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01/07/2011 / Em: Clipping

 


Decisão da UFRJ reforça importância do Enem, diz presidente do Inep (Globo.Com – G1 Vestibular – 30/06/11)

A presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisa Educacionais Anísio Teixeira (Inep), Malvina Tuttman, comemorou a decisão da Universidade Federal do Rio de Janeiro UFRJ de acabar com vestibular e adotar o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) a partir do ano que vem. Em entrevista ao G1, Malvina disse nesta quinta-feira que a iniciativa da universidade “reforça a importância” do Enem e que é um caminho para “democratização do acesso às universidades”. “Academicamente, considero que o exame oferece oportunidade a todos que querem ingressar na universidade. Posso afirmar, como educadora, que esse é um caminho importante para a democratização do acesso às universidades”, afirmou Malvina. Nesta quinta, a UFRJ decidiu que irá oferecer 100% das vagas do vestibular 2012 pelas notas do Enem de 2011. Os estudantes terão de se inscrever no Sistema de Seleção Unificada (SiSU) para concorrer a vagas. Para Malvina, a decisão representa uma mudança de paradigma no pensar das nossas instituições.



Medida consolida exame como processo seletivo  (O Estado de S.Paulo – Vida& – 01/07/11)

Para especialistas em avaliação, a adesão da UFRJ ao Enem significa a consolidação do exame como processo seletivo e pode levar outras universidades – especialmente federais –  também substituírem seus vestibulares. “É uma medida econômica e interessante”, diz Isabel Cappelletti, da PUC-SP. “Mas ainda falta verificar se o Enem é realmente democrático e favorece os egressos da rede pública. ”A tendência, afirma Mateus Prado, presidente do Instituto Henfil, é que as federais que já usam o Enem de alguma forma o adotem como critério único. “Essa decisão é muito mais por estarem cada vez mais próximas do governo federal que pelo o que foi o Enem nos últimos anos, com tantos problemas.” Estaduais. Algumas universidades estaduais já adotam o Enem como critério único na seleção. Em São Paulo, porém, a situação é diferente. A USP diz que não usará o exame neste ano por causa da incompatibilidade entre o calendário de seu vestibular e a divulgação do Enem. Na Unicamp, o uso do Enem é opcional e vai compor até 20% na nota obtida na primeira fase. Mas neste ano, o cálculo será feito na definição das notas finais dos candidatos, após a segunda fase. No vestibular de meio de ano da Unesp, o Enem ajudou a compor  o resultado final. Educadores não creem que as paulistas chegarão a aderir plenamente. “Acredito que podem tentar usar como parte da nota”, diz  Leandro Tessler, coordenador de relações institucionais da Unicamp. Mauro Bertotti, da USP, concorda. “Pode voltar como era antes, para ajudar na primeira fase da Fuvest”, diz. “Acho que USP e Unicamp, pelo menos nos próximos três anos, não deverão adotar. A tendência é que utilizem parcialmente e não deixem de fazer seus vestibulares. Se alguma estadual paulista aderir, deve ser a Unesp, porque tem o vestibular mais parecido com o modelo da prova do Enem”, afirmou Prado.



UFRJ extingue vestibular e adota só Enem (Folha de S.Paulo – Cotidiano – 01/07/11)

A UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) decidiu acabar com seu exame próprio e aderir ao Sisu, sistema do MEC que seleciona alunos para vagas em instituições públicas por meio do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio). A mudança foi aprovada ontem pelo Conselho Universitário, que decidiu também ampliar de 20% para 30% o percentual de vagas reservadas para alunos da rede pública. As mudanças valem já para o próximo vestibular. Outra novidade é que, além de estudar em escola pública, o aluno terá de provar que tem renda per capita familiar inferior a um salário mínimo para ser beneficiado pelo sistema de cota. No ano passado, apenas a USP -que não utiliza o Enem e teve 133 mil inscritos- atraiu mais candidatos do que os 92 mil da UFRJ, que é a maior federal do país, com 38 mil alunos na graduação. Além de economizar recursos, a reitoria diz que a adesão ao sistema torna o acesso mais democrático. Alunos carentes concluindo o ensino médio na rede pública são isentos da taxa de inscrição no Enem. Agora, o estudante não precisará mais ficar preso a uma única escolha de curso. No vestibular tradicional da UFRJ, uma vez inscrito em medicina, por exemplo, o candidato tinha de manter esta opção até o fim. O Sisu permite que o estudante, uma vez sabendo sua pontuação e a nota de corte do curso, mude de opção. “Com mais universidades aderindo ao Sisu, o estudante, que fazia antes cinco vestibulares, participará de um único exame e terá mais opções de escolha de curso com a certeza de que será aproveitado”, afirma o reitor da UFRJ, Aloísio Teixeira.

PROVA TRADICIONAL

O vestibular da UFRJ era o mais tradicional do Rio, e se caracterizava por não ter provas de múltipla escolha. “Era, como a Unicamp, o melhor vestibular do país, pois fugia totalmente da decoreba”, diz Rui Alves de Sá, diretor de ensino do curso e colégio Ph, no Rio
. No caso da ampliação da reserva de vagas e da inclusão de um critério de renda, Marcelo Paixão, membro do Conselho Universitário da UFRJ, diz que o objetivo foi garantir que os alunos beneficiados sejam aqueles que realmente precisam. Outras federais já aderiram ao Enem como única nota para ingresso em vez do vestibular, como a de São Carlos, em São Paulo. Em 2009, no entanto, problemas com o vazamento do exame fizeram com que as matrículas em algumas universidades fossem adiadas.