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20/01/2014 / Em: Clipping

 


Provas de habilidades específicas da Unicamp começam nesta segunda   (Globo.Com – G1 Vestibular – 20/01/14)

A Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) aplica, a partir desta segunda-feira (20), os exames de habilidades específicas aos 446 candidatos dos cursos de arquitetura e urbanismo, artes cênicas, artes visuais e dança. As provas são realizadas somente em Campinas (SP) e seguem até esta sexta-feira (24).



Após doações, cotista poderá se matricular em universidade   (Folha de S.Paulo – Cotidiano – 18/01/14)

Com a ajuda de pessoas de vários Estados, Jonathan Derek Souza e Silva, 20, conseguiu dinheiro para viajar e se matricular na Universidade Federal de Sergipe. Agora, vislumbra auxiliar outros estudantes pobres. A Folha mostrou ontem que Jonathan, morador de uma favela na zona sul de São Paulo, foi aprovado no curso de artes visuais da universidade como cotista. Porém, não tinha recursos para ir a Aracaju fazer a matrícula, que é presencial e cujo prazo acaba na terça-feira. Menos de 24 h após a publicação da reportagem, Jonathan conseguiu verba para bancar sua passagem área –um doador anônimo, sozinho, depositou R$ 2.000. Uma “vaquinha” online levantou mais R$ 600. O aluno diz que ao menos outras 30 pessoas entraram em contato para depositar mais dinheiro. A Folha foi procurada inclusive por uma brasileira que mora em Berna, na Suíça, que queria ajudá-lo. “Como o menino chega onde chegou e pode perder a vaga por R$ 500?”, disse ela, que não quis ser identificada, sobre o valor da uma passagem São Paulo-Aracaju. De Sergipe, uma família garantiu que Jonathan poderá morar com eles, caso não consiga a bolsa moradia da universidade. O valor que exceder a quantia que Jonathan precisa será usado para ajudar outros cotistas em situação semelhante, que estão sendo identificados pelo Educafro (cursinho comunitário onde Jonathan estudou).

Aos 80, USP vai discutir mudanças no vestibular   (Folha de S.Paulo – Cotidiano – 19/01/14)

Ao completar 80 anos, a USP vai discutir mudanças na forma de entrada na universidade, a principal do país. O modelo de vestibular pode até perder peso.  Quem levantará a discussão será o novo reitor da instituição, Marco Antonio Zago, que assume no sábado –data que coincide com o 80º aniversário da escola.  Em entrevista à Folha, Zago apontou dois problemas no atual modelo de vestibular da Fuvest, iniciado em 1977. O primeiro é que as provas (1ª e 2ª fases) podem ser insuficientes para definir quais são os estudantes que devem ingressar na USP. Outro problema é que as escolas de ensino médio se voltam quase exclusivamente ao treinamento de alunos para o vestibular. “Quero que sejam analisadas maneiras alternativas ou adicionais, que podem ser combinadas”, afirmou Zago. Ou seja, podem ser criadas outras formas de ingresso ou o exame pode ganhar etapas. Um dos exemplos a serem estudados, disse o novo reitor, é o da Unicamp, que utiliza apenas o Enem para ingresso em um de seus programas de graduação (Profis). Zago, porém, afirma que não tem um modelo ideal. Pedirá às unidades que discutam o tema, antes de chegar a um modelo a ser votado. “Não é porque a Fuvest funciona bem que ela não precisa ser revista”, disse. No último vestibular foram 170 mil inscritos, que disputaram 11 mil vagas. Foram aplicadas duas fases de provas, a primeira com testes; a segunda foi dissertativa. No ensino superior do Brasil e do exterior há diferentes modelos de seleção. O curso de direito da FGV-SP não possui prova com testes e, numa das etapas, os candidatos são avaliados por meio de exame oral, após discussões em grupo. Universidades americanas usam a nota em prova nacional, análise de currículo e entrevistas. De sua parte, a USP tem um problema adicional: seu tamanho. Como fazer uma seleção justa e equânime para mais de 150 mil candidatos?  Apesar do desafio, o presidente do sindicato das escolas particulares, Benjamin Ribeiro da Silva, afirma que a USP acerta em tentar mudar.  “Os alunos exigem que ofereçamos treino para o vestibular. O empreendedorismo de cada um fica de lado.”  Coordenador da ONG Educafro, frei David Santos destaca que alunos cotistas entram com notas mais baixas no vestibular, mas se formam no mesmo patamar dos demais. “A USP está perdendo hoje esses talentos de escolas públicas, pobres.”

Uma boa ação social   (Folha de S.Paulo – Opinião – 20/01/14)

O papel que os jovens representarão no Brasil de amanhã está diretamente relacionado à empregabilidade dessa faixa etária e às condições oferecidas para a formação de novos profissionais.  Alguns números dão ideia do tamanho do problema. A escolaridade média do brasileiro é de 8,8 anos (IBGE, 2012), contra os quase 14 anos de estudo registrados nos Estados Unidos e na Coreia do Sul.  Praticamente cumprida a meta de universalização do acesso ao ensino fundamental, o gargalo da vez é o ensino médio. Cerca de 20% dos jovens de 15 a 17 anos estão fora da escola. E, dos 80% que entram, 9% abandonam o curso e 12% são reprovados. Isso sem contar os 31% que se enquadram na categoria distorção entre idade e série.  Os prejuízos são evidentes. Basta lembrar que cada ano adicional de escolaridade corresponde a cerca de 10% de aumento no salário e a um crescimento de 0,37% no Produto Interno Bruto (PIB).  Diante de tais benefícios, o que leva à evasão escolar? Segundo pesquisa da Fundação Getulio Vargas, 40% desistem porque acham a escola desinteressante; 27% porque precisam trabalhar; e 11% porque o acesso à escola é difícil.  Além do descolamento entre currículo e a vida do aluno, especialistas identificam que –em especial no grupo dos 9,6 milhões da geração nem-nem (nem estudam nem trabalham)–, a desistência da escola está vinculada ao que chamam de ambiente cultural de antecedentes de fracasso. O desistente geralmente é o primeiro da família a atingir esse patamar de estudo e pertence a comunidades carentes, em situação de vulnerabilidade e exclusão do mercado formal de trabalho.  Um programa dentro das políticas públicas de inclusão profissional que vem demonstrando eficácia é o da aprendizagem incentivada pela lei nº 10.097/00, reconhecida como ação de assistência social.  Conjugando treinamento prático nas empresas e capacitação teórica ministrada por entidade qualificadora, conta hoje com 280 mil jovens de 14 a 24 anos em formação profissional, segundo o Ministério do Trabalho e Emprego, com a meta de atingir até o final do ano a marca de 1 milhão de aprendizes.  Ao lado da fria letra da lei e respondendo por um terço dos jovens em capacitação profissional, o Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE) vivencia o lado humano da aprendizagem, testemunhando seu impacto benéfico nos jovens e suas famílias, que também são incluídas no processo com encontros de orientação e constante acompanhamento de assistentes sociais. Inseridos no ambiente corporativo e contando com salário e outros benefícios, que reforçam a renda familiar, os jovens descobrem o valor do aprendizado contínuo, ganham autoestima e adquirem posturas que favorecerão uma futura efetivação ou mesmo o sucesso no primeiro emprego formal. Com um detalhe animador: aptos a conciliar trabalho e estudos, muitos decidem avançar na carreira e partem para a universidade ou o pequeno negócio próprio. Com tal força inclusiva, inegavelmente a aprendizagem é daquelas boas ações de assistência social que, além de dar o peixe, logo de início ensina a pescar.

LUIZ GONZAGA BERTELLI é presidente executivo do Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE)