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03/11/2011 / Em: Clipping

 


Programa vai dar bolsas de estudo para atrair engenheiros  (IG – Educação – 02/11/11)

Programas de monitoria e projetos de pesquisa podem ser a solução para diminuir os altos índices de evasão dos cursos de engenharia do País. Essa é a opinião do grupo de trabalho liderado pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) que traçou um plano nacional para alavancar a área. Hoje, apenas metade dos estudantes (em média, 55%) que ingressam nas graduações em engenharia conclui o curso. As estratégias traçadas pela Capes incluem parcerias com empresas privadas; capacitação de professores, atualização de currículos e projetos para atrair jovens talentos para a carreira e, principalmente, ações de combate à evasão. “Não precisamos de instalações novas ou de professores. Precisamos é manter esses estudantes na universidade”, comenta o presidente da Capes, Jorge Guimarães. Para isso, a Capes aposta em criar bolsas de estudo para alunos de pós-graduação atuarem como monitores na graduação – em instituições de ensino superior públicas e privadas – e para os próprios universitários em projetos de pesquisa. Além disso, quer que as empresas ofereçam cursos práticos aos calouros para que “coloquem a mão na massa” logo cedo e visitas guiadas a fábricas e obras, além de oferecer financiamento e mais bolsas a estudantes “notáveis” de instituições privadas. A proposta é corrigir o que seriam as causas da evasão nas engenharias de acordo com o diagnóstico feito pela Capes da área: as falhas no ensino de matemática e ciências que vêm do ensino médio e a dedicação exigida durante a graduação. “O despreparo dos estudantes do ensino médio afeta o desempenho deles nos primeiros anos do curso, que ainda é difícil e exige muita dedicação do aluno”, diz o presidente da Capes.Marcelo de Lima Arantes, 22 anos, já viu muitos colegas largarem a faculdade.



Alta procura faz salário de engenheiro subir 20%  (O Estado de S.Paulo – Economia – 03/11/11)

A escassez de engenheiros vem pesando no bolso das empresas. O salário médio na área de engenharia subiu entre 15% e 20% neste ano, de acordo comum levantamento feito pela consultoria Michael Page a pedido do ‘Estado’.Um profissional recém-formado em universidades conceituadas consegue ocupar vagas com salários entre R$ 4.000 e R$ 5.000 no primeiro emprego, afirma o diretor da consultoria, Augusto Puliti. O incremento nos salários é um reflexo da expansão do emprego no setor, puxada pelos investimentos privados e públicos feitos no Brasil nos últimos anos. O número de vagas abertas para o ramo de engenharia aumentou entre 20% e 30% neste ano em relação a 2010, segundo a Michael Page. Como a quantidade de engenheiros formados não cresce na mesma proporção, há uma disputa por mão de obra. A Petrobrás, por exemplo, contratou 3.100 engenheiros de 2008 até setembro deste ano. Dos 58 mil funcionários da empresa, 11,5 mil ocupam cargos de engenharia e outros 1.225 empregos devem ser adicionados à área até 2013. Para contratar novos profissionais ou reter talentos, as empresas tiveram de pagar mais. Na Engevix, por exemplo, o custo médio do salário de um engenheiro subiu 40% em quatro anos, afirmou o presidente da companhia, Cristiano Kok. Na consultoria de projetos de engenharia Maubertec, o custo para contratar novos profissionais subiu 10% em termos reais –uma expansão da ordem de 27% em valores nominais. “As empresas menores buscam os engenheiros na faculdade para treinar. Mas o mercado está comprando gente. É difícil segurar os profissionais”, diz o empresário José Roberto Bernasconi, sócio da Maubertec. As obras de infra-estrutura previstas para o Brasil devem acirrar a briga por profissionais qualificados. A estimativa da Confederação Nacional da Indústria (CNI) é que serão necessários 500 mil engenheiros para executar as obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Além de concorrer entre si, as empresas de engenharia também disputam profissionais com outros setores, principalmente o mercado financeiro. Dos cerca de 750 mil engenheiros em atividade no Brasil, só 30% trabalham como assalariados na área, segundo dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). “A engenharia foi uma profissão desvalorizada nos anos 80 e 90. Muitos profissionais acabaram migrando para outras áreas”, diz o presidente do Instituto de Engenharia, Aluizio Fagundes.Sem oferta. Agora que o mercado de infra-estrutura e tecnologias e aqueceu, a tendência é que os salários continuem a subir nos próximos anos. O motivo é que as universidades brasileiras formam menos engenheiros do que o número de vagas criadas em um ano. Atualmente, o Brasil forma 5 mil engenheiros por ano,de acordo com dados de 2009 do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), que considera apenas os cursos com o nome de Engenharia. Mas o País deve abrir cerca de 100 mil vagas para engenheiros por ano até 2016, pelas estimativas do Instituto de Engenharia. Porém, na hora de contratar, as empresas não buscam apenas profissionais com curso superior em engenharia. “Elas querem pessoas formadas em boas faculdades, com visão de negócios e com domínio de língua estrangeira”, diz o consultor da Michael Page. Dos 35 mil engenheiros formandos, um quarto estudou em cursos mal avaliados pelo Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade). E a maioria não fala inglês.