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24/07/2015 / Em: Clipping

 

Aluno de Direito é acusado de uso indevido de cotas raciais   (Terra – Educação – 23/07/15)

A Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) abriu investigação após denúncias de que um aluno da turma de Direito, aprovado no vestibular do segundo semestre, usou indevidamente o sistema de cotas raciais. O aluno disputou como cotista por se considerar afrodescendente, apesar da pele branca. Na teoria, as cotas seriam para pardos e negros, não para afrodescendentes. Mas, de acordo com o edital do site do Ministério da Educação (MEC) , “o critério da raça será autodeclaratório, como ocorre no censo demográfico e em toda política de afirmação no Brasil”.  Para usar o sistema de reservas de vagas, o aluno precisa preencher um documento informando seu CPF e RG, e explicando os motivos que justificam sua autodeclaração.  Procurada pelo Terra , a UFRGS confirmou que o processo foi aberto no dia 14 de julho. A universidade explicou, em nota, que, se comprovada a denúncia, o aluno está sujeito “a penalizações dos crimes previstos em lei, à desclassificação do Concurso Vestibular e ter, em sequência, sua matrícula recusada no curso, o que poderá acontecer a qualquer momento”. A analista de projetos da ONG Educafro, Noelle Carolina, defende que o critério de comprovação seja através do fenótipo, que são as características apresentadas por um indivíduo. “As cotas são um meio de acesso para a população negra. O indivíduo que usa essa cota indevidamente, não se assume como negro no seu dia a dia, não tem uma identidade negra”, declara. Segundo Noelle, a lei permite brechas para que o uso indevido das cotas raciais aconteça. “Esse tipo de situação só vai cessar quando o Governo mudar o processo de comprovação”, finaliza.


Médico branco se diz cotista no Itamaraty  (O Estado de S.Paulo – Brasil – 24/07/15)

A poucos dias da prova de seleção de novos diplomatas, o concurso do Itamaraty foi alvo de uma polêmica levantada pela organização não governamental Educafro. Em carta aberta ao Ministério das Relações Exteriores, a entidade reclama da falta de critérios para confirmação de que candidatos a cotas na seleção são realmente negros. No centro da discussão, um nome já conhecido: Mathias Abramovic, médico carioca, branco de olhos verdes, que se inscreve mais uma vez como cotista.   Em 2013, Abramovic chegou a passar na primeira e na segunda fases do concurso, com uma média que só o levou adiante porque estava nas vagas reservadas para candidatos negros, mas foi reprovado depois. Na época, o Itamaraty explicou que esperaria a conclusão do concurso para tomar uma decisão, caso necessário. Neste ano, o médico de 38 anos – que já declarou se considerar afrodescendente porque tem uma bisavó paterna negra e avós maternos pardos – foi novamente aceito no concurso como cotista. A primeira prova ocorre no dia 2 de agosto. O Estado tentou contato com o candidato, sem sucesso. Lei de 2014 não permite verificação visual de candidatos, justifica Itamaraty. A Educafro acusa o Instituto Rio Branco, órgão de formação dos diplomatas, de não criar mecanismos de averiguação da identidade racial dos candidatos. “Por que o Instituto Rio Branco, que já foi alvo de fraude em concursos anteriores, não criou mecanismos para coibir que essas mesmas fraudes se repitam no primeiro concurso depois da implementação da lei de cotas?”, pergunta na carta Frei David Santos, diretor da ONG, afirmando ainda que o IRB “se apega ao texto da lei” de cotas, que praticamente reproduziu no edital, e questiona se ao fazer isso não estaria dificultando propositalmente a entrada de negros no serviço diplomático.


Ricos deveriam financiar ensino, afirma brasileiro reitor nos EUA  (Folha Online – Educação – 23/07/15)

Brasileiros ricos deveriam seguir o exemplo de americanos e doar parte de suas fortunas para melhorar a educação do país, diz à BBC Brasil José “Zito” Sartarelli, reitor da Universidade da Carolina do Norte Wilmington (UNCW), nos Estados Unidos. Tido como o primeiro brasileiro a dirigir uma universidade americana, Sartarelli afirma que muitos brasileiros ricos agem como se fossem “levar à tumba todo o dinheiro”.  “Na nossa cultura ibérica, esperamos que a educação seja provida pelo Estado, grátis. Agora, com o Estado em dificuldades, as pessoas de sucesso se voltam para proteger e investir na própria família”, critica. Sartarelli foi escolhido reitor da UNCW em abril, em seleção com 95 candidatos. A instituição figura nos rankings das melhores universidades públicas do sul dos Estados Unidos. Nascido há 65 anos em Ribeirão Bonito, cidade com 12 mil habitantes no interior de São Paulo, ele migrou para a educação após uma carreira internacional no setor farmacêutico. Depois de passar pela Eli Lilly e pela Bristol-Myers Squibb, Sartarelli foi presidente da Johnson & Johnson na América Latina, Japão e Ásia-Pacífico entre 2001 e 2010. Formado em administração de empresas pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) em São Paulo, em 1973, ele fez MBA e doutorado na Universidade de Michigan State, nos Estados Unidos, quando conheceu sua esposa, Katherine.  Sartarelli voltou ao meio universitário em 2010, desta vez como diretor da Faculdade de Economia e Negócios da Universidade de West Virginia, cargo que deixou neste ano. Em entrevista à BBC Brasil, Sartarelli defende que universidades se aproximem de empresas e diz que o Brasil abriu mão de investir em centros de excelência, o que terá um alto custo no futuro.  Ele afirma ainda que, para que a universidade que dirige possa competir com as melhores instituições americanas, será essencial atrair bons estudantes.  Leia os principais trechos da entrevista, concedida por telefone na última semana.


As dez carreiras de nível superior com maior expansão de vagas no Brasil   (Veja – Educação – 03/07/15)

Entre janeiro de 2009 e dezembro de 2012, foram criados 304.317 postos de trabalho de jornada integral para profissionais de nível superior no Brasil. O dado consta do estudo Radar – Tecnologia, Produção e Comércio Exterior, divulgado nesta quarta-feira pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). A carreira de analista de TI (tecnologia da informação) foi a que registrou maior expansão no período, com a criação de 49.535 vagas. Segundo o estudo, cinco áreas responderam por mais de 40% dos postos de trabalho de nível superior criados no país. Na prática, a cada cem novos empregos, 40 eram destinados aos seguintes profissionais: analistas de TI, enfermeiros, profissionais de relações públicas e publicitários, secretários executivos e farmacêuticos. Em números absolutos, os estados que mais criaram vagas para esses cinco profissionais foram São Paulo, Minas Gerais e Rio Grande do Sul. O Rio de Janeiro integra o grupo em quatro dos cinco casos: ficou abaixo dos demais apenas na criação de oportunidades para secretários executivos. O Ipea analisou ainda a criação de vagas frente à população dos estados. O levantamento mostra que profissionais de TI são requisitados principalmente nos estados da região Sul e em São Paulo. Já os enfermeiros têm mais oportunidades no Acre, Bahia, Espírito Santo, Sergipe e Tocantins. Os dados foram extraídos do dados Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho. Os valores foram atualizados para preços de dezembro de 2012, segundo o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Dessa forma, excluiu-se o efeito da inflação no período.