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27/06/2017 / Em: Clipping

 

O ranking da inovação (O Globo – Geral – 27/06/2017)

O Brasil ficou na 69ª posição no Índice Internacional de Inovação, elaborado pela Universidade de Cornell, pela Escola de Negócios Insead, sediada na França, e pela Organização Mundial da Propriedade Intelectual (OMPI). Foram analisadas 130 economias e o Brasil ficou estagnado em relação ao índice do ano passado. A Suíça liderou o ranking pelo sétimo ano consecutivo. Passamos da 47ª posição, em 2011, para a 69ª atualmente. Quando o foco é a América Latina, no ranking da inovação o Brasil ocupa o sétimo lugar, o que é ruim, já que, com exceção do México, as demais são economias muito inferiores em tamanho. Como mencionei na semana passada, igualmente não vamos bem no ranking da competitividade. A crise que levou o país a posições tão insatisfatórias nos rankings de inovação e competitividade se materializou, por exemplo, quando as fontes de financiamento público à inovação foram descontinuadas. Além disso, ocorreu uma forte desorganização empresarial com a instabilidade política e também com as investigações e processos judiciais. Hoje, conceitos tradicionais como o tempo, influenciado pelos rápidos avanços da ciência e da técnica, a geografia, sob efeito dos acordos de livre comércio, e as vantagens estratégicas, em constante mutação, causada pelas novas formas de organização das empresas, vem sendo fortemente modificados pelas economias globais. Por isso, o nosso maior desafio reside na necessidade de reconhecer que as novas economias requerem outras estruturas de governos, novos estilos de gestão e novas abordagens da inovação. Entretanto, há dificuldades para as empresas inovadoras. O excesso de burocracia para a abertura de empresas, a alta carga tributária e a complexidade da legislação, que oneram os custos de operação e diminuem a competitividade dos negócios são alguns exemplos. Também é preciso considerar as dificuldades no crédito, o alto custo do capital e a inexistência de formas alternativas de financiamento, com pouquíssimos “investidores anjo”, que aplicam seus capitais próprios, ou a sua expertise, quando identificam empresas inovadoras com alto potencial de crescimento (conhecidas como “startups”), além da baixa prioridade para o comércio exterior, o que deverá mudar. O percentual de empresas efetivamente inovadoras é muito baixo em nosso país (somente 1,6%), pois nos Estados Unidos elas chegaram a 5,5% do total, na Inglaterra a 3,8% e, em Portugal, a 2,4%. Além disso, é preciso considerar a má qualidade da educação, notadamente da educação básica e técnica, que não formam para o mundo do trabalho e não enfatizam a cultura do empreendedorismo. A reforma do ensino médio e a efetiva implantação da base nacional curricular comum serão decisivas para a melhoria de posição no ranking da inovação. A competitividade é função do empreendedorismo, inovação e conhecimento e, dessa forma, pesquisa, desenvolvimento e transferência de conhecimentos e tecnologia são determinantes para empresas inovadoras adquirirem sustentabilidade e condições para participar do comércio internacional. As relações universidade-empresa continuam precárias em nosso país, porque boa parte das universidades enfrenta obstáculos financeiros para a manutenção das incubadoras e parques tecnológicos, uma vez que cabe às instituições de ensino assegurar o funcionamento da infraestrutura laboratorial e das centrais analíticas, que vão garantir a capacidade de inovação das empresas. Apesar disso, muito vem sendo realizado, em parte pelo apoio do SEBRAE e das Federações das Indústrias e, em parte, pela persistência de algumas das nossas mais importantes universidades. Como ocorreu com a nossa classificação no ranking da competitividade, ficamos, na inovação, mais uma vez, numa posição incompatível com o volume de nossa economia que, mesmo em crise, ainda é a nona do mundo. Há muito a fazer, e tudo depende de uma nova política econômica e do entendimento claro da importância das universidades e institutos de pesquisa.

 


Desempenho acadêmico de aluno da USP independe da forma de ingresso (Jornal da USP – Universidade – 26/06/2017)

Levantamento mostra que média das notas de ingressantes via Sisu ou Fuvest não possui grande diferença

Neste mês de junho, os primeiros alunos da USP que ingressaram via Sistema de Seleção Unificada (Sisu) estão finalizando o terceiro semestre. Mas como foi o desempenho deles no dia a dia universitário? Um levantamento da Pró-Reitoria de Graduação (PRG) da USP mostra que a média das notas dos estudantes que entraram na Universidade via Sisu ou Fuvest não possui diferenças significativas. A análise considerou a média ponderada do primeiro e do segundo semestre de 2016 dos cursos da USP que foram oferecidos tanto pelo Sisu como pela Fuvest, incluindo todas as disciplinas com aprovações e reprovações. A PRG divulgou os dados completos de 22 desses cursos. A diferença máxima entre as médias de notas não superou dois pontos. Também houve um equilíbrio entre os grupos que obtiveram as maiores médias de notas. No primeiro semestre de 2016, por exemplo, os ingressantes do Sisu tiveram as maiores médias de notas nos seguintes cursos: Engenharia de Materiais, Engenharia Química, Ciências Econômicas, Relações Internacionais, Geografia, História, Física, Química, Geologia, Pedagogia, Ciências Biomédicas e Psicologia. Quem entrou na USP via Fuvest conseguiu média maior nos cursos de Engenharia de Produção, Direito em São Paulo, Direito em Ribeirão Preto, Medicina, Ciências Sociais, Filosofia, Letras, Enfermagem e Ciências Biológicas. No segundo semestre, algumas médias se alteraram e o desempenho dos alunos via Sisu foi superior também nos cursos de Engenharia de Produção, Filosofia, Letras e Enfermagem, enquanto os da Fuvest conquistaram maiores médias em História, Pedagogia e Psicologia. De acordo com o pró-reitor de Graduação da USP, Antonio Carlos Hernandes, o desempenho similar dos estudantes não foi uma surpresa. “Esse resultado era esperado, porque a partir do primeiro ano, a tendência é se ter uma uniformização de desempenho das turmas; independente da forma de ingresso.” Para Hernandes, a adesão ao Sisu permitiu à USP ganhar em várias frentes, principalmente em relação à diversidade dos estudantes. “Houve maior inserção de alunos do próprio Estado nos cursos de graduação da USP (hoje 85% dos ingressantes são de São Paulo) e aumento expressivo de matrículas dos autodeclarados pretos, pardos e indígenas.”

Em 2018, completará três anos da adesão da USP ao Sistema de Seleção Unificado do Ministério da Educação, no qual instituições públicas de ensino superior oferecem vagas nos seus cursos de graduação para estudantes que participam do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Cada unidade de ensino da USP tem a opção de aderir ou não ao sistema. A quantidade de vagas destinadas ao Sisu que cada unidade pode oferecer tem um limite: 30% em cada curso e turno. Dentro desse porcentual, as unidades de ensino podem escolher três modalidades: ampla concorrência (AC), ou seja, para todos alunos que realizaram a prova do Enem; escola pública (EP): estudantes que tenham cursado o ensino médio integralmente em escolas públicas; e para egressos do ensino médio público autodeclarados pretos, pardos ou indígenas (PPI). No primeiro ano, sete unidades resolveram não destinar vagas pelo Sisu, mas apenas pela Fuvest. No último processo de seleção, apenas três das 42 unidades de ensino ainda não disponibilizavam vagas: a Escola de Engenharia de São Carlos (EESC), a Faculdade de Medicina (FMUSP) e o Instituto de Física (IF).

Todos os cursos no Sisu

Para a seleção em 2018, todos os cursos da USP devem oferecer vagas via Sisu. As três unidades que ainda não participavam já sinalizaram a adesão. O Centro Acadêmico da FMUSP Oswaldo Cruz divulgou que, no último dia 12 de junho, durante reunião da Comissão de Graduação da Faculdade de Medicina, foi aprovada a reserva de 30% das das 175 vagas oferecidas pela unidade. A decisão ainda precisa passar pela congregação da FMUSP. Já o IF terá 20% das 270 suas vagas para o Sisu, sendo 24 para escola pública, 20 para PPI e 10 para ampla concorrência. A decisão foi aprovada em congregação extraordinária realizada no dia 22 de junho, as informações são do Centro Acadêmico do Instituto de Física, o Cefisma. Segundo a assessoria de imprensa da EESC, a unidade também destinará parte das vagas para alunos oriundos de escolas públicas e também para os autodeclarados PPI. A EESC optou por oferecer 59 vagas ao processo: 55 destinadas a alunos EP e 4 a candidatos pretos, pardos e indígenas. O número representa cerca de 12% do total de vagas nos cursos da escola, que oferece anualmente 490 vagas. A Pró-Reitoria de Graduação informou que haverá maior quantidade de vagas destinadas ao Sisu no processo de seleção 2018. Em 2017, foram oferecidas 2.338 vagas. No entanto, os números totais só serão divulgados no próximo dia 4 de julho, após reunião do Conselho Universitário (Co) da USP, quando serão discutidas e aprovadas as regras e vagas para o ingresso na USP no ano que vem.


Encceja: prova que substitui o Enem para diploma do ensino médio e fundamental será em outubro (G1 – Educação – 26/06/2017)

Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos (Encceja), que não era usado para diplomação no ensino médio desde 2009, abre inscrições gratuitas em 7 de agosto

O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) anunciou nesta segunda-feira (26) as novas regras do Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos (Encceja), prova que vai substituir o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) como diploma do ensino médio.

REGRAS E DATAS DO ENCCEJA

Data da prova: 8 de outubro (manhã e tarde)

Inscrições: 7 a 18 de agosto.

Quem pode fazer: 15 anos – nível fundamental; 18 anos – nível médio.

Como será a prova: Redação + 30 itens de múltipla escolha por área, somando 120 questões.

Pontuação: recebe o diploma que tirar ao menos 50% em cada área, inclusive na redação.

O que vai cair na prova: O Inep diz que a prova terá as mesmas referências do Enem. O edital com detalhes será publicado em 24 de julho.

A prova, que não era aplicada desde 2014, também valerá para a certificação do ensino fundamental. A estimativa é de 222.180 participantes no ensino fundamental e de 815.731 candidatos de nível médio. Serão 564 municípios participantes, em contraste com as 1,7 mil cidades onde o Enem aconteceu em 2016.

Custo do exame

O governo diz que as inscrições serão gratuitas e não divulgou uma estimativa de gastos, apesar de indicar que, em média, deve gastar R$ 40 por estudante. No Enem 2016, o custo por aluno foi de R$ 92. Apesar da economia, o governo aponta que a prinicpal motivo da mudança é pedagógico. “O principal motivo de mudança é que o Enem, na sua estrutura original, não é um exame para certificação de ensino médio. O Encceja é muito mais preparado para essa certificação. Outro fator para mudança são as taxas de aprovação: menos de 10% dos alunos conseguiam a certificação, o que nos obrigou a retomar o Encceja”, afirmou a presidente do Inep, Maria Inês Fini. O Inep vai aplicar e corrigir as provas do Encceja. Os diplomas serão distribuídos pelas secretarias estaduais de educação ou pela instituição aplicadora da prova.

Provas no exterior

O Inep também prevê aplicação de provas para pessoas privadas de liberdade, em 564 municípios brasileiros. Além disso, candidatos que moram no exterior também terão a oportunidade de fazer a prova, que será aplicada em 10 de setembro em 10 países diferentes. “O Encceja tem a oportunidade de ser retomado para que possa cumprir sua função original, que é fazer a avaliação e a certificação do nível de ensino”, afirmou a secretária de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão (Secadi/MEC), Ivana de Siqueira. “Ao abrir novos pólos de aplicação, temos a segurança de que há demanda e há professores disponíveis. É o embrião de nossa política de educação continuada no exterior”, afirmou a diretora do Departamento Consular e das Comunidades Brasileiras no Exterior (DCB) e ministra, Maria Luiza Lopes.

 

Enem 2017 tem mais de 6,7 milhões de inscrições confirmadas (G1 – Educação – 26/06/2017)

Número representa 88,5% do total de inscritos; total é o menor desde 2013. Redução pode ser atribuída ao fim da certificação do Ensino Médio, diz Inep.

O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2017 tem 6,7 milhões de inscrições confirmadas. Os dados atualizados foram divulgados nesta segunda-feira (26) pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). Em maio o número era de 6,1 milhão de participantes confirmados. O número de inscritos que confirmaram a participação por meio do pagamento da taxa, ainda é o menor desde 2013 (7,2 milhões). No entanto, segundo o INEP, os números ainda podem subir, já que há a possibilidade de que novas inscrições sejam confirmadas via recursos ou decisão judicial. O total de inscrições, até a publicação desta reportagem, também é menor que em 2016, quando o Inep registrou 8,6 milhões de participantes confirmados. A redução do número deve-se também às mudanças na finalidade do Enem.

A partir desta edição, o exame deixa de servir para certificação de conclusão do ensino médio. A avaliação, segundo o Inep será feita por meio do Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos (Encceja), que não era usado para diplomação no ensino médio desde 2009. Para a presidente do Inep, Maria Inês Fini, o principal motivo de mudança é que o Enem, na sua estrutura original, “não é um exame para certificação de ensino médio” e o Encceja, segundo a presidente, “é muito mais preparado para essa certificação”. “Outro fator para mudança são as taxas de aprovação: menos de 10% dos alunos conseguiam a certificação de ensino médio, o que nos obrigou a retomar o Encceja”. No lugar da antiga banca organizadora, Cespe, assume a realização do exame um consórcio formado pelas bancas Cesgranrio, Fundação Getúlio Vargas (FGV) e Fundação Vunesp. As provas acontecem em 5 e 12 de novembro.

Travestis e transexuais

Do total de inscrições confirmadas no Enem 2017, houve 694 solicitações de uso do nome social, a maior, proporcionalmente ao número de inscritos, desde 2015. Desse total, 303 foram aceitas.

 


INEP ANUNCIA DATAS DO ENCCEJA 2017 (Brasil Escola – Notícias – 26/06/2017)

Provas substituirão o Enem na certificação do ensino médio a partir deste ano.

O Instituto Nacional de Ensino e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) divulgou na tarde desta segunda-feira, 26 de junho, em coletiva de imprensa, as datas e o formato do Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos (Encceja).

Entenda como funciona o Encceja

As inscrições para o Encceja 2017 deverão ser feitas entre os dias 7 e 8 de agosto. O edital com as normas e regras será publicado no dia 24 de julho. A partir desse ano, o Encceja voltará a certificar o ensino médio, função que foi do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2009 a 2016. De acordo com a presidente do Inep, Maria Inês Fini, o Enem, em sua estrutura, é um exame para acesso ao ensino superior. “O Encceja é mais adequado para os estudantes que não conseguiram completar o ensino fundamental e médio na idade certa”, completou a presidente do Inep.

Cronogramas do Encceja 2017

Provas

As provas do Encceja 2017 serão aplicadas em 8 de outubro. É preciso ter idade mínima de 15 anos para se inscrever no Encceja do ensino fundamental, e pelo menos 18 anos para a certificação do ensino médio. As provas do Encceja para o ensino fundamental são compostas por 30 questões de Português, 30 de Matemática, 30 de Língua Estrangeira, 30 de Arte, 30 de Educação Física, 30 de História, 30 de Geografia, 30 de Ciências Naturais e Redação.  Já o Encceja para o ensino médio contará com 30 questões em cada prova. O exame será composto por Ciências da Natureza, Ciências Humanas, Matemática, Linguagens e Códigos e a Redação. Para a aprovação, o estudante precisa de 100 pontos em cada prova objetiva, sendo a pontuação máxima de 200. Já na redação o critério é diferente, sendo a nota de 0 a 10, com a média necessária de 5 pontos para obter o certificado.

O Encceja

O Encceja foi criado em 2002 com a finalidade de avaliar os conhecimentos de estudantes por meio de provas para conceder o certificado de ensino fundamental ou médio aos seus participantes. Entre 2009 e 2016, o Enem foi adotado como forma de certificação do ensino médio. Considerando que o Enem tem o foco atual no ingresso em universidades, o Inep decidiu voltar a certificação do ensino médio para o Encceja. Os brasileiros que moram no exterior e privados de liberdade também podem concluir seus estudos pelo Encceja. O certificado do Encceja será emitido pelas Secretarias Estaduais de Educação e instituições educacionais que firmarem Termo de Adesão com o Inep. No caso dos privados de liberdade, o documento é entregue pelo seu responsável pedagógico. Já os brasileiros no exterior devem procurar o diploma nas embaixadas e consulados do Brasil. Mais informações no site do Encceja.

 


Enem 2017 teve mais de 6 milhões de inscrições, diz novo balanço do MEC (Universia – Notícias – 26/06/2017)

Enem 2017 teve mais de 6 milhões de inscrições, diz novo balanço do MEC; dados foram divulgados nesta segunda-feira (26)

O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2017 teve 6.731.186 inscrições, segundo um novo balanço realizado pelo Ministério da Educação (MEC) e divulgado nesta segunda-feira (26). O Enem 2016 registrou 8,6 milhões de inscrições confirmadas, em 2015, o número foi de 7,7 milhões. O Inep afirma que a queda se dá ao fato de o exame não ser mais um certificado de conclusão do Ensino Médio. Com a volta do Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos (Encceja) como certificação de conclusão do Ensino Médio – antes realizada pelo Enem – a prova contará com maior participação das secretarias estaduais e municipais de educação. Cada área de conhecimento terá uma Matriz de Referência composta por 30 habilidades. A prova acontece em 8 de outubro.

 


Inscrições confirmadas no Enem 2017 sobem para 6,7 milhões (Extra – Notícias – 26/06/2017)

Nova rodada do Enem será realizada nos dias 3 e 4 de dezembro Nova rodada do Enem será realizada nos dias 3 e 4 de dezembro

O Exame Nacional do Ensino Médio – Enem 2017 conta, até o momento, com 6.731.186 inscrições confirmadas, segundo novo balanço divulgado nesta segunda-feira pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). No fim de maio, as inscrições tinham fechado em 6,1 milhões, mas cerca de 1,467 milhão de inscrições ainda estavam passíveis de confirmação. Apesar de uma pequena elevação, o número de inscrições é o menor apresentando pelo exame desde 2013. Segundo o Inep, o quantitativo ainda pode aumentar, devido à possibilidade de recursos judiciais e de avaliações da Comissão de Demanda do Ministério da Educação (MEC). As inscrições não confirmadas somam 872.105. Em relação à baixa no número de candidatos, a presidente do Inep, Maria Inês Fini, afirmou que é possível que a queda tenha sido ocasionada pela mudança do exame de certificação do ensino médio, que deixa de ser realizado pelo Enem e passa a ser de responsabilidade do Exame Nacional para a Certificação de Competências de Jovens e Adultos (Encceja):

– O Enem, na sua estrutura, não é para ensino médio, é mais acesso ao ensino superior. O Encceja é preparado para fazer esse tipo de avaliação. No Enem, menos de 10% dos inscritos para certificação do ensino médio eram aprovados, isso é um dado importantíssimo que nos obrigou a rever essa política. A prova do Encceja é menor, mas possui as mesmas áreas de estudo e os mesmo referenciais da educação básica.

Do total de inscrições confirmadas no Enem 2017, 1.486.449 foram gratuidades conferidas a concluientes do ensino médio, 3.245.138 tiveram isenção por meio dos critérios estabelecidos pelo MEC. Houve 694 solicitações de uso do nome social, das quais 303 foram aceitas. No lugar da antiga banca organizadora, Cespe, assume a realização do teste um consórcio formado pelas bancas Cesgranrio, Fundação Getulio Vargas (FGV) e Fundação Vunesp. O edital do Encceja será divulgado em 24 de julho. As inscrições vão de 8 a 18 de agosto e a prova será realizada em 8 de outubro. O exame também será aplicado para brasileiros residentes no exterior em 10 de setembro, em 10 países. Também podem participar pessoas privadas de liberdade, que realizarão a prova em 24 e 25 de outubro. O teste também oferece certificação para o ensino fundamental e é gratuito. Para participar, é preciso ter, no mínimo, 15 anos, para o certificado de ensino fundamental, ou 18 anos, para o certificado de ensino médio.

ALTERAÇÕES NO SAEB

A partir desse ano, a avaliação da qualidade da educação básica, que antes era feita pelo Enem, passa a ser medida pelo Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb). O teste tem como público-alvo escolas públicas das zonas rurais e urbanas do 5º e 9º anos do ensino fundamental e do 3º ano do ensino médio, com 10 ou mais alunos em cada série, e escolas privadas selecionadas no ensino fundamental – no caso do terceiro ano do ensino médio as escolas privadas também poderão aderir ao Saeb, independente de fazerem parte da amostra ou não. A estimativa é que sejam avaliados cerca de 7,6 milhões de alunos de 114.825 escolas. As instituições privadas do ensino médio terão de terça-feira (27) até 14 de julho para assinar o termo de adesão do exame. As escolas selecionadas terão isenção da taxa de pagamento. As demais escolas privadas que desejem participar deverão pagar uma taxa que varia de R$ 400 a R$ 4.000, de acordo com o número de alunos. A participação das escolas particulares é facultativa. Todas as instituições deverão preencher os dados do Censo Escolar 2017 até 31 de julho e ter feito o correto preenchimento do Censo Escolar 2016. Em setembro, as escolas serão contactadas para o agendamento do teste. Os questionários serão aplicados de 23 de outubro a 3 de novembro e os resultados devem ser divulgados em 8 de agosto de 2018.


Exame para certificar conclusão de ensino médio será realizado em outubro (Agência Brasil – Educação – 26/06/2017)

O Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos (Encceja) será realizado no dia 8 de outubro em todo o país. Neste ano, a prova também será usada pelos alunos para obter o certificado de conclusão do ensino médio. Até o ano passado, os estudantes com mais de 18 anos poderiam usar o desempenho no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) para receber o diploma do ensino médio. Agora, a certificação será feita exclusivamente pelo Encceja, que atualmente é aplicado no Brasil e no exterior para a certificação de conclusão do ensino fundamental. A inscrição para o Encceja será gratuita e deverá ser feita entre os dias 7 e 18 de agosto. A prova, que será elaborada e aplicada pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), terá 30 questões de múltipla escolha, com quatro alternativas de resposta. O aluno deverá atingir pelo menos 50% de acertos em cada prova, e pelo menos 5 pontos na redação. O custo estimado do Encceja é de R$ 40 por aluno. Segundo o Inep, o Encceja é o instrumento mais adequado para avaliar as pessoas que não tiveram oportunidade de concluir os estudos em idade apropriada. “O Enem, na sua estrutura, não é um exame para a certificação do ensino médio. Ele se caracteriza muito mais para o acesso ao ensino superior. O Encceja é preparado para fazer esse tipo de avaliação, das pessoas que não tiveram acesso na idade certa”, disse hoje (26) a presidente do Inep, Maria Inês Fini. Menos de 10% das pessoas que fazem o Enem com o objetivo de certificação conseguem o diploma do ensino médio, informou. O Encceja pode ser feito por pessoas com pelo menos 15 anos, no caso da certificação do ensino fundamental, e 18 anos para a certificação do ensino médio. O Inep espera que 222 mil alunos do ensino fundamental participem da prova e 815 mil, do ensino médio. O exame também será aplicado para presos e para brasileiros que moram no exterior.

Avaliação de escolas

A partir deste ano, o Enem não será mais utilizado como avaliação das escolas. Agora, as escolas serão avaliadas pelo Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb). A presidente do Inep, Maria Inês Fini, explicou que o Saeb faz uma avaliação mais ajustada das instituições de ensino médio. “O desempenho dos alunos é um dado importantíssimo para compor a avaliação das escolas, mas não é o único. Dados contextuais são importantes para caracterizar melhor essa avaliação. Além disso, as provas que compõem esse sistema são bastante detalhadas naquilo que se diz oficialmente que deveria ter sido ensinado. Por isso, muito mais justiça na avaliação se pratica no Saeb”, afirmou. A estimativa do Inep é que 114,8 mil escolas sejam avaliadas por meio do Saeb neste ano. Agora, todas as escolas públicas e privadas que ofereçam ensino médio serão avaliadas. Até o ano passado, a avaliação da etapa era feita por amostragem. A adesão das escolas será feita entre 27 de junho e 14 de julho, em sistema on-line, disponibilizado no portal do Inep. A taxa de inscrição varia entre R$ 400 e R$ 4 mil, de acordo com o número de alunos. A aplicação dos testes e questionários em todas as escolas ocorrerá entre 23 de outubro e 3 de novembro. Os resultados devem ser divulgados em agosto do ano que vem.

Enem

O Inep também informou que, até o momento, 6,73 milhões de inscrições foram confirmadas para o Enem de 2017, que será realizado nos dias 5 e 12 de novembro. O número ainda pode aumentar, porque novas inscrições podem ser confirmadas por decisão judicial.

No ano passado, o Enem teve 8,6 milhões de pessoas inscritas. Para o Inep, a diferença pode ser explicada pelo número de estudantes que deixarão de fazer o exame este ano para obter a certificação do ensino médio.

 


Exame que certificará ensino médio será aplicado em outubro (Guia do Estudante – Enem – 26/06/2017)

Inscrições do Encceja serão recebidas entre 7 e 18 de agosto; edital completo sai em 24 de julho

O Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos (Encceja), que voltará a oferecer certificação dos ensinos fundamental e médio, será aplicado no dia 8 de outubro, com inscrições entre 7 e 18 de agosto. As datas foram anunciadas em coletiva de imprensa concedida pelo Ministério da Educação (MEC) nesta segunda-feira (26). O Encceja substituirá o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) na função. Serão aplicadas duas provas: uma para quem deseja concluir o ensino fundamental (em que se estima 222.180 participantes) e outra para o ensino médio (em que se estima 815.731 participantes), em 564 municípios. O custo estimado do Encceja é de R$ 40 por aluno.

Como será a prova do Encceja

As provas serão aplicadas em um único dia, de manhã e à tarde. Para o ensino médio, serão 4 provas, no mesmo formato do Enem: Ciências da Natureza e Ciências Humanas pela manhã, e Linguagens, Matemática e Redação pela tarde. Cada prova terá 30 questões (120 no total) com quatro alternativas cada, além da redação. Para obter a certificação, o estudante deverá acertar pelo menos metade de cada prova e tirar no mínimo 5 na redação. O Encceja pode ser feito por pessoas com pelo menos 15 anos, no caso da certificação do ensino fundamental, e 18 anos para a certificação do ensino médio. Cada prova será composta por 30 itens de múltipla escolha, sendo que para obter o certificado, o estudante deve pontuar pelo menos 50% em cada área, inclusive na redação. A prova terá, segundo o MEC, as mesmas referências usadas na elaboração do Enem. O edital completo será publicado em 24 de julho. Segundo o Inep, o Encceja é o instrumento mais adequado para avaliar as pessoas que não tiveram oportunidade de concluir os estudos em idade apropriada. “O Enem, na sua estrutura, não é um exame para a certificação do ensino médio. Ele se caracteriza muito mais para o acesso ao ensino superior. O Encceja é preparado para fazer esse tipo de avaliação, das pessoas que não tiveram acesso na idade certa”, disse a presidente do Inep, Maria Inês Fini. Menos de 10% das pessoas que fazem o Enem com o objetivo de certificação conseguem o diploma do ensino médio, informou.

Enem

O Inep também informou que, até o momento, 6,73 milhões de inscrições foram confirmadas para o Enem de 2017, que será realizado nos dias 5 e 12 de novembro. O número ainda pode aumentar, porque novas inscrições podem ser confirmadas por decisão judicial. No ano passado, o Enem teve 8,6 milhões de pessoas inscritas. Para o Inep, a diferença pode ser explicada pelo número de estudantes que deixarão de fazer o exame este ano para obter a certificação do ensino médio.

 


Aprovados no Sisu dão dicas para quem quer ingressar no ensino superior (Portal Brasil – Educação – 26/06/2017)

Estudantes compartilham estratégias que ajudam a manter o foco e a organizar a rotina de estudos para garantir uma vaga na universidade

Depois de quatro anos de muita dedicação e estudos, Gabriela Ferreira, hoje com 21 anos, conseguiu ser aprovada no curso de medicina da Universidade Federal de Goiás (UFG). Com a vaga garantida, a futura médica reservou um tempo dos seus estudos para escrever uma espécie de manual, no qual traz dicas para quem quer alcançar o sonho de ser aprovado no Sistema de Seleção Unificada (Sisu). Intitulado “Ah, os sonhos”, o livro oferece estratégias para os estudantes que estão se preparando para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Em 50 páginas, que ela compartilha com quem pede conselhos e orientações, Gabriela relata de forma bem descontraída a rotina que a levou à aprovação. “O que mais me ajudou no último ano”, conta ela, “foi ter traçado um objetivo muito claro e grande: passar em 1° lugar na UFG de Goiânia, então a minha disposição para estudar era muito maior”, resume. Além dessa tática, a estudante seleciona algumas outras dicas que considera fundamentais para a sua aprovação. “Estudar a teoria. Para quem quer medicina, o foco deve ser física e biologia. Depois de começar a ler os livros, fazer resumos e resolver exercícios do capítulo, minhas notas aumentaram muito.”

“Ler textos, vídeos, músicas que me motivavam a continuar estudando, mesmo quando saía mal em simulados e não observava uma melhora imediata.”

“Eu não perderia mais  tempo e energia pensando se o jeito que eu estava estudando era o melhor, se daria certo passar naquele ano. Na verdade, percebi que não existe uma rotina perfeita ou quantidade de horas de estudos exata que garanta uma aprovação. Cada pessoa tem um rendimento muito diferente.”

As provas do Enem deste ano ocorrem em dois domingos: 5 e 12 de novembro. Até lá, o candidato deve organizar a sua rotina para ter um bom aproveitamento nos estudos. Para isso, confira as dicas de outros três estudantes que se deram bem no exame e garantiram a a aprovação em uma universidade.

“Uma boa dica é organizar uma rotina de estudos e segui-la, mas com coerência, pois estudar física e português no mesmo dia não trará o mesmo rendimento que mesclar com outra matéria de exatas. Também vale lembrar que é necessário um tempo para lazer, dando um descanso para o cérebro.”

“Estudar com mais naturalidade. Estudar com pressão de ‘preciso passar’ é algo que motiva a se esforçar e estudar cada vez mais, porém, com um baixo rendimento e maior estresse, comparado a estudar com naturalidade, sem perder o foco é claro.”

“Para se sair bem com o Enem é necessário treinar! Pode ser com simulados ou provas antigas mesmo. O exame não aprofunda as matérias como os vestibulares tradicionais, tente conciliar tempo com teoria e bastantes exercícios.”

“Não fiquem duas semanas sem estudar, isso pode fazer diferença nos resultados. Eu fiz uma redação por semana, geralmente aos domingos. Eu não faria tantos resumos escritos, aqueles bem grandes mesmo; acredito que quem faz mapas mentais sai na frente.”

“A chave para ser aprovado é foco total, buscar o que te inspira e se livrar daquilo que te tira a concentração nos estudos, porque não há nada melhor do que ver seu nome na lista de aprovados. Eu tinha o costume de estudar muito tarde, se eu tivesse regulado meus horários mais cedo teria um resultado melhor.”

 


Por que parte significativa do Plano Nacional de Educação já está atrasada (Nova Escola – Conteúdo – 26/06/2017)

Após três anos, várias metas foram parcialmente cumpridas. Mas há pontos positivos

Três anos se passaram desde a aprovação do Plano Nacional de Educação (PNE). O documento criado em 25 de junho de 2014 guia as diretrizes educacionais da próxima década, estipulando 20 metas desdobradas em 254 estratégias para garantir o acesso e a qualidade à Educação Básica e Superior e de seus profissionais. Valorização docente, formação adequada de professores, universalização do ensino, inclusão, erradicação do analfabetismo e ampliação do investimento financeiro público são algumas das urgências nacionais listadas. Ainda que o projeto tenha o ano de 2024 como horizonte, muita coisa já está atrasada. O primeiro Relatório de Monitoramento das Metas, divulgado em novembro do ano passado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) , analisou o biênio 2014-2016. E, após somente 30% do tempo de vigência, oito metas, como universalizar a Educação Infantil e o Ensino Médio, têm prazos finais ou intermediários já vencidos. A atual gestão do MEC (Ministério da Educação) alega que, ao assumir a pasta em maio de 2016, as metas que venceriam no mês seguinte já estariam descumpridas, bem como as estratégias “mal encaminhadas”.  “Entre as ações da gestão anterior, foi possível encontrar programas sem planejamento, sem controle e com resultados insatisfatórios. A falta de planejamento estratégico da gestão anterior contribuiu para a situação encontrada em maio de 2016 em relação ao PNE”, disse a assessoria de imprensa do  ministério em nota à NOVA ESCOLA. Para Daniel Cara, coordenador geral Campanha Nacional Pelo Direito à Educação, o descumprimento do Plano pelos dois últimos ciclos decorre da falta de prioridade dada a essa política. No entanto, uma política principal deixou o Plano um passo mais longe de atingir suas metas. “A aprovação da Emenda Constitucional 95/2016 – que limita um teto de gastos para a Educação – praticamente liquidou as chances de o PNE ser cumprido”, explica Daniel. “Ela inviabiliza tanto a expansão de matrículas quanto a instauração de um padrão mínimo de qualidade”, diz. Veja abaixo um balanço de como está o andamento de algumas das principais metas do PNE:

Metas e estratégias cumpridas

– Os mecanismos normativos estão entre os itens com evolução mais significativa. A publicação bienal de estudos para acompanhamento e divulgação dos resultados propostos no Plano (Art. 5º da Lei do PNE) é um exemplo disso. “Esses mecanismos avançaram mais do que questões mais centrais e mais decisivas para a Educação como  a expansão de matrículas nas creches, a universalização de matrículas dos 4 aos 16 anos e a implantação do Custo Aluno-Qualidade inicial (CAQi)”, pontua Daniel.

– A estratégia 7 da Meta 10, que propõe avaliar os resultados pedagógicos dos indicadores educacionais, assegurando contextualização e transparência das informações, também foi cumprida. No entanto, o Observatório do PNE indica em seu balanço que as iniciativas precisam de aprimoramento para que os dados contribuam de forma efetiva para a prática pedagógica.

– O fórum permanente de acompanhamento do piso salarial nacional do magistério público da Educação Básica (estratégia 1, Meta 17) foi instituído dentro do prazo estabelecido, ainda em 2015. A avaliação do balanço do Observatório “é fundamental tomar ações concretas que permitam que essa valorização saia do papel e promova de fato, mais atratividade para a carreira docente e melhores condições para quem já está em sala de aula”.

– O encaminhamento da proposta de direitos e objetivos de aprendizagem e desenvolvimento do Ensino Fundamental (estratégia 1, Meta 2) também está sendo cumprido – com atraso – com a proposta da Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Encaminhada pelo MEC ao Conselho Nacional de Educação, o documento deve ser aprovado até o final do ano.

O que foi cumprido parcialmente

– Dois estados e 14 municípios ainda não sancionaram seus Planos Estaduais e Municipais de Educação (previsto na Art. 8º da Lei do PNE). No entanto, 5.555 municípios e 25 estados já sancionaram seus Planos.

– A meta 7 também foi cumprida parcialmente: o fomento da qualidade atingindo o estipulado pelo Índice de Desenvolvimento da Educação Básica. Apenas o 5º ano do Fundamental alcançou a nota prevista para a etapa.

Em andamento

– A aprovação da Lei de Responsabilidade Educacional – que teve seu prazo vencido em 2015 – está em tramitação no Congresso. No entanto, diversas reuniões de votação da proposta foram desmarcadas ou adiadas por falta de quórum. Como indica a reportagem de Gestão Escolar sobre o tema, as penalidades previstas inicialmente no texto já foram amenizadas e a discussão segue sem data.

– De acordo com o PNE, o Brasil deveria ter instituído o Sistema Nacional de Educação já em 2016. O Projeto de Lei Complementar (PLP) 413/2014 está em tramitação na Câmara dos Deputados e aguarda deliberação desde dezembro de 2015.

Indicadores problemáticos

– Não é possível aferir sobre algumas metas. “Temos dificuldades em precisar a taxa de escolarização de crianças e adolescentes com deficiência em virtude de incompatibilidades das bases de dados existentes”, explica Rodrigo Mendes, diretor executivo do instituto que leva seu nome, ao se referir à Meta 4, que trata da inclusão. Além da limitação relativa do acompanhamento da série histórica, os conceitos adotados nos sistemas de acompanhamento são diferentes (o Censo Demográfico, por exemplo, não faz referências a estudantes com altas habilidades, o que é previsto no PNE) e os dados disponíveis não esclarecem se houve acesso ao Atendimento Educacional Especializado (AEE) e a outros recursos. “Apesar de não termos essa apuração mais precisa, podemos estimar que o número de crianças com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento (TGD) ou altas habilidades fora da escola é significativo”, avalia Rodrigo. De acordo com ele, é preciso avançar também no detalhamento das estratégias que são muito genéricas e algumas não definem prazos intermediários ou mecanismos para se atingir os objetivos.

– Não há um indicador que permita acompanhar o cumprimento da Meta 19, que propõe garantir a efetivação da gestão democrática da Educação. Já os indicadores da Meta 1 (universalização da pré-escola para as crianças de 4 e 5 anos) e da 3 (universalização do atendimento escolar para toda a população de 15 a 17 anos) não estão atualizados.  A trajetória dos indicadores sugere que é possível o cumprimento da 1, mas que a 3 não será cumprida.

Os entraves

Além da falta de indicadores que dificultam o acompanhamento, o relatório do Observatório do PNE com o balanço dos três anos da política traz outros indícios sobre as entraves desse processo. A pouca priorização ou integração entre as metas e estratégias postas pelo Plano seria uma das principais delas. Rodrigo Mendes concorda com a necessidade de se planejar ações que contemplem diferentes metas e estratégias postas. “Acho que ainda precisamos de esforços para integrar as metas. A Meta 1, por exemplo, versa sobre a universalização da oferta para Educação Infantil – tema também tratado pela estratégia 2 da Meta 4, mas com foco nas crianças com deficiência. É necessário pensar em aproximações, definir ações que vão ser tomadas para ambas as metas, de forma articulada”, defende. O relatório traz ainda uma observação em relação ao financiamento (Meta 20): o andamento não dependeria apenas do aumento de recursos, mas da eficiência da distribuição e gestão desses recursos.

Consequências de um PNE não cumprido

Os especialistas concordam que garantir o acesso é importante, mas é necessário também assegurar qualidade. “Não cumprir o PNE significa não enfrentar as questões da desigualdade brasileira. Se estamos tentando pagar o que faltou do passado e, se não conseguirmos, o direito à Educação continuará sendo um privilégio para alguns”, comenta Maria Amábile Mansutti, coordenadora técnica do Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária (Cenpec). Para Daniel Cara, o Brasil estaria deixando de aproveitar sua última geração representativa demograficamente de crianças, adolescentes e jovens.  “A consequência do descumprimento do PNE é nefasta porque essa é nossa última oportunidade de fazer com que uma população substantiva do país tenha acesso a uma Educação pública de qualidade e possa modificar a qualidade de vida, as condições socioeconômicas e, principalmente, o desenvolvimento do país”, avalia.

Para chegar lá

O coordenador geral da Campanha Nacional Pelo Direito à Educação acredita que para garantir os indicadores é preciso estabelecer uma nova política econômica, já que a Emenda 95/2016 impôs teto que inviabiliza o PNE. Maria Amábile analisa que há um esvaziamento em relação à pauta e que é preciso um esforço público e da sociedade para recuperar a centralidade do tema. “Não andamos como o esperado, mas temos que criar forças para realmente fazer um controle social sobre ele. Também não podemos apenas ficar discutindo entre pares, precisamos dialogar com todo o sistema educacional”, diz. Questionados sobre o tema, o MEC informou que está trabalhando na implantação de políticas estruturantes e na melhoria da gestão dos programas para alcançar melhores resultados. A BNCC é vista como uma das principais ações nesse sentido. “Ela deverá promover a melhoria das aprendizagens em todas as etapas da Educação Básica. As ações da atual gestão também envolvem desde o investimento na melhoria das escolas e na formação dos professores”, diz o órgão. O Programa de Fomento à Implementação de Escolas de Ensino Médio em Tempo Integral, nova regulamentação do Ensino à Distância que vai ajudar a ampliar o acesso ao ensino superior, o regime de colaboração com estados e municípios para a implementação de seus planos e a orientação de iniciativas que contribuem para o atingimento de metas são outros pontos citados pela nota do ministério. “O desafio é realmente grandioso, porém isso não pode servir de argumento para que a gente não persiga, com todos os nossos esforços, atingir o Plano Nacional de Educação”, conclui Rodrigo Mendes.