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20/07/2009 / Em: Clipping

 


Unicamp: nota do Enem 2009 aceita inclusive de quem zerar redação  (A Tarde/Salvador – Vestibular – 18/07/09)

A Comissão Permanente para os Vestibulares da Unicamp (Comvest) informou que alunos que tenham tirado zero na prova de redação do Enem não ficarão excluídos de usar o resultado do exame no Vestibular Unicamp 2010, como acontecia em anos anteriores. Assim, todos os candidatos poderão utilizar a nota da parte objetiva, desde que autorizado no ato da inscrição para o vestibular. Para este vestibular, os candidatos que quiserem aproveitar a nota do Enem, poderão usar apenas o resultado do Enem 2009. Os vestibulandos precisam autorizar sua utilização no Formulário de Inscrição do vestibular, que estará disponível na internet. O Enem 2009 pode contribuir com até 20% da nota da primeira fase. As inscrições para o Vestibular Unicamp 2010 acontecem de 13 de agosto a 6 de outubro exclusivamente em www.comvest.unicamp.br.



Os novos rumos da avaliação  (Revista Educação – Edição 147)

O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) mudou e, a partir deste ano, passa a ser o único ou um dos principais instrumentos de seleção de ingressantes de 45 universidades federais. Nesse contexto, há quem defenda que a avaliação vai se tornar uma referência central, sinalizando para uma nova configuração do ensino médio, ao mesmo tempo que aponta para mudanças no ensino superior. Este cenário alimenta a expectativa de que o Enem impulsione um movimento de renovação e (suposta) melhoria da qualidade da educação de nível secundário, uma vez que propõe uma abordagem interdisciplinar do conhecimento e que vincula mais fortemente teoria e prática. A avaliação funcionaria, então, como um instrumento capaz de induzir a renovação do ensino médio, tida como necessária por grande parte dos educadores. No entanto, da promessa à mudança efetiva, há um caminho um tanto quanto tortuoso a ser percorrido. A própria história do Enem é evidência disso, ao se constatar que, desde que foi criado em 1998, seu impacto sobre os currículos acabou sendo limitado, influindo isoladamente nos conteúdos e nas metodologias de ensino de algumas escolas, mas não no sistema de ensino como um todo. Nem mesmo o fato de ser aceito, ao longo da última década, como parte do processo seletivo de centenas de instituições públicas e privadas de ensino superior gerou uma mudança significativa sobre os conteúdos ou sobre a maneira como se ensina e se aprende nas escolas brasileiras. E isso se deve, justamente, à força do vestibular sobre o ensino médio.”O Enem surgiu como um exame voluntário, por isso não se prestou muita atenção nele até agora. A partir do momento em que ele passa a ter um caráter de obrigatoriedade para o ingresso nas federais, ganha um novo significado”, analisa a educadora Guiomar Namo de Mello, ex-secretaria municipal de Educação de São Paulo (gestão Mario Covas) e atual da Escola Brasileira de Professores (Ebrap), empresa de projetos e formação continuada. Ou seja, a percepção de alguns analistas é a de que o Enem acabou perdendo a concorrência para o vestibular convencional, fortemente embasado na divisão disciplinar dos conteúdos e, segundo educadores (a maioria das quais da área de humanas), mais centrado na memorização de informações e fórmulas do que na capacidade de aplicar o aprendido ou de refletir sobre ele. Com isso, uma parcela significativa das escolas teria continuado a se espelhar nesses exames, tratando a aprendizagem como sinônima da capacidade de acumular informações. Agora, a aposta é que o desfecho seja outro. “O perfil da prova induz a uma repactuação entre o ensino médio e o superior”, diz Reynaldo Fernandes, presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), autarquia do Ministério da Educação responsável pelo exame.  Essa ideia começa a fazer mais sentido quando se leva em conta que, além de funcionar como mecanismo de ingresso nas federais, o MEC está realizando estudos, já avançados, com a finalidade de adotar Enem como marco zero para avaliar o desenvolvimento dos estudantes ao longo do ensino superior. Assim sendo, já a partir de 2010, a prova do Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade) feita pelos alunos do 1° ano de graduação poderá ser substituída pelo Enem. A mudança de metodologia, contudo, não significa necessariamente que o Enem será um exame mais adequado para selecionar estudantes para o ensino superior do que os vestibulares tradicionais. Esta é a opinião de Roberto Lobo Leal, ex-reitor da Universidade de São Paulo (USP) e consultor: “A tese é que o Enem será melhor do que os processos seletivos de instituições como a USP e a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), mas não temos a certeza de que será assim”.