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26/03/2010 / Em: Clipping

 

Fica mais difícil tirar zero na redação da Unicamp  (Uol – Vestibular – 23/06/10)

Com as mudanças no vestibular da Unicamp, já no fim deste ano, o candidato terá uma probabilidade menor de ser eliminado na redação. Agora, para perder o direito de seguir para a segunda etapa, é preciso zerar nos três textos exigidos na 1ª fase. Antes, como o candidato precisava desenvolver apenas um texto, estatisticamente a probabilidade de ser eliminado por fugir ao tema ou não se adequar a um dos gêneros propostos era maior. “A existência de três textos minimiza o número de prejudicados pela anulação”, diz Maurício Kleinke, coordenador de pesquisa da Comvest, durante exposição dos resultados do simulado que a Unicamp promoveu para apresentar a nova prova. No último vestibular, 7% dos candidatos foram desclassificados do processo seletivo por zerar na redação. Pela nova proposta, os três textos serão de gêneros distintos. No simulado (que pode ser consultado em comvest.unicamp.br), os alunos precisaram escrever uma entrevista, um editorial de jornal e uma carta. Matilde Scaramucci, uma das idealizadoras das mudanças na redação, afirma que a Unicamp não listará os gêneros que podem ser cobrados. “Mas nós nunca vamos pedir uma poesia ou um e-mail para um amigo.”


Interpretação importa mais que temas específicos (Folha de S.Paulo – Fovest – 23/06/10)

Nem a caverna de Platão nem a dialética de Marx. Vestibulares de SP têm incluído, aos poucos, filosofia nos seus editais, mas a maioria das provas não cobra o conteúdo clássico da matéria. O mais importante é saber relacionar conhecimentos, interpretar fatos e argumentar de modo lógico, habilidades que a filosofia desperta. Em algumas universidades, porém, um conteúdo mais específico será pedido. Quem tiver passado para a segunda fase do vestibular de inverno da Unesp precisará conhecer os principais filósofos e suas escolas. “O que distingue a primeira da segunda fase é a especificidade”, afirma Tânia Cristina de Azevedo, diretora acadêmica da Vunesp (fundação responsável pelo vestibular da Unesp). De acordo com a professora, embora estivessem previstas em edital desde o ano passado, foi só neste último exame que as questões de filosofia apareceram de fato. Na primeira fase, realizada no último dia 13, o candidato precisava interpretar textos de filósofos. Na segunda etapa, em 4 e 5 de julho, a exigência será mais profunda. A Unesp não cobra sociologia. Na Unicamp, a cobrança de filosofia, sociologia e artes começa no vestibular a ser realizado no final do ano. Na primeira fase, em 21 de novembro, até 6 dos 48 testes serão destinados a essas disciplinas, segundo a Comvest, que organiza o exame. Na segunda etapa, de 16 a 18 de janeiro, estarão presentes até duas questões discursivas das matérias. Renato Pedrosa, coordenador da Comvest, diz que a universidade será “bem conservadora” e privilegiará a interdisciplinaridade, “ao menos por enquanto”.  “Devemos cobrar filosofia com história e sociologia com geografia”, diz o professor, para quem a exigência de conteúdos específicos poderia prejudicar sobretudo alunos de escolas públicas.

ENEM

Assim como na Unicamp, também os candidatos de UFSCar, UFABC e Unifesp vão se deparar com questões de artes, filosofia e sociologia. Isso porque as três usam o Enem em seus vestibulares. No exame nacional, conteúdos ligados a artes estão presente desde a sua concepção, em 1998. Mas foi a partir da reformulação do ano passado que o Enem passou a prever mais claramente a cobrança de temas relacionados a filosofia e sociologia. No exame de 2009, o trio sociologia, filosofia e artes apareceu de forma interdisciplinar, geralmente como pano de fundo nas questões. A única pública de São Paulo que, até agora, não aderiu à tendência de incluir essas disciplinas em seu vestibular foi a USP. Entre as particulares, Mackenzie, Cásper Líbero e Direito GV cobram filosofia, sociologia e artes também de forma interdisciplinar. Na Belas Artes, o aluno precisa saber conteúdos específicos.
Já PUC-SP, FGV (administração e economia) e Insper não incluem essas disciplinas em suas provas.

 

Ensino ainda não se consolidou, critica professor (Folha de S.Paulo – Fovest – 23/06/10)

O ensino de filosofia e sociologia ainda é muito incipiente para ser cobrado no vestibular, diz Daily Oliveira, professor de história do Objetivo. Ele participou das discussões com o Ministério da Educação sobre a obrigatoriedade da filosofia no currículo do ensino médio. Segundo o professor, existe uma grande diferença entre ensinar a história da filosofia ou temas filosóficos, como ética, moral e razão. E cada escola faz suas escolhas. “O ensino ainda não está consolidado. Nem nas públicas nem nas particulares.” Nas particulares, o privilégio é para discussões amplas (leia mais na pág. 5). Já nas públicas estaduais, o currículo determinado pela Secretaria da Educação prevê teoria e discussões mais contextualizadas tanto para filosofia quanto para sociologia.

 

Colégios seguem a tendência interdisciplinar dos vestibulares (Folha de S.Paulo – Fovest – 23/06/10)

Os colégios particulares de São Paulo estão seguindo a tendência dos vestibulares: relacionar os conteúdos de artes, filosofia e sociologia aos problemas atuais. O ensino clássico, que inclui a história da filosofia e da sociologia, ainda faz parte dos currículos, mas apenas de maneira superficial. Se a proposta é usar o pensamento platônico para interpretar uma questão do cotidiano, por exemplo, o professor faz um resumo rápido da vida de Platão. “O mais importante hoje é dar uma abordagem interdisciplinar”, diz Roberto Nasser, coordenador do colégio Bandeirantes (zona sul). No Santo Américo (zona oeste), a posição é a mesma, segundo o coordenador Miguel Arruda. Zilton Salgado, professor das três disciplinas no Vértice (zona sul), diz que é importante que elas sejam dadas “dividindo o mesmo recorte temporal”. “Se o aluno está estudando história da arte no século 18, precisa estudar também a filosofia e a sociologia daquela época, porque elas se influenciaram”, diz Salgado. “Precisa de um contexto histórico para o aluno entender do que estamos falando”, completa Marcelo Borer, do I.L. Peretz (zona sul). O professor também diz que é essencial que a aula seja prática. “Primeiro levantamos um problema e, depois, damos a parte teórica.”

 

Fica mais difícil tirar zero na redação da Unicamp (Folha de S.Paulo – Fovest – 23/06/10)

Com as mudanças no vestibular da Unicamp, já no fim deste ano, o candidato terá uma probabilidade menor de ser eliminado na redação. Agora, para perder o direito de seguir para a segunda etapa, é preciso zerar nos três textos exigidos na 1ª fase. Antes, como o candidato precisava desenvolver apenas um texto, estatisticamente a probabilidade de ser eliminado por fugir ao tema ou não se adequar a um dos gêneros propostos era maior. “A existência de três textos minimiza o número de prejudicados pela anulação”, diz Maurício Kleinke, coordenador de pesquisa da Comvest, durante exposição dos resultados do simulado que a Unicamp promoveu para apresentar a nova prova. No último vestibular, 7% dos candidatos foram desclassificados do processo seletivo por zerar na redação. Pela nova proposta, os três textos serão de gêneros distintos. No simulado (que pode ser consultado em www.comvest.unicamp.br), os alunos precisaram escrever uma entrevista, um editorial de jornal e uma carta. Matilde Scaramucci, uma das idealizadoras das mudanças na redação, afirma que a Unicamp não listará os gêneros que podem ser cobrados. “Mas nós nunca vamos pedir uma poesia ou um e-mail para um amigo.”