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21/11/2013 / Em: Clipping

 


Mesmo com avanço pelas cotas, negros enfrentam racismo na universidade   (Terra – Vestibular – 20/11/13)

A luta pela valorização do povo afro-brasileiro, relembrada nesta quarta-feira, no Dia da Consciência Negra, ainda encontra obstáculos dentro da universidade. Mesmo que as cotas tenham representado um significativo avanço na inserção do negro no ensino superior, especialistas ainda percebem um forte racismo dentro das instituições. A questão é muito maior que a própria universidade. O preconceito racial está incrustado na sociedade brasileira, por mais velado que esteja. Apesar da gradual entrada do negro no mercado de trabalho e na educação, o caminho para a superação do racismo ainda é longo, acredita a professora e pesquisadora da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), Maria José Cordeiro, a Maju. “O negro não é mais só consumidor, mas gerador. Agora ele está do outro lado. As cotas colocaram negros qualificados no mercado de trabalho”, afirma Maju. Em agosto, celebrando um ano da política de cotas nas universidades e institutos federais, o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, afirmou que o Programa Universidade para Todos (Prouni) mudou a história dos negros no ensino superior. “Em 1997, somente 2,2% de negros frequentavam o ensino superior. Atualmente, são mais de 10%. Com o ProUni, de 1,2 milhão de contratos, mais de 630 mil são bolsistas negros”, disse.



Entre os graduados, professor é o profissional mais mal pago   (O Estado de S.Paulo – Economia&Negócios – 20/11/13)

Os dados da Rais revelam uma situação problemática no campo da educação. De todas as profissões que exigem formação universitária, são os professores os que recebem os menores salários em São Paulo.  Quando consideradas apenas as ocupações com mais de 20 mil registros profissionais, o menor salário de nível superior é o dos professores de ensino fundamental – 53 mil pessoas que exerciam esse ofício em 2012 receberam, em média, R$ 2,2 mil mensais. É menos do que ganham os supervisores de telemarketing (R$ 2,6 mil), agentes penitenciários (R$ 3.3 mil) e ferramenteiros (R$ 3,4 mil). O cenário é ainda pior quando se analisa quem ensina certas disciplinas específicas. Um professor de matemática aplicada no ensino superior, por exemplo, ganhava em média R$ 1,8 mil no ano passado por mês. Quem dava aulas na educação infantil com um diploma universitário recebia R$ 1,7 mil. E um professor de filosofia no ensino médio ganhava apenas R$ 1,5 mil mensais.



Cotas raciais podem ser insuficientes no Brasil, diz diretor da Casa Branca   (Folha Online – Educação – 20/11/13)

O Brasil não pode copiar o modelo de inclusão racial no ensino superior dos Estados Unidos porque os contextos desses países são muito diferentes. A opinião é de Meldon Hollis, diretor da Iniciativa da Casa Branca para Universidades e Faculdades Historicamente Negras. Nos EUA, os negros criaram suas próprias instituições de ensino porque não podiam frequentar as escolas dos brancos. Hoje há 110 escolas para negros. Depois, vieram as cotas para incluir aqueles que eram uma minoria (10% da população).  No Brasil, não faz sentido incentivar a criação, agora, de escolas negras. E as cotas podem ser insuficientes, diz ele, porque os negros são, aqui, metade da população.  Hollis esteve no Brasil para participar do festival Flink Sampa Afroétnica, da Faculdade Zumbi dos Palmares. Enquanto passou por aqui, ele conversou com a Folha.

Dobra disputa por vagas nas universidades federais   (Folha de S.Paulo – cotidiano – 20/11/13)

A disputa por vagas nas universidades e institutos federais mais do que dobrou nos últimos quatro anos. A transformação do Enem em um espécie de “vestibular nacional” e a criação de novas unidades no interior são duas causas da mudança. Em média, oito candidatos disputavam cada vaga nas federais em 2008. Em 2012, essa proporção chegou a 17,3.  Embora a rede federal tenha se expandido nos últimos anos, a procura por vagas cresceu em ritmo muito mais acelerado no país. Em quatro anos, o número de vagas em cursos presenciais saltou de 169,5 mil para 283,4 mil — o que corresponde a um incremento de 67,2%. Ao mesmo tempo, a quantidade de inscritos aumentou 261,5% (1,3 milhão para 4,9 milhões), o que elevou a disputa por vagas. A comparação foi feita pela Folha com base em números encontrados pelo censo do ensino superior. Um dos motivos para esse movimento na educação superior está justamente na transformação do Enem em um vestibular nacional. Ao adotar o exame como processo seletivo e aderir ao Sisu (sistema que considera apenas a nota na prova para o ingresso), as instituições passaram a receber inscrições de diversas partes do país. Foi o que aconteceu com a UFRB (Universidade Federal do Recôncavo da Bahia). A instituição saltou de uma concorrência de 3,66 candidatos por vaga em 2008 para 52,13 no ano passado. “Quando fazíamos processo seletivo interno, com divulgação própria, não tínhamos essa capilaridade toda”, afirma Luciana Santana, pró-reitora de graduação da federal do Recôncavo da Bahia. Em 2009, a universidade recebeu 7.400 inscrições para seu vestibular. No ano seguinte, ao aderir ao Sisu, o número de inscritos passou para quase 40 mil.

INTERIORIZAÇÃO
O avanço da rede federal para municípios do interior do país, com abertura de novos campi, também contribuiu para o crescimento na procura por vagas. “Isso foi uma ótima ideia, porque quem é daqui não tinha muitas oportunidades. Eu teria que cursar uma faculdade fora”, afirma Nádira Rocha, 18, estudante de engenharia de pesca na UFRB. A jovem, que se formou na rede pública, mora em Governador Mangabeira, distante 14 km da sede da universidade, em Cruz das Almas.  A outra opção que Nádira considerou foi cursar oceanografia na Universidade Federal da Bahia, em Salvador (a 138 km de sua cidade).



Sobram vagas para negros por meio de cotas nas universidades de MT   (Globo.Com. – G1 Vestibular – 20/11/13)

Pelo sistema de cotas raciais, 1.950 estudantes autodeclarados negros e pardos ingressaram na Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) neste ano. O número representa 33% do total de matriculados na instituição de ensino superior, conforme dados da Pró-reitoria de Assistência Estudantil. Todos os cotistas cursaram o ensino médio em escolas públicas e a maioria possui renda per capita familiar de um salário mínimo e meio. A pró-reitora de Assistência Estudantil, Myrian Serra, afirmou que, do total de 16.890 alunos matriculados na instituição, 47% se autodeclararam pretos, pardos e negros. “Destes, 7.901 estudantes são autodeclarados pretos, pardos e negros, sendo 5.901 estudantes veteranos (que ingressaram até 2012) e 1950 calouros (ingressantes em 2013)”, explicou. Segundo a pró-reitora, a política de ação afirmativa para estudantes negros na UFMT teve início em 2012 e estabeleceu que 20% das vagas em todos os cursos e turnos seriam reservadas para estudantes autodeclarados negros que cursaram integralmente a educação básica em escola pública. Desse modo, no ano passado, de 5.178 vagas, 1.029 foram preenchidas por candidatos autodeclarados negros que estudaram em escolas públicas. Ou seja, sobraram 276 vagas destinados aos afrodescentes e com renda inferior a um salário mínimo e meio. O curso com maior número de alunos negros e pardos matriculados é o de serviço social, no campus da UFMT de Cuiabá durante o período noturno. Ao todo, são 52.