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01/02/2018 / Em: Clipping

 

País tem 1,5 milhão de jovens de 15 a 17 anos fora da escola (O Tempo – Brasil – 01/02/2018)

Contingente representa 15% do total das pessoas nessa faixa etária, segundo governo

O número de crianças e adolescentes nas escolas públicas e privadas brasileiras caiu nos últimos cinco anos. Dados do Censo Escolar 2017, do Ministério da Educação, mostram uma queda global de 45 milhões para 43,7 milhões de matrículas, na comparação com 2013 (sem incluir as creches). As reduções ocorreram no ensino fundamental (queda de 1,8 milhão de matrículas) e no ensino médio (383 mil). Neste último, vale lembrar que há 1,5 milhão de jovens de 15 a 17 anos fora da escola, etapa considerada um dos principais gargalos da educação básica. Só ocorreu expansão de matrículas nos estabelecimentos infantis, que registraram um aumento de 902 mil matrículas, chegando a 8,5 milhões no ano passado. A evolução reflete uma mudança na legislação em 2016, que tornou obrigatória a presença de 100% das crianças de 4 e 5 anos em escolas. O total de matrículas vem caindo ao longo dos anos, impulsionado, sobretudo, por dois movimentos: a melhora no fluxo escolar (com taxas mais positivas de aprovação) e uma redução no número de crianças no país. A despeito do quadro geral, ainda são altos os índices de reprovação e abandono nos anos finais do ensino fundamental (6º ao 9º ano) e no ensino médio. O país registrou 7.930.384 alunos no ensino médio em 2017. O número representa uma queda de 2,5% com relação às matrículas do ano passado. Do total desses alunos, 84,8% estão em escolas estaduais. “A matrícula do ensino médio segue a tendência de queda observada nos últimos anos que se deve tanto a uma redução da entrada proveniente do ensino fundamental”, ressaltou o MEC , “quanto pela melhoria no fluxo no ensino médio”. Enquanto a matrícula do 9º ano teve queda de 14,2% entre 2013 e 2017, a taxa de aprovação do ensino médio subiu 2,8 pontos percentuais no mesmo período. A estagnação no médio indica também que o país não consegue incluir cerca de 1,5 milhão de jovens que abandonaram as salas de aula antes de terminar a educação básica. Esse contingente representa 15% do total de jovens de 15 a 17 anos, faixa etária ideal para o nível médio. Estudo recente mostrou que, mantido o ritmo de expansão da escolaridade, o país levaria 200 anos para universalizar o atendimento.

 

Faltam banheiro, água e livros

São Paulo. A estrutura física é um dos gargalos da educação – 61,1% das creches não têm banheiro adequado à educação infantil. No ensino fundamental, o levantamento registrou escolas sem vasos sanitários (8,2%), salas de leitura e bibliotecas (45,7%) e laboratórios de ciências (88,5%). Os problemas de estrutura ocorrem também no ensino médio. Nessa etapa, há escolas sem água da rede pública (10,7%), biblioteca (12%), banheiro adequado para estudantes com deficiência ou mobilidade reduzida (37,%) e laboratórios de ciências (54,6%). Uma análise dos dados indica que há deficiências tanto na rede pública quanto na particular.

 


Aluno de 18 anos passa em 1º lugar em direito na USP entre cotistas de escola pública: ‘Surpreso’ (G1 – Santos e Região – 01/02/2018)

Gustavo Henrique Luz, de 18 anos, fez o ensino médio no Instituto Federal de Cubatão (SP) e garantiu o feito pelo Sistema de Seleção Unificada (Sisu).

Um adolescente de 18 anos conseguiu o 1º lugar em Direito na Universidade de São Paulo (USP) graças ao Sistema de Seleção Unificada (Sisu). Gustavo Henrique Luz, de 18 anos, é morador de Praia Grande, no litoral de São Paulo, e garantiu a primeira colocação em um dos cursos mais concorridos do pais entre 49 vagas disponibilizadas na plataforma para cotistas de escolas públicas. O feito só foi obtido graças a sua média no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Gustavo garantiu 752,64 pontos, quando a média de corte do Sisu foi 707,20. O jovem, que fez todo seu ensino médio no campus de Cubatão do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo, conversou com o G1 e afirmou que a ficha ainda não caiu. “Me inscrevi no Sisu no dia 23 de dezembro e a nota saiu na última semana. Eu não esperava passar de primeira, e acabei passando e em primeiro lugar. Ainda não caiu a ficha”, disse ele. Segundo Gustavo, a preparação para o vestibular começou em janeiro de 2017, quando precisou deixar o estágio na Defensoria Pública da União, em Santos, para focar nos estudos. Lá, inclusive, foi o local que o fez escolher o direito. “Comecei a focar nos estudos, mas minha cabeça estava cheia, estava pressionado pelo TCC no fim do ensino médio. Eu comecei a me dedicar 100% a isso em junho”, relembra ele, que usou plataformas online e o apoio dos professores para seguir em frente. “Foi uma rotina. Eu chegava por volta de 13h30 da escola, almoçava, e pegava nos estudos das 14h às 22h”, recorda. Gustavo disse que ainda conseguia se livrar em alguns fins de semana para espairecer. “Ainda consegui assistir duas temporadas de Grey’s Anatomy. Não precisei me livrar totalmente da série para ser aprovado no vestibular”, brinca.

As cotas ajudaram

Neste ano, além de o Sisu ter aumentado o número de vagas ofertadas, a plataforma estreou a modalidade de cotas para quem cursou ensino médio em escola pública, ou for autodeclarado preto, pardo e indígena. Enquadrado na modalidade, Gustavo diz concordar com as cotas. “Eu concordo porque a proporção da população negra, parda e indígena no Brasil não tem representatividade dentro das universidades brasileiras diante da branca, principalmente se você analisar o retrospecto nacional. As universidades públicas nacionais são muito elitizadas. Ter inclusão e diversificação é sempre bom”, afirma. Quando soube do resultado, a reação dele e da família foi imediata. “Minha mãe ficou muito feliz, chorou bastante. Todos estão dando parabéns. Essa semana estive em um restaurante e o garçom me disse que me viu no Facebook, o pai de uma amiga em comum soube que passei. Eu fiquei surpreso”, conta.

Agora, Gustavo se prepara para se adaptar à nova rotina. “Vou me mudar para São Paulo. Ficarei na casa de uma amiga da minha mãe lá por enquanto. Quero aproveitar ao máximo a faculdade e aproveitar a oportunidade. Estou muito feliz”.

 

 

 

Com rotina diária de 17 horas de estudos, irmãs alunas de escola pública conseguem aprovação na Ufal (G1 – Alagoas – 31/01/2018)

Sarah e Suellen Silva Souza estudaram na Escola Estadual Profª Gilvana Ataíde Cabral, e mantinham cronograma fiel na preparação para o Enem.

Após um ano estudando 17 horas por dia, duas irmãs, alunas da Escola Estadual Profª Gilvana Ataíde Cabral, na Santa Lúcia, em Maceió, conquistaram a aprovação na Universidade Federal de Alagoas (Ufal) por meio do Exame Nacional de Ensino Médio (Enem). Suellen Silva Souza, 16, ficou na 11ª colocação em direito. A irmã mais velha, Sarah Silva Souza, de 18 anos, foi aprovada em 4º lugar em serviço social. As duas prestaram o Enem por cotas. Durante meses, elas abdicaram do lazer e do convívio da família. A mãe delas, Pollyana Maria da Silva, disse que nunca precisou cobrar que as filhas estudassem tanto. “Elas nunca me deram trabalho. Acordavam cedo, estudavam em casa. Depois iam para a escola e, em seguida, iam para um curso na Ufal. Eu pedia para elas irem ao cinema com as amigas, saírem um pouco, mas elas estavam focadas. Elas me enchem de orgulho. Desejo o melhor para elas e que esse seja o início de um futuro brilhante”, diz a mãe, orgulhosa. Sarah conta como era essa rotina de estudo. “Durante um ano eu acordava às 5h para estudar em casa. Quando era 11h, eu parava para almoçar, tomar banho e me arrumar para o colégio. Passava a tarde estudando na escola e, de lá, já seguia para a Ufal, para o curso preparatório do Programa de Apoio aos Estudantes das Escolas Públicas do Estado (PAESPE) . Lá, ficava até 22h. Tive essa rotina de novembro de 2016 a novembro de 2017”. Seguindo a mesma rotina, a irmã mais nova diz que todo o esforço valeu a pena. “Desde os sete anos eu quis cursar direito, ser uma juíza. Vi o resultado on-line e fiquei em choque. Quando vi que tinha sido aprovada, corri para ver o resultado da minha irmã e fiquei mais feliz ainda”, diz Suellen. Sarah lembra que um bilhete motivacional do então professor do ensino médio, Aristóteles da Silva Oliveira, ajudou a manter o ritmo de estudos. “Hoje ele é diretor-adjunto da escola, mas já foi meu professor de história. A mensagem que ele escreveu, mesmo naquela época, me ajudou bastante a continuar motivada”.

 

 

Brasil tem menos alunos nos ensinos fundamental e médio, diz MEC (G1 – Jornal Hoje – 31/01/2018)

Maior queda foi no ensino fundamental. Em números absolutos, isso representa menos 1,8 milhão estudantes entre 6 e 14 anos matriculados.

O Ministério da Educação (MEC) divulgou nesta quarta (31) os dados do censo escolar 2017. O Brasil tem quarenta e oito milhões e seiscentos mil alunos na Educação Básica, somando estudantes de escolas públicas e particulares. Se a gente olhar cada etapa da educação: Infantil, fundamental e médio, houve aumento de matrículas apenas na educação infantil. Veja mais detalhes no vídeo acima. A maior queda foi no ensino fundamental. Em números absolutos, isso representa menos 1,8 milhão estudantes entre seis e catorze anos de idade matriculados. Veja mais detalhes no vídeo acima. A gente viu na reportagem a importância do acesso à internet na educação das nossas crianças e adolescentes. Mas nas escolas do ensino fundamental, apenas 53% do acesso é via banda larga. O restante continua usando internet discada. Outro dado que chama atenção sobre as escolas de ensino fundamental é a falta de saneamento. Menos da metade delas, 41%, tem rede de esgoto. 52% tem apenas fossa séptica, que é um método mais caseiro de tratamento de esgoto. E em 6% das escolas não existe nada, nem a rede nem a fossa. Os locais mais críticos estão na região norte, em especial o Acre, Amazonas, Roraima e Pará.

 


Aumenta inclusão de alunos com deficiência, mas escolas não têm estrutura para recebê-los (O Globo – Sociedade – 31/01/2018)

Censo Escolar foi divulgado pelo Ministério da Educação nesta quarta-feira

Ainda que a passos lentos, o Brasil tem conseguido aumentar a inclusão de alunos com deficiência no sistema de ensino. Em 2017, o número de matrículas desse grupo na educação básica foi de 827.243. No ano passado eram 751.065. O índice apresenta crescimento há quatro anos consecutivos. Mas, apesar disso, a estrutura das escolas ainda é insuficiente para atender a essa população. Segundo dados do Censo Escolar da Educação Básica 2017, divulgados nesta quarta-feira pelo Ministério da Educação (MEC), o índice de inclusão de pessoas com deficiência em classes regulares, o que é recomendado, passou de 85,5% em 2013 para 90,9% em 2017. A maior parte dos alunos com deficiência, no entanto, não tem acesso ao atendimento educacional especializado. Somente 40,1% conseguem utilizar o serviço. Em relação à 2013, o ensino médio conseguiu quase dobrar o número de matrículas de pessoas com deficiência, passando de 48.589 para 94.274 em 2017. Mas esse grupo ainda corresponde a um percentual irrisório do total de matrículas na etapa, apenas 1,2%. Quando chega à escola, no entanto, muitas vezes o aluno não encontra aparatos para atendê-lo. Somente 46,7% das instituições de ensino médio apresentam dependências adequadas para esse público. O banheiro adequado para pessoas com deficiência só existe em 62,2% dessas escolas. No ensino fundamental, o percentual de matrículas de alunos com deficiência em relação ao total é de 2,8%, índice maior que no médio, mas o ritmo desse crescimento foi menor. Enquanto em 2016 o número de matrículas era 709.805, no ano passado esse número era 768.360. A capacidade de atendimento a esse grupo é ainda menor no fundamental, onde somente 29,8% das escolas têm dependências adequadas para esse público e 39,9% banheiro específico para atendê-los. As matrículas de pessoas com deficiência também aumentaram na educação infantil. Em 2016, eram 69.784 e no ano seguinte passaram para 79.749. Observando a série histórica, a inclusão desses estudantes em classes regulares também cresceu, passando de 71,7% dos alunos para 86,8%. Mas o problema da falta de estrutura também é uma realidade nessa etapa. Somente 26,1% das creches e 25,1% das pré-escolas têm dependências e vias adequadas a alunos com deficiência. E banheiros adequados estão presentes em apenas 32,1% das escolas de educação infantil.

FALTA DE BIBLIOTECAS E LABORATÓRIOS

A estrutura não é falha somente nas adaptações a estudantes com deficiência. Entre as escolas municipais, que concentram 71,5% do total de instituições de educação infantil, somente 29,7% têm biblioteca ou sala de leitura. No ensino fundamental, apenas 54,3% têm bilbioteca ou sala de leitura. O quadro é ainda pior no que diz respeito à existência de laboratório de ciências. O aparato é realidade somente para 11,5% das instituições. E somente 41,2% delas têm quadra de esportes. A estrutura do ensino médio é um pouco melhor. Na etapa, 88% das instituições têm biblioteca ou sala de leitura. O número de laboratórios nessa rede também é maior: 45,4% das escolas têm a estrutura. Há quadras em 76,9% das escolas dessa rede. É um desafio ter a infraestrutura básica para atender alunos com necessidades especiais. Mas as escolas brasileiras não têm nem o básico. Há instituições que ainda não dispõe de esgoto tratado, eletricidade, banheiro. Muitas também não têm sala de leitura. Como ter um bom resultado na alfabetização se mais da metade das escolas da rede não têm sala de leitura? O Brasil ainda precisa resolver uma agenda do século XX ao mesmo tempo que tenta solucionar uma agenda do século XXI, com uma escola para desenvolver as crianças e jovens para o mundo de hoje- critica Olavo Nogueira, gerente de políticas educacionais do Todos pela Educação. Entre as escolas de educação infantil, cerca de 8,5% não têm um dos serviços básicos como abastecimento de água, energia e saneamento. No ensino fundamental 10,0% das escolas não possuem pelo menos um dos recursos básicos de infraestrutura, como água, energia e esgoto.