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31/08/2012 / Em: Clipping

 


Lei das cotas desorienta reitores das Universidades Federais  (Diário de Pernambuco – Educação – 31/08/12)

A incerteza e a insegurança jurídica tomaram conta das instituições federais de ensino em Minas Gerais. Um dia depois de a presidente Dilma Rousseff sancionar a Lei das Cotas, restou a indefinição sobre o que de fato deverá ou não ser cumprido a partir do início de 2013. Nas universidades e nas escolas técnicas, ninguém sabe o que fazer e, mesmo entre os reitores, até a data para aplicação das medidas ainda gera dúvidas. Nesse cenário nebuloso e com tantas incógnitas, a única saída é esperar a regulamentação da lei, prevista para ocorrer até o fim de setembro, de acordo com o Ministério da Educação (MEC), responsável pelo esclarecimento dos questionamentos. Algumas instituições estão em uma situação ainda mais difícil, casos da UFMG, com inscrições abertas para o vestibular, sem saber quais mudanças deverá fazer, e da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM), que está com edital pronto para ser publicado.  De acordo com a Lei das Cotas, a reserva de vagas nas universidades e escolas técnicas ocorrerá por curso e turno.



Denize será a primeira beneficiada por cotas indígenas a se formar na UFRGS   (Zero Hora – Geral – 31/08/12)

O maior voo da Gónve começou em 2008, quando recebeu um telefonema da mãe dizendo que havia sido selecionada na reserva de vagas para indígenas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e respondeu:  — Eu vou. Da reserva caingangue do Guarita, que ocupa áreas de Tenente Portela, Redentora e Erval Seco (noroeste gaúcho), Denize Leticia Marcolino, carinhosamente chamada de Gónve~(sabiá) na sua aldeia, abriu as asas da coragem, enfrentou tanto as desaprovações familiares quanto a saudade ferrenha da mãe e partiu rumo a Capital para cursar Enfermagem. Quase cinco anos depois, será a primeira universitária selecionada pelas cotas indígenas a receber o diploma pela instituição.  Para os caingangues, a família é tão importante que costuma passar a vida inteira junta. Poucos saem para cursar uma universidade, e dos que vão, muitos voltam sem concluir os estudos. Como confirmam o Ministério da Educação (MEC) e a Fundação Nacional do Índio (Funai), os índios são o grupo populacional com menor número de universitários. Denize prometeu que com ela seria diferente. Chegou à Capital após nove horas de viagem. O primeiro semestre foi turbulento. A saudade da família dilacerava o peito. Desnorteada na cidade, tomava táxis para se locomover entre a Casa do Estudante, na Avenida João Pessoa, e o Campus da Saúde, na Rua São Manoel. Gastava, assim, toda a bolsa, inferior a um salário mínimo. Nas aulas, não entendia perguntas. No restaurante universitário, estranhava a comida.