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15/05/2009 / Em: Clipping

 

Esclarecimentos Comvest

Em citações feitas na matéria “Novo Enem altera perfil dos maiores vestibulares do País” do caderno Educação do Correio Popular, publicada no dia 12 de maio, o repórter Fabiano Ormaneze diz que a Unicamp deve deixar de utilizar a nota do ENEM em seu vestibular e faz afirmações de que outras mudanças, como a alteração para o formato de testes de múltipla escolha, vem sendo discutidas pela universidade na busca de reduzir custos e conferir agilidade e imparcialidade às correções das provas. Diante destas citações, o Coordenador Executivo do Vestibular da Unicamp, professor Leandro Tessler, vem esclarecer que a entrevista para a elaboração desta matéria aconteceu há cerca de um mês atrás, enquanto a viabilização do uso da nota do ENEM no Vestibular Unicamp 2010 ainda vinha sendo discutida junto ao Inep. Neste período estabeleceu-se um acordo entre o presidente do Inep e a Comvest, garantindo em tempo hábil os resultados da prova para que possam ser utilizados na composição da nota final da 1ª fase, mas esta informação não foi checada pelo jornal para atualização da matéria antes de sua publicação. Portanto, ao contrário do que foi publicado, a Unicamp utilizará o ENEM para compor a nota final da 1ª fase de seu processo seletivo, desconsiderando, excepcionalmente, a nota da redação.

Em relação às supostas mudanças no formato da prova, o coordenador deixa claro que há de fato um projeto em discussão, mas as razões para a mudança buscam aprimorar a seleção na primeira fase, devido ao aumento no número de candidatos e atualizar os programas e a distribuição de conteúdos na segunda fase.



Novo Enem vai cobrar mesmo conteúdo que vestibulares, dizem especialistas (UOL – Vestibular – 15/05/09)

Professores de cursinhos ouvidos pelo UOL Educação avaliaram o programa do novo Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), divulgado nesta quinta-feira (14), pelo Ministério da Educação. “O conteúdo é só um pouco menor do que o programa tradicional dos vestibulares. O estudante vai ter de conhecer física, química, história”, diz o coordenador do curso Etapa, Carlos Eduardo Bindi. “O Enem se transformou em uma maratona puxada, com 200 questões em dois dias. Agora está bem coladinho com o vestibular. Segundo o ministro, só o jeito de perguntar é que vai ser diferente”, diz Bindi. De fato, a prova poderá ter até 11h e meia de duração. Para o professor, o novo Enem, em vez de representar o fim dos vestibulares, é a criação do maior processo seletivo do país – e não facilita em nada a vida do estudante em termos práticos. “A preparação continua a mesma”, diz. “O programa é muito próximo do que os estudantes tiveram no ensino médio. O que nos cabe observar é se mudou mesmo a concepção da avaliação. Ou seja, como esses conteúdos serão cobrados na forma de perguntas”, avalia o diretor da editora COC, Tadeu Terra.



Enem deve ser obrigatório para alunos da rede pública  (Folha de S.Paulo – Cotidiano – 15/05/09)

O Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) deverá se tornar obrigatório para o aluno da rede pública obter o diploma de conclusão do antigo colegial. A medida foi acordada ontem entre o Consed (Conselho Nacional dos Secretários de Educação) e o ministro Fernando Haddad (Educação) e deve ser colocada em prática já em 2010, segundo Maria Auxiliadora Seabra Rezende, presidente do Consed, órgão que reivindicou a mudança ao MEC. Para a obrigatoriedade valer também na escola privada, ela teria de ser aprovada pelos conselhos estaduais de educação. O Enem hoje é realizado em 1.560 cidades por cerca de 70% dos alunos do ensino médio. Se for universalizado, será necessário um esquema de transporte e hospedagem de alunos, já que o exame não será aplicado em sala de aula. “A prova pode representar o acesso dele [o aluno] à universidade, o que exige cuidados maiores com a segurança”, diz Haddad. Já a partir deste ano, o Enem irá substituir o Encceja, usado para avaliar alunos que fizeram o ensino médio em supletivos. Para eles, o diploma será condicionado a uma nota mínima -definida por cada Estado. Já para os alunos do ensino médio regular não foi estabelecida uma nota mínima. Haddad considera complicado fazer essa exigência, já que o diploma, em sua visão, não deveria depender de uma única prova. Segundo Maria Auxiliadora, caberá ao comitê de governança do novo Enem -formado por representantes do MEC, de universidades e de secretarias estaduais de Educação- decidir se haverá uma lei nacional para tornar o Enem obrigatório ou se cada Estado poderá optar por aderir ou não. Ela afirmou, porém, que a obrigatoriedade do exame é um consenso de todos os governos estaduais e iria permitir às escolas e às secretarias fazerem uma autoavaliação.

Conteúdo
O MEC divulgou ontem o conteúdo das questões do novo exame -que será adotado como única forma de seleção por grande parte das universidades federais. Antes, o programa da prova mostrava só as habilidades exigidas. Agora, é mais detalhado (veja quadro ao lado). A maneira de formular as questões -que exige raciocínio e relaciona a pergunta a assuntos do cotidiano- não será alterada. No entanto, elas exigirão uma carga maior de informação, ao pedir a resolução de problemas matemáticos e cobrar o conhecimento de fatos históricos, por exemplo. Haddad já deixou claro, entretanto, que o aluno não terá de decorar datas. O conteúdo traz ainda algumas inovações em relação aos vestibulares tradicionais, elencando, por exemplo, conhecimentos de linguagens corporais e artísticas. Segundo a secretária de Educação Básica do MEC, Maria do Pilar Lacerda, todos esses conteúdos já são obrigatórios por lei. Um exemplo de conhecimento pedido, segundo ela, são os movimentos literários, relacionados a movimentos artísticos mais amplos. Outra maneira de se abordar a linguagem “corporal” seria, por exemplo, fazer perguntas relativas à competência linguística a partir de um texto sobre futebol. Em relação à exigência de história da África, ela lembra que o conteúdo já é obrigatório por lei desde 2003. O problema é que a lei é pouco cumprida e um plano nacional para sua implantação só foi divulgado anteontem.



Enem será obrigatório a partir de 2010  (O Estado de S.Paulo – Vida& – 15/05/09)

O novo Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) passará a será obrigatório para todos os alunos que concluírem a escola pública a partir do ano que vem, quando a prova será ampliada. O estudante terá de prestar o exame para receber o certificado de conclusão escolar. A decisão foi tomada ontem pelo Ministério da Educação a pedido dos secretários estaduais. Caberá aos Estados estabelecer as regras de uso do novo Enem como certificação dos estudantes do ensino médio. Por exemplo, o Estado define se bastará fazer a prova para receber o certificado ou se será exigido uma média mínima para ser aprovado. Ou ainda se para a aprovação valerá apenas a nota no Enem ou a avaliação escolar no decorrer do ano. A necessidade de tornar a Prova obrigatória vem da intenção dos Estados e do governo federal de ter uma avaliação universal das escolas de ensino médio. Hoje, a Prova Brasil, realizada a cada dois anos, é feita apenas para alunos da 4ª e 8ª série do ensino fundamental. A queixa dos governos estaduais era de que o Enem, por não ser obrigatório, não servia para avaliar justamente o nível de ensino mais problemático e de pior qualidade hoje no País,deixando-os sem parâmetros para saber que tipo de política pública adotar. No entanto, por não poder ser aplicada nas escolas, como a Prova Brasil – em que os alunos fazem como mais uma avaliação do ano – o Enem precisará de uma “motivação ”a mais para atrair todos os estudantes, daí a obrigatoriedade. “Não podemos fazer o Enem nas escolas por uma questão de segurança. Ao contrário da Prova Brasil, que é usado apenas para a avaliação das escolas, o Enem valerá uma vaga na universidade”, explicou o ministro da Educação, Fernando Haddad. Atualmente, pouco mais de 70% dos estudantes que concluem o ensino médio já fazem o Enem. Em 2008, foram mais de 4 milhões de inscritos. Para chegar a 100% na rede pública, o MEC terá que tornar os locais de prova mais acessíveis em todo o País. Hoje, a prova é aplicada em 1.600 municípios. Apesar da avaliação deque não será necessário ampliar para as 5.568 cidades, O número de locais terá de ser consideravelmente maior. “Essa é uma das razões pelas quais precisamos de mais tempo. Hoje os Estados já oferecem transporte para os jovens que fazem o Enem, mas a nova prova terá dois dias. Teremos de considerar deslocamento, alimentação”, disse a presidente do Conselho Nacional de Secretários Estaduais da Educação (Consed), Maria Auxiliadora Rezende. “Não podemos tornar obrigatório um exame e o estudante não ter condições de fazê-lo. ”O MEC, no entanto, vai apenas fornecer a prova e a logística para distribuição nacional. Caberá aos Estados levar os estudantes até o local e também estabelecer uma nota de  corte,além dos detalhes para a certificação. “Acredito que é necessária nota de  corte,mas são os Estados que precisam definir essas normas”, afirmou Haddad.

REDE PARTICULAR

Mas a obrigatoriedade deverá servir apenas para as escolas públicas. Os alunos das particulares continuarão participando de forma voluntária, como hoje – a menos que Conselhos Estaduais de Educação aprovem a participação obrigatória para todas as escolas do Estado. “Mas acredito que as particulares vão até desejar ampliar sua participação”, afirmou Haddad.Não só pela avaliação, mas porque a prova, servindo também como vestibular das universidades federais, deverá atrair boa parte de seus alunos. Isso porque as federais poderão usar a nota do Enem como processo seletivo ou em parte da seleção, como na primeira fase. Para este ano, a proposta inicial é que o período de inscrição seja de 15 de junho a 17 de julho.  Concluintes do ensino médio público não pagam a taxa de inscrição de R$ 35. Ontem, o ministério divulgou também a matriz de conteúdos e habilidades que deverá ser usadas como base para a formulação das questões do novo Enem. O documento aponta que os estudantes deverão demonstrar, por exemplo, habilidades para elaborar propostas, enfrentar situações problema, construir argumentações, dominar linguagens (não apenas línguas, mas a linguagem matemática e científica) e compreender e explicar fenômenos. Já o conteúdo deve ser mais enxuto e formulado, sem decoreba ou pegadinhas.

Como vai funcionar

Estrutura da prova:
Será composta de uma redação e 200 questões objetivas divididas em quatro áreas

Sistema integrado: O estudante poderá fazer a prova em qualquer parte do País e se candidatar a qualquer instituição participante, pública ou privada, que tenham aderido ao sistema

Quando será oferecido: O Enem deve ser oferecido 2 vezes por ano – em março ou abril e outra prova no segundo semestre. Neste ano, a previsão é de que seja nos dias 3e 4 de outubro. A proposta inicial para as inscrições é de 15 de junho a 17 de julho. Os resultados serão comparáveis, o que permitirá usara mesma prova para se inscreverem instituições diferentes

Adesão total: Instituições que aderirem a essa categoria terão de colocar as vagas no sistema eletrônico do MEC para que a seleção seja feita com base na nota do Enem

Adesão parcial: As que aderirem apenas ao Enem poderão usá-lo como parte de sua seleção, mas terão de inscrever os alunos diretamente e criar vestibular próprio

Nova prova pode orientar currículo de escolas

A vantagem para o sistema educacional da obrigatoriedade do Enem para a rede pública está no fato de ele funcionar como um norteador para o que deve ser ensinado nas escolas – já que na maioria dos Estados não há um currículo mínimo. O problema está no que fazer com os alunos que reprovarem e com a centralização que será criada. A análise é da educadora Wanda Engel, superintendente executiva do Instituto Unibanco. “Por mais que não seja o ideal e que haja ressalvas quanto à centralização, é bom alguma coisa estar sendo feita para melhorar o ensino médio, mesmo com todas as dificuldades e as diferenças que temos no País”, afirma ela. Para o presidente do Movimento Todos pela Educação, Mozart Neves, a obrigatoriedade do Enem segue a tendência criada pelo Ministério da Educação(MEC)de tornar o exame a grande referência do ensino médio.“Com a mudança do formato do Enem, o uso dele na seleção das universidades federais e a alteração no currículo, dar ao exame um caráter certificador me parece natural”, diz. No entanto, para Neide Noffs, professora da Faculdade de Educação da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo(PUC-SP), o processo todo, apesar de positivo, está sendo implementado de maneira muito rápida, sem pensar no aluno. O grande risco, segundo ela, é o Enem obrigatório se transformar apenas num grande ranking de escolas, que, estigmatiza e desestimula as piores. “Para um adolescente, ser obrigado a fazer alguma coisa nunca vai dar certo. Mas se explicarem o lado positivo, será melhor”,diz Marilia Beatriz Brito de Souza, de 18 anos, do 2º ano da Escola Estadual Professor Benedito Tolosa. Já para Marco Aurélio do Prado, de 21 anos, da E.E. Professor Almeida Júnior, obrigatoriedade será estimulante para os alunos. “Muita gente deixava de fazer por medo de tirar nota ruim. Agora todo mundo vai se empenhar.”



Uso do Enem como seleção para universidade gera estresse no aluno, diz educador  (Tribuna da Bahia – Educação – 15/05/09)

A mudança imediata do vestibular tradicional pelo Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) para a entrada na universidade está gerando estresse em alunos que, durante sua vida escolar, foram preparados para a seleção nos moldes atuais. A avaliação foi feita pelo idealizador e coordenador do Guia Enem, Carlos Piatto, durante o 16º Congresso Internacional de Educação, no Expo Center Norte, em São Paulo. Segundo ele, o uso do Enem como prova de seleção para o ensino superior é uma tendência, já que isso consta dos documentos do projeto, mas ainda há necessidade de alterações devido ao que chamou de ingerência das universidades, que acabam por moldar o currículo de acordo com as exigências do vestibular. “A necessidade de um exame diferente que trabalha com leitura, com a resolução de problemas, já existe. Seria um alívio para o aluno trabalhar de forma diferente daquela que trabalha. Essa insegurança é gerada em função do próprio tempo que o aluno tem para entender como isso vai acontecer”, disse. Para Piatto, o Enem, como está planejado, não é suficiente para selecionar o aluno que entrará ou não na universidade, por isso a proposta de mudança e o aumento do número de questões são importantes. “Você não consegue comparar a nota de um Enem com os anos anteriores, então não dá para ver se o aluno que fez duas provas diferentes teve nota melhor ou pior porque as provas foram diferentes. A maneira como o Enem está estruturado não me parece suficiente para uma seletividade como é necessária em alguns cursos”, disse. Piatto acredita que muitas das instituições utilizarão o Enem como primeira fase de seu processo seletivo para depois, na segunda etapa, realizar de fato a seletividade necessária em alguns cursos. “Em alguns lugares, já se notou que o aluno que entra na universidade por meio do vestibular seria o mesmo que entraria pelo Enem. Mas tem que se levar em conta que há diversas possibilidades, com vestibulares que contam com uma série de particularidades”. Nesse caso, ele cita instituições que têm candidatos extremamente capacitados, para os quais a prova do Enem não seria suficiente em sua seleção. “Dificilmente um vestibular concorrido, como é o caso do ITA [o Instituto Tecnológico de Aeronáutica],poderia usar o Enem como única ferramenta de seleção”. Na avaliação de Piatto, quem está preparado para o vestibular também está preparado para o Enem, mas o grande problema é que o aluno é condicionado a pensar de uma determinada maneira, porque pensa nas matérias de forma separada e procura resolver primeiro os exercícios das disciplinas de que mais gosta ou que sabe melhor. “Dentro da concepção do Enem, não existe essa classificação. E eu acredito que o aluno está muito mais preparado do que o Enem exige, às vezes. Só que de uma maneira diferente”. O educador afirmou que o índice de analfabetismo de 9,9% em 2007, verificado pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), e a queda de 0,4% ao ano dessa taxa aparecem no Enem, já que muitos alunos deixam de conseguir nota melhor porque a principal competência do exame é a leitura e a interpretação. “Esse aluno tem sérias dificuldades na sua formação, que o afetam. É um problema a ser trabalhado constantemente. O desenvolvimento dessa competência leitora é função de todos todos os professores, não só dos de língua portuguesa”.