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21/11/2011 / Em: Clipping

 


Procura por Engenharia Civil acompanha crescimento do País  (IG – Educação – 19/11/11)

Engenharia Civil tornou-se nos últimos anos um dos cursos mais procurados nas principais universidades do Brasil. A carreira, que há cinco anos atraía no máximo 20 candidatos por vaga, hoje tem cerca de 50 na disputa nos vestibulares mais concorridos. As universidades públicas do estado de São Paulo – USP, Unesp e Unicamp – tiveram neste ano crescimento entre 40% e 48% no número de inscritos para a graduação em comparação com o vestibular do ano anterior. A procura por Engenharia Civil é reflexo do momento econômico que o País atravessa. Muitos investimentos em infraestrutura, mercado imobiliário superaquecido nas principais regiões metropolitanas e a proximidade da Copa do Mundo de 2014 e das Olimpíadas de 2016 são fatores que influenciam o fenômeno nas universidades. “O mercado está muito bom, há grandes obras e construções em diversas áreas”, aponta Antônio Alves Dias, coordenador do curso de Engenharia Civil do câmpus de São Carlos, da USP. Segundo Dias, a procura por pós-graduação e pela docência em engenharia civil também caiu como reflexo do bom momento do mercado de trabalho. Já na graduação, a procura só aumenta: desde 2007, quando o curso contava com 636 inscritos na disputa pelas 60 vagas, a procura cresceu quase 400%. Hoje, 3.136 candidatos disputam o mesmo número de vagas em uma concorrência de 52,27, a maior da universidade.João Paulo Chaim, de 20 anos, ingressou no curso de Engenharia Civil da USP-São Carlos em 2009, logo quando a procura começou a crescer. No vestibular daquele ano, a concorrência saltou de 11,1 candidatos por vaga para 20,52. “Tenho certeza que fiz uma boa escolha e não me arrependo nem um pouco”, diz o estudante. Ele considera o curso “excelente”, elogia os professores, a infraestrutura dos laboratórios e sabe que tem grandes chances de terminar o curso bem empregado.



Como foi a Unicamp (O Estado de S.Paulo – Rotina de Estudante – 17/11/11)

Achei a parte de questões relativamente difícil. Assim como muitos estudantes, também considerei a parte de exatas mais complicada. Biologia não ficou muito atrás. As redações, mesmo que complexas, eram mais fáceis. As propostas eram de fácil interpretação e bem objetivas. As exigências também eram claras. No entanto, continuo com a opinião de que cinco horas de prova não são suficientes para quarenta e oito questões e três redações. Mesmo que sejam redações curtas, como email, artigos e comentários, é preciso pensar no que escrever, e isso leva tempo. Consegui fazer o rascunho de apenas uma redação, as outras duas escrevi direto na folha. Mesmo porque, além de o tempo ser curto, não havia espaço; uma única folha ao final do caderno de questões servia de rascunho – tanto para as questões quanto para as redações. Em relação à organização, a Unicamp tem um sistema eficiente. Mas peca na escolha e distribuição dos locais de aplicação do exame. Muitos vestibulandos foram mandados para muito longe, em locais de difícil acesso. Também foi o meu caso. Tive que visitar o prédio antes do dia da prova. Gastei duas horas para chegar ao local indicado, fazendo um roteiro que incluía trem, metrô e uma caminha de quinze minutos. Se eu fosse de ônibus o tempo de percurso se estenderia por mais uma hora – e, de qualquer forma, não havia uma linha de ônibus que passasse pela rua do meu local de prova. Neste ano foi proibido levar celular. Não acho isso tão ruim. Mas é preciso considerar que ir para um local desconhecido, longe e de difícil acesso, sem um meio de se comunicar, também não é plausível. Claro que há os orelhões públicos, mas não é em todo lugar que os encontramos e se encontramos não significa que estejam funcionando. No geral, tudo saiu conforme previsto. E a prova não fugiu das minhas expectativas. Agora é esperar pelo resultado, que só vem em 20 de dezembro. Enquanto isso, continuo com os estudos e com a preparação para a Fuvest.

Luiza Nunes é aluna do Cursinho da Poli

A avaliação do ensino superior  (O Estado de S.Paulo – Notas e Informações – 21/11/11)

Os números do Exame Nacional de Desempenho dos estudantes (Enade) de 2010 e do Índice Geral de Cursos (IGC), recém-divulgados pelo Ministério da Educação, não trazem maiores surpresas. Em síntese, revelam que as mais conceituadas instituições públicas, confessionais e privadas mantiveram seus padrões de qualidade e que as faculdades se universidades com pior desempenho são estabelecimentos particulares que cobram mensalidades baratas se não se preocupam com a qualidade de seus cursos. O Enade é uma prova escrita aplicada anualmente a alunos ingressantes e concluintes do ensino superior. Já o IGC leva em conta, além dos resultados do Enade, a avaliação do corpo docente, das instalações físicas e do projeto pedagógico de cada instituição. O MEC também divulgou o Conceito Preliminar de Cursos (CPC), que é a nota conferida a cada curso oferecido. A avaliação do ensino superior combina assim três notas – a do desempenho dos estudantes, a do desempenho dos cursos e a do desempenho das instituições. No IGC, só 27 universidades – o equivalente a 1,47% das instituições avaliadas – conseguiram tirar a nota máxima. É um grupo seleto, do qual fazem parte as Universidades Federais do Rio de Janeiro (UFRJ), de Minas Gerais (UFMG), do Rio Grande do Sul (UFRGS) e de São Paulo (Unifesp), além do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), do Instituto Militar de Engenharia, da Fundação Getúlio Vargas e da Unicamp. Esta instituição, que participou pela primeira vez das avaliações do MEC, foi a primeira classificada no Enade. O desempenho é atribuído à contratação de professores com doutorado no País e no exterior, à seleção dos alunos por vestibulares que privilegiam o mérito dos candidatos e aos investimentos na infra estrutura de ensino e pesquisa. Alegando que o modelo de avaliação do MEC não é capaz de distingui o aluno que tem um desempenho insatisfatório e o estudante que boicota a prova por razões políticas, entregando-a em branco, a USP não se submete às avaliações. Das 1.826 instituições classificadas por critério de qualidade no IGC, 683 receberam as notas 1 e 2 –as mais baixas numa escala que vai até 5. E, dos 2.988 cursos avaliados classificados pelo CPC, 694 – o equivalente a 23,2% do total – foram reprovados. No CPC, foram avaliadas14 áreas de conhecimento. Dos cursos de enfermagem e odontologia, só quatro tiraram a nota máxima em cada área. Em farmácia, foram só dois cursos e em agronomia, dez. Na área de medicina, nenhum curso obteve a nota máxima. As universidades públicas mais conceituadas obtiveram o melhor desempenho nas mais variadas áreas do conhecimento. Já as instituições privadas mais bem classificadas se destacaram, basicamente, nas áreas de economia, administração e negócios. Das instituições de ensino superior que o MEC considerou inadequadas, 214 são particulares e 12 são municipais. Na avaliação de 2010, 226 faculdades e centros universitários foram reprovados pelo quarto ano consecutivo. Por isso, o governo anunciou que promoverá auditoria em 70 delas, podendo descredenciá-las caso voltem a ser reprovadas, e fiscalizar as demais com maior rigor. Ao anunciar os resultados da avaliação do ensino superior, o MEC também anunciou que determinará o corte de 50 mil vagas nos vestibulares de cursos de saúde, administração e ciências contábeis. Trata-sede um número pequeno, considerando-se que essas áreas têm cerca de 1,1 milhão de vagas, atualmente. Além disso, quase todas as vagas a serem cortadas não estão preenchidas, por falta de candidatos. E, como lembram os especialistas do setor, apesar das ameaças de fechamento de cursos, o MEC tem sido leniente com a questão da qualidade, pois o ministro Fernando Haddad pretende usar a expansão de vagas no ensino superior como uma de suas bandeiras na campanha para a Prefeitura de São Paulo. Independentemente do modo como o MEC vai agir com relação às instituições mal avaliadas, o Enade, o IGCe o CPC são um retrato do ensino superior no País.