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18/09/2017 / Em: Clipping

 

Unicamp tem recorde de inscrições para vestibular de 2018; 1ª fase será em novembro (Agência Nacional – Educação – 16/09/2017)

Foram 83776 inscritos, 10 mil a mais que na última seleção. A alta foi de 14%. De acordo com a Comissão Permanente para os Vestibulares (Comvest), este aumento está relacionado com a ampliação das provas para quatro novas cidades. O número de candidatos isentos também bateu recorde. A primeira fase do vestibular da Unicamp 2018 acontecerá no dia 19 de novembro e a segunda nos dias 14, 15 e 16 de janeiro de 2018. Confira os detalhes.

 


Entrar na universidade: uma reflexão sobre o processo de acesso ao ensino superior (Gazeta do Povo – Educação – 16/09/2017)

Por que provas tão longas e extenuantes, em tempos tão exíguos, com tão poucas vagas?

Nos países de clima frio, em muitas residências, as pessoas entram e deixam suas pesadas roupas em um estreito corredor que dá acesso à sala. É o vestíbulo. Desde sempre é assim. Com o tempo, essa palavra tornou-se também o sinônimo de um processo de seleção e também um ritual de passagem entre o mundo da rua e o mundo do conhecimento acadêmico, a Universidade. Estamos falando do vestibular. É, de fato, uma interessante apropriação do termo. Afinal, para os jovens, o ingresso na vida adulta é sempre uma mudança importante e os rituais dessa passagem servem para marcar a memória desse acontecimento. Principalmente porque não é fácil. O caminho é estreito. Vale também lembrar que, no início das universidades italianas, nos séculos XI -XII, os jovens que eram aceitos em suas salas de aula tinham os cabelos raspados, por uma questão de higiene. Aí vemos como há costumes que continuam a fazer sentido. E outros não. E então, temos hoje os vestibulares. Para alguns cursos, como a Medicina, por exemplo, a concorrência é altíssima e o desempenho nas provas deve beirar a perfeição. E, para isso, há todo um preparo. Que pode levar anos. O sonho de ingressar em uma universidade de qualidade é algo que muitos pais alimentam para seus filhos desde os primeiros anos de escolarização. E tentam prepara-los desde muito jovens para esse momento. A lógica é simples; poucas vagas e muita procura leva à necessidade da seleção. E seleção exige preparo. Aliás, temos na palavra “seleção” outra apropriação interessante. País do futebol que somos, sabemos que a “Seleção” é só para os melhores. E quantos disputam as poucas vagas que um time oferece para jogar uma Copa do Mundo? E vem o outro lado: estresse, angústia, sofrimento e, muitas e muitas vezes, a desilusão. O que leva muita gente a discutir se isso é realmente necessário. Por que provas tão longas e extenuantes, em tempos tão exíguos, com tão poucas vagas? Uma reflexão importante: selecionar é necessário. Não seria se o número de vagas fosse igual ao de pretendentes. Imagine um time de futebol com cinco mil jogadores! A pergunta, então, é: como fazer uma boa seleção? Há muitas faces para essa questão. Para muitos, as provas são boas porque condicionam, em um efeito cascata, o ensino Médio e o Fundamental. Por outro lado, muitos educadores criticam essa vinculação, afirmando que a Educação das crianças e jovens não pode estar voltada para o vestibular, mas para a preparação para a vida. Ao longo dos anos, porém, a inclusão da Redação, depois as provas discursivas, os temas vinculados à cidadania, provocaram mudanças nos conteúdos, na formação dos professores e no jeito de se relacionarem com os estudantes que os aproximou bastante das importantes questões… da vida. Enfim, uma polêmica. Penso que os vestibulares deveriam ser mais ousados. E, para isso, os professores universitários deveriam voltar seus olhos para o Ensino Médio, conhecer melhor esses jovens, e projetar avaliações para mobiliza-los em relação aos valores que a Universidade quer ver expressos neles. Provas que exijam conhecimentos sociais, artísticos, históricos, por exemplo. Mas também o grau de contato com os avanços das ciências. E tudo isso permeado pela língua, por meio da qual esses outros conhecimentos se expressam. Ler e escrever. Compreender e interpretar. Argumentar e propor, com fundamentos e criatividade. Quem não gostaria de um jovem com essas qualidades? E então por que não selecioná-los com base nesses parâmetros? Mas há outras experiências que as Universidades poderiam estimular. Envolvimento comunitário, trabalho voluntário, propostas sociais locais, participação nas discussões do planejamento da cidade, entrevistas individuais e em grupo. Ou seja, selecionar um jovem que pensa e que age. Entrar na Universidade não é um fim. É uma escolha. As escolas devem, realmente, preparar para a vida. Mas para os que querem colocar nas suas vidas essa escolha, os vestibulares devem estar à altura desse ritual de passagem. Como na época que sonhávamos trocar os shorts pelas calças compridas, a lancheira pelo dinheiro para comprar na cantina, a carona com a mãe acenando na porta pela passagem do ônibus. Como sentar na mesa dos adultos. Quem já viveu tudo isso, entenderá.

 


Prova do Enem vai ser a mais segura dos últimos anos, garante diretora do Inep (R7 – Colunas – 16/09/2017)

Exame deste ano terá prova identificada com o nome do aluno

Diretora de Gestão e Planejamento do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira), Eunice de Oliveira Ferreira Santos é a responsável pela área que cuida da logística do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), um dos maiores exames do gênero no mundo. Em 2017, são 6,7 milhões de candidatos que miram o ingresso em instituições de ensino superior. A aplicação das provas, que serão realizadas em 5 e 12 de novembro, vai ser a mais segura dos últimos anos, garante a diretora do Inep. “Teremos pela primeira vez no Enem a prova identificada, com o nome e o número do aluno. Isso vai ajudar na segurança e na consistência da nossa base de dados, deixando a conferência (dos dados) mais ágil”, afirma Eunice Santos. “O que aconteceu em 2009 (vazamento da prova e adiamento do exame) foi um divisor de águas. Houve um prejuízo grande e foi um trauma para os estudantes. O fluxo do Enem foi redesenhado e a segurança, aperfeiçoada. Para aplicar a prova identificada, fizemos um mapeamento de como agem as quadrilhas que atuam para fraudar esse tipo de exame, com a ajuda da Polícia Federal”, diz. Neste sábado (16), como parte do protocolo de aplicação do Enem, a diretora do Inep vai participar de uma capacitação para os 210 coordenadores municipais escolhidos para gerenciar as etapas de execução do exame no Estado de São Paulo. O treinamento, que vai ocorrer em um hotel na zona norte da capital paulista, é presencial, vai durar 12 horas e incluirá simulações de ocorrências que podem terminar com a eliminação do candidato, como o uso do celular durante o horário de prova. “Tudo será repassado aos coordenadores, inclusive essas simulações do que se deve fazer em determinados casos”, diz a diretora do Inep. O Enem será realizado em 1.724 cidades brasileiras. Serão 22 mil locais de aplicação da prova, com 220 mil salas. O consórcio contratado para a execução do exame é formado pela Fundação Cesgranrio e pela Fundação Getúlio Vargas. A correção da redação será de responsabilidade da Fundação Vunesp.