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30/01/2018 / Em: Clipping

 

Conheça a 1º colocada em medicina na USP de cotistas de escola pública (R7 – Educação – 30/01/2018)

Clara Menegucci Lougon é capixaba, tem 19 anos de idade e fez ensino médio no Instituto Federal do Espírito Santo. Ela ainda aguarda a Unicamp

A capixaba Clara Menegucci Lougon, de 19 anos, passou em primeiro lugar em medicina na USP (Universidade de São Paulo) entre os outros cotistas de escolas públicas. Clara fez o ensino médio no IFES (Instituto Federal do Espírito Santo), onde os alunos fazem o curso em quatro anos, já que a instituição forma os adolescentes na escola e em cursos técnicos. Ela decidiu fazer o técnico em Edificações, pois não tinha certeza se prestaria medicina ou engenharia civil no vestibular. A dúvida foi resolvida: “Eu não me identifiquei com o curso, então decidi ir para medicina.” A menina não estava certa do que prestar, pois sua mãe é engenheira e seu pai, médico — duas pessoas muito importantes na formação dela. “Desde novinha, meus pais me incentivaram muito a estudar. Minha mãe sempre fazia exercício para desenvolver raciocínio lógico. Quando a gente [Clara e seus dois irmãos mais novos] ia jogar no computador, meu pai sempre colocava jogos educativos. Então acho que minha base foi muito boa.” Conclui. O colégio de Clara é um dos melhores do Espírito Santo, em 2016 estava na quarta posição no Estado. Segundo a menina, os estudos são fortes desde o primeiro ano. Mesmo assim, Clara fez um ano de cursinho particular, onde conseguiu bolsa, junto com o último ano do ensino médio. “O IFES é muito bom na área de exatas, mas na área de humanas não é tão forte. Eu tive só dois anos de história e de geografia. E redação, por exemplo, eu não tive nenhuma aula. Então como eu consegui bolsa no cursinho, fiz para ter uma base nessas matérias”, explica. Mesmo com o pai médico e a mãe engenheira, Clara decidiu estudar em escola pública: “Eu queria fazer técnico em edificações, ter um ensino de qualidade e gratuito. E tenho mais dois irmãos, então ir pra escola pública deu uma desafogada lá em casa.” Quanto às cotas, Clara acredita que são muito justas: “Todo ano sai avaliação de escola pública e o IFES sempre está nas primeiras colocações e mesmo assim eu fiquei 20 pontos a baixo da nota de corte da ampla concorrência. Então a melhor escola pública do país está 20 pontos atrás da ampla concorrência. Eu acho mais do que justo ter cota. Aí você pensa nos outros alunos, que as escolas não são tão boas, fica mais difícil ainda.” Os números provam que Clara está certa: das 25 vagas abertas pela USP, apenas oito foram preenchidas. Os outros alunos de escolas públicas não alcançaram os 700 pontos mínimos em cada uma das provas do Enem (redação, linguagens, matemática, ciências da natureza e ciências humanas). Clara diz acreditar que o problema está nos alunos quererem estudar para o vestibular apenas no último ano e que o que a colocou em primeiro lugar foi a dedicação que teve com os estudos desde o início: “Acho que meu diferencial foi eu ir construindo esse conhecimento desde noivinha. Eu tive, no ensino fundamental, uma base muito boa e o ensino médio fortaleceu muito. Chegou no cursinho eu só tinha que dar uma revisada nas matérias”, diz. Como amigos de sala que também queriam medicina, Clara passou na Federal do Espírito Santo, mas, com o incentivo dos pais, buscou se mudar de cidade. Além de passar na USP por meio do Sisu, Clara prestou a segunda fase da Unicamp e ainda aguarda o resultado. Só depois vai decidir qual faculdade vai cursar.

 


Aprovados em primeiro lugar em cursos concorridos no Sisu dão dicas para o próximo ano (O Globo – Educação – 30/01/2018)

Resultado do Sistema foi divulgado nesta segunda-feira pelo MEC; Fique atento ao cronograma

Quase dois milhões de estudantes pelo país viveram, nesta segunda-feira, um dia decisivo. O Ministério da Educação (MEC) divulgou o resultado do Sistema de Seleção Unificada (Sisu), principal porta de entrada no ensino superior brasileiro. Agora, os estudantes precisam estar atentos aos prazos de matrícula e, caso não tenham conseguido uma vaga logo de cara, no cronograma de reclassificação. De acordo com as regras do Sistema, cada universidade determina as datas e os trâmites necessários para realização da matrícula, mas elas devem acontecer, necessariamente, entre os dias 30 de janeiro e 7 de fevereiro. Clara Menegucci Loudon, de 19 anos, já embarca na semana que vem para a capital paulista para garantir sua vaga na Universidade de São Paulo (USP). A estudante do Espírito Santo passou em primeiro lugar entre os cotistas que disputaram o curso de Medicina da instituição. Aluna do Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes), Clara entrou nas cotas de estudantes de escolas públicas. Acho que o fato de eu ter passado dá esperanças não só para alunos do Ifes, mas para estudantes de outras escolas públicas também. As cotas dão uma oportunidade melhor para essas pessoas— opina Clara. — O importante é ter foco e se preparar desde o primeiro ano. Não adianta chegar no terceiro ano e querer estudar para passar. Apenas oito candidatos conseguiram obter a nota mínima de 700 pontos, exigida pela USP em todas as áreas presentes na prova do Enem, para disputar as vagas via ações afirmativas.

LISTA DE ESPERA

Os candidatos que não conseguiram uma vaga na primeira chamada, ou foram selecionados apenas para a segunda opção de curso e quiserem participar da lista de espera devem manifestar interesse até o dia 7 de fevereiro. As instituições começam a fazer a convocação dessa lista no dia 9 de fevereiro e, a partir daí, os estudantes devem acompanhar o progresso da lista junto às instituições. O estudante Gabriel Barroso, de 19 anos, aluno do Curso de A a Z, esperou um pouco mais que o tempo das reclassificações para entrar para a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Em 2015, quando prestou o vestibular, Barroso foi aprovado em Engenharia de Produção na Universidade estadual do Rio de Janeiro (Uerj), mas não conseguiu entrar na UFRJ. Devido a isso, o aluno fez a matrícula na Uerj, mas após viver um ano de crise na instituição decidiu que prestaria o vestibular novamente em 2017. O resultado foi o melhor possível: o primeiro lugar do curso de Engenharia de Produção na UFRJ. Na Uerj eu concluí apenas um período em um ano. Então resolvi trancar a matrícula e durante o ano de 2017 eu fiz cursinho para prestar o Enem. Depois de um ano dificil ter esse resultado é um alívio — relata, dando uma dica aos futuros candidatos ao curso de Engenharia: — É bom estudar bastante Redação, porque ela ajuda muito na média, ao menos da UFRJ. Eu nunca fui o melhor dos alunos nessa área, mas tentei ler sobre atualidades, me informar e treinar texto. No primeiro semestre deste ano, o Sisu ofereceu 239.716 vagas em 130 instituições. Entre os cursos mais concorridos estava o de Direito, carreira escolhida por Carolina de Oliveira Fecha, de 17 anos, que conseguiu o primeiro lugar na UFRJ. Recém-formada no terceiro ano, ela também foi aprovada no curso de Medicina, o mais disputado do processo, mas vai cursar Direito. Manter a calma e trabalhar o lado do emocional é muito importante. Apesar de todo estudo, tem que ter uma hora de lazer também — sugere ela aos candidatos que farão Enem no ano que vem. — Fazer provas antigas é muito importante, eu fiz muitas. É uma prova longa, então tem que estar acostumado com o ritmo.

 


Matrículas dos aprovados no Sisu começam hoje (Estado de Minas – Educação – 30/01/2018)

Quem não tiver sido aprovado na chamada regular tem até 7 de fevereiro para manifestar interesse em participar da lista de espera

Fim da expectativa para milhares de estudantes país afora. Começam hoje as matrículas dos aprovados no Sistema de Seleção Unificada (Sisu), em 130 instituições públicas. Os calouros têm até quarta-feira da semana que vem para fazer os registros acadêmicos e garantir a vaga. Os resultados foram divulgados ontem. No caso da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), o processo é todo feito pela internet. Candidatos não aprovados já podem se inscrever na lista de espera. A consulta está disponível na página do Sisu (sisu.mec.gov.br). Este ano, são ofertadas 239.716 vagas em 100 instituições federais, das quais 61 universidades, dois centros de educação tecnológica, uma faculdade e 36 institutos federais de educação, ciência e tecnologia. Participaram do Sisu também 30 instituições estaduais – 22 universidades, um centro universitário e sete faculdades. Quem não tiver sido aprovado na chamada regular tem até 7 de fevereiro para manifestar interesse em participar da lista de espera. O processo também é feito na página do programa. A convocação desses candidatos pelas instituições será feita a partir do dia 9 do mês que vem. Informações como as notas máximas e cursos e universidades mais procurados ainda não foram divulgadas. Mas na lista de ontem é possível ver que na UFMG a nota em medicina diminuiu em relação ao ano passado, quando foram necessários pelo menos 811,7 pontos para a aprovação na modalidade ampla concorrência. A nota máxima foi 857,64. No Sisu 2018, o mínimo para o curso foi 796,18 e o máximo, 851,52 pontos. A menor nota, 776,96 pontos, foi na modalidade 2 das cotas (candidatos autodeclarados pretos, pardos ou indígenas, com renda familiar bruta per capita igual ou inferior a 1,5 salário mínimo e que tenham cursado o ensino médio em escolas públicas). Para Beatriz Lobo Filgueiras de Miranda Gomes, de 18 anos, moradora do Bairro Santa Rosa, na Pampulha, a hora é de comemorar. Ela passou no curso de química tecnológica da UFMG um ano depois de se formar no ensino médio do Colégio Dona Clara, no bairro homônimo, também na Pampulha. Para a mais nova caloura, a expectativa pela nota do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) foi mais difícil que a espera pelo resultado. “Pelas notas de corte dos anos anteriores, é possível ter uma ideia se dá para entrar ou não. A emoção foi grande, pois eu corria o risco de não passar na primeira chamada e ir para a lista de espera”, diz. Para Beatriz e a família, é hora de colher os frutos de uma preparação intensa: “Deixei de sair nos fins de semana. Até formatura de amigo eu perdi para estudar, pois cada minuto conta”. Ela pretende fazer a matrícula hoje. Terceiro lugar no curso de química também na UFMG, Arthur Del Rio Abreu Rosa, de 17, conta que também sentiu falta de um tempo só para ele. “Tive que me dedicar muito para conseguir. Deixei de aproveitar momentos com família e amigos, mas valeu a pena”, afirma. Morador de Sabará, começava cedo a rotina para sair da cidade da Região Metropolitana de Belo Horizonte e chegar ao Colégio Santo Agostinho, na Região Centro-Sul de BH. “Saí da prova do Enem muito apreensivo, pois os professores comentaram que essa foi uma das edições mais difíceis. Sabia que minha nota seria definida em função da redação e essa era a única que não tinha noção de como tinha ido”, lembra. A ansiedade de Arthur ainda não acabou: “Acho que a ficha só vai cair quando eu puser os pés na universidade”. A universitária Camila Siqueira Araújo, de 19, também ficou por conta de cursinho no ano passado. Ex-aluna do Colégio Militar de BH, passou um ano no pré-vestibular Elite e foi aprovada em terceiro lugar no curso mais disputado da UFMG, a medicina, na modalidade 4 das cotas (candidatos que, independentemente da renda, tenham cursado o ensino médio integralmente em escola pública). “Valeu a pena para priorizar algumas matérias e entender o funcionamento do Enem. Lidar com isso foi muito importante, além de equilibrar o estudo com o tempo livre, para não ficar o tempo todo pensando em Enem e vestibular”, relata. Aprender a “fórmula” do Enem foi decisivo também em redação. “Não é uma mágica, mas há um modelo a ser seguido e cujos aspectos são valorizados, como citar conhecimento de outras áreas. Antes, eu nunca tinha chegado a 900 pontos. Desta vez, tirei 980 na redação.”