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29/06/2017 / Em: Clipping

 

Comvest prorroga inscrições para o Encontro com Professores do Ensino Médio até 5 de julho (Secretaria da Educação SP – Notícias – 28/06/2017)

Os educandos terão mais uma semana de prazo para se inscreverem em uma das oito oficinas oferecidas

Educadores da rede estadual, as inscrições para o “Encontro com Professores do Ensino Médio”, promovido pela Comvest (Comissão Permanente para os Vestibulares da Unicamp), foi prorrogada até o dia 5 de julho. Com isso, os interessados terão uma semana de prazo para se inscreverem em uma das oito oficinas oferecidas. As fichas devem ser preenchidas exclusivamente no site da Comvest. O evento será realizado dia 5 de agosto, das 9 às 17 horas, no campus da Unicamp, em Campinas. Durante o Encontro, os professores vão participar de oficinas sobre as diferentes provas do Vestibular Unicamp. Serão oferecidas 480 vagas, sendo 60 delas para cada uma das seguintes disciplinas: Matemática, Língua Portuguesa e Literaturas de Língua Portuguesa, Química, Física, Biologia, História, Geografia e Inglês. Podem se inscrever professores do Ensino Médio. A taxa de inscrição para interessados na disciplina de Inglês é de 15 reais para professores de escolas públicas. Os aspirantes às demais disciplinas e que lecionam em escolas do estado desembolsarão 30 reais. Para ter a sua inscrição confirmada é necessário enviar à Comvest os documentos listados no formulário de inscrição. O encontro é uma oportunidade para o professor conhecer e entender as provas da Unicamp, o que permitirá preparar melhor o aluno para o Vestibular da instituição. Será abordado o processo de correção das questões e o acompanhamento dos corretores. Durante os cursos ainda haverá discussões sobre os objetivos da prova, bem como a análise das questões do último Vestibular, apontando-se o que era esperado dos candidatos. Mais informações podem ser obtidas pelo número 19 3521-1783, ou pelo e-mail encontro@comvest.unicamp.br.

 


Estudantes pedem adoção de sistema de cotas no vestibular da USP (Agência Brasil – Educação – 26/06/2017)

Estudantes da Universidade de São Paulo (USP) favoráveis à adoção do sistema de cotas fizeram no início da tarde de hoje (28) um ato em frente à Fundação Universitária para o Vestibular (Fuvest) para pressionar a direção da universidade a votar a proposta feita pelo Núcleo de Consciência Negra da USP e protocolada no Conselho de Graduação da USP (CoG) no último dia 18 de maio e que pede a reserva de vagas para estudantes de escolas públicas. A proposta pede a garantia de reserva de 50% das vagas para alunos do ensino médio pública, dos quais 16,25% para candidatos do ensino médio público independentemente de etnia e renda; 16,25% para candidatos do ensino médio público independentemente de etnia, mas com renda familiar per capita inferior a um salário mínimo e meio; 17,5% para candidatos pretos, pardos e indígenas que tenham estudado em escolas públicas. Atualmente, a USP adota o Sistema de Seleção Unificada (Sisu), do Ministério da Educação, como alternativa de entrada ao vestibular tradicional. Segundo os ativistas, o Sisu permite que, em alguns cursos, haja reserva de vagas para alunos de escolas públicas, negros e indígenas. Mas a seleção abrange no máximo 30% das vagas oferecidas e não assegura que todos os cursos tenham vagas reservadas. “Algumas unidades destinaram só 20% ou 15% das vagas para o Sisu. Outras unidades só abriram vagas para o Sisu em ampla concorrência, como a Escola Politécnica, onde, por consequência, o percentual de ingressantes de escola pública caiu de 22% para 13%, de 2016 para 2017”, disse Thatiane Lima Gomes, da Gestão no Núcleo de Consciência Negra da USP. No último dia 30 de maio, a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) aprovou a implementação de cotas sociais e raciais para o ingresso na universidade, deixando a USP como a única estadual paulista a não adotar cotas no seu principal vestibular, a Fuvest. “Todo ano, no primeiro semestre, é momento de mobilização por cotas e, neste ano, inspirados pela Unicamp, atualizamos o projeto e protocolamos. Em 2015 também protocolamos, mas ele não entrou em discussão naquele momento. A USP usa saídas alternativas que não resolvem a baixa quantidade de negros e de alunos de escola pública”, disse Thatiane. Segundo ela, é preciso lembrar que a USP é uma universidade pública e, por isso, é importante ampliar o acesso à população de baixa renda. “É sabido que a USP é uma universidade branca, elitista. É preciso dar representatividade à população que não está na universidade. Sabemos que 80% da população estuda em escola pública e na USP a maior parte é oriunda do ensino privado.”

 


Estudantes pedem adoção de sistema de cotas no vestibular da USP (Jornal do Brasil – País – 28/06/2017)

Estudantes da Universidade de São Paulo (USP) favoráveis à adoção do sistema de cotas fizeram no início da tarde desta quarta-feira (28) um ato em frente à Fundação Universitária para o Vestibular (Fuvest) para pressionar a direção da universidade a votar a proposta feita pelo Núcleo de Consciência Negra da USP e protocolada no Conselho de Graduação da USP (CoG) no último dia 18 de maio e que pede a reserva de vagas para estudantes de escolas públicas. A proposta pede a garantia de reserva de 50% das vagas para alunos do ensino médio pública, dos quais 16,25% para candidatos do ensino médio público independentemente de etnia e renda; 16,25% para candidatos do ensino médio público independentemente de etnia, mas com renda familiar per capita inferior a um salário mínimo e meio; 17,5% para candidatos pretos, pardos e indígenas que tenham estudado em escolas públicas. Atualmente, a USP adota o Sistema de Seleção Unificada (Sisu), do Ministério da Educação, como alternativa de entrada ao vestibular tradicional. Segundo os ativistas, o Sisu permite que, em alguns cursos, haja reserva de vagas para alunos de escolas públicas, negros e indígenas. Mas a seleção abrange no máximo 30% das vagas oferecidas e não assegura que todos os cursos tenham vagas reservadas. “Algumas unidades destinaram só 20% ou 15% das vagas para o Sisu. Outras unidades só abriram vagas para o Sisu em ampla concorrência, como a Escola Politécnica, onde, por consequência, o percentual de ingressantes de escola pública caiu de 22% para 13%, de 2016 para 2017”, disse Thatiane Lima Gomes, da Gestão no Núcleo de Consciência Negra da USP. No último dia 30 de maio, a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) aprovou a implementação de cotas sociais e raciais para o ingresso na universidade, deixando a USP como a única estadual paulista a não adotar cotas no seu principal vestibular, a Fuvest. “Todo ano, no primeiro semestre, é momento de mobilização por cotas e, neste ano, inspirados pela Unicamp, atualizamos o projeto e protocolamos. Em 2015 também protocolamos, mas ele não entrou em discussão naquele momento. A USP usa saídas alternativas que não resolvem a baixa quantidade de negros e de alunos de escola pública”, disse Thatiane.

Segundo ela, é preciso lembrar que a USP é uma universidade pública e, por isso, é importante ampliar o acesso à população de baixa renda. “É sabido que a USP é uma universidade branca, elitista. É preciso dar representatividade à população que não está na universidade. Sabemos que 80% da população estuda em escola pública e na USP a maior parte é oriunda do ensino privado.”

 


Estudantes pedem adoção de sistema de cotas no vestibular da USP (Isto É – Geral – 28/06/2017)

Estudantes da Universidade de São Paulo (USP) favoráveis à adoção do sistema de cotas fizeram no início da tarde de hoje (28) um ato em frente à Fundação Universitária para o Vestibular (Fuvest) para pressionar a direção da universidade a votar a proposta feita pelo Núcleo de Consciência Negra da USP e protocolada no Conselho de Graduação da USP (CoG) no último dia 18 de maio e que pede a reserva de vagas para estudantes de escolas públicas. A proposta pede a garantia de reserva de 50% das vagas para alunos do ensino médio pública, dos quais 16,25% para candidatos do ensino médio público independentemente de etnia e renda; 16,25% para candidatos do ensino médio público independentemente de etnia, mas com renda familiar per capita inferior a um salário mínimo e meio; 17,5% para candidatos pretos, pardos e indígenas que tenham estudado em escolas públicas. Atualmente, a USP adota o Sistema de Seleção Unificada (Sisu), do Ministério da Educação, como alternativa de entrada ao vestibular tradicional. Segundo os ativistas, o Sisu permite que, em alguns cursos, haja reserva de vagas para alunos de escolas públicas, negros e indígenas. Mas a seleção abrange no máximo 30% das vagas oferecidas e não assegura que todos os cursos tenham vagas reservadas. “Algumas unidades destinaram só 20% ou 15% das vagas para o Sisu. Outras unidades só abriram vagas para o Sisu em ampla concorrência, como a Escola Politécnica, onde, por consequência, o percentual de ingressantes de escola pública caiu de 22% para 13%, de 2016 para 2017”, disse Thatiane Lima Gomes, da Gestão no Núcleo de Consciência Negra da USP. No último dia 30 de maio, a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) aprovou a implementação de cotas sociais e raciais para o ingresso na universidade, deixando a USP como a única estadual paulista a não adotar cotas no seu principal vestibular, a Fuvest. “Todo ano, no primeiro semestre, é momento de mobilização por cotas e, neste ano, inspirados pela Unicamp, atualizamos o projeto e protocolamos. Em 2015 também protocolamos, mas ele não entrou em discussão naquele momento. A USP usa saídas alternativas que não resolvem a baixa quantidade de negros e de alunos de escola pública”, disse Thatiane. Segundo ela, é preciso lembrar que a USP é uma universidade pública e, por isso, é importante ampliar o acesso à população de baixa renda. “É sabido que a USP é uma universidade branca, elitista. É preciso dar representatividade à população que não está na universidade. Sabemos que 80% da população estuda em escola pública e na USP a maior parte é oriunda do ensino privado.”

 


Inspirados no movimento da Unicamp, alunos da USP pressionam Fuvest por cotas (Carta Campinas – Manchete – 28/06/2017)

Estudantes da USP (Universidade de São Paulo) fizeram no início da tarde desta quarta-feira (28) um ato em frente à Fundação Universitária para o Vestibular (Fuvest) para pressionar a direção da universidade a votar a proposta feita pelo Núcleo de Consciência Negra da USP que pede a reserva de vagas para estudantes de escolas públicas e cotas etno-raciais. Os estudantes lembraram que no último dia 30 de maio, a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) aprovou a implementação de cotas raciais para o ingresso na universidade, deixando a USP como a única estadual paulista a não adotar cotas no seu principal vestibular, a Fuvest. A Unicamp já tinha cotas sociais. “Todo ano, no primeiro semestre, é momento de mobilização por cotas e, neste ano, inspirados pela Unicamp, atualizamos o projeto e protocolamos. Em 2015 também protocolamos, mas ele não entrou em discussão naquele momento. A USP usa saídas alternativas que não resolvem a baixa quantidade de negros e de alunos de escola pública”, disse Thatiane Lima Gomes, da Gestão no Núcleo de Consciência Negra da USP. Segundo ela, é preciso lembrar que a USP é uma universidade pública e, por isso, é importante ampliar o acesso à população de baixa renda. “É sabido que a USP é uma universidade branca, elitista. É preciso dar representatividade à população que não está na universidade. Sabemos que 80% da população estuda em escola pública e na USP a maior parte é oriunda do ensino privado.” A proposta pede a garantia de reserva de 50% das vagas para alunos do ensino médio pública, dos quais 16,25% para candidatos do ensino médio público independentemente de etnia e renda; 16,25% para candidatos do ensino médio público independentemente de etnia, mas com renda familiar per capita inferior a um salário mínimo e meio; 17,5% para candidatos pretos, pardos e indígenas que tenham estudado em escolas públicas. Atualmente, a USP adota o Sistema de Seleção Unificada (Sisu), do Ministério da Educação, como alternativa de entrada ao vestibular tradicional. Segundo os ativistas, o Sisu permite que, em alguns cursos, haja reserva de vagas para alunos de escolas públicas, negros e indígenas. Mas a seleção abrange no máximo 30% das vagas oferecidas e não assegura que todos os cursos tenham vagas reservadas. “Algumas unidades destinaram só 20% ou 15% das vagas para o Sisu. Outras unidades só abriram vagas para o Sisu em ampla concorrência, como a Escola Politécnica, onde, por consequência, o percentual de ingressantes de escola pública caiu de 22% para 13%, de 2016 para 2017”, disse Thatiane.

 


Inep troca institutos que aplicarão provas do Enem 2017 (Guia do Estudante – Enem – 28/06/2017)

Funções passarão a ser do consórcio entre a Vunesp, a Cesgranrio e a Fundação Getúlio Vargas

O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) anunciou a troca dos responsáveis pela aplicação e correção das provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2017. Antes, o Centro Brasileiro de Pesquisa em Avaliação, Seleção e Promoção de Eventos (Cebraspe) ocupava as funções, que passarão a ser do consórcio entre a Vunesp, a Cesgranrio e a Fundação Getúlio Vargas. A Vunesp ficará responsável pela correção das redações, enquanto a FGV e a Cesgranrio cuidarão das provas de Linguagens, Ciências Humanas, Matemática e Ciências da Natureza.

Enem 2017

Foram registrados 7.603.291 inscritos no exame deste ano, dos quais 6.731.186 estão confirmados, um total de 88,5%. O número de inscritos confirmados é consideravelmente menor do que o do ano passado, que teve 8,6 milhões de candidatos. A redução já estava prevista pelo MEC, devido às mudanças que o exame terá a partir deste ano – destacadamente, o fim da concessão de certificação do ensino médio pelo Enem, que voltará a ser feita através de exame específico.

Mudanças no Enem

O exame passará a ser aplicado em dois domingos seguidos (em 2017, as provas serão em 5 e 12 de novembro). Além disso, a ordem das provas será alterada: no primeiro domingo, dia 5, serão aplicadas as provas de Linguagens, Ciências Humanas e Redação, com 5h30 de duração; no segundo domingo, dia 12, serão aplicadas as provas de Matemática e Ciências da Natureza, com 4h30 de duração. A mudança do exame para domingo normaliza a prova para os sabatistas, que tradicionalmente tinham de esperar até as 19h do sábado para iniciar a prova. O Enem também não servirá mais para certificar o ensino médio, função que voltará a ser do Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos (Encceja).

 


Vunesp será responsável por correção das redações do Enem 2017 (Universia – Notícias – 28/06/2017)

Vunesp será responsável por correção das redações do Enem 2017; provas acontecem em 5 e 12 de novembro

A Fundação Vunesp, que aplica os vestibulares da Unesp, será a responsável pela correção das redações do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2017. As provas acontecem em 5 e 12 de novembro. Além da Vunesp, as fundações Getúlio Vargas e Cesgranrio também ficaram encarregadas da aplicação e correção das provas de Linguagens, Ciências Humanas, Matemática e Ciências da Natureza. A redação acontece no primeiro dia de prova junto às questões de Linguagens e Ciências Humanas.

ENEM 2017

O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2017 teve 6.731.186 inscrições, segundo balanço realizado pelo Ministério da Educação (MEC). A prova do primeiro domingo, que terá a duração de 5 horas e meia, contará com a redação e provas de linguagem, código e suas tecnologias e ciências humanas e suas tecnologias. As provas de matemática e ciências da natureza e suas tecnologias acontecerão no segundo domingo e terão 4 horas de duração. Em ambos os dias, os portões abrem pontualmente às 12h e fecham às 13h. O início das provas está previsto para às 13h30. É recomendado que o candidato chegue com ao menos uma hora de antecedência ao local da prova.

 


Um debate com os professores sobre a reprovação escolar no Brasil (Nova Escola – Conteúdo – 28/06/2017)

Aprofundamos a discussão sobre esse tema a partir de comentários dos nossos leitores

Na semana passada, escrevi sobre os indicadores de rendimento e transição escolar, abordando o impacto da reprovação na evasão. No artigo, eu não tinha a pretensão de exaurir todos os aspectos sobre a reprovação, mas sinalizar o que os dados apontam, em linha com muitas evidências nacionais e internacionais já documentadas. O texto repercutiu bastante e recebeu vários comentários, que traziam diversas problematizações sobre o tema. Boa parte desses comentários ilustram a decisão complexa em torno da aprovação ou não de alunos com baixo desempenho. Por isso, já digo que, antes de tudo, sei que a questão não é simples e peço sinceras desculpas aos educadores se o texto gerou essa impressão. Ainda assim, e apesar de sinceramente concordar com os desafios existentes em sala de aula e com a complexidade da questão, sigo acreditando que a reprovação massiva de alunos não é a melhor saída para esses desafios. Por isso, quero seguir esse debate em diálogo com os comentários com mais curtidas no Facebook de NOVA ESCOLA:

“Quando você vai procurar um emprego, corre o risco de não ser aceito. O mesmo acontece com a escola. Mas não podemos enfiar goela abaixo ou cérebro abaixo algo que o aluno não quer. Muitos alunos simplesmente não querem ou não gostam de estudar, assim como tem muita gente que não gosta de trabalhar. O professor não é o carrasco e nem o super-herói dessa história. Cabe primeiro à família dar a base de educação, depois vem o resto, e isso inclui a escola. O aluno é só um reflexo da família.”

Esse é um comentário que não diretamente faz uma crítica ao texto, mas que problematiza os desafios de ensinar. Mais de 80 pessoas no Facebook de NOVA ESCOLA reagiram positivamente a ele com “curti” ou “amei”. Garantir a aprendizagem se torna mais complexo no final do Ensino Fundamental e, especialmente, no Ensino Médio, já que é mais difícil desenvolver habilidades socioemocionais nos alunos quanto mais avançada a etapa em que estão. Ainda mais considerando que muitos chegam à escola sem a cultura de estudar e/ou sem terem desenvolvido habilidades como disciplina e foco. A família, como colocado no comentário, tem grande importância no desenvolvimento das competências socioemocionais. No entanto, quero trazer aqui a importância de a escola buscar ser também protagonista neste processo, nutrindo altas expectativas pelos alunos, independentemente do contexto. Recomendo o estudo Expectations and Student Outcomes, de Kathleen Cotton, que fez uma grande revisão sobre o tema. Ele traz evidências de que as expectativas dos professores têm grande impacto no aprendizado dos alunos.

Outro aspecto importante de abordar é que a baixa escolaridade de muitos pais e/ou o pouco tempo que eles têm para acompanhar as atividades escolares de seus filhos devido às longas jornadas de trabalho, exigem que a escola busque ser protagonista no processo. E ser protagonista não indica tentar resolver sozinha a questão, mas propor ações para engajar os pais e a comunidade. Os estudos Excelência com Equidade, que coordenei na Fundação Lemann, ilustram bem o fato de que as escolas com bons resultados de aprendizagem no Brasil seguem esse caminho

“Que reprovação? Não se reprova mais alunos por causa da quantidade de trabalhos, segundas chances etc. O aluno só não passa se não quiser. Vocês estão fora da realidade.”

Esse é um ponto interessante e mais de 60 pessoas curtiram esse comentário. Se olhamos para o percentual de alunos de baixo desempenho no Brasil, percebemos que muitos dos que têm níveis de proficiência baixos não são reprovados em um ano. No entanto, se a gente olha para as taxas de reprovação no mundo ou no percentual de alunos que já tiveram uma reprovação em sua trajetória escolar, percebemos que os índices do Brasil ainda são muito altos. Costumo ilustrar em palestras que percentuais em torno de 10% a 12% de reprovação ao ano, o que ocorre nos anos finais do Ensino Fundamental e no Ensino Médio, são taxas que geram uma grande distorção idade-série. Imaginemos que há 100 alunos no 6º ano. Se, entre eles, 10% forem reprovados, teremos 90 alunos promovidos para o 7º ano. Se, desses 90 alunos, outros 10% são reprovados, teremos 81 alunos indo para o 8º ano. E por aí vai. O efeito é cumulativo ano após ano, o que faz com que o número de alunos brasileiros que chegam ao Ensino Médio na idade adequada seja muito baixo, como é ilustrado nesses gráficos no QEdu. Um estudo da União Europeia de 2011 mostrou que, em média, 16% dos estudantes entre 15 e 16 anos havia repetido alguma série no Ensino Fundamental. Mostrou também que, em 19 de 33 países, menos de 6% dos alunos entre 15 e 16 anos havia repetido uma série no Fundamental. Isto é, durante nove anos, no máximo um em cada 17 alunos enfrentou essa situação. Para se ter um comparativo, no Brasil, somente no 6º ano do Fundamental, 13,8% dos alunos foram reprovados em 2015. Então, ao passo em que concordo que há muitos estudantes de baixo desempenho que são aprovados, há ainda muitos que são reprovados no país, fato que fica ainda mais evidente em perspectiva com índices internacionais.

“No Ensino Fundamental, os pais insistem que a criança continue os estudos. No Médio, como o próprio artigo diz, muitos alunos têm mais de 18 anos, portanto não são mais obrigados a continuar. Como os alunos já podem trabalhar a partir dos 16 anos, muitos preferem não estudar e trabalhar ao mesmo tempo. Culpar a reprovação pela evasão escolar é ignorar diversos outros fatores.”

Essa é uma questão interessante, até por que o texto que propus anteriormente não se aprofundou no tema. E mais de 100 pessoas gostaram desse comentário. Um ponto interessante que o comentário traz é que há vários fatores que contribuem para a evasão, o que é uma verdade. A baixa qualidade do ensino, o mercado de trabalho e mesmo a gravidez na adolescência são alguns exemplos. Mas há muitos estudos que comprovam o impacto da reprovação no abandono e na evasão escolar. Compartilho aqui alguns: Why Students Drop Out of School: A Review of 25 Years of Research e Fatores associados ao abandono escolar no ensino médio público de Minas Gerais. Ressalto que, se diminuída a reprovação e as saídas e retornos durante a trajetória escolar, seria raro encontrar estudantes acima de 17 anos antes do 3º ano do Ensino Médio.

“Não concordo. Em primeiro lugar, o Brasil é campeão em analfabetos funcionais. A pessoa tem o certificado de Ensino Médio concluído, mas não ler, interpretar, resolver continhas básicas, escrever. É isso que acontece. Não é o caso de dizer que ele não precisa terminar, é que boa parte não faz questão. E o nosso sistema de Educação falido de valores obriga escolas e professores a aprová los.”

“Aprovar quem não aprendeu é dizer que o sujeito não precisa estudar. Talvez criar um sistema no qual o aluno só repete a matéria em que ele não foi aprovado, desestimule menos. Passar a mão na cabeça não vai resolver o problema.”

Estes comentários não estiveram dentre os mais curtidos na página, mas apresentam pontos importantes e são corroborados por vários outros comentários feitos em relação ao texto. O primeiro comentário fala que nosso sistema obriga as escolas e professores a aprovar os alunos. Realmente, isso acontece em muitos casos e traz implicações. As políticas de progressão continuada, embora conceitualmente interessantes por propor um acompanhamento da aprendizagem e a retenção apenas nos finais de ciclo, não foram, em várias redes, construídas em diálogo com os professores e, por vezes, foram mal implementadas nas escolas. Faltam no Brasil mecanismos de acompanhamento e suporte aos educadores na luta contra as defasagens de aprendizado, o que fez a “progressão continuada” passar a ser chamada em muitos lugares de “aprovação automática”. Sob o meu ponto de vista, em um sistema educacional maduro, a escola não deveria ser obrigada a aprovar seus alunos. Se a escola buscou fazer de tudo para garantir a aprendizagem do aluno e acredita que pode resolver esses problemas de aprendizagem com mais um ano, a reprovação é justificável. Contudo, deveríamos entender que a reprovação não deveria ser a resposta para a maioria dos alunos, mas um entre os vários instrumentos para auxiliar estudantes com dificuldades de aprendizado. Cabe destacar também que altas taxas de reprovação sinalizam não problemas individuais dos alunos, mas problemas estruturais do processo de ensino-aprendizagem. Um caso interessante é o da rede de Foz do Iguaçu (PR), que entre 2009 e 2012 deu autonomia para que os professores reprovassem os estudantes, mas mesmo assim a taxa de reprovação escolar caiu. E isso aconteceu num contexto de diálogo sobre os malefícios da reprovação e um suporte mais direto da secretaria para o desenvolvimento de aspectos pedagógicos. Nos comentários destacados está também a ideia de que aprovar é dizer que o aluno não precisa estudar. Essa é uma questão bem complexa, e eu dificilmente vou conseguir me colocar na condição de vocês, educadores, em relação aos desafios relacionados a esse ponto. Apesar de parte da minha trajetória escolar ter ocorrido na rede pública, ao lado de muitos colegas que não se engajavam nos estudos, e de ter visitado diversas escolas como pesquisador, é muito difícil retratar fielmente todas as questões ligadas à relação aluno-professor. Imagino – e consigo apenas imaginar – como pode ser duro para um professor ver um aluno que não se preocupa com sua própria aprendizagem e ter que, ao final do ano, sinalizar que tudo vai bem e aprova-lo. No entanto, o meu questionamento aqui visa propor um olhar para a possível existência de outras formas mais estimulantes de incentivar os estudos ao invés de tomar como regra a “punição educativa” para quem não estuda. Algumas escolas têm, por exemplo, promovido a valorização dos alunos de  bom desempenho para inspirar e mobilizar os demais, além de despertar a atenção dos pais e da comunidade. Medidas para recuperar a defasagem ao longo do ano letivo e durante as férias escolares também precisam ser consideradas, embora dependam também de recursos financeiros e de outros fatores que vão além do compromisso dos professores. Outro dado relevante é o fato de que a reprovação no Brasil tem se mostrado ineficaz, se considerado o objetivo primário da escola que é o de garantir a aprendizagem. Os alunos que repetem uma série raramente atingem um bom nível de aprendizado após a repetência. Fiz um estudo sobre isso em 2011: Os alunos reprovados no Brasil: uma análise das proficiências e das taxas de abandono por meio das avaliações Prova Brasil e Pisa. Os alunos que fazem uma série novamente deveriam receber um acompanhamento mais individualizado, mas não é isso que acontece. E, de novo, não se trata apenas de ineficiência ou má vontade dos professores. São todas questões que demandam alinhamento e sintonia entre todos os atores e componentes envolvidos.

“De maneira mais dura, reprovar é uma maneira de impedir que um incompetente esteja, futuramente, em hospitais fazendo cirurgias ou em edificações construindo edifícios.”

Por fim, selecionei um último comentário e gostaria de propor uma reflexão sobre ele. Há nele um retrato da discussão confusa em torno da reprovação, que carrega particularidades quando o foco é a Educação Básica e não o Ensino Superior. A Educação Básica carrega o papel de desenvolver competências essenciais para que o aluno tenha condições de sonhar e de, no futuro, concretizar seus projetos de vida e exercer sua cidadania. A questão é bem diferente no Ensino Superior, que mira no desenvolvimento de conhecimentos mais específicos e focados em uma área de atuação profissional. Se, no Ensino Superior, o estudante não estiver dominando habilidades importantes para o completo e responsável exercício profissional, deve, sim, ser retido. Discutir educação é necessário. Do exercício do diálogo e da motivação compartilhada para a superação dos desafios é que podemos juntos encontrar novos e melhores caminhos. Os desafios não são poucos e nem fáceis de resolver. Mas estou convencido de que reprovar muitos alunos não é a solução.

 


‘Enquanto não houver igualdade para o negro, a democracia racial será um mito’ (RBA – Cidadania – 27/06/2017)

Durante lançamento de uma reedição de textos do pensador brasileiro Florestan Fernandes, pesquisadores e ativistas do movimento negro reafirmaram a importância e atualidade de sua obra

“Florestan Fernandes pensou na abolição da escravidão inconclusa. Ele questionava, criticava. Sua obra nos convida a pensar o mito da democracia racial”, afirma Weber Lopes, doutorando que estuda o movimento negro na Universidade Federal do ABC (UFABC). O acadêmico esteve presente no debate de lançamento da reedição do livro Significado do Protesto Negro, de Florestan Fernandes, sociólogo e político brasileiro falecido em 1995. A presente edição conta com adições à original, de 1989, e é organizada e publicada por uma parceria entre Fundação Perseu Abramo (FPA) e Editora Expressão Popular. “Conheci Florestan quando me aproximava do movimento negro, em 1977, em plena ditadura militar. Os primeiros textos que li foram xerox distribuídas pelo pessoal da Universidade de São Paulo (USP). Ele tinha uma grande relação com o movimento negro e era considerado subversivo pela ditadura, pela mesma direita conservadora que agora mostra novamente sua cara”, afirmou Flávio Jorge Rodrigues da Silva, membro do Conselho Curador da FPA e da Coordenação Nacional de Entidades Negras (Conen). Também esteve presente o jornalista Florestan Fernandes Júnior, filho do pensador, e a coordenadora do Núcleo de Consciência Negra da USP, Maria José Menezes, a Zezé. Com mais de 50 obras publicadas, Florestan construiu vasta carreira na academia das Ciências Sociais, lecionando em instituições como a Universidade de Toronto, no Canadá, em Colúmbia, nos Estados Unidos e na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Como político, Florestan foi deputado federal pelo PT e participou da Constituinte, sendo um dos signatários da Carta de 1988. “Florestan era um lutador, socialista, intelectual e militante. Ele não foi um parceiro da luta contra o racismo, e sim um militante. Sempre digo que a Constituição de 1988, que hoje está sendo destruída pelos golpistas, tem o pensamento, o dedo e a voz dele. Neste livro, que está sendo lançado, tem uma emenda que ele mandou para a Constituinte, chamada Dos Negros. Se vocês lerem, existe um projeto de reparação da população negra”, afirmou Flávio. Segundo ele, estão presentes neste livro “dois textos publicados na primeira vez que o PT discutiu a questão. São eles: O Negro e a Democracia e Luta de Raça e de Classe. Também tem um outro texto chamado A Classe Média e os Mulatos, onde trata de negros que não pensam como negros, uma leitura do ponto de vista do conservadorismo”. Por fim, o ativista exaltou a relevância do trabalho de Florestan. “Esses textos são atualíssimos, especialmente no debate que a esquerda está deixando de lado, que é a relação de raça e classe em um projeto de transformação para a sociedade. Isso é real, a ênfase atual é muito focada na questão de classe, mas em um país com 54% da população descendente de escravos e onde existe um forte racismo, não existe projeto nenhum sem levar isso em consideração.” A acadêmica da USP Zezé reafirmou a importância do debate dentro da sociedade contemporânea brasileira. “O Estado brasileiro sempre foi racista e repressor. E a obra de Florestan é muito atual porque ele questiona a ausência dos negros em estruturas de poder. Ele coloca o dedo na ferida e mostra que a manutenção dos privilégios das elites depende de barrar a democracia racial. Isso funciona até hoje”, disse. Para Zezé, o cenário político atual reforça a importância da obra. “Avançamos em alguns aspectos, mas tudo que construímos está sendo destruído”, disse em relação à agenda tocada pelo presidente Michel Temer (PMDB), que inclui as reformas trabalhista e da Previdência. “Estamos perdendo a possibilidade de nos aposentar, visto que a expectativa de vida do negro é inferior em dez anos. Isso, porque temos os piores indicadores sociais na área da saúde. Temos as piores escolas nas periferias. Em São Paulo, veja, o governo do PSDB tira recursos da educação para investir em prisões. O governo do PSDB mata e aprisiona os negros e negras”, completou. Já Florestan Fernandes Júnior apresentou uma expectativa de enfrentamento entre elites e as camadas populares, como inevitável para mudar o cenário problemático que persiste ao longo dos anos. “Não estou pessimista, porque acho que a liberdade nem sempre se faz na paz… Precisaremos de muita luta e organização. O golpe que tirou a presidenta Dilma Rousseff (PT) veio porque eles perceberam que o poder estava fugindo da mão deles”, disse. Por fim, ele leu um trecho do livro, de autoria de seu pai. “Como socialista, como militante de movimento social, como sociólogo e professor, coloquei-me na vanguarda dos que combatiam na questão do negro, que não é apenas social, é racial, a pior herança da sociedade de castas. Ela trouxe para o presente todas as formas de repressão neste país. Enquanto não houver liberdade com igualdade para o negro, a ideia da democracia racial é um mito. Por isso devemos repelir esse racismo que indica que vivemos em uma sociedade hipócrita e autocrática. Tenho vergonha e vou lutar com vigor. Prefiro participar da fraternidade dos irmãos negros e lutar por igualdade como objetivo universal.”