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30/04/2009 / Em: Clipping

 


Novo ENEM é ruim para avaliar a qualidade do Ensino Médio, diz pesquisadora  (UOL – Educação – 30/04/09)

O novo formato de Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) é ruim para medir a qualidade da educação no nível médio. A afirmação é da pesquisadora da Fundação Carlos Chagas, Marina Nunes. “No novo exame não será verificado apenas se o aluno aprendeu o conteúdo do ensino médio, mas serão selecionados os melhores estudantes para as universidades”, diz.  Segundo ela, o Enem antigo representava uma boa medida da qualidade do ensino. Com o novo formato, o ensino médio perde esse instrumento: “É ruim perder essa avaliação, que já vinha sendo consolidada e era usada para orientar políticas públicas”, diz. A vantagem do Enem antigo, para Marina, é que o exame era universal – todos os alunos podiam fazer – diferentemente do Saeb (Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica), que é realizado por amostragem. “Assim, o Enem iluminava escolas que não foram tão bem, o que fazia com que o governo pudesse direcionar ações para a melhoria das condições de ensino.” Com o antigo Enem, a escola podia ter mais informações detalhadas sobre sua qualidade: “Os resultados divulgados na imprensa) mostram que nosso ensino está com grande defasagem entre o que é esperado e o que os alunos conseguem fazer no exame, reflexo da carência que as escolas públicas têm”. A especialista acha, no entanto, positiva a idéia de transformar o Enem em um vestibular unificado. Mas tem restrições: “Um exame nacional pode ser bom, mas depende de como for conduzido. Temos diferenças muito grandes, espero que não haja o risco de os alunos com melhores condições sócio-econômicas ficarem com as vagas de quem é menos favorecido”.



Defensores de cotas raciais pedem apoio a Sarney  (Panorama Brasil – Geral – 29/04/09)

O deputado Vicentinho (PT-SP) e o representante da Coordenação Nacional de Entidades Negras, Marcos Cardoso, foram recebidos nesta quarta-feira (29) pelo presidente do Senado, José Sarney, a quem pediram apoio para os projetos que estabelecem cotas raciais nas universidades públicas (PLC 180/08) e o que cria o Estatuto da Igualdade Racial (PLC 6264/05). À saída do encontro, Vicentinho disse que conversaram também sobre a exclusão que o Brasil faz contra as pessoas que não conseguem exercer o direito de voto. “O presidente Sarney se mostrou muito sensível a essa causa. O que pretendemos é que o Legislativo mostre ao Brasil coisas boas, como a inclusão de todos; que o Congresso mostre que há gente aqui querendo que as pessoas se sentem à mesma mesa, independentemente da religião, origem e raça; que comam o mesmo pão, participem da mesma vida, definam os destinos do país de maneira fraterna e igualitária”, disse o deputado Vicentinho.  O parlamentar e Marcos Cardoso assinalaram que os movimentos em defesa da inclusão sabem que Sarney não tem poderes para fazer a Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) do Senado aprovar logo o projeto das cotas. Observaram, no entanto, que Sarney tem poder para levar aos integrantes da comissão uma mensagem sobre a importância dessa iniciativa. De acordo com eles, Sarney disse que apoia as duas propostas.



Ministro defende uso do Enem para acesso aos institutos   (Ministério da Educação – 30/04/09)

Em reunião com os 38 reitores dos institutos federais de educação, ciência e tecnologia, o ministro Fernando Haddad defendeu a extinção do vestibular tradicional para os cursos superiores dessas instituições. Os reitores estiveram em Brasília nesta quarta-feira, 29, para analisar e discutir a proposta.  A intenção é utilizar o novo Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). “Podemos utilizar o Enem como fase única para os cursos de menor procura e como primeira fase para os cursos de maior demanda”, propôs Haddad. Os dirigentes devem apresentar suas respostas até o final de maio. Ao todo, 215 mil estudantes estão na Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica. A intenção é que até o final de 2010 o total de alunos seja de 500 mil. Nos próximos dias 6, 7 e 8 de maio, a extinção do vestibular para os cursos superiores dos institutos federais volta a ser discutida em Palmas, durante a reunião ordinária do Conselho Nacional das Instituições da Rede Federal de Educação Profissional e Tecnológica (Conif). Dirigentes de todos os 38 institutos federais, dos centros federais de educação profissional e tecnológica e do colégio Dom Pedro II participam do encontro.



Cota para deficientes é aprovada na Câmara (Folha de S.Paulo – Cotidiano – 30/04/09)

A CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Câmara aprovou ontem projeto que destina 10% das vagas nos estabelecimentos públicos de ensino médio e superior para pessoas com deficiência. O texto tem caráter conclusivo e, se ninguém recorrer, segue para o Senado, sem passar pela aprovação do plenário. Se aprovado pelos senadores, o projeto irá à sanção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ), no entanto, protestou. Ele cogita apresentar recurso contra o projeto. “O sistema de cota vai recair contra os próprios beneficiários, que serão discriminados no futuro. Daqui a pouco, vamos aprovar cota para quem não tem cota. A própria Constituição diz que todos são iguais perante a lei.”
Segundo o censo do IBGE, de 2000, 34,5 milhões, ou cerca de 20% da população do país, têm algum tipo de deficiência. Desses, apenas 3,2 milhões estão na escola. Grande parte dos deficientes do país (9,8% da população brasileira) tem algum tipo de deficiência visual, diz o censo; outros 4,7%, motora. São os dois maiores índices de deficiência presentes no Brasil.
O projeto não impõe limites para cursos ou tipo de deficiência. “Essa regulamentação será feita pelo governo, mas temos que usar o bom senso e a razoabilidade. Não podemos ter um cego sendo cirurgião”, disse o deputado Efraim Filho (DEM-PB), relator do texto na CCJ. O projeto também gerou polêmica por abranger todas as instituições públicas, inclusive as estaduais e municipais. Alguns deputados lembraram que instituições de ensino superior têm autonomia e que uma lei federal não pode impor regras para instituições estaduais e municipais. O Ministério da Educação deu parecer favorável à proposta. O entendimento é que, como o projeto é uma sequência do acordo internacional assinado pelo Brasil sobre deficientes, não haverá contestações sobre a abrangência do texto. Atualmente, empresas com cem ou mais empregados já são obrigadas a reservar de 2% a 5% de suas vagas para pessoas com deficiência. Nos concursos públicos, há reserva de 20%. Além disso, algumas universidades públicas já adotam o sistema de cotas raciais. O Senado também analisa um projeto, já aprovado na Câmara, que destina 50% das vagas em universidades federais a alunos da rede pública, desde que a renda seja de até um salário mínimo e meio (R$ 697,50). Parte dessa cota deve ser reservada para negros e índios. Efraim Filho explicou que as cotas para deficientes são independentes das raciais. Segundo ele, todos os cotistas terão que se submeter à seleção. O projeto original sobre as cotas para deficientes é de 2003, e destinava 5% das vagas apenas nos estabelecimentos federais de ensino médio e superior. A Comissão de Educação, porém, ampliou a abrangência do texto.



Vestibular 2010: Unirio decide participar do novo Enem  (Globo On Line – Vestibular – 29/04/09)

A Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio) decidiu nesta quarta-feira abolir de vez seu vestibular e optar pelo novo Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) a partir deste ano como única forma de ingresso do aluno na instituição. A Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) discutiu o tema, e a previsão é que anuncie sua decisão no dia 6 de maio. A Unirio é a segunda instituição de ensino federal do estado a aderir ao novo Enem – a primeira foi o Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca (Cefet-RJ). Desde 2001, a Unirio utilizava o Enem como uma das maneiras de acesso a seus cursos de graduação, sendo que há dois anos passou a destinar 50% das vagas a quem decidisse usar as notas do exame. Para a reitora da Unirio, Malvina Tuttman, o novo Enem vai ajudar no processo de repensar a proposta curricular do ensino médio. Ela acredita que, com a utilização do exame, o acesso às universidades públicas federais será democratizado para todo o país.



Estudantes contra novo vestibular  (Folha de Pernambuco – Grande Recife – 30/04/09)

As recentes mudanças na estrutura do vestibular, propostas pelo ministro da Educação, Fernando Haddad, mobilizou cerca de 1,5 mil alunos de escolas públicas e privadas e de cursos pré-vestibulares do Recife, ontem no final da manhã, em protesto que começou na avenida Agamenon Magalhães, culminando na Conde da Boa Vista, no Centro da Capital. A reivindicação estudantil bate de frente com o conjunto de medidas decretadas pelo Ministério da Educação (MEC), como a unificação de vagas das universidades federais do País, migração da prova tradicional para o novo Enem, que passa a ser a mesma prova para todo o Brasil com 200 questões de caráter interpretativo e redação, além da antecipação as avaliações para os dias 3 e 4 de outubro. Até o momento, nem a Universidade Federal nem a Universidade Federal Rural de Pernambuco adotaram o novo modelo. Segundo o professor de História e diretor do curso de pré-vestibular Nicarágua, Arthur Gonçalves, essas medidas beneficiam alunos das regiões Sul e Sudeste que, segundo ele, têm qualidade de ensino superior aos estudantes do Norte e Nordeste. “Somos a favor de mudar o atual vestibular, desde que seja discutido com a sociedade. O que o ministro quer é voltar a época do coronelismo, empurrando uma medida de cima para baixo, atrasando a educação local. Ele (Haddad) e os reitores precisam conhecer a realidade das escolas antes de propor mudanças”, disparou. Resultados do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2008 apontam que, das 50 piores escolas do Brasil, 29 estão localizadas no Nordeste. Em seguida aparece o Centro-Oeste, com nove; Norte, com sete; Sudeste, com quatro; e Sul, com uma. Todas elas tiveram notas entre 25 a 33 pontos. Entre as 50 melhores, apenas seis instituições nordestinas se destacaram. O professor Adelmo Vasconcelos disse que essa modificação no vestibular afeta diretamente a rotina das escolas e cursos preparatórios. “Isso porque nenhum estudante frequentaria as aulas depois das avaliações, em outubro. Assim, teríamos perda de receita o que pode acarretar em demissões de docentes e até mesmo fechamento de pequenas instituições. Tudo está sendo muito precipitado”, previu. A presidente da União dos Estudantes Secundaristas de Pernambuco (Uesp), Thays Santos, contou que essa mudança “passa uma falsa ideia de crescimento no número de estudantes ingressando no ensino superior”. “O que precisamos é ter mais vagas nas universidades”, disse. “Essa mudança favorece a elite, que tomará os nossos lugares, pois terão mais chances de ocupar as vagas de graduações locais que são referências em todo o País”, destacou a estudante do 3° do ano Ensino Médio Camila de Paula. De acordo com o presidente da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes), Gilberto Araújo, no dia 13 de maio estão programadas diversas manifestações nas principais capitais do Brasil, em protesto contra o novo vestibular.



As novas caras do vestibular  (Jornal da Tarde – Cidade – 30/04/09)

Os candidatos aos principais vestibulares do País já se preparam para uma maratona de mudanças. USP e Unesp anunciaram alterações em seus exames já para este ano, enquanto o Ministério da Educação propôs transformar o Enem em processo seletivo unificado para universidades federais e particulares. A Unesp foi a primeira a anunciar alterações no vestibular, que passará a ter duas fases, em novembro e dezembro. A primeira terá 90 questões de múltipla escolha, com caráter eliminatório, que deixarão de ser divididas por matérias para valorizar a interdisciplinaridade. “Precisamos de alunos mais críticos, que saibam interpretar e contextualizar”, disse a diretora da Vunesp, Tânia de Azevedo. Na Fuvest, a primeira fase deixará de contar pontos na nota final e a segunda vai incluir questões dissertativas de todas as disciplinas – até 2008, só havia dissertativas de disciplinas ligadas à área do curso. “A proposta não altera conteúdos. O que muda é a maneira de aferir o perfil do aluno desejado”, diz a pró-reitora de Graduação da USP, Selma Garrido Pimenta. O novo Enem, com 200 questões e redação, será realizado em 3 e 4 de outubro. Pela proposta do MEC, os candidatos podem se inscrever em até cinco universidades. O prazo final para as instituições decidirem se vão aderir é 8 de maio.  Entre os favoráveis ao novo Enem está o reitor da Universidade Federal da Bahia, Naomar Almeida. A princípio, as mudanças só valem para os bacharelados interdisciplinares da UFBA, com foco em quatro áreas e duração de três anos. “Se a prova for semelhante à nossa primeira etapa e tivermos certeza da viabilidade jurídica, sem riscos de embargo por algum candidato, podemos usá-la para outros cursos já no próximo vestibular. O MEC prepara um parecer sobre essa viabilidade, que será submetido à aprovação dos conselhos universitários.” Segundo Almeida, a logística já existe em virtude do ProUni, que concede bolsas em universidades particulares com base na nota do Enem. “É só questão de fazer uns ajustes.”



Novo vestibular  (Diário de Pernambuco – Editorial – 30/04/09)

As autoridades do ensino médio e superior do país se acham empenhadas em discutir, se possível a fundo, a questão dos vestibulares de acesso ao terceiro grau. Ainda esta semana, inclusive com a presença do ministro da Educação, o professor Fernando Hadadd, estiveram reunidos reitores e vice e pró-reitores das instituições de ensino superior do país em Brasília. Os pedagogos se fizeram representar pelas respectivas instituições da categoria, o Conselho Pleno da Associação Nacional dos Dirigentes das Associações Federais de Ensino Superior (Andifes) e a Associação Brasileira de Reitores das Universidades Estaduais e Municipais (Abruem). Raro se tem dado tamanho concurso de mestres das mais diversas disciplinas anotadas no port folio das matérias e conhecimenos dados como o mínimo responsável pela elevação dos estudantes à condição de doutor.