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01/09/2014 / Em: Clipping

 


Unicamp reúne 50 mil e recebe alunos de nove estados no ‘Portas Abertas’   (Globo.Com – G1 Vestibular – 30/08/14)

Pelo menos 50 mil visitantes passaram pelo campus de Campinas (SP) da Unicamp, neste sábado (30), durante evento realizado para orientação à escolha profissional. Segundo a assessoria da universidade, a edição 2014 do “Unicamp de Portas Abertas (UPA)” recebeu inscrições de 42 mil estudantes e também contou com as presenças de familiares dos jovens, além de 2 mil alunos e funcionários da instituição que foram mobilizados para a recepção. A Unicamp informou que os estudantes estão matriculados em 654 escolas dos estados de São Paulo, Minas Gerais, Bahia, Goiás, Mato Grosso do Sul, Paraná, Pará, Tocantins e Rio de Janeiro. No ano passado, o evento registrou público de 42 mil visitantes, de 639 escolas. Segundo a universidade, pelo menos 570 ônibus, 50 microônibus e 40 vans levaram parte do público ao campus localizado no distrito de Barão Geraldo. A UPA foi criada em 2003. Responsável por 10% da pesquisa acadêmica no Brasil, a Unicamp tem 18,3 mil alunos em 70 cursos de graduação, além de 16,1 mil em 156 opções de pós-graduação.



Pesquisa mostra que não falta professor, mas interesse de seguir a carreira (O Estado de S.Paulo – Educação – 31/08/14)

Apesar de haver escolas sem professores no Brasil, o número de licenciados entre 1990 e 2010 seria suficiente para atender à demanda atual por docentes. É o que revela a pesquisa inédita do professor José Marcelino de Rezende Pinto, da Universidade de São Paulo (USP). Faltam, portanto, profissionais interessados em seguir carreira dentro da sala de aula. O estudo aponta para a necessidade de tornar a profissão mais atrativa e de incentivar a permanência estudantil na área. Isso porque o número total de vagas na graduação é três vezes maior que a demanda por professores estimada nas disciplinas da educação básica. Em todas as áreas, só as vagas de graduação nas universidades públicas já seriam suficientes para atender à demanda. Para realizar a pesquisa, o autor cruzou a demanda atual por profissionais na educação básica com o número de formados nas diferentes disciplinas curriculares entre 1990 e 2010. Assim, apenas em Física é possível afirmar de fato que o número de formandos não é suficiente para suprir a necessidade. Segundo Marcelino, os titulados preferem ir para outras áreas a seguir a docência. “A grande atratividade de uma carreira é o salário. Mas, além da remuneração, o professor tem um grau de desgaste no exercício profissional muito grande. E isso espanta”, afirma o pesquisador, que é da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da USP de Ribeirão Preto. Os cursos de formação de professores têm evasão maior que 30%, acima da média registrada por outras graduações. “Em vez de financiar novas vagas, muitas vezes em modalidade a distância sem qualidade, precisamos investir para que o aluno entre e conclua.” Dados recentes mostram que há um déficit nas escolas brasileiras de 170 mil professores apenas nas áreas de Matemática, Física e Química. Só na rede estadual de São Paulo, 21% dos cargos necessários estavam vagos no ano passado, como revelou o Estado na ocasião.

‘Currículo continua com estrutura do século 20’   (O Estado de S.Paulo – Educação – 01/09/14)

Qual é o nível de qualidade da formação de professores?
As licenciaturas têm currículos muito frágeis, as ementas e bibliografias são genéricas, não dão formação suficiente. Há uma redução de formação de conhecimento oferecido em boa parte das instituições. Elas têm tirado horas de formação disciplinar para atividades complementares, seminários culturais que a gente não sabe bem o que é. As instituições não estão encarando a formação desse profissional com seriedade. Vai de qualquer jeito, como se qualquer um pudesse ensinar. Não é verdade.

10 aspectos que definem os jovens universitários de hoje (O Estado de S.Paulo – Educação – 29/08/14)

Semana passada tive a oportunidade de assistir uma apresentação sobre os jovens estudantes de 18 a 24 anos. Por conta de uma louvável iniciativa de uma das Escolas onde leciono, a FGV, dotada de um corpo docente extremamente diverso também em idade, pudemos discutir e entender melhor esta parte da sociedade que nasceu entre 1990 e 1996 e que hoje se encontra nas salas de aula de universidades e faculdades de todo o mundo. A apresentação foi levada a cabo pela consultoria brasileira Box1824, especializada em analisar este segmento da sociedade. Um de seus sócios, Andreas Auerbach (foto), ex-aluno da própria FGV, nos explicou as principais características encontradas nestes jovens estudantes, muitas das quais me identifico inteiramente, apesar dos meus 38 anos.

Escolas públicas de qualidade (O Estado de S.Paulo – Opinião – 31/08/14)

Estudo da Fundação Lemann constatou que 215 escolas públicas no País, lidando com estudantes de baixa renda familiar, conseguiram melhorar significativamente a qualidade do seu ensino. O estudo, que busca identificar as razões do sucesso dessas escolas, mostra que é possível um ensino público de qualidade. No final de 2012, a Fundação Lemann, em parceria com o Itaú BBA, lançou o estudo Excelência com Equidade: as lições das escolas brasileiras que oferecem educação de qualidade a alunos de baixo nível socioeconômico. Pretendia investigar as características comuns das escolas que, mesmo em condições adversas, conseguem garantir o aprendizado de todos os alunos. Os resultados estão disponíveis no portal QEdu (www.qedu.com.br). O primeiro passo do estudo foi identificar escolas públicas, de todo o Brasil, que lidam com alunos de baixo nível socioeconômico.



EAD é caminho sem volta  (Correio Popular – Ensino a Distância – 31/08/14)

Quando o assunto é o mercado de trabalho, a primeira questão que vem à tona é a carência de mão de obra qualificada no Brasil. Analistas do setor vive empregando aos quatro ventos que a formação contínua é indispensável no mundo tecnológico globalizado, uma necessidade repetida quase como um mantra por recrutadores e profissionais de recursos humanos. Boa parte da população em formação profissional, ou já formada e colocada no mercado de trabalho, tem plena consciência da necessidade de obter um diploma de Ensino Superior ou de buscar um aperfeiçoamento na área em que atua. Porém, são poucos os que conseguem superar as dificuldades, que vão desde não encontrar tempo no dia a dia para se deslocar até uma instituição nos grandes centros urbanos até a inexistência de faculdades e universidades de cursos presenciais em cidades mais afastadas, espalhadas pelo interior dos estados onde trabalhadores também precisam e gostariam de se aperfeiçoar, mas não dispõem de instituições de ensino próximas de onde vivem e trabalham. Todos esses obstáculos talvez expliquem a rápida expansão do Ensino a Distância (EAD) no Brasil, cuja implantação nos moldes praticados atualmente teve início em 2003, portanto, há pouco mais de 10 anos. O crescimento na oferta de cursos de graduação, por exemplo, é significativo em todo o Brasil. O Censo da Educação Superior do MEC apurou o funcionamento de 1.148 cursos somente em graduação a distância, sem contar os cursos livres, de especialização, tecnológicos e MBA. Esse número corresponde a 4% dos cursos do País. A maior parte (53%) é ofertada por instituições privadas. Outro exemplo da robustez do setor foi coletado pela Associação Brasileira de Ensino a Distância (Abed) ao computar os dados de uma pesquisa realizada em 2012 com 252 instituições/empresas afiliadas à entidade. O resultado trouxe um índice de 52,5% de crescimento no número de matrículas na modalidade EAD. Num movimento sem volta, a rápida expansão da formação especializada contribuiu certamente para o aumento de 63,7% no número de brasileiros com Ensino Superior nos últimos quatro anos, segundo balanço do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que divulgou o número de eleitores com Ensino Superior completo que vão às urnas no dia 5 de outubro. Pela primeira vez, os diplomados superam o número de votantes analfabetos. São 8 milhões de graduados contra 7 milhões de iletrados. O aumento com relação a 2010,quando 5,1 milhões de eleitores eram formados em faculdades e universidades, mostra que a população brasileira começa a investir em educação e estar ciente da importância e necessidade de obter capacitação profissional. O Ensino Médio completo também evoluiu, segundo o mesmo balanço: passou de17,9 milhões, em 2010, para 3,8 milhões, em 2014, um crescimento de 42% no universo de estudantes que poderão, num futuro próximo, buscar sua formação no Ensino Superior em qualquer das modalidades, presencial ou a distância.



Hélio Schwartsman
Encrenca nas cotas  (Folha de S.Paulo – Opinião – 30/08/14)  

Como já disse aqui, entendo as razões dos que defendem as cotas raciais, mas não consigo deixar de achar que esse mecanismo encerra tantos problemas que devemos buscar alternativas. A Universidade Estadual do Rio (Uerj) acaba me dar mais um argumento. A universidade anunciou que vai pedir aos candidatos cotistas que justifiquem sua autodeclaração racial. A ideia é que, em caso de suspeita de fraude, a instituição tenha elementos para cancelar sua matrícula. O primeiro problema da iniciativa é que ela viola a lógica. Ora, o único critério aceito para estabelecer quem pertence a qual raça é a autodeclaração e esta não pode por definição ser fraudulenta. O candidato pode ter a tez perigosamente branca, cabelos loiros e olhos azuis e não contar com nenhum ancestral africano nos últimos mil anos de sua árvore genealógica que, ainda assim, ele, se ele disser que é negro, é como negro que será visto aos olhos da lei. O segundo problema da empreitada é que ela é desnecessária. O sistema da Uerj é híbrido. Para ser cotista, não basta pertencer a um dos grupos protegidos (negros, pardos, índios, deficientes físicos e estudantes de escolas públicas). É preciso também demonstrar que sua renda familiar per capita não excede R$ 1.017. Assim, se o objetivo é evitar que representantes da tal de elite predem o dispositivo de cotas, não há motivo para passar um pente fino nas autodeclarações. O aluno rico que virou cotista necessariamente fraudou a papelada da comprovação de renda, que é objetivamente verificável. Se a meta, porém, for impedir que estudantes carentes, mas que não se veem como negros, se beneficiem do sistema, aí eu acho que dá para construir uma boa argumentação de que fazê-lo é profundamente injusto. Afinal, a ideia mestra que sustenta o combate ao racismo é a de que é errado discriminar uma pessoa por causa da cor de sua pele ou qualquer outra característica fenotípica.