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22/12/2005 / Em: Releases

 

Com rendimento, aluno ingressante pelo PAAIS em medicina fica 32,9 posições à frente dos demais

Com o objetivo de realizar uma avaliação contínua do Programa de Ação Afirmativa e Inclusão Social (PAAIS), a Comissão Permanente para os Vestibulares da Unicamp (Comvest) acompanhou o desempenho acadêmico dos alunos ingressantes em 2005 ao longo do primeiro semestre. Foram analisados 2829 alunos ingressantes, dos quais 931 foram beneficiados pelo PAAIS. O PAAIS, instituído por decisão do Conselho Universitário da Unicamp (Consu), permite a adição de 30 pontos a estudantes que fizeram todo o ensino médio em escola pública e 40 pontos a estudantes que fizeram todo o ensino médio em escola pública e se autodeclaram pretos, pardos ou indígenas. A participação no PAAIS é opcional e deve ser indicada no formulário de inscrição.

A premissa do PAAIS, formulada a partir de estudo feito pela Comvest considerando 4 gerações de estudantes da Unicamp, era que seus participantes teriam uma melhora no desempenho acadêmico em relação à performance obti-da no vestibular. Os resultados confirmam essa previsão em 44 dos 55 cursos da Unicamp, sendo que em 31 desses cursos essa melhora é estatisticamente significativa.

Em 29 cursos, os alunos do PAAIS tiveram não só uma melhora em relação ao desempenho obtido no vestibu-lar, mas também um rendimento acadêmico médio maior do que os demais. O destaque é para os cursos Física Noturno (rendimento 14,4% maior), Engenharia Agrícola (11,5%), Tecnologia em Construção Civil (9,3%), Estatística (8,1%) e Música – Composição (7,1%).

O estudo também avaliou o avanço médio de posição dos alunos do PAAIS em relação aos demais. Os cursos que tiveram maior avanço de posição são Engenharia Mecânica e Medicina (33 posições) e Engenharia Civil (32 posições). Isso significa que, em média, um aluno beneficiário do PAAIS ingressante em Engenharia Civil, por exemplo, concluiu o primeiro semestre letivo 32 posições na frente da posição que ele ocupava na lista do vestibular. É como se um aluno do PAAIS que tivesse entrado na 50ª posição (na fila do vestibular) passasse para a 18ª posição (na fila do primeiro semestre).

De acordo com Leandro Tessler, coordenador executivo da Comvest, os resultados desmistificam a idéia de que alunos ingressantes na universidade pelo Programa de Ação Afirmativa e Inclusão Social (PAAIS) não conseguiriam acompanhar o desempenho dos demais alunos. E completa: “esse resultado só é possível devido ao tipo de vestibular realizado pela Unicamp, que busca os estudantes com maior potencial para o ensino superior, privilegiando o raciocínio em lugar de informações decoradas”.

O PAAIS é um programa de ação afirmativa sem cotas. “Não há percentual de vagas reservado para ninguém. Seu sucesso mostra que é possível ao mesmo tempo fazermos programas de inclusão social e melhorar a qualidade do corpo discente da universidade”, conclui Tessler.