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19/09/2012 / Em: Clipping

 


Mulheres são maioria com nível superior, mas homens dominam mercado de trabalho  (O Estado de S.Paulo – Educação – 18/09/12)

A proporção de mulheres brasileiras com títulos acadêmicos de nível superior é maior que a de homens – a parcela da população feminina adulta com diploma é de 12%, ante 10% da masculina – mas esse dado sofre uma inversão no mercado de trabalho. Quando se analisam as pessoas que atuam em funções de nível superior, 91% dos homens estão empregados, contra 81% das mulheres. Os números fazem parte da mais recente edição do relatório Education at a Glance , publicado pela Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE). Embora o Brasil não seja membro da OCDE, formada majoritariamente por nações europeias, os dados do País foram incluídos no relatório para fins de comparação. O descompasso brasileiro entre a proporção de mulheres formadas e de mulheres empregadas acompanha a tendência registrada, também, dentro da OCDE. Em média, 32% das mulheres adultas dos países-membros têm nível superior, ante 29% dos homens, mas “as taxas de emprego das mulheres são menores que as dos homens, sem exceção, em todos os países” da organização. A diferença média é de nove pontos porcentuais, mas há casos em que ela supera os 20 pontos. O país que mais se aproxima da igualdade é a Noruega, com 91% dos homens adultos diplomados empregados, ante 89% das mulheres. Países como Canadá, Japão, Nova Zelândia e EUA têm mais mulheres com nível superior do que a média da OCDE, mas a presença dessas mulheres no mercado de trabalho fica abaixo da média da organização. O relatório propõe medidas como um aumento da disponibilidade de serviços de creche ou a subsídios para a educação infantil como um benefício à trabalhadora. “A remoção de barreiras que impedem a participação de mulheres altamente qualificadas no mercado de trabalho poderia beneficiar o crescimento econômico”, diz o texto.



Quem paga a conta da cota nas universidades?   (Diário de Pernambuco – Educação – 19/09/12)

A implementação da Lei das Cotas nas instituições federais de ensino promete saldar uma dívida social, mas gerar um outro tipo de débito. Isso porque o acesso de estudantes de escolas públicas fica garantido pela legislação, com a reserva de 50% das vagas, mas a permanência dos alunos beneficiados em sala de aula tem um custo, estimado em R$ 2 bilhões ao ano pelo Fórum Nacional de Pró-Reitores de Assuntos Comunitários e Estudantis (Fonaprace). O valor é quatro vezes maior que o destinado atualmente pelo governo federal às universidades para assistência estudantil. O problema se tornou o assunto da vez entre gestores das instituições, que temem o comprometimento dos auxílios para moradia, transporte e alimentação já a partir do ano que vem, quando devem receber um contingente de 12,5% de cotistas. Em Minas, onde há a maior concentração de instituições – 12 ao todo, considerado o Cefet-MG, de Belo Horizonte –, o déficit representa cerca de 90% do total de investimentos. Sem ajuda adequada, educadores temem uma evasão maciça de estudantes. Antes mesmo das cotas, a Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) já havia pedido ao Ministério da Educação (MEC) para triplicar os R$ 500 milhões então destinados às instituições de todo o país.