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21/12/2017 / Em: Clipping

 

Unicamp solta notas da primeira fase do Vestibular 2018 (Brasil Escola – Notícias – 21/12/2017)

Relação de convocados para segunda fase foi publicada no dia 7 de dezembro

A Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) publicou nesta quinta-feira, 21 de dezembro, as notas da primeira fase do Vestibular 2018. Mais de 75 mil candidatos fizeram as provas no dia 19 de novembro. Elas foram compostas por 90 questões objetivas de conhecimentos gerais. A lista de selecionados para a segunda etapa saiu no dia 7 de dezembro. De acordo com a instituição, no total 15.461 candidatos estão aprovados para a segunda fase. Eles farão as provas nos dias 14, 15 e 16 de janeiro de 2018. (Consulte local de prova 2ª fase Unicamp 2018). Elas serão formadas por uma redação e questões discursivas de disciplinas ministradas no ensino médio.

Vagas e concorrência

O curso mais concorrido nesta segunda fase é o de Tecnologia em Sanemento Ambiental, com 10,4 candidatos por vaga. Em segundo lugar aparece Medicina, com 10,1 inscritos por vaga. Ainda figuram entre os mais disputados, o curso de Ciências Biológicas, que registrou 7 candidatos para cada oportunidade. Veja a concorrência completa e as notas de corte. A divulgação da primeira chamada está prevista para 8 de fevereiro de 2018 com matrículas para o dia seguinte. No total, serão realizadas 12 convocações até o mês de março. A oferta é de 3.340 vagas em 70 cursos ministrados em Campinas, Limeira e Piracicaba, no interior de São Paulo. Candidatos dos cursos de Música já passaram pelos Testes da Habilidades Específicas. Para as carreiras de  Arquitetura e Urbanismo, Artes Cênicas, Artes Visuais e Dança essas provas serão aplicadas em janeiro, entre os dias 23 e 26. Os vestibulandos farão questões teóricas e práticas, de acordo com o curso. Outros detalhes podem ser obtidos no Manual do Candidato ou na Revista do Vestibulando.

 


Unicamp divulga notas dos aprovados para a segunda fase do vestibular (A Tribuna – Cidades – 21/12/2017)

Provas dissertativas serão aplicadas nos dias 14, 15 e 16 de janeiro

 

A Unicamp divulgou nesta quinta-feira (21) as notas obtidas pelos candidatos na primeira fase do vestibular 2018. As informações estão no site oficial da Comissão Permanente para o Vestibular (Comvest). Na página, é possível consultar também os locais de prova da segunda fase, que ocorre nos dias 14, 15 e 16 de janeiro. A segunda fase é constituída de provas idênticas para todos os candidatos, com questões dissertativas. Cada uma das provas é composta de seis questões, com exceção da redação.

 


Analfabetismo entre pessoas pretas e pardas é mais que o dobro do que entre as brancas, diz IBGE (G1 – Educação – 21/12/2017)

Taxa geral de analfabetismo no país caiu para 7,2%. Entre as pessoas autodeclarados pretas ou pardas, índice é de 9,9%, e de 4,2% entre as brancas.

Uma pesquisa divulgada nesta quinta-feira (21) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) aponta que, em 2016, a taxa de analfabetismo no país caiu para 7,2%. Em 2015, 8% dos brasileiros com 15 anos ou mais não sabiam ler ou escrever no país. O levantamento foi feito ao longo de 2016 por meio da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD). Naquele ano, o total de analfabetos foi estimado em 11,8 milhões de pessoas e “apresentou relação direta com a idade, aumentando à medida que a idade avançava até atingir 20,4% entre as pessoas de 60 anos ou mais”. O total de analfabetos mostra que o país ainda está distante de cumprir a Meta 9 do Plano Nacional de Educação (PNE), instituído pela Lei n. 13.005. O PNE estipulava a redução da taxa de analfabetismo para 6,5%, em 2015.

Taxa entre pretos ou pardos

Além de notar que a taxa é maior entre os mais idosos, a pesquisa também aponta que o número é superior entre as pessoas pretas ou pardas (termos usados em todas as pesquisas do IBGE). Se considerados apenas os autodeclarados brancos, a taxa total de analfabetismo é de 4,2%, enquanto entre as que se declaravam pretas ou pardas o índice foi de 9,9%. Em um recorte que considera as pessoas com 60 anos ou mais, o percentual entre os dois grupos é de, respectivamente, 11,7% e e 30,7%. “Essa relação foi constatada em todas as Grandes Regiões”, analisa o relatório do IBGE. No país, a taxa de analfabetismo para os homens de 15 anos ou mais de idade foi 7,4% e para as mulheres, 7,0%.

Analfabetismo nas regiões

De acordo com o estudo, a região Nordeste apresentou a maior taxa de analfabetismo (14,8%), o que representa “em torno de quatro vezes mais do que as taxas estimadas para as regiões Sudeste (3,8%) e Sul (3,6%). Na Região Norte essa taxa foi 8,5% e no Centro-Oeste, 5,7%. Logo, a Meta 9 do PNE para 2015 só foi alcançada nas Regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste”.

Nível de instrução e anos de estudo

De acordo com o IBGE, no Brasil, 51% da população de 25 anos ou mais de idade estavam concentradas nos níveis de instrução até o ensino fundamental completo ou equivalente; 26,3% tinham o ensino médio completo ou equivalente; e 15,3%, o superior completo. “Considerando a cor ou raça, as diferenças no nível de instrução se mostraram ainda maiores: enquanto 7,3% das pessoas brancas não tinham instrução, 14,7% das pessoas pretas ou pardas estavam nesse grupo. Situação inversa ocorreu no nível superior completo: 22,2% das pessoas brancas o possuíam, ao passo que entre as pretas ou pardas a proporção era de 8,8%”, aponta o relatório do IBGE.

Taxa de escolarização

A pesquisa também verificou o percentual das pessoas que frequentavam a escola, um contingente que somava 56,5 milhões de pessoas. “Entre as crianças de 0 a 3 anos a taxa de escolarização foi 30,4%, o equivalente a 3,1 milhões de estudantes, e entre as crianças de 4 e 5 anos, faixa correspondente à pré-escola, a taxa foi de 90,2%, totalizando 4,8 milhões de estudantes”. A meta 1 do PNE estabelecia a universalização, até o ano de 2016, da educação infantil na pré-escola. Entretanto a PNAD constatou, em 2016, taxa de 90,2%.

Taxa de escolarização

Apesar de a meta não ter sido atingida, houve um aumento significativo da presença de crianças de 4 a 5 anos na escola. Em 4 anos, o índice subiu de 78,1% para 90,2%. A PNAD também constatou que 5% dos estudantes de 6 a 10 anos e 15,6% de 11 a 14 anos de idade estavam atrasados em relação à etapa de ensino que deveriam estar frequentando, seja por reprovação, seja por evasão. A meta 2 prevê a universalização, até 2024, do ensino fundamental de nove anos para as pessoas de 6 a 14 anos.

Rede de ensino

Do total de estudantes, 73,5% frequentavam escola pública, enquanto 26,5%, escola privada. “Enquanto nos cursos até o ensino médio a rede pública corresponde a mais de 70% dos estudantes, no ensino superior de graduação essa participação se reduz a 25,7%, e na especialização, mestrado e doutorado equivale a 32,9%”, aponta o relatório. A pesquisa estimou que 24,8 milhões das pessoas de 14 a 29 anos de idade não frequentavam escola, cursos pré-vestibular, técnico de nível médio ou de qualificação profissional, e, no caso dos mais velhos, não haviam concluído uma graduação.

Ocupação e condição de estudo

O IBGE também analisou a situação na ocupação e condição de estudo para pessoas de 14 a 29 anos. “No que diz respeito à cor ou raça, a maior diferença entre os grupos foi estimada para as pessoas que estavam não ocupadas e não estudavam: 16,6% para as pessoas brancas e 23,3% para as pretas ou pardas”, aponta o relatório do IBGE.

 


IBGE: Brasil tem menos estudantes na pré-escola e no ensino médio (Isto É – Economia – 21/12/2017)

O governo tem um longo caminho a percorrer para conseguir cumprir as metas de universalização da educação no País, previstas no Plano Nacional de Educação – PNE instituído pela Lei n. 13.005, de 2014. Por enquanto, o Brasil tem menos estudantes na pré-escola e no ensino médio do que o estabelecido. Outro desafio consiste em aumentar até 2024 de 30,4% para 50% o porcentual de bebês de 0 a 3 anos matriculados em creches por todo o território. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua): Educação, divulgados nesta quinta-feira, 21, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Um dos objetivos que consta no Plano Nacional de Educação é expandir em quase 10 pontos porcentuais a fatia de crianças de 4 e 5 anos na pré-escola, atualmente em 90,2%, meta que deveria ter sido cumprida em 2016. A taxa de escolarização para as crianças de 6 a 14 anos de idade, porém, alcançou 99,2% em 2016, o equivalente a 26,5 milhões de estudantes. Apesar do resultado muito próximo da meta de universalização, entre os adolescentes de 11 a 14 anos ainda havia uma lacuna a ser preenchida: nessa faixa etária, a taxa de matriculados nos anos finais do ensino fundamental caía a 84,4%. “Cerca de 15,6% das pessoas nessa idade estavam atrasadas na escola, seja porque foram reprovadas ou porque deixaram os estudos”, disse Helena Monteiro, analista da Coordenação de Trabalho e Rendimento do IBGE. “Isso obviamente se retratará no futuro, porque essas pessoas chegarão atrasadas ao ensino médio. Conforme os níveis de instrução vão subindo, esses descasamento vai aumentando, vai gerando um bola de neve”, complementou Marina Aguas, também analista do IBGE. A taxa de escolarização dos jovens de 15 a 17 anos foi de 87,2%, o equivalente a 9,3 milhões de estudantes. O resultado ficou aquém da meta, que previa universalização do ensino nessa faixa etária até 2016. “Para esse ano (2016, ano de referência da pesquisa), o acesso à escola já deveria estar universalizado”, frisou Helena. Além disso, apenas 68% dos jovens de 15 a 17 anos estavam cursando a série adequada. Entre as pessoas entre 18 e 24 anos, a taxa de escolarização caiu a 32,8%, 7,3 milhões de estudantes. Quando considerados os que estavam cursando a etapa adequada, a proporção era de apenas 23,8%. O Plano estabelece que esse porcentual seja elevado a 33% até 2024. “A diferença entre essas taxas é quem ainda está na cota dos atrasados. E tem uma população enorme que nem está estudando, então chama a atenção”, lembrou Marina. Em 2016, 24,8 milhões de jovens entre 14 e 29 anos de idade não estudavam nem tinham concluído uma graduação. Entre os homens, o trabalho ainda era a principal razão para o abandono do estudo (citado por metade deles), enquanto que para as mulheres os afazeres domésticos e cuidado de pessoas ainda travavam os investimentos na escolaridade. Pouco mais de 30% delas alegaram estar trabalhando ou procurando emprego, enquanto que 26,1% explicaram que precisavam cuidar dos afazeres domésticos, de crianças, idosos ou deficientes em vez de estudar.

 


Ensino básico tem 73,5% dos alunos em escolas públicas, diz IBGE (Agência Brasil – Educação – 21/12/2017)

Maioria dos alunos no país faz educação básica em escola pública e universidade na rede privada

 

No Brasil, 56,5 milhões de pessoas frequentavam escola ou creche no ano passado. Do total de estudantes, 73,5% frequentavam escola pública, enquanto 26,5%, a rede privada. Enquanto na educação básica os estudantes estão predominantemente na rede pública, no ensino superior essa relação se inverte, com maior presença da rede privada. As informações constam da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) 2016 divulgada hoje (21) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em 2016, a taxa de escolarização das crianças de 0 a 3 anos (creche) alcançou 30,4% (3,1 milhões) das quais 69,1% delas estavam na rede pública e 30,9%, na rede privada. A meta 1 do Plano Nacional de Educação (PNE), lei sancionada em 2014, prevê que, no mínimo, 50% das crianças até 3 anos frequentem creche até 2024. A meta 1 do PNE também estabelece a universalização da educação infantil na pré-escola até 2016, entretanto, o percentual de escolarização das crianças de 4 a 5 anos chegou a 90,2%, com 4,8 milhões de estudantes, no ano passado. No ensino fundamental (idade entre 6 a 14 anos), a educação é considerada praticamente universalizada, com 99,2% de escolarização, totalizando 26,5 milhões de estudantes. No ensino médio (15 a 17 anos), a taxa de escolarização cai para 87,2%, o equivalente a 9,3 milhões de alunos. No entanto, a meta 3 do PNE determinava a universalização do atendimento escolar para essa faixa etária em 2016. Entre os jovens de 18 a 24 anos, 32,8% estavam na escola, independentemente do curso que frequentavam, correspondente a 7,3 milhões de estudantes.

Atraso escolar

Segundo a pesquisa, 5% dos estudantes de 6 a 10 anos e 15,6% dos alunos de 11 a 14 anos estavam atrasados em relação à etapa do ensino que deveriam estar frequentando, seja por reprovação, seja por evasão escolar. Para o grupo etário de 15 a 17 anos, o ideal seria estar frequentando o ensino médio, porém apenas 68% estavam na série adequada. Segundo a analista da Coordenação de Trabalho e Rendimento do IBGE, Marina Aguas, à medida que a idade vai aumentando, observa-se aumento do descasamento entre a idade e a série correta. Para ela, as políticas públicas para diminuir o atraso escolar devem começar ainda no ensino fundamental.

Ensino superior

Apenas 23,8% das pessoas de 18 a 24 anos estavam no ensino superior em 2016. Entre as pessoas brancas, a taxa foi 33,5%, quase o dobro da registrada entre as pessoas pretas ou pardas (16,8%). Para as mulheres, essa taxa chegou a 27,8%, enquanto para os homens foi 20%. Segundo a meta 12 do PNE, esse percentual deve ser elevado a 33% até o final de 2024. O levantamento também pesquisou a rede de ensino frequentada no ensino médio: 72% dos alunos do ensino superior de graduação cursaram todo seu ensino médio em escola pública, enquanto 24% era provenientes de escola privada.

 


Editais de vestibular da UFRGS permitem aferição e exclusão de cotistas, dizem especialistas (GaúchaZH – Educação e Emprego – 20/12/2017)

MPF emitiu uma recomendação na terça-feira (19) para que a universidade suspenda, de forma imediata, o processo de verificação de raça

 

Após o Ministério Público Federal (MPF) emitir uma recomendação na terça-feira (19) para que a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) suspenda, de forma imediata, o processo de verificação de raça para cotistas, GaúchaZH ouviu quatro especialistas nesta quarta-feira (20) para obter avaliações a respeito da conduta da universidade. Todos demonstraram posição favorável à comissão especial, sob o argumento de que ela combate possíveis fraudes. No dia 8, a instituição de ensino anunciou que apenas 35 dentre 274 estudantes suspeitos de fraudarem as cotas foram declarados negros pela Comissão Especial de Verificação da Autodeclaração Racial. A recomendação do MPF, elaborada pelo procurador da República Enrico Rodrigues de Freitas, também sugere que a UFRGS não faça qualquer verificação futura de forma “retroativa” com base nas características físicas dos alunos. Em entrevista ao GaúchaZH na terça, ele afirmou que a universidade errou no modo como avalia os estudantes e se equivocou ao alterar, de forma retroativa, as regras do vestibular de quando eles ingressaram na instituição. — Antes de decidir (se defere ou indefere), a UFRGS deveria ter instaurado o devido processo legal e dado as razões de sua decisão para que a pessoa apresentasse a defesa. É o que diz a lei no processo administrativo. Além disso, os alunos entraram com o critério da autodeclaração. Só que, agora, a universidade criou um novo critério, de avaliação com base no fenótipo. Ela até pode fazer isso, mas a análise só pode ser feita daqui para a frente, não de forma retroativa. Em entrevista na manhã de terça, o reitor da UFRGS, Rui Vicente Oppermann, afirmou que a administração não foi surpreendida pela recomendação do MPF, mas que entendeu “que foi uma posição muito dura”. À tarde, a assessoria de imprensa informou que a universidade está estudando a recomendação do MPF e ainda não definiu que posição adotará. Para o advogado Gerson Fischmann, especialista em direito civil e administrativo e ex-professor da PUCRS e da Unisinos, a universidade tem o direito de analisar cotistas de forma retroativa mesmo que não haja, no texto dos editais, a explicitação de que a raça do vestibulando fosse verificada por um terceiro. Ele ressalta que “não se pode respeitar um direito adquirido com base em uma fraude”. — É comum a instalação de comissões em universidades. Embora a regra tenha sido feita para efeitos de diplomas do Ensino Médio, ela tem efeitos maiores porque há, no direito, um princípio maior. Mas é claro que tem de ser observado o direito de defesa — diz. Os editais de vestibular entre 2014 e 2017 trazem, em um dos pontos sobre as disposições gerais, uma condição imposta pela UFRGS por todos que aceitarem fazer parte do concurso: “A prestação de informação falsa pelo estudante, apurada posteriormente à matrícula, em procedimento que lhe assegure o contraditório e a ampla defesa, ensejará sua exclusão do quadro de alunos da instituição, sem prejuízo das eventuais sanções penais cabíveis”. Em 2013, a frase tinha um tom levemente diferente. “O candidato poderá ter a inscrição no Concurso Vestibular ou a matrícula na Universidade canceladas a qualquer momento, além de estar sujeito a outras implicações legais em casos de fraude ou falsidade das informações declaradas”. Na visão de Aloísio Zimmer, doutor em Direito do Estado e ex-professor da Escola Superior da Magistratura Federal (Esmafe-RS), “os pontos dos editais se encaixam perfeitamente no caso das cotas” e a UFRGS tem o dever de checar os cotistas raciais para evitar fraudes. Acrescenta, ainda, que a instituição pode realizar a verificação nos últimos cinco anos com base na Lei Federal 9.784/1999, que regula o processo administrativo. — O passo a passo clássico é a universidade notificar o estudante, descrevendo a irregularidade. Depois, ela abre prazo para que ele se defenda e, aí, há uma espécie de julgamento. Desse julgamento, cabe o recurso, sempre em instâncias superiores. Mas a universidade tem de explicitar suas razões para a decisão, e aqui concordo com o MPF. Ela precisa dizer por que decidiu o que decidiu, se foi a cor da pele, o nariz, o cabelo ou o porte — sustenta. Para o antropólogo José Jorge de Carvalho, professor da Universidade de Brasília (UnB) e coordenador do Instituto de Inclusão no Ensino Superior e na Pesquisa (INCT) do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), a UFRGS está certa em criar as comissões, “uma tendência em universidades públicas brasileiras”. Ele critica a recomendação do MPF. — Se o MP quiser retirar a comissão de verificação, isso vai permitir que as pessoas mais inescrupulosas estejam livres para se apresentar como negras. Apesar de a lei não contemplar a existência dessas comissões em instituições públicas, fraudes existem. E a universidade tem o dever ético de barrá-las. Sou a favor da autodeclaração confrontada, inclusive com entrevista. Qualquer avaliação constrange, mas as comissões evitam fraude. Esses grupos de verificação não existem à toa, mas por um desejo de responsabilidade em relação às cotas — avalia. O desembargador federal Roger Raupp Rios, pós-doutor pela Universidade de Paris II e especialista em direitos humanos, lembra que as comissões de aferição de autodeclaração ainda seguem em aperfeiçoamento no país. No contexto tupiniquim, as cotas raciais são um desafio devido à mistura de raças – no caso de pardos, o parecer pode não ser tão óbvio.  — A recomendação do MPF vem no esforço de fazer com que a implementação da política pública seja o mais efetivo e eficaz possível para todos, assim como da comissão da universidade. O objetivo da comissão é implantar de forma concreta as políticas de fomento à diversidade e de combate à discriminação. Na dúvida sobre a autodeclaração de alguém, é preciso haver um processo público aberto, com recurso — diz.