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10/08/2015 / Em: Clipping

 

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Escola maior tende a ser melhor para a formação, diz ministro  (Folha Online – Educação – 09/08/15)

Divulgados na semana passada, os resultados do Enem trazem atualmente diversas informações além das notas. Para o ministro da Educação, Renato Janine Ribeiro, os pais devem estar especialmente atentos ao tamanho das escolas.  “Tendo a dizer: procure uma escola maior. Ali, seu filho terá contato com pessoas mais diferentes entre si”, disse o ministro à Folha. A decisão não é simples, porque os colégios com as melhores notas no Enem costumam ser pequenos (os quatro primeiros têm entre 31 e 60 estudantes no final do ensino médio). A seguir, a entrevista com o ministro, que falou também sobre medidas que devem ser adotadas para melhorar o ensino médio e o peso da desigualdade social nas notas.

‘Flexibilização é urgente, e decisão de SP é legítima’, diz chefe de instituto   (Folha Online – Educação – 08/08/15)

O superintendente executivo do Instituto Unibanco, Ricardo Henriques, diz que a mudança do currículo do ensino médio brasileiro é urgente e é legítimo São Paulo iniciá-la. A flexibilização do currículo do ensino médio da rede pública de São Paulo, proposta pelo governo Geraldo Alckmin (PSDB), será discutida a partir da semana que vem na Assembleia Legislativa em meio à divisão de educadores sobre sua eficácia e sob pressão do sindicato dos professores –que se opõe à ideia. O projeto encaminhado em regime de urgência à Casa prevê que os alunos possam escolher parte das disciplinas nas escolas estaduais durante essa etapa do ensino.

‘Mudança cria problema’, diz professor sobre currículo flexível em escolas  (Folha Online – Educação – 08/08/15)

Reynaldo Fernandes, professor de economia da educação da USP, afirma que a flexibilização do currículo do ensino médio pode criar um problema se não for acompanhada de mudanças na forma de seleção dos vestibulares. A flexibilização do currículo do ensino médio da rede pública de São Paulo, proposta pelo governo Geraldo Alckmin (PSDB), será discutida a partir da semana que vem na Assembleia Legislativa em meio à divisão de educadores sobre sua eficácia e sob pressão do sindicato dos professores –que se opõe à ideia.  O projeto encaminhado em regime de urgência à Casa prevê que os alunos possam escolher parte das disciplinas nas escolas estaduais durante essa etapa do ensino.

Novo currículo do ensino médio será debatido em SP sob pressão de docente  (Folha Online – Educação – 08/08/15)

A intenção do governo Geraldo Alckmin (PSDB) de flexibilização do currículo do ensino médio da rede pública de São Paulo será discutida a partir da semana que vem na Assembleia Legislativa em meio à divisão de educadores sobre sua eficácia e sob pressão do sindicato dos professores –que se opõe à ideia.  O projeto encaminhado em regime de urgência à Casa prevê que os alunos possam escolher parte das disciplinas nas escolas estaduais durante essa etapa do ensino. Ele deve seguir para discussão em três comissões já na segunda (10) –e, seguindo os ritos legislativos, chegará ao plenário até outubro. A Secretaria da Educação afirma que a implantação do novo modelo será gradual –inicialmente, deve abarcar apenas algumas escolas. Ela não revela detalhes –só diz que a maneira como será feita a mudança ainda será formatada e submetida a uma “ampla discussão”. O documento enviado por Alckmin à Assembleia diz que a ideia é ampliar “a margem de escolha” dos alunos –a ideia inicial era que houvesse disciplinas obrigatórias tradicionais, mas que, especialmente na reta final do ensino médio, eles pudessem optar por outras específicas.

Darwinismo escolar  (Folha de S.Paulo – Opinião – 08/08/15)

O bonito na teoria da evolução é que ela constitui uma lei universal. Não sabemos se há vida em outros planetas, mas, se houver, e ela for constituída por unidades que buscam perpetuar-se, estão sujeitas a variação e competem por recursos, então as regras descobertas por Darwin se aplicarão. Nem precisamos ir a outros planetas para constatá-lo. O fenômeno está aqui mesmo no Enem. O que mais salta aos olhos no ranking das notas é o poder da seleção. As melhores escolas (ou, ao menos, as mais bem pontuadas) são as que, de algum modo, podem selecionar bons alunos. Isso fica escancarado no setor público, onde a diferença entre as instituições que promovem vestibulinhos, como as escolas técnicas ou as federais, e a rede comum, aberta a qualquer aluno, é importante. A nota média das dez escolas técnicas de melhor desempenho no Estado de São Paulo fica 75 pontos (3/4 de desvio padrão) acima da média das dez instituições estaduais regulares mais bem posicionadas. Entre as privadas, o mecanismo é só um pouco mais sutil: a mensalidade. A renda dos pais é o fator que permite prever com maior precisão o desempenho escolar do aluno. Um modo eficaz para uma escola subir no ranking é simplesmente elevar o valor da mensalidade. O Enem mimetiza outro fenômeno da biologia, a corrida armamentista evolutiva. Como a seleção é o elemento-chave e pode resultar em prêmio –escolas mais bem colocadas saem valorizadas–, algumas instituições começaram a usar artifícios para atrair os melhores estudantes ou mesmo a criar unidades compostas exclusivamente por geninhos. Para ajudar a desfazer essa ilusão, o MEC passou este ano a revelar também a taxa de permanência dos alunos, acusando assim os colégios que “importam” muitos estudantes no terceiro ano. Nas próximas edições, podemos esperar novas estratégias de escolas para aparecer bem no ranking.


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O ranking de escolas do Enem  (O Estado de S.Paulo – Editorial – 10/08/15)

Divulgadas pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), do Ministério da Educação, as notas por escola do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2014 apresentam poucas diferenças com relação às do ano anterior. Ou seja, o cenário do sistema educacional continua preocupante. Segundo o Inep, as escolas particulares continuaram à frente das escolas públicas e a distância entre elas vem diminuindo muito lentamente. Nas provas objetivas, o desempenho médio em linguagem, ciências humanas e ciências da natureza registrou pequeno aumento, mas o índice de aproveitamento em matemática caiu 33 pontos. O levantamento do Inep é realizado com base nas notas obtidas nessas provas por 1.295.954 alunos de 15.640 escolas públicas e privadas. As provas avaliam competências essenciais, como leitura, interpretação de textos, raciocínio matemático, capacidade de relacionar conhecimentos de diversas áreas e habilidade para resolver problemas. O levantamento do Inep também mostra que a rede pública de ensino médio obteve na avaliação de 2014 uma média 7% menor do que a da rede particular. E, das 770 escolas públicas onde estudam os alunos com nível socioeconômico mais baixo, 27% não alcançaram a nota mínima – 450 pontos – para ter acesso ao programa de Financiamento Estudantil (Fies). Trata-se de uma contradição, pois o programa foi concebido para atender estudantes que não têm condição de pagar mensalidades em universidades privadas.

Cresce procura por novos modelos de ensino superior  (O Estado de S.Paulo – Educação – 09/08/15)

Um ano depois de entrar em uma das mais concorridas universidades brasileiras, Danilo Oliveira Vaz começou a se sentir insatisfeito com o curso escolhido e desanimado com as possibilidades na futura carreira. Aos 21 anos, abandonou o curso de Engenharia Mecânica na Universidade Estadual Paulista (Unesp) para ir estudar na Universidade Minerva, fundada no ano passado. A instituição tem a proposta de oferecer aulas online em um câmpus itinerante – os alunos assistem às aulas em sete diferentes cidades (São Francisco, nos Estados Unidos; Berlim, na Alemanha; Buenos Aires, na Argentina; Seoul, na Coreia do Sul; Bangalore, na Índia; Londres, na Inglaterra; e Istambul, na Turquia). “A Minerva tem um câmpus global e um currículo elaborado para ensinar as competências de diversas áreas”, explica Alex Cobo, diretor de América Latina da universidade. Para a segunda turma da Minerva, que começará o primeiro semestre em setembro, três brasileiros foram selecionados. Para chegar a 120 alunos, a universidade recebeu mais de 11 mil inscrições de 160 países. A taxa de aprovação foi de 1,09%. Entre as universidades da Ivy League, as mais concorridas dos Estados Unidos, Harvard tem taxa de 5,9%, Yale de 6,72% e Columbia, de 6,94%. Com 1.400 inscrições, o Brasil foi o quarto país do mundo com mais interessados – atrás apenas de Estados Unidos, Índia e China. O custo da universidade, incluindo gastos com moradia, alimentação e livros, é de U$ 28.450 ao ano – cerca de R$ 99,5 mil. Caroline Ferraz resolveu ter uma experiência diferente no Uncollege “O mundo mudou muito na última década, mas a educação, principalmente nas universidades, continua sendo a mesma de séculos atrás. E os alunos não se identificam mais com essa forma de ensino”, diz Cobo. Vaz contou que a forma “passiva” de ensino na universidade foi o que despertou sua insatisfação pelo curso. Por isso, ele começou a procurar formas de se envolver mais em seu aprendizado, fez intercâmbio na Jordânia, criou uma ONG de trabalho voluntário na universidade e isso só reforçou o quanto o curso tradicional não correspondia às aspirações.


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Alunos da rede privada ajudam grupo de estudantes da rede pública   (Correio Popular – Projeto Social – 07/08/15)

A rapaziada nasceu em lares bem estruturados. Podem estudar nos melhores colégios, planejam curso superior em grandes universidades do planeta. Enfim, os amigos tinham tudo para levar uma vidinha sossegada, divertida, sem atropelos ou preocupação. Mas a turminha optou por trabalhar pela comunidade e ajudar quem não teve a mesma sorte. Sem ganhar um tostão, os idealistas passam a manhã de domingo dando aulas de reforço escolar para alunos da rede pública. Os beneficiados — todos do Ensino Médio — assistem aulas de fração, geometria, equações, aritmética. A matemática deixou se ser tabu e virou prazer. Mais que isso: o empenho dos educadores voluntários revelou talentos que, hoje em dia, participam até de olimpíadas escolares, Brasil afora. O sucesso é tão grande que já se forma grupos com alunos matriculados a partir do 6<SC210,186> ano do Ensino Fundamental. O autor do projeto é um jovem de apenas 18 anos. Fernando Nazário nasceu em São Paulo mas, ainda garotinho, se mudou para Campinas. O menino, filho de um médico, cresceu e estudou em escolas tradicionais da região: Comunitária, Porto Seguro, Etapa. Trocava de colégio quando mudava de casa. Agora mora em Vinhedo. O pai, diretor de um hospital paulistano, viaja todo dia para trabalhar. Então, Fernando e a mãe vivem em um bairro sossegado, seguro, longe do barulho e da poluição. E foi ali, no seu cantinho, que o rapaz resolveu virar professor. A sala de aula foi improvisada em uma edícula dos fundos, antes usada como despensa: uma reforminha aqui, uma demão de tinta ali. Nazário instalou lousa, uma mesa de seis lugares e passou a ajudar os amigos do colégio que não tinham muita afinidade com números, ângulos e tabelas. Aí ele se entusiasmou, e resolveu levar as aulas para a rede pública. Ao lado de velhos parceiros — Thiago, Carol, Rafael, Cinthia, Gabriel, Augusto, Beatriz — o adolescente apresentou seu plano à direção da Escola Estadual Maria do Carmo Von Zuben, no bairro da Capela, em Vinhedo, e teve autorização para montar a primeira turma.