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06/03/2013 / Em: Clipping

 


USP propõe bônus para negros e abandona proposta de cotas de Alckmin   (O Estado de S.Paulo – Educação – 05/06/13)

A Universidade de São Paulo (USP) vai votar neste mês uma nova proposta de inclusão que prevê bônus de 5% a pretos, pardos e indígenas no vestibular da Fuvest. A USP sempre foi contrária a qualquer critério racial de bonificação. A criação de um cursinho preparatório para mil alunos de escola pública também faz parte da projeto. O documento não fala em cotas, mas em metas de inclusão. A proposta é uma resposta da pró-reitoria de Graduação ao programa de inclusão lançado pelo governado Geraldo Alckmin (PSDB) ao lado dos reitores das três universidades estaduais (USP, Unicamp e Unesp). A proposta desenhada pela USP – a partir do posicionamento das 42 unidades da universidade – diverge praticamente em todos os pontos da ideia inicial do governo, batizada de Programa de Inclusão com Mérito no Ensino Superior Paulista (Pimesp) . O que deve ser votado na universidade é a ampliação da bonificação, que poderia ser de até 20% – no caso do candidato do Programa de Avaliação Seriada da USP (Pasusp). Além disso, haveria a bonificação adicional de 5% para pretos, pardos e indígenas. O prazo para as “metas” de inclusão também são diferentes. A USP diz que só haveria condições de alcançar os 50% de inclusão de alunos de escola pública em 2018, não em 2016 como previa o Pimesp. Não há menção para que as metas de inclusão sejam por curso, como também previa o Pimesp.



USP rejeita 50% dos alunos de escola pública até 2016   (IG – Educação – 05/06/13)

A Universidade de São Paulo (USP) rejeitará a proposta do governador do Estado de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB) de reservar 50% das vagas para calouros oriundos de escola pública até 2016. As unidades já apresentaram alternativas para aumentar a inclusão de outras formas e estender o prazo para a meta até 2018. As alternativas serão avaliadas pelo Conselho de Graduação em data ainda não agendada. Em dezembro, o governo anunciou que USP, Universidade Estadual Paulista (Unesp) e Universidade de Campinas (Unicamp) fariam parte do Programa de Inclusão com Mérito no ensino Superior Público Paulista (Pimesp) para garantir 50% das matrículas em cada curso e em cada turno para alunos que cursaram integralmente o ensino médio em escolas públicas até 2016. Já em 2014, deveriam ser 35% das vagas.

“Os brasileiros nunca têm consciência da atratividade que eles têm lá fora”   (IG – Economia – 06/06/13)

O Brasil passa por um apagão de mão de obra em algumas áreas profissionais. Como consequência, as empresas têm dificuldade em encontrar candidatos compatíveis às vagas ofertadas. “Medicina, arquitetura, ciências sociais e engenharia são áreas que apresentam maior demanda do que oferta de trabalho no País”, afirma Daniel Rosenfeld, gerente de projetos da Brain (Brasil Investimentos e Negócios), consultoria que pesquisa a inserção do Brasil no mercado global. A falta de profissionais qualificados no País, somada à crise internacional e às recentes medidas do governo para facilitar a concessão de vistos de trabalho, criam condições favoráveis à vinda de executivos estrangeiros que pretendem trabalhar no Brasil. Somente entre 2006 e 2012, as concessões de autorização de trabalho à estrangeiros aumentaram 179%, segundo dados do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). De acordo com Denise Barreto, sócia diretora da Gnext, empresa de recrutamento de profissionais estrangeiros de alta qualificação, as empresas querem cada vez mais expandir seus negócios para fora do País e, por isso, tendem a contratar expatriados pela falta de preparação dos brasileiros, mesmo que especialistas em suas áreas de atuação, para ocupar altos cargos que lidem com o mercado internacional.

Cresce número de domésticos com diploma   (Folha de S.Paulo – Mercado – 06/06/13)

Está nos bancos das universidades um retrato claro da mudança que ocorreu na última década no universo dos trabalhadores domésticos. Não foi só o número de empregados que diminuiu nem só o salário médio que subiu: eles se qualificaram.  Há hoje no Brasil 63,4 mil trabalhadores domésticos com diploma universitário.  É pouco menos de 1% do total de 6,6 milhões de empregados que atuam hoje no Brasil, mas o crescimento é vertiginoso. Em 2002, não chegavam nem a 6.000, ou 0,09% do total da categoria naquela época.  Os dados foram compilados pelo professor José Pastore, especialista em relações do trabalho, a partir de informações das Pnads (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) de 2002 e 2011, realizadas pelo IBGE.  Diferentemente de outros profissionais que aos 20 ou 30 anos chegam à universidade, a maior parte dos domésticos vai para a sala de aula aos 40, 50 anos.  Isso porque, há alguns anos, era preciso antes cuidar da casa, da família e de seus patrões. “Era proibido estudar. Quem estudava ia para a rua”, diz Benedita Gonçalves Lima, 57, que aos 12 anos já trabalhava como empregada em São Paulo.  A primeira família que a empregou se recolhia cedo para dormir. Mas ela ainda se recorda da época em que esses mesmos patrões batiam na porta de seu quarto para que ela servisse as visitas.  Quando sua irmã saiu de Minas Gerais para trabalhar em São Paulo, ela veio junto e as duas encontraram emprego na casa de uma família de comerciantes árabes na avenida Paulista. “A minha irmã se casou e arranjei emprego de cozinheira, aos 15 anos, com outra família. Era um tempo em que nem carteira assinada existia”, diz.  Aos 19 anos, foi a sua vez de se casar. Conseguiu, aos poucos, fazer um curso técnico de enfermagem. “Mas sempre gostei de cozinhar, desde pequena. Aos 9 anos, colocava o caixote do lado do fogão a lenha em Minas para fazer comida para a família.”  Foi só lá pelos anos 90, ao trabalhar em Santo André, região do ABC paulista, aos 30, que ela conseguiu o primeiro registro em carteira no setor de doméstica.



Postos de trabalho mais difíceis de preencher: Brasil precisa de mais cursos técnicos   (Veja – Carreira – 05/06/13)

Empresas não valorizam profissionais de nível técnico (em geral, mal remunerados), governos não estimulam a criação de cursos para formação de profissionais desse nível e jovens ainda dão preferência à universidade após o ensino médio. O resultado da associação de fatores? “A escassez de profissionais qualificados para preencher cargos técnicos”, responde Moisés Sznifer, especialista em coaching (orientação profissional) e professor da Escola de Administração de Empresas da Fundação Getulio Vargas (FGV-EAE), em São Paulo. “Hoje, infelizmente, só atua na área técnica quem não encontra outra opção melhor.”  A avaliação do especialista é feita a partir da observação de pesquisa publicada recentemente que confirmou análises anteriores preocupantes: as empresas têm dificuldades em contratar profissionais na área técnica — entre outros setores (confira o quadro abaixo). O estudo, realizado pela ManpowerGroup, empresa especializada em seleção de pessoas, coloca o Brasil na vice-liderança entre 42 nações com a maior escassez de talentos: 68% dos empregadores entrevistados relataram dificuldades para preencher vagas em suas organizações. O índice equivale a quase o dobro da média global. “O porcentual é alto, mas não deveria surpreender: só reflete a realidade brasileira”, diz Snifer.