e Tecnologia, claro, também não escapou da tesoura, e teve corte de 44% de seu orçamento. Com isso, instituições importantíssimas para produção de conhecimento no país, como o Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF), no Rio de Janeiro, e o Laboratório Nacional de Computação Científica, em Petrópolis, estão ameaçados de fechar as portas ainda antes do fim do ano. Se fechado o CBPF, toda a produção científica das universidades do Rio será paralisada, pois o instituto abriga o principal servidor da rede de internet acadêmica do estado. Já o fechamento do Laboratório de Computação Científica levará à paralisação de pelo menos 100 projetos de pesquisa, uma vez que utilizam o supercomputador Santos Dumont, um dos 500 mais potentes do mundo, que está na instituição. Nem nos momentos de pior arrocho dos governos neoliberais do PSDB chegou-se a um absurdo desses. Como dito no início, trata-se de um projeto deliberado. Tudo que importa a esse governo é atender ao “deus mercado”. Foi com essa finalidade que editou o limite de gastos para o serviço público. Também para atender aos interesses financeiros que incluiu na chamada reforma do ensino médio a possibilidade de terceirização das atividades nesse nível da educação. O corte de gastos também faz parte desse projeto, busca sucatear para entregar ao mercado pelo menor preço. Mas a educação é um serviço essencial, previsto na Constituição. É dever do Estado prover ensino público e de qualidade dos quatro aos 17 anos, o que abrange da educação infantil ao ensino médio. Educação não pode ser vista como simples mercadoria, um serviço em que poucos lucram e a maioria permanece excluída, porque não tem condição de pagar. Educação pública, e de qualidade, é essencial não somente para formar cidadãos, mas para construir um projeto de país. E é por isso também que as elites prosseguem com seu projeto de manter a maioria dos cidadãos no obscurantismo. Precisamos de governantes que entendam que Educação não é gasto, é investimento, porque a Educação pública significa inclusão social, democracia e soberania.