A geografia estuda como o espaço é ocupado, produzido e organizado pelas diferentes sociedades. A abordagem geográfica procura compreender as diferentes
formas de ocupação espacial: rural, urbana, regional, nacional e mundial.
Por meio da análise e da interpretação dos processos e fenômenos naturais e sociais, em sua dimensão espacial, e do entendimento da articulação entre as diversas escalas (a local, a do território nacional e a global), a geografia contribui para a explicação do papel da região, das fronteiras territoriais, das redes técnicas e da nova constituição do lugar, assim como da indissociabilidade entre espaço natural e espaço geográfico. Face às novas possibilidades técnicas, o período contemporâneo tem possibilitado à ciência geográfica o desenvolvimento de várias dimensões do seu conhecimento, como as novas metodologias para as representações espaciais (geoprocessamento e sistemas de informação, cartografia automatizada, sensoriamento remoto, entre outras). Para desenvolver esse trabalho, o geógrafo interpreta mapas, fotos aéreas e imagens de satélite e radar.
Com esses instrumentos ele pode realizar análises espaciais das atividades socioeconômicas, zoneamento de recursos naturais, caracterização de ecossistemas, estudos integrados de bacias hidrográficas, pode elaborar planos de uso e ocupação do solo rural e urbano, relatórios de impactos ambientais, análise de características das cidades, estudos de redefinição territorial, pode identificar polos de crescimento e pode auxiliar na formulação de políticas públicas.
A formação geográfica privilegia dois eixos temáticos: o saber sobre o espaço, as ferramentas, o processo histórico e a construção do conhecimento; a dinâmica da natureza e as relações políticas das sociedades com a natureza, seus modelos de desenvolvimento e as novas tecnologias de análise e de apropriação dos recursos naturais.
O currículo
O currículo dos geógrafos está baseado em disciplinas que permitem a compreensão da ciência do sistema Terra e da ciência do sistema mundo, o que requer uma formação sólida nas disciplinas do núcleo duro da geografia, em ciências básicas, em disciplinas instrumentais, além das disciplinas que fornecem uma cultura geral, todas orientadas para o entendimento dos processos naturais e sociais.
As técnicas de representação e de interpretação geográficas norteiam a formação em Geografia na Unicamp, já que esse saber instrumental possibilita a identificação das formas de apropriação do território, da dinâmica da natureza e da organização espacial que permitem a interpretação dos processos sociais e naturais.
Por meio da combinação de disciplinas profissionalizantes, atividades de iniciação
científica, estágios e trabalhos orientados de conclusão de curso, os geógrafos formados na Unicamp receberão habilitações em várias subáreas do conhecimento, tais como sensoriamento remoto e integração de dados, sistemas georreferenciados de informação, estudos ambientais, geografia urbana, geografia agrária, geografia industrial, organização do espaço, educação e geopolítica.
O que faz
A combinação de conhecimentos provenientes de diversas áreas das ciências naturais e sociais propiciará aos novos geógrafos uma formação integrada. Estas condições têm sido requeridas para o trabalho em equipes multidisciplinares, uma realidade adotada pelas indústrias, órgãos públicos e centros de pesquisa. Os profissionais poderão participar de projetos voltados para o desenvolvimento econômico e social do país ou prosseguir os estudos no nível de pós-graduação. Empresas de consultoria e planejamento que atuam na área ambiental, secretarias
de meio ambiente, escritórios de planejamento e de elaboração de relatórios e estudos de impactos ambientais, prefeituras e institutos de pesquisa estão entre as entidades públicas e privadas que utilizam os serviços do geógrafo. Os licenciados em Geografia estão aptos a lecionar a disciplina no ensino fundamental e médio e, depois da pós-graduação, tanto bacharéis como licenciados podem trabalhar com ensino e pesquisa nas universidades.