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15/03/2011 / Em: Clipping

 


USP, UFSCar, Unesp e Unicamp ainda têm vagas remanescentes  (EPTV – Virando Bixo – 14/03/11)

As aulas já começaram, mas as principais universidades públicas do Estado de São Paulo ainda têm vagas que não foram preenchidas. O curso de medicina da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), por exemplo, que é o mais concorrido, ainda tem 16 vagas sobrando. O curso de engenharia de produção convocou para a matricula de nesta segunda-feira (14) mais 32 candidatos. Na Universidade de São Paulo (USP), a terceira lista de espera para medicina na santa casa convocou 50 candidatos, seguido de letras com 47. A Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) tem sobrando 110 vagas, os cursos com mais vagas sobrando são letras, ciências sociais, gestão de cursos, física, matemática e engenharia da computação. Na Universidade Estadual Paulista (Unesp), o curso com mais convocados foi fármácia-bioquímica, em Araraquara, com 16 vagas abertas.



Câmara aprova proibição a trotes  (Correio Popular – Cidades – 15/03/11)

Os trotes universitários estão proibidos em Campinas, segundo projeto de lei aprovado em segunda discussão (mérito) na sessão de ontem à noite no Legislativo. Com 23 votos favoráveis, a matéria que proíbe a atividade de estudantes em vias públicas segue agora para sanção do prefeito Hélio de Oliveira Santos  (PDT) e será regulamentada. A legislação enumera algumas atitudes consideradas agressivas e humilhantes, além de prever multa de cerca de R$ 2,2 mil para quem desobedecê-la. A proposta não serve dentro das universidades. Será proibido raspar os cabelos dos calouros,  pintar rostos e partes dos corpos dos estudantes, obrigar o novato a solicitar dinheiro em semáforos e impor ao calouro a ingestão de bebidas alcoólicas. Também será considerado trote qualquer atividade vexatória ou qualquer tipo de violência física ou moral contra os alunos. “É uma tragédia anunciada. Ano passado houve o caso de um aluno que teve queimaduras por tinta, além de outros problemas ocasionados pelo trote. Tem carro sendo chutado por alunos nos semáforos”, disse o autor do texto, Valdir Terrazan (PSDB). A fiscalização será de responsabilidade do Executivo, que vai definir o órgão responsável pelo serviço. Uma das sugestões de Terrazan é utilizar as câmeras da Central Integrada de Monitoramento de Campinas (Cimcamp). “Muitos alunos têm traumas dos trotes violentos e sequer aparecem na universidade por medo. A recepção deve ser feita de forma ordeira e agradável”,  disse o vereador. A sanção do prefeito pode ocorrer ainda neste primeiro semestre. O projeto só passa a ter validade após regulamentação e sanção publicadas no Diário Oficial do Município (DOM). O vereador Sebastião dos Santos (PMDB) foi um dos parlamentares que elogiaram a aprovação do projeto. “Acho um absurdo a realização dos trotes atuais, os quais são verdadeiros abusos. Espero que sirva de referência para outras cidades”,  disse. Terrazan, inclusive, confirmou que foi procurado por vereadores da região, interessados em obter mais informações sobre a proposta. Os chamados trotes solidários ficam fora deste projeto. A Comissão de Constituição e Legalidade fez uma emenda à matéria,  corrigindo que cabe ao Executivo realizar a fiscalização. No início do ano, vários jovens foram flagrados consumindo bebidas alcoólicas e pedindo dinheiro nos semáforo de Campinas. O caso mais grave ocorreu dentro de uma instituição de ensino, quando um menino de 14 anos sofreu queimaduras de terceiro grau nas costas, orelhas e cabeça durante um trote realizado  o primeiro dia de aula da Escola Técnica Estadual Conselheiro Antônio Prado (Etecap). O aluno foi levado pelos veteranos para a quadra de esportes, onde foram jogadas tinta antialérgica e farinha. Há suspeita de mistura de produto químico.



O ranking das universidades  (O Estado de S.Paulo – Notas & Informações – 15/03/11)

As universidades brasileiras continuam fora das primeiras 200 posições nos rankings mundiais. Há várias entidades internacionalmente respeitadas que fazem anualmente rigorosas avaliações comparativas do setor e, nelas, nem mesmo a Universidade de São Paulo (USP) – a maior e mais importante universidade brasileira – aparece em posição de destaque. No ranking mais recente, elaborado pela organização inglesa Times Higher Education, a USP ocupa apenas a 232.ª posição. A pesquisa foi feita com mais de 13 mil professores de 131 países, que destacaram os pontos fortes de suas respectivas universidades. Em termos de desempenho escolar, de produtividade científica e de reputação acadêmica, a liderança ficou com a Universidade Harvard, ue obteve a pontuação máxima em todos os itens da pesquisa, seguida pelo Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) e pela Universidade de Cambridge. Das 20 melhores universidades, 13 são americanas, 4 são britânicas, 2 são japonesas e 1 é canadense. Das universidades da América Latina, a USP continua sendo a mais bem classificada. Contudo, no âmbito dos Brics– o bloco de economias emergentes, integrado pelo Brasil, Rússia, Índia e China – o Brasil é o único membro que não tem nenhuma universidade entre as cem melhores do ranking da Times Higher Education. Já a Rússia aparece em 33.º lugar, com a Universidade Lomonosov; a China, ocupa as 35.ª,  42.ª e 43.ª posições, com as Universidades de Tsinghua, Hong Kong e Pequim; e a Índia está em 91.º lugar, com o Instituto de Ciência. O ensino superior no Brasil cresceu significativamente nas duas últimas décadas para acolher o crescente número de formandos do ensino médio. No entanto, a maioria tem bibliotecas desatualizadas e laboratórios defasados. O nível médio de preparo e informação do corpo discente também é baixo e a maioria das universidades adota critérios lenientes de avaliação. Elas permitem que alunos reprovados façam provas de reavaliação. E, se forem reprovados outra vez, ficam em “dependência” – com isso, não perdem o ano. Além disso, os trabalhos de conclusão de curso de graduação – os TCCs, no jargão estudantil – estão se convertendo em compilações de artigos extraídos da internet. Como os professores não cobram nem rigor metodológico nem um mínimo de originalidade, os alunos não se sentem estimulados a fazer pesquisa. Nas cem melhores universidades mundiais, alunos reprovados num exame não têm direito a nova oportunidade – perdem o ano e, em alguns casos, não podem continuar na instituição. Para os especialistas, se quiser classificar pelo menos uma instituição de ensino superior num ranking com as 200 melhores universidades mundiais, o Brasil terá de adotar uma estratégia com quatro objetivos. O primeiro é aumentar o intercâmbio de alunos e professores, para internacionalizar a universidade brasileira. O segundo é ampliar o número de trabalhos de docentes e cientistas brasileiros publicados nas mais prestigiosas revistas acadêmicas e científicas mundiais. O terceiro objetivo é dar plena autonomia às instituições, permitindo-lhes abrir novos cursos sem depender de autorização governamental e libertá-las da ditadura do chamado “currículo mínimo”. O quarto objetivo é estimular a formação de universidades de elites, que formam os docentes para lecionar nas demais instituições e conduzir pesquisas de ponta. Nos últimos anos, corporações e partidos políticos pressionaram as universidades a democratizar seus órgãos colegiados e o MEC chegou a patrocinar um projeto com esse propósito, entre 2003 e 2005. A questão, porém, não é política, mas pedagógica – e, quanto mais eficiente e produtiva for a universidade, melhor para a sociedade. Segundo os especialistas, uma política voltada à consecução desses quatro objetivos demora de dois a três anos para dar resultados. Na prática, isso significa que tão cedo as universidades brasileiras não subirão de posição nos rankings mundiais de reputação acadêmica.