×
22/03/2018 / Em: Clipping

 

#ENEM2018: MEC divulga edital do Exame, que tem inscrições abertas em 7 de maio (Portal Governo SP – Notícias – 22/03/2018)

Serão novamente dois domingos de provas, 4 e 11 de novembro, mas o segundo dia terá meia hora a mais de duração

 

O Ministério da Educação (MEC) divulgou o edital do Enem 2018. Neste ano, os concorrentes terão à frente algumas mudanças no Exame, como, por exemplo, meia hora a mais de duração no segundo dia de prova. Serão cinco horas para responder as questões de matemática, química, física e biologia. As inscrições começam em 7 de maio, e as avaliações serão aplicadas em 4 e 11 de novembro. Seguindo os moldes do ano passado, em 2018 o Enem será aplicado em dois domingos consecutivos, e não mais em um só fim de semana. No primeiro domingo, ainda serão cinco horas e meia de duração, onde os inscritos deverão responder as questões de linguagens e ciências humanas, mais a redação. O preparo para o Enem deve ser constante. Por isso, levar os estudos à sério é fundamental. Tenha em mente, sempre, que os professores querem o bem de todos os alunos, e sonham com um futuro profissional para cada um. A ex-aluna da rede, Ana Paula Boraschi relembra o tempo em que era secundarista. “Na escola, os meus professores sempre passavam exercícios, e é muito importante que a gente os faça. Muitas vezes a gente pensa que é muito difícil e acaba desistindo, mas não. Os professores passam esses exercícios com o intuito da gente buscar um conhecimento a mais do que é passado em sala de aula”, acredita a jovem. Em 2016, Ana Paula conseguiu a incrível nota de 820 pontos na redação do ENEM. Graças ao seu excelente resultado, hoje é universitária e cursa Fisioterapia. Agnaldo Oliveira, que também foi um dos destaques em redação na edição de 2016 do Exame Nacional do Ensino Médio, com 840 pontos, relata que estar por dentro de tudo o que acontece no mundo é um grande diferencial. Segundo o jovem, “as notícias dos jornais ajudam o participante a desenvolver um pensamento crítico sobre os temas e formar a própria opinião”, esclarece. Uma boa nota no ENEM garante o ingresso em universidades por meio de programas sociais do governo, como o Prouni, o FIES e o SISU. O Programa Universidade para Todos oferece bolsas de estudo parciais e integrais em instituições privadas de ensino e seleciona candidatos de acordo com o desempenho no exame, desde que o participante alcance a nota mínima de 450 pontos na média da prova. O Programa de Financiamento Estudantil oferece custeio total e parcial em instituições particulares. Para participar, os candidatos devem ter obtido pelo menos 450 pontos na média do Enem e não zerar a redação. O Sistema de Seleção Unificada é a principal ferramenta de seleção nas universidades federais. Foi por meio do SISU que Lúcia Puglia conseguiu entrar na Universidade de São Paulo, para cursar Relações Internacionais. A emoção foi grande para a universitária: “Nossa, no primeiro dia de SISU, quando eu vi que estava em primeiro, fiquei chocada, porque ano passado eu fiquei em 28º lugar”, conta aos risos. Sua mãe, Sandra Sierra, passou por momentos de teste para cardíaco, mas o coração se acalmou com o resultado. “Quando ela começou a acompanhar o SISU e a gente viu que ela estava em primeiro lugar a esperança de que ela realmente iria conseguir realizar um sonho foi aumentando”, relata.

 

 


Educação Moral e Cívica pode voltar às salas de aula (Gazeta do Povo – Educação – 22/03/2018)

Expectativa é que escolas do DF comecem a incluir o conteúdo no ano letivo de 2019; especialistas criticam nova lei

 

Uma nova lei aprovada no Distrito Federal incluirá a “Educação Moral e Cívica” no currículo das escolas a partir do ano letivo de 2019. Especialistas ouvidos pela reportagem, no entanto, afirmam que a medida indica um retorno à educação brasileira do regime militar e não oferece benefícios concretos para os estudantes. A “Educação Moral e Cívica” foi parte do currículo obrigatório das escolas brasileiras durante o regime militar, com o decreto-lei número 869, de 1969, durante o governo do general Costa e Silva. O período é considerado um dos mais rígidos do regime, principalmente pela criação do AI-5, o Ato Institucional que garantia poder de exceção aos governantes. Na sua configuração original, o ensino de moral e cívica ocorria em duas etapas. A primeira, no ensino primário, ensinava a ética cristã e os valores tradicionais da família brasileira. A segunda etapa, já no ensino secundário, trabalhava conceitos históricos, geográficos, políticos e jurídicos. A disciplina se tornou optativa em 1992, sete anos após o fim do regime militar. Em 1993, o presidente Itamar Franco revogou o decreto-lei.

Nostalgia

No Distrito Federal, a Câmara Legislativa aprovou uma nova lei que inclui a “Educação Moral e Cívica” como conteúdo obrigatório nas escolas públicas e privadas da capital federal. O objetivo é incluir como conteúdo transversal nas disciplinas já existentes ou em novas disciplinas incluídas na Base Nacional Comum Curricular (BNCC). O deputado Raimundo Ribeiro, relator do projeto, defende a disciplina como uma forma de ensinar valores morais e éticos e suplementar a educação feita pela família. “Hoje ninguém sabe o valor de um símbolo como o Hino Nacional Brasileiro. Noções básicas de direitos que devem ser transmitidas para todas as pessoas também não são repassadas. Tudo isso deveria compor uma gama de conteúdos que precisam ser transmitidos, para formar uma sociedade que adote como principio maior o da solidariedade”, defende. A retomada do conteúdo, segundo o deputado, não é um retorno à educação brasileira durante a ditadura militar: para ele, que viveu o regime, trata-se de valorizar o amor à pátria – e isso inclui patriotismo dos militares: Em momento algum, o que presidiu a minha ação tem relação com questão militar. Agora, não posso deixar de elogiar que os militares – e não me refiro à época do regime militar, mas sim a todos os momentos da história brasileira: eles remetem ao patriotismo, sentimento de pátria, de pertencimento e entrega à pátria.

Controvérsia

Para o professor Célio da Cunha, docente na UnB e doutor em educação pela Unicamp, o retorno do ensino da disciplina pode reviver memórias do regime militar que ainda marcam a sociedade brasileira.  “É um retrocesso. O Brasil já tem uma experiência de triste memória dos anos do regime militar”, aponta. “O retorno da educação moral e cívica não acrescenta nada ao regime educacional. Pode até suscitar polêmicas que esperávamos que já estivessem superadas”, completa. Especialistas também consideram a proposta um retrocesso pedagógico; de acordo com Erasto Fortes, doutor em Educação pela Unicamp e professor aposentado da Universidade de Brasília (UnB), a experiência do Brasil com a “Educação Moral e Cívica” foi “terrível”. Existem inúmeros estudos e pesquisas mostrando que era um processo de adestramento da juventude para a doutrina de segurança nacional, de interesse do estado ditador. É um retrocesso que não tem cabimento no ponto de vista da educação.

Consequências

Entre os objetivos da disciplina estão promover a formação básica e levar aos alunos uma educação permeada por cidadania, patriotismo e bons costumes. Mas eles podem estar além do que a escola é capaz de oferecer hoje, de acordo com Verônica Branco, professora de Educação da Universidade Federal do Paraná (UFPR). “Se não conseguimos fazer as crianças aprenderem matemática e português, haja vista as avaliações que participamos em larga escala, não resolverá nossos problemas colocar uma disciplina de comportamento”, diz Verônica. “É uma medida muito simplória que parte de um político que acreditar que saturar o currículo da escola resolverá o problema da educação brasileira”, completa. Para Erasto Fortes, os objetivos da proposta do deputado Ribeiro – aumentar o patriotismo e incumbir valores morais nos estudantes – são válidos, mas redundantes, pois a escola já desempenha esse papel com o currículo atual. “Não há sentido que se crie outra disciplina ou um tema transversal para algo que já é feito na escola”, diz. O ensino de valores morais positivos, defendido pelo deputado Ribeiro, não precisaria estar atrelado à educação moral cívica, segundo Célio da Cunha: esses assuntos já estão devidamente contemplados nas diretrizes curriculares do país e na grade comum curricular nacional. “O objetivo do deputado é válido: educação com valores humanos, educação cidadã, reconhecimento da diversidade. Mas esses assuntos já estão devidamente contemplados nas diretrizes curriculares do país e na grade comum curricular nacional”, diz Célio. “Fazer a criança cantar hino nacional e hastear a bandeira é algo que já existe nas escolas e nem por isso temos um maior patriotismo por parte dos alunos”, completa Verônica Branco.