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24/05/2013 / Em: Clipping

 


SP: programa da Unicamp inspira cotas para restante do Estado  (Terra – Vestibular – 24/05/13)

Caroline Cristina Gomes, 19 anos, tem um sonho: ser médica. Em 2013, a jovem que concluiu o ensino médio na Escola Estadual Carlos Gomes deu um passo largo para realizá-lo: formada na primeira turma do Programa de Formação Interdisciplinar Superior (Profis) em fevereiro deste ano, ela ingressou na Faculdade de Medicina da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). São exemplos como esse que fazem com que Marcelo Knobel, um dos idealizadores do programa e ex-pró-reitor de graduação da universidade, afirme que a iniciativa está cumprindo sua missão. “No que diz respeito à inclusão social, o programa superou as expectativas. Claro que sempre há o que melhorar, e a universidade discute isso continuamente, e a tendência é que ele se aprimore sempre”, aponta. O programa começou em 2011 e é um curso piloto de ensino superior da Unicamp que seleciona anualmente 120 estudantes que tenham cursado integralmente o ensino médio em escolas públicas de Campinas. Após concluir o curso, o formando pode ingressar em uma graduação da universidade, sem passar pelo vestibular. A seleção é feita a partir das notas de Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), e cada escola pública de ensino médio do município tem direito de uma a duas vagas. A experiência inspirou o sistema de cotas proposto pelo governo de São Paulo que deve ser adotado pelas universidades estaduais de São Paulo a partir de 2014. Dos 66 cursos de graduação da Unicamp, 59 abrem vagas para alunos do Profis. Música e teatro, que exigem prova de aptidão, e ciências sociais, não estão na lista, por exemplo. O curso noturno de licenciatura de matemática é o que oferece o maior número de vagas, 10, enquanto os demais oferecem entre uma e cinco. A oferta, contudo, muda rapidamente. Quando Caroline ingressou no Profis, eram disponibilizadas duas vagas para medicina, mas no decorrer do programa foram acrescentadas outras três. Durante o curso, Caroline contou com a bolsa de estudos de R$ 400 concedida pela universidade, além de auxílio transporte e alimentação. Os alunos do programa não recebem uma bolsa específica após se formarem, mas podem se candidatar ao Programa de Bolsas do Serviço de Apoio ao Estudante, junto aos demais ingressantes do vestibular. Agora mais perto do seu sonho, Caroline conta que está se dedicando ao máximo aos estudos. A jovem afirma, contudo, que percebe algumas diferenças entre os egressos do programa e outros alunos da universidade, que provêm, majoritariamente, de colégios particulares. “Sinto que temos algumas desvantagens em relação ao conteúdo. Muitos estudantes já tiveram, durante o ensino médio, a base das matérias que estamos vendo agora, e mesmo após termos passado pelo programa, não é o mesmo conhecimento. Na medicina, estão os melhores alunos, das melhores escolas”, relata, mencionando também a discrepância na situação financeira. Segundo dados da Comissão Permanente para os Vestibulares, 1.099 estudantes matriculados aprovados no último processo seletivo da Unicamp cursaram ensino médio em escolas públicas, de um total de 3.435 matriculados. As diferenças financeiras podem ficar mais evidentes no que diz respeito ao material didático. Para o módulo que estão estudando no momento, Caroline e os outros quatro estudantes de medicina que entraram pelo Profis necessitam de duas obras: uma no valor de R$ 599, outra de R$ 442. “Apesar de a Unicamp ter um acervo razoável, muitos cursos coincidem em usar um mesmo livro em um mesmo período, então é complicado conciliar essa situação”, explica a estudante. 

Médicos preenchem 29% das vagas de programa para áreas carentes   (Terra – Vestibular – 23/05/13)

Dos 13 mil médicos solicitados por prefeituras para atuar em áreas carentes, pelo Programa de Valorização da Atenção Básica (Provab), 4.392 se inscreveram, e 3.800 assinaram contrato. O número equivale a 29% das vagas abertas. Dos 2.856 municípios inscritos no programa, 1.291 receberam médicos do programa. O Ministério da Saúde informa que o país necessita de 54 mil graduados em medicina para preencher os cargos criados entre 2003 e 2011. Nesse período surgiram 147 mil vagas para 93 mil profissionais. No Brasil, há 1,8 médicos para cada mil habitantes, índice inferior ao da vizinha Argentina, que tem 3,2, e do México, com 2. Para igualar-se à Inglaterra, país que inspirou o Sistema Único de Saúde e que o Ministério da Saúde cita como exemplo, o Brasil precisaria de mais 164 mil médicos. No país europeu a relação é 2,7 médicos para cada grupo de mil habitantes.