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05/04/2017 / Em: Clipping

 

‘A escola precisa fazer sentido para o aluno’  (Jornal do Comércio – Geral – 05/04/2017)

À frente do movimento Todos pela Educação, a mestra em Administração Pública pela Harvard Kennedy School of Government Priscila Cruz aponta o déficit educacional histórico do País como um ponto nevrálgico a ser superado para que os indicadores no Brasil avancem. Nesta entrevista ao Jornal do Comércio, a presidente executiva da entidade aponta o subfinanciamento, a má gestão e o ensino inadequado aos tempos atuais como os pontos principais a serem tratados pelos governos.

Jornal do Comércio – O que se pode fazer para melhorar os indicadores da educação sem que sejam necessários grandes investimentos?

Priscila Cruz – Em geral, temos uma ineficiência das gestões de educação. E, muitas vezes, não é nem mesmo por má vontade ou incompetência do gestor, e sim porque há gorduras históricas. Até você mudar a legislação que cristalizou um caminho que hoje em dia não faz mais sentido tem um longo caminho. Às vezes, na crise, você fala, “ou muda isso, ou o Estado vai continuar a andar para trás”, que é o que está acontecendo. Tem o seguinte também: com algumas mudanças, principalmente quando dizem respeito a coisas cristalizadas, alguém vai sair perdendo. Um grupo sai perdendo para toda a educação ganhar. O gestor recebeu um mandato do povo para fazer isso, para pensar no direito de todos e não no direito de grupos. Dá para fazer, dá para melhorar, mas precisa ter vontade política, um bom diagnóstico técnico, e excelência na implementação. Muita coisa bem-intencionada fica na gaveta porque não é sequer implementado, ou é implementado de uma forma torta, dando resultados ruins.



Brasil possui quase 2,5 milhões de crianças e adolescentes fora da escola, diz estudo (G1 – Educação – 05/04/2017)

Inclusão ainda não atinge 100% das crianças e adolescentes em idade escolar; quem está fora são os mais ‘vulneráveis’, diz especialista.

O Brasil possui 2.486.245 crianças e adolescentes de 4 e 17 anos fora da escola, segundo levantamento feito pelo Todos Pela Educação com base nos resultados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad). O montante representa cerca de 6% do universo total de alunos.

Para Priscila Cruz, presidente executiva do Todos Pela Educação, o número é preocupante, pois afeta principalmente as crianças mais “vulneráveis”. “Essas crianças que estão fora da escola são exatamente as que mais precisam porque em geral são as deficientes, as mais pobres, e que moram em lugar mais ermos.”

A taxa de atendimento de crianças e jovens na escola aumentou 4,7 pontos percentuais desde 2005, atingindo 94,2% em 2015. O índice, no entanto, ainda é insuficiente para alcançar a Meta 1 do Todos Pela Educação para esse ano, que era de 96,3%, e a universalização determinada constitucionalmente para ser atingida até 2016.



Maioria dos matriculados na Unicamp vem de escola pública (Guia do Estudante – Universidades – 04/04/2017)

No entanto, outra meta não foi cumprida: dos 35% previstos de ingressantes autodeclarados pretos, pardos ou indígenas, a universidade registrou apenas 22%

Pela primeira vez, o número de calouros egressos de escola pública é maioria na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp): este ano, o número chegou a 50,3% do total, quase 3% a mais do que no ano passado. Os números cumprem a meta aprovada em 2013 pelo Conselho Universitário para a inclusão social nos cursos de graduação, que estabeleceu que a Universidade atingisse 50% de ingressantes oriundos da rede pública até 2017. O resultado foi obtido a partir da campanha de inclusão feita pela universidade, com a ajuda da bonificação nos pontos da primeira e segunda fases oferecidos pelo programa de ação afirmativa e inclusão social (Paais). No entanto, outra meta não foi cumprida: dos 35% previstos de ingressantes autodeclarados pretos, pardos ou indígenas, a universidade registrou apenas 22%, número inferior ao do ano passado. Dos 70 cursos da instituição, apenas cinco cumpriram a meta: Engenharia de Controle e Automação, Licenciatura de Química e Física, Ciências Econômicas, Química Tecnológica, e o que registrou 45% de pretos, pardos e indígenas, Geologia.



Ministério da Educação publica portaria com mudanças no Enem (Portal Brasil – Educação – 04/04/2017)

Edital com as novas regras para o exame deste ano será divulgado na próxima segunda (10); exame seguirá sendo realizado anualmente

O Ministério da Educação publicou no Diário Oficial da União desta terça-feira (4) a portaria que institui as mudanças do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), a partir da edição de 2017. O edital com o detalhamento de todas as regras do Exame, inclusive as mudanças já anunciadas, será publicado na próxima segunda-feira (10). Segundo a portaria, o objetivo do Enem é aferir se seus participantes demonstram, ao final do ensino médio, individualmente, domínio dos princípios científicos e tecnológicos que presidem a produção moderna e se detêm conhecimento das formas contemporâneas de linguagem. A portaria mantém a responsabilidade do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) de planejar e executar o Enem, assim como promover a avaliação contínua do processo. O exame continuará a ser realizado anualmente. As questões de acessibilidade e inclusão de pessoas com deficiência, assim como as políticas de educação nas unidades prisionais também foram mantidas. A taxa de inscrição não será cobrada aos concluintes do ensino médio, em qualquer modalidade de ensino, matriculados em instituições públicas de ensino declaradas ao censo escolar da educação básica. Aqueles que se declararem membros de família de baixa renda, nos termos do Decreto nº 6.135, de 26 de junho de 2007, também estarão isentos. O participante que se enquadrar nessas duas últimas situações de isenção e que não comparecer para a realização das provas perderá o benefício da gratuidade para a próxima edição do Enem, a não ser que justifique a ausência por meio de atestado médico ou outro documento oficial que comprove a impossibilidade do seu comparecimento.