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30/03/2012 / Em: Clipping

 


Brasil tem déficit de 40 mil engenheiros   (Gazeta do Povo – Vida na Universidade – 26/03/12)

Se a Engenharia é a sua área, há grande chance de você ser disputado pelo mercado de trabalho assim que estiver com o diploma nas mãos. O motivo é simples, mas difícil de ser resolvido. O Brasil está carente de engenheiros, principalmente no campo técnico – focado na engenharia prática, longe das esferas administrativa, financeira e de consultoria. O país forma, em média, 40 mil profissionais por ano, enquanto a demanda é o dobro disso. Do total de formandos, apenas um terço atua na parte técnica. O restante, ou monta a própria empresa (e trabalha com consultoria), ou está em áreas mais burocráticas (como a financeira e a administrativa), que, na última década, contrataram muitos engenheiros pagando salários muito atrativos aos novos profissionais. Hoje o panorama é outro. Com o mercado de infraestrutura superaquecido, a necessidade de mão de obra técnica aumentou e há dificuldade de encontrar engenheiros recém-formados, assim como seniores, com mais de cinco anos de profissão. “Toda vez que a economia cresce, aumenta também o investimento em infraestrutura, o que logicamente precisa de engenheiros para existir. Se o país não os encontra aqui, vai importar mão de obra de outros países”, explica Vanderli Fava de Oliveira, diretor de Comunicação da Associação Brasileira de Educação em Engenharia (Abenge).Se por um lado a importação resolve o problema imediato de carência de profissionais, por outro deixa o desenvolvimento do país submetido à tecnologia estrangeira, o que não é positivo para uma nação que precisa se desenvolver. Para tentar resolver o problema, o Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (Confea) organizou um censo entre os profissionais para descobrir onde eles estão atuando e incentivá-los a trabalhar na área técnica. O levantamento terminou no início deste mês e os dados ainda estão sendo analisados. “No total, temos registrados 800 mil profissionais [no país], mas nem todos exercem a profissão. Isso corresponde a seis engenheiros para cada cem pessoas, enquanto nos países europeus e asiáticos a média é de 25”, explica o presidente do Confea, José Tadeu da Silva.