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25/03/2014 / Em: Clipping

 


Unicamp lança edital para ampliar número de capitais com vestibular   (Globo.Com – G1 – Vestibular – 24/03/14)

A Unicamp lançou um edital inédito para ampliar, por meio de convênios com os governos de estados, o número de capitais que vão sediar as provas do vestibular 2015. A medida é uma alternativa que a Comissão Permanente para os Vestibulares (Comvest) encontrou para acabar com o limite no número de cidades-sede após as críticas com o corte de duas capitais do Nordeste no processo seletivo do ano passado. No último vestibular, após o corte de Fortaleza e Salvador, as provas passaram a ser realizadas em 18 cidades do país, 16 delas em São Paulo, além de Brasília e Belo Horizonte. Com as novas regras, não haverá limite de capitais. Os estados deverão manifestar o interesse em sediar as provas e, a partir disso, a infraestrutura de sigilo, segurança e pessoal, antes oferecida exclusivamente pela Unicamp, deverá ser garantida pelo governo.

46% dos alunos de SP dizem que já passaram de ano sem aprender   (Globo.Com – G1 Vestibular – 24/03/14)

Uma pesquisa divulgada nesta segunda-feira (24) pelo Instituto Data Popular, em parceria com o Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp), aponta que 46% dos alunos da rede estadual paulista dizem ter passado de ano sem aprender a matéria, e somente um em cada três consideram a escola boa ou ótima. Para 70% dos estudantes ouvidos, o colégio onde estudam é violenta. A pesquisa “Qualidade da Educação nas escolas estaduais de São Paulo” ouviu 700 professores, 700 pais e 700 alunos da rede estadual de São Paulo. De acordo com o estudo, metade dos pais e 30% dos alunos avaliam a escola como ótima ou boa. O conceito “regular” aparece para 36% dos pais e 42% dos alunos. Já 14% dos pais e 25% dos alunos acha a escola ruim ou péssima. Sobre a aprovação automática feita pela progressão continuada, quase metade dos alunos ouvidos disseram tem passado de ano sem aprender o conteúdo, e 75% dos estudantes e 94% dos pais afirmaram serem contra o sistema no qual mesmo com notas insuficientes os estudantes não são reprovados no final do ano letivo. Em nota, a Secretaria da Educação do Estado de São Paulo disse que “sobre a progressão continuada, é equivocado dizer que há ausência de reprovação na rede estadual de ensino. O modelo foi aperfeiçoado no final do ano e as possibilidades de retenção foram ampliadas, permitindo que eventuais defasagens de conhecimento sejam corrigidas mais prematuramente. Além disso, a Secretaria entende que o foco não deva ser a reprovação, mas o acompanhamento e avaliação permanentes para melhor aprendizagem. Todos os 4 milhões de alunos são constantemente avaliados, recebem boletins escolares bimestralmente e podem optar por três diferentes modalidades de recuperação”. Os alunos disseram faltar cinco vezes por mês. Os pais afirmaram que participam da vida escolar do filho, mas apenas um em cada quatro pai ou mãe já foi a a alguma reunião do conselho escolar do filho.



A crise do ensino médio   (O Estado de S.Paulo – Opinião – 25/03/14)

Ao avaliar a situação da rede pública de ensino médio, o Tribunal de Contas da União (TCU) constatou um déficit de 32,7 mil professores, especialmente nas áreas de física, química, biologia e sociologia. O levantamento também revelou que há 41 mil docentes sem formação específica em nenhuma das disciplinas desse ciclo educacional. E mostrou que 61 mil professores se encontram fora das salas de aula – 40 mil exercendo atividades administrativas, 5 mil cedidos a órgãos públicos sem qualquer relação com a área educacional e 16 mil em outros tipos de afastamento. Iniciada em março do ano passado, a avaliação do TCU abrangeu a oferta de matrículas, taxas de evasão, fontes de financiamento, utilização dos recursos orçamentários, infraestrutura das escolas, gestão administrativa, atualidade dos currículos, nível de formação dos professores e qualidade dos projetos pedagógicos do ensino médio. Ao todo, foram visitadas 580 escolas municipais e estaduais e as auditorias foram realizadas com a colaboração dos Tribunais de Contas dos Estados e do Distrito Federal.



Unicamp lança edital para capitais interessadas em sediar aplicação das provas de seu vestibular   (EPTV – Virando Bixo – 25/03/14)

A Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) abriu nesta segunda (24) o período para adesões dos governos estaduais interessados em viabilizar a realização das provas do seu Vestibular 2015 nas respectivas capitais. A Unicamp receberá adesões até o dia 14 de abril, às 17h30. Para solicitar que a Comissão Permanente para os Vestibulares da Unicamp (Comvest) realize as provas em determinada capital, o governo local deve fazer contato com a Chefia de Gabinete da Reitoria da Unicamp (rua da Reitoria, 121, Caixa Postal 6194, Barão Geraldo, Campinas-SP, CEP 13.083-872, telefone 19 3521-472219 3521-4722) e solicitar a minuta do convênio.



Dez anos de cotas nas universidades: o que mudou?   (Revista Caros Amigos – Cotidiano – 24/03/14)

Em 1997, apenas 2,2% de pardos e 1,8% de negros, entre 18 e 24 anos cursavam ou tinham concluído um curso de graduação no Brasil. O baixo índice indicava que algo precisava ser feito. “Pessoas estavam impedidas de estudar em nosso país por sua cor de pele ou condição social. Se fazia necessário, na época, uma medida que pudesse abrir caminho para a inclusão de negros e pobres nas universidades”, lembra a pesquisadora e doutora em Educação da Universidade Federal Fluminense (UFF), Teresa Olinda Caminha Bezerra. A solução encontrada para que se diminuísse o déficit histórico de presença de negros e pobres nas universidades brasileiras foi a adoção de ações afirmativas por meio de reservas de vagas, que ficaram conhecidas como cotas. Porém, por todo o país, houve resistências à sua implementação. Em 2003, a Universidade Estadual do Mato Grosso do Sul começou a usar fotos enviadas por estudantes para decidir quais poderiam ter acesso às vagas, que foram determinadas por uma lei aprovada pela assembleia legislativa daquele estado. O “fenótipo” exigido era composto por “lábios grossos, nariz chato e cabelo pixaim”. A ação gerou protestos de movimentos negros. Ainda na Uems, em 2004, o professor de Física Adriano Manoel dos Santos se tornou réu em um processo na Justiça do estado por racismo. Ele teria dito, na sala de aula, que a universidade deveria “nivelar por cima, e não por baixo” o ensino, fazendo alusão aos cotistas presentes na sala, entre eles o estudante Carlos Lopes dos Santos, responsável pela ação judicial.  No Rio de Janeiro, em 2004, a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) anunciou que rejeitaria uma possível política de cotas. O conselho de ensino da instituição, formado por professores, alunos e funcionários rejeitou a ação afirmativa. E o Ministério Público Federal (MPF) do Paraná entrou, em 2004, com um recurso na Justiça pedindo que a Universidade Federal do Paraná (UFPR) não adotasse o sistema de cotas em seu vestibular. O Judiciário paranaense freou a prática entendendo que a reserva de cotas afrontava “o princípio constitucional de isonomia e reforça práticas sociais discriminatórias.” Já em 2012, quando a Universidade de Brasília (UnB) já havia completado oito anos de distribuição de vagas pelo sistema de cotas, o Partido Democratas (DEM) entrou com recurso no Superior Tribunal Federal contra a medida, alegando, inclusive “racismo”. Mas a resistência às cotas não se dava somente no âmbito de conselhos das instituições ou do Judiciário, e muitas vezes se dava por meio de atitudes racistas. Durante um torneio esportivo envolvendo faculdades de Direito, em 2005, torcidas adversárias se referiam à Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) como “Congo”, por sua diversidade racial. A alcunha foi adotada pelos alunos da instituição carioca, e até hoje o país africano é símbolo de suas equipes. Após algumas universidades estaduais e federais aderirem à sistemas de cotas, os números apresentados no começo da matéria começaram a apresentar melhoras. Subiu de 2,2% para 11% a porcentagem de pardos que cursam ou concluíram um curso superior no Brasil; e de 1,8% para 8,8% de negros. Os números são do Ministério da Educação (MEC), em levantamento de 2013. Parte dos movimentos negros questiona os números, considerados “tímidos”. “Não podemos nos conformar com esses dados, são baixos ainda. Há avanços, mas estão muito longe de significar os resultados que buscamos”, afirma Douglas Belchior, do conselho geral da UneAfro e da Frente Pró Cotas Raciais.