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15/09/2015 / Em: Clipping

 


USP perde 11 posições em ranking de melhores do mundo  (UOL – Educação – 15/09/15)

A Universidade de São Paulo (USP) perdeu 11 posições no ranking das melhores instituições de ensino superior do mundo elaborado anualmente pela empresa britânica Quacquarelli Symonds (QS). Ainda assim, a USP aparece como a universidade brasileira melhor posicionada na 12ª edição do QS World University Rankings, em 143º lugar. Em 2014, estava em 132º. Por sua vez, a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) subiu 11 posições, para o 195º lugar, sendo a única outra universidade do Brasil a ficar entre as 200 melhores do mundo. “A queda da USP se deve em grande parte a um ajuste de nossa metodologia. Mudamos a forma como avaliamos as citações de pesquisas por cada área de conhecimento”, explica Simona Bizzozero, porta-voz da QS. “Antes, universidades que eram mais fortes em áreas de Ciências da Vida e Medicina acabavam levando vantagem – pois as pesquisas nestas áreas costumam ser mais divulgadas em publicações científicas e em inglês, o que facilita que sejam citadas por outros pesquisadores – do que pesquisas feitas em outras áreas, como Ciências Sociais, que acabam sendo publicadas em livros e em idiomas locais.” Ao todo, 22 universidades brasileiras aparecem na lista, tornando o Brasil o país da América Latina com mais instituições na avaliação feita pela QS, à frente da Argentina, com 16, e do México, com 14. “A performance do Brasil variou. Algumas universidades ganharam posições, enquanto outras perderam. Mas, em comparação com outros Brics, o Brasil vai bem”, afirma Bizzozero. “Neste ano, por exemplo, a Índia teve pela primeira vez duas universidades no top 200, algo que o Brasil já tem há muito tempo. Claro que são duas realidades bem diferentes, mas com desafios bastante semelhantes. O Brasil fez um grande investimento nas últimas décadas para internacionalizar seu ensino superior, mas ainda há espaço para melhorar.”



Estudantes brasileiros estão na lanterna em ranking digital  (Terra – Educação – 15/09/15)

Os alunos brasileiros estão nas últimas posições em um ranking de 31 países que avaliou a habilidade de navegar em sites e compreender leituras na internet elaborado pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). O relatório realizado no âmbito do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (PISA) da OCDE de 2012, resultou do primeiro estudo da organização que analisa as competências de alunos na área digital.  O Brasil ficou na antepenúltima posição no ranking, à frente apenas dos Emirados Árabes e da Colômbia. Os melhores resultados foram obtidos pelos alunos de Cingapura, Coreia do Sul, Hong Kong, Japão, Canadá e Xangai.



Público e notório saber   (Folha de S.Paulo – Editorial – 15/09/15)

Até os anos 1960, muitos colégios oficiais integravam a elite do que hoje se chama ensino médio. Com poucas exceções, redes estaduais e municipais perderam terreno para escolas particulares e se tornaram sinônimo de educação de baixa qualidade.  Estariam as universidades públicas enveredando pelo mesmo caminho? A hipótese foi levantada por Rogério Meneghini e Estêvão Gamba no caderno especial “Campus Minado”, que traz a edição 2015 do Ranking Universitário Folha (RUF). Ainda que não permita conclusão inequívoca, o próprio RUF dá pistas a respeito.  Tome-se a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Desenvolvendo-se à sombra da excelência da Escola Paulista de Medicina, ela retrocedeu dez posições na lista, do 12º para o 22º lugar. Seria exagero tomar a Unifesp como representativa do conjunto de universidades públicas e falar em decadência generalizada. Federais e estaduais dominam o RUF até a 50ª posição, pelo menos, e assim permanecerão por bom tempo. Em muitos cursos específicos, porém, as universidades privadas tomam o lugar das públicas. É o caso da FGV, que ultrapassou UFRJ e UFMG em administração, área que viu ainda o Insper saltar da 36ª para a 8ª colocação. O 2º lugar de propaganda no RUF ficou com a ESPM-SP. Em odontologia, o 4º foi para a São Leopoldo Mandic.  A maior parte do recuo da Unifesp, cabe anotar, se deu na avaliação do mercado de trabalho. Pela metodologia do RUF, esse quesito pesa mais (36%) na pontuação final de cursos isolados do que na de universidades propriamente ditas (18%), na qual prepondera a qualidade da pesquisa (42%).  Portar um diploma da USP (1º lugar no RUF) ou de várias universidades públicas sempre foi passaporte para emprego em qualquer área. Em especial nos cursos mais profissionalizantes, todavia, o prestígio conferido por seus méritos em pesquisa –quase inexistente nas particulares– parece perder importância aos olhos de empregadores. Claro está que a crise de financiamento nas instituições oficiais, resultado do estrangulamento orçamentário do Estado ou do descontrole administrativo interno, contribui sobremaneira para empanar o notório brilho dessas instituições. Tampouco ajuda que docentes, alunos e funcionários promovam greves que só prejudicam quem quer estudar e pesquisar. Enquanto não se derem conta de que o valor do saber lhes é mais crucial que o valor das verbas, as universidades públicas estarão cortejando a própria ruína.