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08/01/2018 / Em: Clipping

 

3 dicas para escolher uma universidade para estudar (Universia – Notícias – 08/01/2018)

Aproveite o início do ano para avaliar quais as vantagens e o comparativo entre as instituições que você pretende cursar

 

A escolha da instituição de ensino superior (IES) em que você vai cursar sua graduação é um passo muito importante para seu futuro acadêmico e profissional. Deve ser uma atitude tomada com muita cautela, afinal, essa decisão vai preencher, pelo menos, quatro anos de sua vida estudantil. Mas qual a melhor forma de escolher uma faculdade com tantas opções disponíveis no mercado? Logo abaixo, reunimos 3 dicas para escolher uma universidade para estudar que talvez possam te ajudar nessa jornada.

  1. Fique atento à qualidade da IES

Um bom caminho para escolher a instituição onde vai cursar a faculdade é avaliar a qualidade de ensino que ela oferece. Se a instituição for renomada, com bons professores, boa grade e egressos satisfeitos, já inseridos no mercado de trabalho, esse é um bom sinal para a sua escolha. Existem diversos rankings estabelecidos em sites, jornais e revistas que podem fornecer esses índices de relevância.

  1. Escolha o vestibular de sua preferência

É muito importante saber que a qualidade de uma universidade está diretamente ligada à concorrência na admissão de novos alunos. Ou seja, se um curso é muito elogiado e conceituado, certamente terá um vestibular com alta concorrência. Tem peso fundamental na escolha de uma IES você saber exatamente como é a prova desse vestibular. Quantas fases possui? Qual é o número de questões? Essas informações são obtidas facilmente junto a cada uma das instituições. Ao escolher uma universidade, saiba que o processo seletivo faz parte do pacote.

  1. De olho nas finanças

É impossível dissociar a questão financeira de um projeto de estudos. Mesmo que seja uma universidade pública, existe todo um planejamento em gastos com moradia, transporte e alimentação. No caso das universidades particulares, essa atenção vai para valores como matrícula, mensalidade e material didático. Nesse item também pode ser inserida como ponto de análise a questão da localização geográfica. Com um mapa do Brasil à sua frente, saiba escolher a melhor cidade e Estado para a concretização do seu sonho de formação acadêmica. Lembre-se que distâncias muito longas implicam em um afastamento do convívio familiar e a consequente inserção em uma nova realidade em outro município – é preciso estar preparado psicologicamente para essa nova jornada.

 


Estudantes enfrentam segunda fase de vestibulares (Comércio do Jahu – Notícias – 07/01/2018)

 

A segunda fase do vestibular da Universidade de São Paulo (USP) começa hoje e se estende até terça-feira. No fim de semana seguinte, é a vez das provas da segunda etapa do processo seletivo da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Enfrentar essa maratona de provas não é fácil. Além do cansaço acumulado ao longo de um ano de estudo, há o estresse no momento da prova e a indefinição em relação ao ano que se inicia. A estudante Ana Laura Pegoraro, 18 anos, prestou a prova para o curso de pedagogia na Unicamp, Universidade Estadual Paulista (Unesp) e Universidade Estadual de Londrina (UEL), e aguarda para realizar a segunda fase da Unicamp. “Não me vejo fora da área acadêmica, quero dar aulas”, afirma Ana, convicta. Aluna da Escola Estadual Professora Ana Franco da Rocha Brando ela relata que está ansiosa. Durante o ano fez anotações do que mais caía nos vestibulares e estudou essas matérias. Fez alguns simulados e prestou Exame Nacional de Ensino Médio (Enem) em 2016. Sobre a primeira fase dos vestibulares, conta que sua maior dificuldade foi a parte de exatas, já que o ensino público não fornece base suficiente para prestar provas tão específicas. Já para Luís Felipe Jorge, 17 anos, a parte de exatas é um campo conhecido. Ele irá prestar a segunda fase da USP para o curso de engenharia elétrica com ênfase em eletrônica. Ele escolheu o curso pela atualização constante, forte base teórica e por ser voltado à área de pesquisa, onde quer trabalhar. Com uma rotina de estudo sempre bem disciplinada, Jorge conta que não teve muitas dificuldades e que a base oferecida pelo Colégio da Fundação Educacional Dr Raul Bauab auxiliou em seu desempenho.

“No terceiro ano é apenas revisão”, afirma Jorge. Por ter estudado tanto em escola pública como particular, ele relata que na rede privada é construída uma trajetória para que os estudantes entrem em universidades. Mas mesmo assim teve quer ter determinação e estudar muito para se qualificar e garantir bom desempenho. Tanto Ana Laura quanto Luís relatam ter boas perspectivas para a segunda fase do vestibular. Se passarem, irão mudar de cidade para seguir os estudos. Caso não passem, porém, não irão desistir. “Caso não passe, farei cursinho. O que tenho certeza é que vou continuar tentando”, afirma Jorge. Eles deixam de dica para quem quer prestar vestibular para que comece o quanto antes e seja bem disciplinado quanto à rotina de estudos. “Esse momento é cheio de incertezas e aflições, que juntas podem arruinar um trabalho de anos”, ressalta Jorge. Para ele é muito importante achar um equilíbrio e ter também tempo para descansar e se distrair.

 

 

Provas exigem preparação dos alunos (Comércio do Jahu – Notícias – 07/01/2018)

 

O ensino médio é o período em que o estudo é voltado para os vestibulares. Todo o trabalho é visando à entrada do aluno no ensino superior. Mesmo assim, é preciso que a iniciativa seja dos estudantes. A afirmação é da diretora Silvana Turchiai de Conti, da Escola Estadual Professora Ana Franco da Rocha Brando. “Só consegue ter sucesso se souber onde quer chegar e ter disciplina, seguir uma rotina de estudos”, afirma Silvana. Na escola pública de período integral, ela relata que toda a equipe de profissionais acompanha o desenvolvimento dos alunos, auxiliando-os em todas as áreas. Além do ensino médio regular, os alunos podem aderir a cursos pré-vestibulares para incrementar os estudos. “O cursinho é também para alunos que nunca prestaram o vestibular. Temos alunos do ensino médio que estudam em escolas públicas durante o dia e à noite fazem o cursinho”, esclarece a coordenadora do curso pré-vestibular do Colégio ADV, Valéria Ramalho dos Santos Oliveira. Determinação é ponto importante para quem quer passar em um vestibular, mas tudo em exagero se torna prejudicial, é o que relata a psicóloga Carolina Baldivia Gomes de Oliveira. Segundo ela, além de estudar é preciso dormir, alimentar-se bem e separar um tempo para lazer e prática de exercícios, hábitos que ajudam a relaxar. “O papel dos pais também é importante, não colocando muita pressão e dando apoio aos filhos.” afirma Carolina.

 


Nem 4% de nossos jovens dominam a matemática (Folha de S. Paulo – Colunas – 07/01/2017)

 

No lançamento do Instituto Serrapilheira, no Impa (Instituto de Matemática Pura e Aplicada), em março de 2017, Branca e João Moreira Salles foram questionados sobre o que os levava a investir parte do patrimônio no financiamento da ciência e da disseminação da cultura científica. João contou a história de quando se surpreendeu com o tamanho de sua turma no curso de Cinema na PUC-Rio: 30 alunos. Pareceu-lhe excessivo, em um país que nem sequer tem indústria cinematográfica. Cruzou o campus para descobrir quantos estudavam matemática: eram apenas dois. “Um país que forma muito mais cineastas que matemáticos caminha para a catástrofe “”a qual será muito bem filmada, sem dúvida, mas continuará sendo uma catástrofe”, concluiu. O problema da matemática no Brasil vai muito além da escassez de alunos, claro. Alguns anos atrás, dois professores da Unicamp questionaram a utilidade de abrir mais vagas de engenharia nas universidades. Marcelo Knobel, atual reitor da Unicamp, e seu colega Fernando Paixão tomaram como ponto de partida os resultados do Pisa (Programa Internacional de Avaliação de Estudantes), realizado a cada três anos pela Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico, com jovens de 15 anos de mais de 70 países. Os resultados do Pisa são classificados em seis níveis. Na matemática, o nível dois é considerado necessário para o exercício da cidadania, e o nível quatro é o mínimo requerido para carreiras nas áreas tecnológicas. Os resultados, infelizmente, são eloquentes: menos de 4% dos nossos jovens alcançam o nível quatro ou mais na prova. Na Austrália são 38%, no Canadá, 43%, na Coreia do Sul, 52%. Ainda segundo os mesmos autores, os 1.500 cursos de engenharia existentes no país ofereciam cerca de 150 mil vagas por ano, mas só formavam 30 mil. A deficiente formação em matemática tem, sem dúvida, um papel determinante nessa elevadíssima taxa de evasão. Engenharia, computação, aeronáutica e tantas outras, são áreas que exigem conhecimento matemático. O Brasil está deixando de formar dezenas de milhares de profissionais de carreiras necessárias para o desenvolvimento do país. Dados recentes mostram que há avanços no ensino fundamental, especialmente no primeiro ciclo, mas a situação no ensino médio tende a degradar-se: em 2015, apenas 7,3% dos alunos que concluíram a educação básica atingiram nível satisfatório de aprendizado em matemática, e esse percentual cai para 3,6% nas escolas públicas. Mesmo sendo o resultado de uma combinação perversa de fatores, é uma demonstração contundente do fracasso do modelo ainda vigente no nosso ensino médio.

 


O sistema de cotas étnico-raciais adotado pela USP (Jornal da USP – Artigos – 05/01/2018)

 

Após resistir por décadas em adoção do sistema de cotas raciais, a USP finalmente cedeu, no ano passado, através das congregações das unidades e do Conselho Universitário, e introduziu políticas afirmativas na Fuvest 2018 e Sisu. Provavelmente, a composição étnica da USP nos seus diferentes campi tenderá a ser mais diversificada, a partir deste ano. Relembrando, a votação no Conselho Universitário em julho do ano passado foi histórica, em que 75 membros do Conselho Universitário da USP disseram sim ao sistema de cotas; oito disseram não e nove se abstiveram. Totalizando 92 votos. Assim, 37 por cento das vagas do vestibular da Fuvest 2018 foram destinadas aos alunos de escolas públicas. A cada ano a reserva de cotas irá subir, até atingir a meta, em 2021, de 50 por cento das vagas destinadas ao sistema de cotas. As vagas reservadas para Pretos, Pardos e Indígenas (PPIs), termos que são designações do IBGE, serão proporcionais à presença desses segmentos no Estado de São Paulo. Assim, dos 37%, 13,7% serão reservados para Pretos, Pardos e Indígenas. É a primeira vez que a USP adotou um sistema de cotas sociais e raciais. Como diz o ditado popular, “antes tarde do que nunca”. Mas, ao adotar o sistema de cotas raciais, a USP sinaliza que está, de certa forma e em seu ritmo, em transformação. Se por um lado, reconhece que não é mais possível se fechar na ideologia da meritocracia, ainda precisa mudar os seus diferentes paradigmas. Um deles, que ainda é um desafio para a USP, é aproximar Extensão Universitária do Ensino e da Pesquisa. Muitas vezes, as pesquisas desenvolvidas na USP ainda estão longe das questões sociais. Não me refiro somente ao debate sobre pesquisa básica ou aplicada. A questão é mais profunda. Após resistir por décadas em adoção do sistema de cotas raciais, a USP finalmente cedeu, no ano passado, através das congregações das unidades e do Conselho Universitário, e introduziu políticas afirmativas na Fuvest 2018 e Sisu. Por exemplo, não raro, em fortes chuvas que assolam São Paulo, o campus Butantã da USP costuma ficar alagado, impossibilitando a saída dos carros em todas as suas portarias. Atualmente, a acessibilidade e mobilidade no campus são muito precárias. Um cadeirante, por exemplo, não consegue com facilidade e autonomia passar de um prédio para outro. Ou seja, a maior universidade pública da América Latina produz ciência de ponta, mas ruas e áreas não contemplam projetos urbanísticos; seus prédios não têm conforto ambiental ou acústico e há pouquíssima preocupação com acessibilidade, dentro e fora dos prédios. Assim, há produção de ciência de ponta, que não transforma de fato os diferentes cenários do seu próprio campus. O ensino de graduação ainda utiliza os mesmos paradigmas de quando a USP foi fundada. As disciplinas ainda são demarcadas por áreas de Humanas, Biológicas e Exatas, contempladas pelo Positivismo comtiano. O ideal de interdisciplinaridade (ou transdisciplinaridade, para os mais ousados) fica somente no inalcançável. Na maior parte das vezes, em um mesmo departamento, um professor não sabe o conteúdo que o seu colega está ministrando. Disciplinas semestrais que tomam todo um período de longas aulas de quatro horas ainda estão presentes em grades curriculares pouco flexíveis. Alunos passam mais tempo em salas de aula do que em bibliotecas. A apatia sócio-político-cultural é outro aspecto da USP. Os seus grupos representativos (Adusp, Sintusp e movimentos estudantis) pouco têm mobilizado politicamente a USP. As questões políticas do país têm passado ao largo da universidade e das suas salas de aula. Nunca, em toda a história da universidade, se viu estudantes, professores e servidores técnicos e administrativos tão desinteressados e desinformados sobre o que está acontecendo no país. Há produção de ciência de ponta (na USP), que não transforma de fato os diferentes cenários do seu próprio campus. É essa a USP que os primeiros cotistas, que estão entrando pelo sistema de cotas raciais, irão encontrar. Uma USP que ainda estuda muito pouco diversidades étnico-sociais e raciais, temáticas geralmente ofertadas em poucas disciplinas, que a despeito de não trazerem em seus conteúdos questões como direitos humanos e cidadania, ainda estão mais envoltas em atender as necessidades de mercado. Assim, os alunos cotistas encontrarão uma USP ainda pouco preparada para recebê-los e ainda com a ideologia da meritocracia e de pensamento elitista. Outro fator urgente é a preparação da Polícia Militar, que está dentro do campus, no trato com as pessoas negras, que irão compor com mais constância o cenário da USP. São muitos os relatos dos poucos estudantes negros e intercambistas africanos sobre constantes abordagens policiais motivadas por questões étnicas. Esses estudantes relatam que policiais, muitas vezes, os abordam quando estão passando de um prédio para outro para revistas vexatórias. Outro dado relevante é a composição étnica do corpo docente da universidade. Conforme dados do Departamento de Recursos Humanos da USP, coletados por Viviane Angélica Silva, doutora em Educação, em sua pesquisa sobre teorias de relações raciais no Brasil, dos seis mil professores na USP, apenas 120 são professores negros. Ao analisar a maioria dos planos de ensino das disciplinas ofertadas pela USP tenho observado em dados preliminares, em pesquisa que estou realizando sobre planos de ensino, que indicam que a USP é por demais eurocêntrica. Os planos de ensino nas áreas das Humanidades; Ciências Sociais Aplicadas; Educação e outras disciplinas similares ainda têm como base, em sua maioria, autores europeus e norte-americanos; poucos latinoamericanos e pouquíssimos africanos. Só para se ter uma ideia, a obra “Mayombe”, do escritor angolano Artur Carlos Maurício Pestana dos Santos (Pepetela), foi a primeira (e ainda única) literatura africana a compor obra obrigatória da Fuvest de 2017. Assim, a implantação do sistema de cotas raciais na USP foi um grande avanço, mas precisa vir com várias outras medidas e mudanças de paradigmas. De nada será efetivo não trazer a temática das diversidades para dentro dos conteúdos e pesquisas desenvolvidas na universidade. É preciso que temáticas étnico-sociais e raciais; direitos humanos e cidadania sejam transversais na estrutura universitária, envolvendo ensino, pesquisa, extensão e gestão. O grande desafio não é mais uma USP moderna, mas uma USP contemporânea.