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21/07/2017 / Em: Clipping

 

Alunos de escolas públicas apontam ‘incapacidade’ e ‘falta de dinheiro’ como motivos para não cursar faculdade (G1 – São Carlos e Araraquara – 21/07/2017)

“Ainda tem gente que acha que como não tem dinheiro não pode fazer uma universidade pública”, diz estudante da USP São Carlos que realizou a pesquisa.

Um dia, quando estava no ensino médio na Escola Estadual Professor Arlindo Bittencourt, em São Carlos (SP), Gabriela Dall’Agnol ouviu de um universitário que estatísticos “previam o futuro”. Hoje aluna do curso na Universidade de São Paulo (USP), ela sabe que não é bem assim. Por meio da análise de dados e tendências, a área permite fazer algumas previsões, mas também ajuda a explicar fenômenos do presente, e foi isso que Gabriela tentou ao lado da professora Cynthia de Oliveira Lage Ferreira, do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC), ao aplicar questionários para 744 estudantes de escolas públicas da cidade.  Juntas, elas descobriram que muitos jovens não buscam o ensino superior porque acham que não têm capacidade ou que é desnecessário. Também há quem acredite que a USP é paga e, por ser pobre, não seria possível cursá-la. “São poucos alunos que não querem fazer faculdade, mas a gente queria saber por que eles não querem, e aí respostas como ‘não tenho capacidade’ e ‘não vou passar no vestibular’ foram muito chocantes porque a gente acha que não é real, mas é real. Por mais que a informação da minha época do ensino médio para a deles seja muito maior, ainda tem gente que acha que como não tem dinheiro não pode fazer uma universidade pública”, afirmou a universitária.

Falta de dinheiro

Foram ouvidos 423 alunos do 1º e 2º anos do ensino médio da Escola Estadual Doutor Álvaro Guião e 321 do 1º, 2º e 3º anos do ensino médio e técnico integrado ao médio da Etec Paulino Botelho, duas unidades de ensino localizadas na região central da cidade, próximas à universidade. Na primeira, os questionário foram aplicados no 2º semestre de 2016 e 66% dos alunos ouvidos disseram que queriam fazer faculdade, 16% pretendiam trabalhar, 9% queriam curso técnico e 9% não sabiam. Na segunda, a aplicação ocorreu em maio deste ano e as proporções foram de respectivamente 82%, 6%, 1% e 11%.

“Os alunos não vêm com a ideia do longo prazo, querem trabalhar”, confirmou a diretora da escola Álvaro Guião, Rita de Cássia Baffa Gonçalves. Para Gabriela, muitos estudantes disseram que queriam fazer curso técnico justamente por acharem que é uma forma mais fácil e rápida de chegar ao mercado. “Querem ganhar salário, trabalhar, ajudar a família”, disse a jovem, que fez bicos de fim de semana como recepcionista em buffet infantil e hoje conta com uma bolsa da universidade para realizar a pesquisa. “Na minha escola, poucos sabiam o que era a USP. Alguns nem sabiam que existia USP em São Carlos e a maioria dos melhores alunos da minha sala não fez universidade pública. Se eles tivessem tentado, talvez tivessem conseguido, mas a principal preocupação era sair e trabalhar. E eu também tenho essa necessidade, a USP está pagando para eu pesquisar, fora as ajudas que a universidade dá, como os auxílios moradia e alimentação. Os alunos da escola pública não imaginam os auxílios que a USP dá, nem têm ideia”, relatou Gabriela.

Gosto por matemática

O estudo também mostrou que cerca de 50% dos alunos da escola Álvaro Guião e 66% dos da Etec diziam gostar de matemática, mas poucos conheciam os cursos de matemática aplicada e estatística, os mais novos da USP na cidade, com menor relação candidato/vaga. “Pesquisamos se eles gostavam de matemática, e a maioria disse que ‘sim’. Achamos que esse índice ia ser muito menor porque todo jovem fala que odeia matemática, então isso nos surpreendeu. A gente tem 50% de alunos que gostam de matemática e quase todos querem fazer faculdade, então por que eles não escolhem cursos da USP, que está do lado das escolas deles?”, questionou a jovem.  “Acho interessante essa interação entre universidade e comunidade, a gente estuda na cidade, então deveria haver uma interação maior para os alunos entenderem que eles têm capacidade, sim, de estudar. A universidade pública é para eles também, não é só para a elite”.

Aprovações

De acordo com o diretor da Etec, Aparecido Sedi Moriwaki, em 2016, cerca de 70 dos 160 alunos do 3º ano foram aprovados em universidades públicas e privadas e, para que esse número cresça, a equipe tem insistido na necessidade de capacitação. “Uma das nossas brigas é que continuem estudando”, disse. Rita também afirmou que trabalha nesse sentido. “Tentamos mostrar para eles os dois lados, que a parte profissional depende do conhecimento, aproximar essas duas áreas”. Segundo ela, no ano passado, cerca de 25 dos 200 alunos foram aprovados no vestibular e isso serviu de estímulo para quem agora está no 3º ano, trouxe algo como “se eles puderam, eu posso, agora é a minha vez”. “É um sonho desejado e, quando eles passam, alcançado”, disse. “É gratificante ver alunos progredirem”, resumiu Moriwaki, que foi professor de física de Gabriela no ensino fundamental. “É a maior satisfação que um educador pode ter”.


Ranking coloca Unicamp como 1ª da América Latina (Metro – Notícias – 21/07/2017)

A Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) superou a USP (Universidade de São Paulo) pela primeira vez e ocupa agora o 1º lugar entre as universidades da América Latina, segundo o ranking da publicação britânica THE (Times Higher Education) divulgado ontem. A USP ficou na segunda posição. Foram avaliadas 81 instituições. O levantamento avaliou 13 indicadores de desempenho em segmentos de ensino, pesquisa, grau de internacionalização e transferência de conhecimento. A Unicamp apresentou nota de 87,9 pontos, enquanto a USP ficou logo abaixo com 87,5 no geral. “Enxergamos esse resultado com alegria e orgulho. Ainda mais nesse momento em que todos sabem que temos uma dificuldade financeira. Isso reforça a importância da universidade, que é um patrimônio de Campinas e do Brasil”, comentou o reitor da Unicamp, Marcelo Knobel. A universidade deve fechar o ano com um deficit de R$ 250 milhões, já que a arrecadação se compara a de 2008 e os gastos cresceram 32% daquele ano para os dias atuais. “Nosso desafio é conseguir manter essa posição e qualidade em um cenário ruim. Temos que modernizar nossa gestão, mudar nossos processos, otimizar recursos e buscar novas fontes de investimento”, completa. O Brasil foi destaque no levantamento. Entre as 10 melhores universidades, cinco são do país. Além das duas primeiras, a Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) ficou na 7ª colocação, a UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) foi a 8º e a PUC do Rio de Janeiro foi a 9ª colocada no estudo. O ponto negativo foi que houve queda no número de universidades brasileiras entre as 50 primeiras colocadas. No ranking do ano passado, foram 23 listadas, mais do que as 18 desse ano. Segundo a publicação, 20 universidades do país baixaram suas posições apesar de terem aumentado as notas. Isso ocorreu em razão da evolução de concorrentes.

 


Unicamp passa USP e vira a melhor universidade da América Latina (Super Interessante – Sociedade – 20/07/2017)

Outras três universidades brasileiras apareceram no top 10.

Em uma virada inédita, a Unicamp passou a USP e é a universidade que recebeu a melhor nota no ranking de instituições de ensino superior da América Latina publicado pela revista Times Higher Education (THE). A avaliação leva em conta cinco quesitos e a Unicamp levou a melhor em dois deles: transferência tecnológica (67 contra 50) e citações de artigos científicos (73,7 contra 70,5). Os outros fatores investigados são ensino, pesquisa e perfil internacional. Em pesquisa, a USP teve nota máxima: 100. Você pode conferir o ranking completo no site da THE. Entre as 50 universidades, 18 são brasileiras. Em 2016, eram 23, no entanto. Além da Unicamp e da USP, três instituições brasileiras entraram para o top 10 do ranking, que está em sua segunda edição: Unifesp, UFRJ e Puc do Rio.

 


Unicamp lidera ranking latino (Todo Dia – Cidades – 20/07/2017)

A Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) é a melhor universidade da América Latina, segundo ranking anual divulgado pela revista britânica THE (Times Higher Education) ontem. Na lista do ano passado, a instituição apareceu em segundo lugar, atrás da USP (Universidade de São Paulo). Cinco categorias foram analisadas pela publicação: ensino, pesquisa, citações, perspectiva internacional e renda vinda da indústria. “É sempre um orgulho para a universidade estar bem posicionada nos rankings internacionais, pois é um reconhecimento do árduo trabalho que aqui realizamos para ter uma escola de excelência em todas as áreas em que atua. Temos agora um esforço extra para, apesar da grave crise que estamos atravessando, conseguir manter essa posição no cenário internacional”, disse o reitor Marcelo Knobel. Das 50 melhores do ranking, 18 são brasileiras, o que representa uma piora em relação ao ano passado, quando 23 estavam nesse grupo. Ao todo, 20 universidades do País desceram de posição. “Muitas destas universidades melhoraram a sua pontuação total desde o ano passado, mas perderam terreno devido ao aumento da concorrência e porque outras instituições melhoraram em um ritmo mais rápido”, afirmou Phil Baty, editor dos rankings Times Higher Education. A lista pode ser acessada por meio do link http://bit.ly/2uIOmBk.