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22/10/2015 / Em: Clipping

 


91% dos brasileiros querem ‘exame da ordem’ para médicos, mostra pesquisa   (UOL – Educação – 22/10/15)

Nove em cada dez brasileiros desejam que os médicos passem por um “exame da ordem” antes de ingressar no mercado de trabalho, como ocorre hoje com advogados. É o que revela pesquisa Datafolha com 4.060 pessoas de todas as regiões do país, encomendada pela APM (Associação Paulista de Medicina). A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos. Segundo o levantamento, só 22% dos entrevistados consideram que a qualificação dos médicos tenha melhorado nos últimos anos. Aplicação de exames para médicos recém-formados – A percepção de piora tende a ser maior nas regiões metropolitanas do que no interior (42% contra 31%). A aplicação de um exame como o da ordem não é consenso. O Ministério da Educação e o CFM (Conselho Federal de Medicina) defendem que os alunos sejam avaliados periodicamente durante o curso, não no final. O Cremesp (Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo) aplica há 11 anos um teste para os recém-formados em medicina no Estado de São Paulo. Nesse período, a taxa de reprovação tem sido acima de 50%. Apesar de ser exame obrigatório para obtenção do registro do conselho, mesmo quem vai mal nele não é impedido de exercer a profissão. O conselho não pode, por força de lei, condicionar o registro ao resultado da prova. Para isso, seria preciso alterar a legislação federal. Qualificação dos médicos brasileiros – No Estado de São Paulo, várias instituições passaram a utilizar o exame do Cremesp como critério para o ingresso na residência médica e no mercado de trabalho. “É um exame reconhecido nacionalmente, apoiado pela população e que tem colocado na deriva os conselhos médicos contra”, afirma o cardiologista Bráulio Luna Filho, presidente do Cremesp.



Enem: por que uma prova tão importante só acontece anualmente?   (Folha de S.Paulo – Cotidiano/Blog da Sabine – 19/10/15)

Dizem que a criação do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) foi fortemente inspirada por uma prova nacional dos EUA chamada SAT, cujas notas são usadas pelos estudantes no processo seletivo de boa parte das universidades daquele país. Ótimo, a ideia é boa, mas faltou “importar” um detalhe: a possibilidade de os alunos fazerem a prova mais de uma vez por ano. Nos EUA, o SAT é oferecido até seis vezes por ano e são os alunos que escolhem quais áreas do conhecimento serão testadas em cada exame –o limite é de até três disciplinas por dia de prova. Isso significa que o estudante pode optar por física, química e história dos EUA em um dia de exame, por exemplo, se essas disciplinas forem importantes para a carreira que pretende seguir. Já no Brasil, o Enem é realizado apenas uma vez por ano em outubro (exceto em anos de eleição, quando acontece em novembro) e as disciplinas são iguais para todos os estudantes. São testadas as chamadas “habilidades” dos candidatos em quatro grandes áreas: linguagens e códigos, ciências humanas, ciências da natureza e matemática. A prova é assim: rígida e engessada.  A nota do Enem vale para o ingresso na universidade e, mais do que isso, vai ser usada também para pedido de bolsa de intercâmbio e de financiamento estudantil. Agora, só poderá entrar com um pedido de financiamento de estudos no Fies quem tiver nota mínima de 450 pontos no Enem e não tiver zerado na redação do exame. Para se ter uma ideia, um estudante de escola pública brasileira tira, em média, 450 pontos no exame. Desenhado dessa maneira, e ganhando cada vez mais importância, o Enem está virando um pesadelo na vida dos estudantes brasileiros. É como se a gente colocasse todos os nossos jovens em uma mesma panela de pressão nos mesmos dias (o exame dura um final de semana inteiro). E ai de quem tiver uma dor de barriga bem na data da prova. A próxima chance será só no ano que vem… Por que essa rigidez do Enem é um problema? De acordo com especialistas de educação, o desempenho de um estudante medido por um exame anual feito em um único final de semana pode sofrer influências externas importantes. Uma gripe, uma briga com a namorada, uma insônia na noite anterior ou um ônibus perdido podem ser fatais. Sabendo disso, muitos estudantes acabam aumentando a ansiedade ao extremo na hora da prova–o que também atrapalha o resultado. E me digam: esse é um jeito bacana e eficiente de medir quem sabe mais ou menos?



Razões para os abismos entre melhores e piores escolas no Enem   (Globo On Line – Educação 19/10/15)

No próximo fim de semana, 7,7 milhões de jovens farão o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) na esperança de conquistar uma vaga na universidade. O roteiro, repetido há anos, tem etapas bem definidas. Quando o ranking por escola é divulgado no ano seguinte, as instituições privadas correm para divulgar seu desempenho, enquanto os conhecidos problemas estruturais das públicas reforçam a percepção geral. Mas quem paga pelo ensino tem sempre melhores notas? Nem sempre. É possível encontrar privadas com cara de públicas e públicas com boas médias no concurso. A explicação para isso é que há dentro de cada sistema um abismo que separa as melhores das piores escolas. E embora sejam redes distintas, os fatores responsáveis por essa distância tendem a ser idênticos para públicas e privadas. Com base nos resultados do Enem de 2014, o Núcleo de Dados do GLOBO comparou características das 500 melhores e das 500 piores escolas de cada rede. Pelos resultados, o abismo entre os dois grupos de escolas podem ser explicados, tanto na rede privada quanto na pública (estadual), pela renda das famílias dos alunos, formação dos professores e taxa de abandono dos estudantes. Os dados evidenciam que a principal característica que diferencia o melhor e o pior desempenho no Enem continua sendo a característica socioeconômica do aluno. Cerca de 99% das escolas privadas no “Top 500” registram níveis socieconômicos alto (7,4%) e muito alto (91,7%). Entre as piores, apenas 28,42% estão nos dois níveis socieconômicos mais altos.



“Matriz educacional brasileira está distorcida”, diz gerente do Senai   (Gazeta do Povo – Vida & Cidadania – 20/10/15)

A medalha de ouro brasileira na olimpíada do ensino profissional contrasta com os números da modalidade no país. Apesar de as matrículas terem dobrado, entre 2007 e 2013, a taxa ainda é baixa na comparação com outros países. Apenas 8,4% da população passa pelo ensino técnico concomitante ao ensino médio, segundo dados do último Censo educacional. A média dos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) é de 49,9%. Na Áustria chega aos 76,8%; na Alemanha, aos 51,5%.“A gente acredita e defende que a matriz educacional brasileira está distorcida. Toda a educação básica hoje é [voltada] para o ensino superior, mas nem todo mundo que faz a básica chega à superior. Será que a gente não está desperdiçando recursos?”, argumenta o gerente executivo de educação profissional do Senai no Brasil, Felipe Morgado. O Plano Nacional de Educação (PNE) tem como meta triplicar a educação profissional técnica de nível médio. Mas só investir mais recursos no atual sistema não basta.